Poemas do Século XIX
Um homem deve dar toda importância à escolha de seus inimigos: eu não tenho um só que não seja idiota.
A instrução é um esforço admirável. Mas as coisas mais importantes da vida não se aprendem, encontram-se.
Estávamos sentados juntos e, de repente, vi um brilho em seus olhos, que nunca havia percebido antes. Meus lábios se aproximaram dela e nos beijamos. Impossível descrever exatamente o que senti naquele momento, mas parecia que a minha vida inteira estava resumida naquele maravilhoso momento de prazer.
A verdade é que não simpatizo muito com os parentes. Talvez por que nos custe a suportar as pessoas dotadas de defeitos iguais aos nossos.
O sofrimento é o nosso meio de vida porque é o único meio através do qual temos consciência de existir, a lembrança dos sofrimentos passados nos é necessária como um testemunho, uma prova de que continuamos a manter a nossa identidade.
Ela é muito inteligente; inteligente demais, para uma mulher. Falta-lhe o vago encanto da fraqueza. São os pés de barro que dão valor ao ouro da estátua. E os pés dela...pés mimosos...não são de argila. Passaram pelo fogo, e o fogo enrijece o que não consome.
O corpo peca uma vez e não tem nada mais a ver com o pecado, pois a ação é um modo de purificação. Nada permanece, a não ser a lembrança de um prazer ou desgosto. A única maneira de se livrar de uma tentação é entregar-se a ela. Resista, e sua alma fica doente de desejo pelo que foi proibido.
Que sorte têm os atores! Cabe a eles escolher se querem participar de uma tragédia ou de uma comédia, se querem sofrer ou regozijar-se, rir ou derramar lágrimas; isto não acontece na vida real. Quase todos os homens e mulheres são forçados a desempenhar papéis pelos quais não têm a menos propensão. O mundo é um palco, mas os papéis foram mal distribuídos.
Somos castigados por nossas renúncias. Cada impulso que tentamos aniquilar germina em nossa mente e nos envenena. Pecando, o corpo se liberta do seu pecado, porque a ação é um meio de purificação. Nada resta então a não ser a lembrança de um prazer ou a volúpia de um remorso. O único meio de livrar-se de uma tentação é ceder a ela. Se lhe resistirmos, as nossas almas ficarão doentes, desejando coisas que se proibiram a si mesmas, e, além disso, sentirão desejo por aquilo que umas leis monstruosas fizeram monstruoso e ilegal.
O mais terrível não é termos nosso coração partido (pois corações foram feitos para serem partidos), mas sim transformar nossos corações em pedra.
Adoro os escândalos dos outros. Os que me dizem respeito não me interessam. Não tem o atrativo da novidade.
Fidelidade! Ainda hei de analisá-la um dia. Entra nela o amor da propriedade. Há muitas coisas que jogaríamos fora, se não temêssemos que outrem a pudesse aproveitar.
O homem culto é aquele que sabe encontrar um significado bonito para as coisas bonitas. Para ele a esperança é um fato real.
Mesmo no amor é puramente questão de fisiologia. Os moços querem ser fiéis e não são; os velhos querem ser infiéis e não podem.
Se alguém não tiver prazer em ler um livro, várias e várias vezes, não há motivos para lê-lo, afinal.
Nunca devemos lamentar que um poeta seja um bêbado, devemos lamentar que nem todos os bêbados sejam poetas.
A desobediência, é aos olhos de qualquer estudioso da História, a virtude original do homem.
É através da desobediência que se faz o progresso, através da desobediência e da rebelião.