Poemas do Século XIX
O que mais precisamos na vida é de alguém que nos leve a realizar o que podemos realizar e o que de útil podemos fazer.
Ao analisar os fatos históricos, evita ser profundo, pois muitas vezes as causas são bastante superficiais.
As acções dos homens são demasiado fortes. Mostrem-me um homem que não tenha sido vítima das suas próprias acções.
Um grande homem há-de encontrar um grande assunto ou, o que dá no mesmo, de engrandecer qualquer assunto.
{...)- Os compromissos rompem-se dum momento para outro.
- É exato; Ás vezes ocorrem circunstâncias que desatam as mais solenes obrigações.
Mas entre as razões que movem a conciência não se conta o interesse; Ele daria ao arrependimento a feição de uma transação.
O sândalo é o perfume das mulheres de Estambul,
e das huris do profeta; como as borboletas,
que se alimentam do mel, a mulher do Oriente
vive com as gotas dessa essência divina.
(...) - Não lhe assustam meus caprichos e eletricidades?
- Se eu os adoro! respondeu Seixas.
- Não lhe parece difícil fazer a felicidade de um coração desabusado como este meu, e tão aflingido pela dúvida?
- Tenho fé no meu amor; Com ele vencerei o impossível.(...)
Assim, minha tristeza voltando sempre, e me achando mais perdida aos meus olhos - como a todos os olhos que quisessem me encarar, se eu não tivesse sido condenada para sempre ao esquecimento de todos! - eu tinha cada vez mais fome de sua bondade. Com seus beijos e abraços amigos, era mesmo um céu, um escuro céu, onde eu entrava, e onde gostaria de ser deixada, pobre, surda, muda, cega. Já eu me acostumava. Eu nos via como duas boas crianças, livres para passear no Paraíso de tristeza.
O poeta se faz vidente por meio de um longo, imenso e refletido desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sentimento, de loucura; ele procura ele mesmo, ele esgota nele todos os venenos, para só guardar as quintessências.
De manhã, eu tinha o olhar tão perdido e a postura tão morta, que aqueles que encontrei talvez não me vissem.
Os beijos são como pepitas de ouro e de prata encontradas na terra sem ter qualquer valor em si e que são preciosas por indicar que há uma mina por perto.
Quando será derrubada a infinita servidão da mulher, quando ela viverá para ela e por ela, o homem, - até agora abominável -, tendo-a despedida, ela será poeta, ela também!
A mulher descobrirá o desconhecido! Seus mundos de ideias divergirão dos nossos? Ela encontrará coisas estranhas, insondáveis, repugnantes, deliciosas; nós as teremos, nós as entenderemos.
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Nota: Trecho de "Versos Íntimos": Link
Em algum ponto, duas estradas bifurcavam numa árvore. Eu trilhei a menos percorrida e isto fez toda a diferença.