Poemas dia da árvore
Pranto de Uma Velha Árvore
As raízes que me seguram neste chão são mais fortes que o vento que ousa interferir em meu equilíbrio.
Cada galho quebrado, cada folha perdida são lembranças do que o tempo me roubou.
Eu que venci o fogo e a terra seca morta ao meu redor.
Eu que nasci em meio às cinzas, em meio à dor da perda dos meus semelhantes.
Eu que venci tantas batalhas.
Eu que enfeitei o mundo com minhas flores mesmo sentindo tantas dores.
Eu que ouvi o som da morte silenciar a voz dos meus defensores.
Eu que presenciei tantas partidas sem despedidas.
Eu que sou vida e melhoro o ar que você respira.
Eu que carrego tantas histórias que você nem imagina.
Eu sou uma velha árvore que muito já vi.
Sinto-me cansada.
Cansada de suportar tanta dor e fingir que está tudo bem.
Cansada de ser ameaçada pela ganância.
Cansada de ser torturada pelo barulho da destruição.
Eu sou vida.
Eu tenho vida.
E quero viver.
Me deixem abraçar a terra.
Me deixem florescer.
Me deixem tornar o mundo um lugar melhor para se viver.
Quando uma pessoa vai buscar lenha em uma floresta, parece sensato saber o que é uma árvore.
Como poderia encontrar lenha sem saber que ela vem da árvore?
O mesmo funciona com o amor, ninguém sabe sua origem e acabam morrendo na floresta cansados, tentando encontrar lenha em rochas.
Se você está em busca do amor, esqueça os substantivos e se concentre na origem.
Quando foi que eu deixei de ser criança
Lembro de quando pequena
Subia na árvore e os galhos eram como trapézio.
Não tinha medo, nem mesmo tontura
Só a diversão de estar ali pendurada.
Depois com o tempo
As árvores viraram meu refúgio
Lá eu ficava, ninguém me via
E assim acredito acabei crescendo
E com o tempo deixei de subir nelas
Hoje sinto falta delas. De sua altura
Mas com a idade é falta de jeito
Já não sei mais subir em uma árvore
O tempo passa , as coisas mudam
Não diga que não se esquece, esquece sim
Com o tempo perdemos o jeito.
Perdemos nossa desenvoltura
E acabamos por ficar adultos
E esquecendo de como é ser criança.
Feliz aquele que mesmo com o tempo
Jamais perdeu sua infância.
Árvore
Uma árvore plantada
Onde seus galhos hoje, secos, um dia fez sombra
Suas raízes cansadas, hoje briga com a terra para se manter em pé
Uma árvore plantada
Sem folhas, sem frutos
Em vultos, vê passando seus dias em luto
Uma árvore plantada
Da terra ao céu, ao Léu
O que foram folhas, hoje passeiam a esmo, até o dia nascer
Do verde ao cinza
Ao azul do céu
Uma árvore plantada
Suas raízes te limitam a escuridão da terra
Teus galhos te fazem enxergar o céu
Seu tronco divide você em dois
Calada, sem folhas e flores, sem frutos
Apenas um ponto seguro para pássaros
Uma árvore plantada!
A folha, no outono,
que outrora surgiu.
Com a chegada do frio
caiu.
Pois a àrvore
desistiu,
de gastar sua energia
com quem só lhe consumiu.
Preferiu canalizar tudo que tinha
com quem mais lhe valia,
sua própria raiz.
Como árvore permaneço no mesmo lugar
resistindo as intempéries das estações.
Resoluto e ao mesmo tempo submisso às
novidades de cada novo amanhecer.
As pragas até queimaram minhas folhas,
mas não deixei atingirem meus frutos.
Minhas raízes estão ainda mais fincadas
minha copa a cada dia menos utópica.
Após me restabelecer decidi que vou morrer
de finitude, não de fatalidade.
Minha esperança é que o vento leve
partes saudáveis de mim e polinize um
futuro que não verei.
"Eu sou como uma velha árvore à espera de que o vento levante minhas palavras como folhas de fôlego e levem-nas para terras distantes, porque eu insisto na crença de que podem fertilizar alguma terra".
Wagne Calixto✍️📖
Cristo, Árvore da Vida, que mantém vivo o Corpo em que estou!
Por favor, perdoe-me por viver separado de ti durante muito tempo e deixa alimentar-me de ti!
Para que eu, em união contigo, cumpra o verdadeiro propósito da minha existência!
No teu tempo de bonança, planta e rega o amor,
a frondosa árvore da eternidade.
Em seu tronco te agarrarás, no teu tempo de tempestade.
ÁRVORE DE AZEITE:
Naquele benefício...
um quintal com árvores de azeite
Que nasciam todos os dias
Àquela hora ao nascer o sol
E morriam como tal ao ocaso.
Sobre as rochas em greta
Eu colhia os frutos que comia.
E sobre seu cume que nutria o pinhal
Eu mirava o cordeiro
Que reluzia à boca da noite
Com o olho central que cuspia fogo
Iluminando o benefício.
As árvores morriam
E as aves em bulício calavam ao canto
Sob o cântico de ventura
Da matriarca
Que mistificava o brilhante
Reluzente de da luz.
Neste Natal, decore a lareira, a árvore, a mesa, a porta, o jardim, a janela, a fachada, a casa.
E, de presente para o mundo, a mensagem: Natal é amor em ação.
Pratique Natal a qualquer hora.
Vida
É o respiro de um SER
É a sombra de uma árvore;
É a luz da lua ao anoitecer;
É o brilho do sol ao amanhecer;
É acordar, respirar e saber que tem VIDA.
MINHA ÁRVORE SECA
Desenho da solidão.
Hoje sem vida, na paisagem perdida,traz sua história ainda cravada no chão
Árvore da vida
Eu vejo uma árvore
Linda, imponente e majestosa
Eu sou essa árvore
Porque quando recostada nela
Sinto o coração da Mãe Terra pulsar
Eu ouço a linda árvore
Porque o vento vindo de longe
Traz até mim o segredo das Eras
Eu amo essa árvore
Desde antes de tudo, antes da vida
Lá no raiar do mundo
Pois o verde que ela emana
Vem do âmago da terra
E preenche tudo
Do chão ao céu...
...com sua Divina trama.
Você existe? Sim, existo.
O que existe além de você? Tudo!
Você é uma árvore? Não, eu sou eu.
Você não é árvore, mas a árvore é parte deste tudo que existe além de você?
Sim, ela é algo neste tudo.
Me dê exemplos de coisas neste tudo. ...
Tudo isso pode existir sem você? Sim.
E você, pode existir sem tudo isso?
Sim, mas também não.
Sabendo que tudo depende do equilíbrio entre suas existencias, qual a dificuldade em alimentar, cuidar, respeitar e fazer existir tudo que existe para que você exista?
Poeira, Moldura do Teatro Mágico
Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado.Se o vento soprar de uma única direção, a árvore crescerá inclinada.
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Não carreguei entulho como você, mas me sinto como se tivesse calçado o calçamento da rua, inteira.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los, saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos e sigo o fumo como uma rota própria,gozo num momento sensitivo e competente, a libertação de todas as especulações ea consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
E a coisa mais divina que há no mundo, é viver cada segundo como nunca mais.
Cem mil cérebros se concebem em sonho e gênios como eu,e a história não marcará, nem um.Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,é não ver o futuro que nos convida.
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,e a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
Saudade é o inferno dos que perderam,é a dor dos que ficaram para trás,é o gosto de morte na boca dos que continuam.
Que a tristeza te convença que a saudade não compensa e, que a ausência não dá paz. E o verdadeiro amor de quem se ama, tece a mesma antiga trama trêmula, que não se desfaz.
A mesma árvore que fornece a sombra
Para lhe proteger do calor
ao meio dia, é a mesma que lhe tira a luz do sol, numa manhã bem fria. Assim é a humanidade, não existe perfeição! Em nenhum quesito...nenhum mesmo.
170914
A ÁRVORE DA SERRA (soneto)
A árvore, da serra, no cerrado, tem encanto!
E essa árvore tão colorida que o olhar acalma
Aderna a sequidão e rega o fascínio da alma
Avindo entre ipês, buritis num belo recanto
Ó manacá da serra! Que brota sem trauma
No cerrado. Num brilho de sedução, tanto
Florescendo e entalhando por cada canto
Que pelo chão do planalto, graça espalma
Tão longe de sua vivenda, vai albergando
Num poema transposto, prófugo e brando
Trajando o cerrado com as vestes da serra
De branco e lilás, a flor, de lampejo santo
O manacá, cá tem, no sertão tal um manto
Influindo em mais um espetáculo da terra!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/07/2020, 11’33” - Cerrado goiano