Poemas do Romantismo
AMOR QUE NÃO TEM FIM
Nosso amor
É amor que não tem fim!
Se sinto falta de mim
É você que me faz viver
E se porventura acontecer
Justamente o inverso
Sou que estou sempre perto
Pra lhe querer, lhe envolver.
Nosso amor
É amor predestinado
Que vive, se deleita, pulsa
Em nossa cama se debruça
Com ar de cumplicidade
Sem temer tempo
Vivência, contratempo
Sem se importar com idade!
TODA VEZ QUE O VENTO SOPRA
Toda vez que o vento sopra
Entreabrindo a porta
Me pergunto: será que a felicidade
Está voltando para os meus braços?
Aí, meus olhos vagueiam a procurar-te
Desesperados, sôfregos por amor
Mas sei que é mentira, pura ilusão
Confusão da minha mente
Que já não suporta essa ausência
E implora pedindo desesperadamente
Que seja realidade a dor da desilusão!
DE MÃOS DADAS
Com você todos os dias
Quero andar de mãos dadas
Mãos firmes, entrelaçadas
Que é pra você sentir
Todo carinho do meu amor!
Não importa se o tempo passou...
Se passou e estamos juntos
É porque a cada dia se firma
Nas frases ditas, planejadas
A sabedoria dos discernimentos!
O MOTIVO DA MINHA FELICIDADE
Quando me perguntam
O motivo da minha felicidade
Sem pestanejar respondo:
Não basta ser, existir...
É necessário saber viver!
E a primeira regra fundamental
É escancarar no coração
Um sorriso que apazigue a alma
E que possa intimamente
Transformar ódio em perdão!
FLORES EM BOTÃO
Flores em botão
Exalam pelos jardins da vida!
Cada cor um perfume
Cada perfume um desejo
Cada desejo um estímulo
Cada estímulo uma paixão
Cada paixão um beijo
Ofertado sentido, oferecido
Sendo Fraternal, carinhoso
Na doçura de cada ósculo!
ELEGIA DO AMOR
Foi tão lindo aquele amor
Que vivemos sóbrios, felizes
Encantados, apaixonados.
Foste carne, sonho, realidade
Amor e prazer em noites
De manhãs quentes, primaveris!
Foste fruta, estrada, mar
Doçura, poema de posteridade
Escrito nas nuvens com giz
Meus olhos deslumbrados
Não sabiam de você, desviar.
Foste um destes amores febris
Que nos faltam palavras
Pra todo amor poder mencionar
Mas, aí, de repente toda doçura
Do mel azedou...
Virou de ponta cabeça
Se transformou!
Era amor principiante, aprendiz
E quando menos esperamos
Se definhou!
De todo amor que se quis
Restou apenas uma canção
E um nome que não se pronuncia
Não se comenta, nem se diz.
Você era, foi, passou!
TEM GENTE QUE NÃO APRENDE
Tem gente que não aprende
Ama, desama e se surpreende
Quando o amor se despede.
Sofre, sofre e torna a sofrer
Vive amando impreterivelmente!
O que dizer? Não há cura, não há remédio
Pois, toda vez que ama, desama
É sempre a mesma dor, o mesmo tédio.
QUEM É?
Quem é, perguntou-me ela
Que me fez se apaixonar
Louca e verdadeiramente?
Quem é, que remexeu
Com os meus sentimentos
Descobrindo coisas que andavam
Esquecidas pra vida, pro amor?
Quem é, que beija de um modo
Que me tira o fôlego, a blusa
Com tanto desejo e suavemente?
Quem é, me diga por favor
Já ando tão feliz, contente
Já não sei o que é passado
Sofrimento, desencanto, dissabor?
Quem é, me diga por favor?
DÁDIVA DIVINA
Felicidade pra mim
É sempre uma constante
Porque nunca espero
Que a vida me traga
Coisas que vão muito além
Das minhas expectativas
Sonhos que não caibam
Dentro dos meus planos
Por isso sorrio sem desengano
Quando lembro efetivamente
Que viver é uma dádiva!
AMOR PSICODÉLICO
As horas passam aleatoriamente
Desnecessário se faz esperá-la.
Desse modo não posso, não devo
Ter que me sujeitar...
Cansei. Desisto!
Desisto de sofrer por alguém
Que não me quer, não me ama!
Decididamente, chega! Chegou a hora
De seguir em frente, levantar a cabeça
Nunca mais me submeter a caprichos
A infortúnios dolorosos da paixão.
Nossos caminhos, são caminhos contraditórios
Tantas vezes nos encontramos
E nesses encontros não nos achamos.
Sem haver uma explicação, uma resposta
Tudo se embaraça às nossas voltas
Como se fossemos dois estranhos
Num lugar ainda mais estranho... Como pode?
Seria um amor psicodélico? Ou simplesmente...
Estaríamos vivendo um desencanto frenético?
Se você não me compreende... paciência!
O que posso fazer? Mudar o incompreensível?
Um homem não muda seus atos, quando seus atos
Fazem parte de um sonho, de uma história.
E numa história de amor, não se ama sem ser amado.
Se tudo aquilo que imaginamos viver, termina agora
Que termine. Sobreviverei! Juntarei os destroços
E todos os resíduos que permanecem
Dentro da alma, dentro do coração
E os expulsarei um a um e a todos
De forma que nem mesmo as lembranças
Possam manter-se avivadas.
Se a culpa foi minha ou sua, já não importa.
Deixemos que o tempo apague
Tudo aquilo que um dia pensamos querer.
QUANDO MEUS LÁBIOS
Quando meus lábios
Tocaram teus lábios
Mesmo sem beijá-los
Me dei conta do prazer
E de uma sensação
Que jamais sonhei ter.
Senti que o amor invadiu
Meu corpo, minh'alma
Tomou forma, tamanho
E o sentido necessário
Me fazendo viajar
Transpondo labirintos
No desejar do meu instinto
Para além do imaginário.
AMOR NAS NOITES DE LUAR
Quanto ao resto do mundo...
Pouco haverá de importar!
Pois, tendo você ao meu lado
Tudo na vida se concretiza:
Afetividade, carinho, felicidade
Porque por trás do dias de sol
Sempre haverá um canto
De amor nas noites de luar!
MEUS OLHOS NUNCA MENTEM
Meus olhos nunca mentem
E quando mais precisamente
Silenciosamente se declaram!
Basta que eu olhe nos olhos
Daquela que me dispus a olhar
Para sentir o amor rondando
Nos trejeitos da transparência
Como uma intuição que vem d'alma
Sem ter que palavra pronunciar.
É amor que vai se propagando
Na sua total e real clarividência!
Ao ponto de um dia transbordar!
MINH'ALMA TE CHAMA
Minh'alma te chama
Ouve? Apenas escute
Este convite apaixonado
Àquela que ao amor
Minha voz conclama!
É a voz da razão
Que transpassa meu ser
E percorre o infinito
Porque não existe barreiras
Para amor verdadeiro
Alia-se o amor da carne
Ao amor do espírito!
Vem, minh'alma te chama!
ONDE OS SONHOS ME LEVAM
Meus sonhos me levam
Pra onde não há estradas
Nem caminhos pedregosos
Eles me levam ao paraíso!
Lá, descanso meu olhar
No céu de nuvens estelar
Que me proporcionam
Toda paz d'alma. E é por isso...
Que consigo conciliar
Atropelos, medos e ressentimentos
Transformando-os na sensata
Forma de comigo bem viverem
Sem ter que indesejosos tormentos
Possam com minha vida partilhar!
CHORO QUE VEM D'ALMA
Quando choro
Não choro mágoas
Vãs, descabidas.
Choro com a intensidade
E a emoção que vem
De dentro da minh'alma!
Porque minh'alma
Quando chora aflora
Solícita, sincera, verdadeira.
Não choro, por chorar
Choro rios e mares
Sem ter que aos carrascos
Tenha que demonstrar!
DE ONDE NASCE O AMOR
De onde nasce o amor
Até onde vai o pôr do sol
Percorro todos os dias
Numa linha tênue horizontal
Rimas para um novo verso
Do mais puro amor existencial.
E como princípio intermitente
Vai e vem numa escalada
De sonhos profusos, cientes
Ativando todo meu desejar.
Aí, todo corpo, frente e dorso
Alma, coração, pele, mente
Voam e pousam e tornam a voar
Sem escalas, livres, soltos
De forma independente
Na maneira sutil do meu versejar!
NOSSOS CAMINHOS
Nossos caminhos
São rotas, rumos certos.
São estradas de amor!
E mesmo naquelas horas
Quando não estamos juntos
Tudo para! E continua...
Porque pra nós o longe
Por mais longe que pareça
É sempre muito perto!
VERSOS MOMENTÂNEOS
E aquele momento
Tornou-se eterno
Quando sem saber
O que falar, pronunciar
Fiz dos meus versos
A mais linda canção
Que só a um grande
E verdadeiro amor
Alguém poderia revelar!
AQUI, ONDE AS HORAS
Aqui, onde as horas...
Passam silenciosas
Sem qualquer pressa
Vejo apenas o tempo
Avançar sem demora.
Aqui, onde as horas...
É mais um dia que corre
A cada passo lento
Na estrada que rege
Cada soprar do vento.
Aqui, onde as horas...
É mais um dia qualquer
No calendário da aurora
Vê-se no céu de abril
Fechar-se o horizonte.
Aqui, onde as horas...
Dançam vagarosamente
No despertar da mente
Anoitece vez por outra
Porque todo dia
É sempre a mesma história