Poemas de Dia da Mulher que elogiam a grandiosidade feminina
A liberdade que ainda não temos
A tão aclamada liberdade de ir e vir não funciona para todas. Podemos até ter o direito, mas não a segurança.
Uma mulher sozinha sempre será alvo de olhares e julgamentos. Se viajamos, vamos a bares, restaurantes, praias ou caminhamos sem companhia, logo nos questionam: por que está sozinha? Supõem solidão ou até mesmo um problema de caráter. Para os homens, essas são atividades comuns. Para nós, um ato de resistência.
Sentar-se à mesa sem companhia não pode ser apenas uma escolha? Uma experiência consigo mesma? Mas não. O mundo insiste em nos colocar numa posição de espera – de alguém, de algo. Como se estar só fosse um sinal de disponibilidade, um convite a abordagens invasivas e cantadas baratas.
Estar só não é estar perdida. Muitas vezes, é apenas uma pausa. Um momento para silenciar o barulho externo e organizar a mente. Mas até isso nos é negado. Se caminhamos sozinhas, somos alvo de comentários maldosos. Se nos recolhemos, somos chamadas de frias. Se nos valorizamos, incomodamos.
Enquanto homens andam livres, nós calculamos riscos. Precisamos de segurança para viver a liberdade que já deveria ser nossa. Até lá, seguimos – sozinhas, mas não solitárias.
Desabafo: O medo silencioso de ser vista
Eu sei o que é se sentir refém de uma construção que fizeram de mim. Uma construção que, por muito tempo, me prendeu a um medo constante de ser quem eu sou, de ocupar os espaços ao meu redor. O medo de ser vista, de ser notada, e de como, ao estar em ambientes cheios, os olhares parecem pesados demais para carregar.
Sinto que, em muitos momentos, a insegurança me paralisa. É como se toda minha essência fosse transformada em algo que precisa se esconder. Tento desviar os olhares, encontrar os cantos mais discretos, aqueles onde posso me perder sem ser observada. Onde a pressão de ser vista não me sufoca.
E quem, entre nós, nunca se sentiu assim? Quem, entre nós, nunca se desconfortou com o peso de ser mulher, de ser vista e julgada? O desconforto de estar em um espaço cheio e, mesmo assim, se sentir sozinha, impotente.
Eu sei que esse medo não é só meu. Sei que há outras mulheres que também preferem a invisibilidade, que também buscam lugares silenciosos e discretos, longe dos olhares que nos desconstroem, que nos fazem sentir pequenas. Mas o que me dá esperança é saber que, ao escrever isso, estou falando em voz alta o que tantas de nós guardam. E, ao fazer isso, me permito ser verdadeira, e quem sabe, dar espaço para que outras também possam se permitir.
O que quero agora não é mais me esconder. O que busco é entender esse medo, aceitar que ele existe e, aos poucos, me fortalecer para que ele não me defina mais. E, talvez, juntas, possamos construir um espaço onde todas nós possamos ser vistas sem medo, sem julgamentos, sem a pressão de sermos algo que não somos. O mundo precisa entender que ser mulher, com todas as nossas complexidades e inseguranças, é, sim, uma força.
A prisão invisível
Fui uma criança limitada. Sem liberdade, sem escolhas. Criada para ser recatada, para me prender às crenças e ao coração. Cresci dentro dessas grades, e hoje ainda carrego a dificuldade de ressignificar aquilo que não me acrescenta, mas que se tornou uma prisão dentro de mim.
E, ao olhar para fora, me deparo com novas limitações – agora impostas por uma sociedade que ainda resiste a aceitar mulheres livres. Se sou bonita, meu mérito nunca é meu. Se conquisto algo, dizem que foi por um homem. Se sou casada, atribuem meu sucesso ao marido. Se não sou, sugerem que há alguém me bancando. Nunca basta ser eu.
Mas e as oportunidades que nos são negadas? Quem fala disso? Quem discute as portas fechadas porque uma mulher pode representar ameaça ao ego ou à segurança de alguém? Há um preconceito silencioso contra mulheres bonitas, seguras e independentes. O mercado de trabalho ainda favorece os homens. E entre as próprias mulheres, a insegurança alimenta rivalidades que nem deveriam existir.
A liberdade feminina ainda tem muitas barreiras – algumas impostas de fora, outras que aprendemos a carregar. Mas aos poucos, seguimos quebrando cada uma delas.
O Valor que Vem de Dentro
A necessidade de validação está enraizada em nós porque, desde cedo, aprendemos que nosso valor é medido pelo olhar do outro. Somos seres sociais, e o reconhecimento externo pode, de fato, reforçar nossa autoestima, nos oferecendo a sensação de pertencimento e aceitação.
No entanto, essa busca pela validação externa pode se transformar em uma prisão quando se torna mais importante do que a nossa própria percepção. Especialmente nós, mulheres, somos ensinadas a nos moldar para agradar, para corresponder às expectativas dos outros – seja na aparência, no comportamento ou nas conquistas.
Precisamos de validação porque fomos condicionadas a acreditar que só existimos plenamente quando somos vistas e aprovadas. No entanto, a verdadeira liberdade surge quando aprendemos a nos validar primeiro, quando percebemos que nosso valor não está no olhar alheio, mas no que construímos e somos por dentro.
Exaltação da natureza
Muitos poetas exaltaram
a beleza da natureza,
a exuberância das plantas;
o perfume das flores;
as cores das plumas das aves;
o frescor da brisa do mar;
o calor da areia da praia;
a suavidade do toque dos ventos;
o canto triste dos pássaros;
o estrondo das cachoeiras,
mas tudo isso pode estar contido,
na suavidade do movimento
de uma simples borboleta,
na luz que irradia dos teus olhos,
no timbre da sua voz,
ou apenas no teu cheiro.
A arte do inexplicável
A poesia é a ponte que liga a arte à ciência,
é a conexão entre a abstração e a realidade,
o despropósito que explica o inexplicável,
é o eterno preenchimento dos vazios da existência.
Seus fragmentos se espalham por todas as formas de arte,
na religião, na literatura, e até no marketing,
nos anseios, desejos e prazeres escondidos ou escancarados.
A poesia está na natureza, nas cores, nas flores,
nos odores, sabores, ou apenas no brilho dos teus olhos.
Coração adormecido
Dentro de você tem um coração
que não envelhece e,
por mais que tenha sofrido,
ele está apenas adormecido,
pronto para ser desperto
e amar novamente,
com a mesma intensidade
da sua juventude.
Os seus desejos
não desapareceram,
apenas se retraíram
quando reprimidos,
e criaram, dentro de você,
vulcão inativo,
pronto para entrar em erupção.
Você pode não admitir,
mas alguns sinais indicam,
que o seu absoluto
controle das coisas,
já não é tão eficaz e,
em algum momento,
a emoção virá à tona,
os sentimentos aflorarão,
e todo o seu corpo reclamará
por um aconchego,
capaz de arrefecer
a sua fervura.
Até o tom da pele
da tua face se altera,
ilumina;
a sua voz emudece,
silencia.
Somente o som
das batidas do seu coração,
poderão serem ouvidos
à distância.
Na luz dos teus olhos
Nos teus olhos
eu quero encontrar
a luz para
os meus caminhos;
nos teus braços
eu quero achar
aconchego;
nos teus lábios
eu quero saciar
os meus desejos.
Em ti o meu coração
encontrará abrigo,
e a minha alma
terá paz.
Admirador de borboletas
Eu sou um eterno admirador de borboletas;
da expressividade das suas cores
e da leveza dos seus movimentos.
Eu me encanto de como elas pousam
e decolam livremente.
Eu reconheço a fragilidade,
mas invejo o destemor das pétalas que voam.
Neste mundo globalizado,
se uma delas bater suas asas com força lá no norte,
eu sou capaz de sentir uma brisa fria aqui no sul.
Eu ainda olho pra uma borboleta específica,
e penso, admirado,
como um trem desses é capaz de voar.
Espelhos inertes
Os homens são apenas espelhos inertes,
superfícies planas, apáticas, estáticas e mortas,
até que neles reflitam uma poesia,
cheia de vida e arte em movimento,
ou apenas o brilho do olhar de uma mulher.
Se passamos por certas coisas na vida, é porque procuramos, e cabe a nós mesmos decidir o que fazer com o aprendizado que ficou.
Querer ser a vítima em toda situação significa que você não aprendeu nada e que precisa passar por outro processo ainda mais doloroso pra aprender.
Sim, se o processo anterior não ensinou nada, qual a garantia de aprendizado para com o próximo? Isso mesmo! Um mais rigoroso! Uma hora aprende!
Concordo que, na teoria, roupa não define caráter, mas enquanto a realidade ao meu redor faz essa associação, serei a favor da descrição e prevenção.
Concordo que, na teoria, o corpo é da mulher, mas enquanto a realidade ao meu redor despreza esse fato, serei a favor da prevenção e descrição.
Tenho sido chamado de machista pela patrulha ideológica dos politicamente corretos, mas pouco me importa como sou rotulado. O que realmente importa é que, depois do leite derramado, nenhuma ideologia, lei ou autoridade poderá trazer de volta nossos entes queridos.
Teoria é teoria, realidade é realidade.
Continuarei aconselhando minha filha baseado na realidade, na vida como ela é...
"O caminho da recuperação é contínuo como a própria vida. É de autoconhecimento ou de reORIentação¹ e para se reorientar e ganhar novos rumos é necessário, também, obter novas referências, senão arriscamos caminhar com passos largos por lugares já conhecidos e áridos. Talvez você esteja passando por algo similar por aí e também queira dar o seu primeiro passo.
Para isso, eu precisei entender o que faz parte de mim. Eu não queria que o alcoolismo fizesse parte da minha vida, mas faz. Encarar de frente essa realidade é um choque, mas somente com esse reconhecimento foi possível observar todas as outras coisas que também compõe a minha história e o quanto ela é grandiosa, linda, cheia de complexidades, episódios ruins, dias maravilhosos, uma baita vida, porque eu sou uma baita mulher, assim como você que está lendo é incrível."
Faça um favor a você neste momento se for necessário, não perca o seu tempo, deixa de lado o que estiver fazendo, ignore por uns instantes o que estiver afligindo o seu coração, pare um pouco e vai até o espelho.
Onde encontrará uma mulher incrível que está precisando com urgência da sua força, da sua admiração, da sua resiliência imprescindível, do seu sorriso charmoso, do brilho intenso do seu olhar, terno, atrevido, sempre sincero.
Abrace, contemple o reflexo cativante do seu próprio universo, demonstro seu amor por si mesma, agradeça a Deus pela bênção de estar viva com saúde, por ter pessoas queridas, ainda que tenha aprendido a amar a sua solitude.
Tudo bem que a sua gratidão já é bem expressiva, presente nas suas atitudes e nas suas falas, porém, estes meus versos são como lembretes poéticos quando você estiver angustiada, provando de algum lamento que tanto desgasta.
Momentos de silêncio, um carinho encontrado nessas raras passagens de tempo. Quando elas acontecem, percebo que é o momento de encerrar muitas coisas, absorvendo os ritmos naturais da vida. O ruído da natureza. O outono vem vindo e sinto que preciso descascar as camadas de peso que impedem meu caminhar. Em vez de querer voltar pra dentro, hibernar, um senso de renovação e abertura está florescendo, um anseio por mudança.
Mudança, palavra que excita a pronúncia. Grande, pequena, me põem em desalinho na ponta da agulha da caixinha de música. Eu nunca fugi para longe das mudanças, mesmo com ossos congelados, os braços sempre estiveram abertos.
Se eu estou com medo de alguma coisa? Arrependimento? Dar um salto de fé cega e não saber onde vou cair me assusta muito menos do que o potencial de um arrependimento. Jogar pelo seguro? Não, obrigada, a vida é inteiramente muito curta.
Então, esses momentos de silêncio são pura clareza para minha alma. Reflexões e devaneios amarrados com o fio das lembranças, um desdobramentos dos desejos de ser.
E, como se abrisse os portões do jardim, e ocupasse meus espaços com perfume, a novidade se instala em mim.
Eu sou a rainha do teu inferno
sou tua deusa
perdida no tempo
que te procurou
por milenios
até encontrar
novamente
teus braços viris.
Sou a musa dos teus sonhos
a alma que te acompanha
desde a criação do universo
tua fera
teu refúgio
teu alento.
Eu sou tua vilã
mais perfeita
porque compreendo teus sonhos
teus desejos
e perdoo teus fracassos
assim como perdoas os meus.
Sou teu complemento
tua floresta
aquela que chamas quando tocas
tua flauta
na solidão do encantamento
que te tornou um deus
e me deixou humana.
Estou cumprindo minha última jornada
e estarei livre
depois disso
para correr ao teu encontro
e te abraçar
e te beijar
e sucumbir
para sempre
em teu espírito!
Ela é a brisa suave e a tempestade feroz,
O início e o fim, a semente e a flor,
E com cada passo que dá, a terra treme,
Porque ela sabe que o futuro pertence a quem o cria.
Ela é todas nós, e somos todas ela,
Um coro de vozes que se ergue,
Inabalável, irrefreável,
Até que o mundo reconheça: somos a revolução.
Pare de desejar as coisas no passado.
Como eu queria viajar, como eu precisava emagrecer, como eu almejava evoluir
Viva o presente!
Eu quero, eu preciso, eu almejo
O poder está na sua boca e nas suas mãos, fale e aja!
Diga o que deseja e faça o que precisa ser feito.
Quem dera aquele sorriso de menina solto em dias descomprometidos com as horas do seu descompassado relógio.
Quem dera o balanço dos seus cabelos em um simples entrelaçar dos meus dedos, e se eu pudera levemente como em uma noite calma tocá-la seu rosto meigo e de um olhar sereno.
Assim se foi uma linda mulher que não se sabe como devolvê-la e de novo, de novo, de novo...