Poemas do Século XIX
Apesar de viajarmos o mundo para encontrar a beleza, devemos carregá-la conosco ou nós não a encontraremos.
Em toda a obra de gênio reconhecemos os pensamentos que havíamos rejeitado. Estes retornam a nós com uma certa majestade alienada.
O que mais precisamos na vida é de alguém que nos leve a realizar o que podemos realizar e o que de útil podemos fazer.
Um grande homem há-de encontrar um grande assunto ou, o que dá no mesmo, de engrandecer qualquer assunto.
Ao analisar os fatos históricos, evita ser profundo, pois muitas vezes as causas são bastante superficiais.
As acções dos homens são demasiado fortes. Mostrem-me um homem que não tenha sido vítima das suas próprias acções.
Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.
Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.
Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.
Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz...
A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre, por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente.
Botas...as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.
Pensamentos valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda; não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça do dizer.
O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se; basta a simples reflexão.
Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os; eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado.
Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies.