Poemas do Século XIX

Cerca de 1373 poemas do Século XIX

Um dia, nalgum lugar, uma eternidade após,eu relembraria tudo isto num suspiro:
Dois caminhos divergiam numa floresta de outono, e eu, eu escolhi o menos percorrido, e isto fez toda a diferença!

Em um momento haviam dois caminhos a percorrer. Eu escolhi o menos percorrido, e isso fez toda a diferença.

Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.

Machado de Assis

Nota: Autoria não confirmada.

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.

Machado de Assis
Ressurreição (1872).

Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

Machado de Assis
Assis, M. Obra Completa de Machado de Assis. vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994.

Nota: Conto "Verba Testamentária" da obra "Papéis Avulsos" de Machado de Assis.

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Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz...

Machado de Assis
O último dia de um poeta (1867).

A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre, por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

Botas...as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.

Machado de Assis

Nota: Adaptação de trecho do livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas".

Pensamentos valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda; não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça do dizer.

Machado de Assis

Nota: Trecho de carta escrita em 19 de agosto de 1906, para Joaquim Nabuco.

O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se; basta a simples reflexão.

Machado de Assis
Helena (1876).

Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os; eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado.

Machado de Assis
Obra Completa de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, Vol. III, 1994.

Nota: Originalmente publicado no jornal "Gazeta de Notícias", em 25 de setembro de 1892.

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Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies.

Machado de Assis

Nota: Trecho do conto Primas de Sapucaia, publicado originalmente no jornal "Gazeta de Notícias", em 1883.

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O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto.

Machado de Assis
Esaú e Jacó (1904).

Gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou.

Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881).

O destino, como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

Há quem me julgue perdido, porque ando a ouvir estrelas. Só quem ama tem ouvido para ouvi-las e entendê-las.

A pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo.

Olavo Bilac
Olavo Bilac: obra reunida. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1996.

Flerte é um namoro inofensivo, sem consequências, que não acaba nem na pretoria nem na Casa de Detenção.

O Amor é uma árvore ampla e rica, de frutos de ouro, e de embriaguez; infelizmente frutifica apenas uma vez.

Se, a princípio, nos desencontrarmos, não desanimes.
Se não me achares aqui, procura-me ali;
em algum lugar estarei esperando por ti.

Walt Whitman

Nota: Canção de mim mesmo