Poemas de despedida de morte para dedicar a quem partiu
O Sol morreu e com ele os dias futuros, agora ninguém tem mais tempo, ninguém mais faz aniversário, ninguém apaga uma vela, e todo mundo agora espera a Terra sem órbita conhecida pra outra estrela se aproximar.
O Sol morreu e os girassóis deitam, as pessoas dormem sem querer, as praias estão vazias, o ouro não vale tanto.
O Sol morreu e agora todo mundo é branco por fora e negro por dentro, e o mar está de luto.
Todos querem renascer, mas ninguém quer morrer.
Deixar morrer o velho homem é edificar nova morada em solo limpo.
É abrir a mão para poder tocar o universo.
É transcender o estar e morar no ser.
NOVELO DA VIDA
(Bartolomeu Assis Souza)
Em meu deserto solitário
Em meu profundo cansaço
Nesta travessia sem fronteiras
Em léguas longínquas
O novelo da vida esvai-se
E a vida é o desejo
Que se desenrola...
Até o fim...
A morte é o fim do novelo...
E ao morrer vou para bem longe...
Onde jamais irão encontrar-me...
Aquele que vai
Não sabe o por quê
Sai do jogo sem poder olhar para trás.
O que fica
Já não sabe
Mas finge que não vai
Pois, se fingisse saber
Jamais viveria.§
Aventureiro perdido como é confuso o amor
Se entregou mas só tristeza levou
Amou mas iludido ficou
Realmente e infelizmente acreditou
Aventureiro perdido o amor o abandonou
A tristeza o abraçou
A solidão lhe falou "não negues que está á sós podemos fazer melhor"
Aventureiro perdido se perguntou
Aonde está o amor !?
Ele nunca o encontrou mas sempre o desejou
O tempo passou a depressão se juntou e o agarrou
Ele deixou...
Então a morte lhe encarou e sorriu
O aventureiro perdido foi seduzido
Se entregou... Infelizmente e novamente acreditou
A morte lhe beijou e ao mesmo tempo o levou.
Sinal Fechado
A cor rubra anuncia a hora do espetáculo
O artista mal respira e corre para a frente do palco
E o show de malabarismo começa imediatamente
Esforçadamente ele tenta agradar à plateia indiferente.
Mal tem tempo de respirar e lá vem ele
Em nossas direções garimpar o ingresso após o espetáculo
Janelas se fecham e mal lhe dão um olhar
Ele estende as mãos e recebe rostos virados automaticamente.
Mas não desiste, antes que o sinal fique verde
Ele se aventura entre os veículos com as laranjas nas mãos
E fatalmente é atropelado e mal tem o direito de falecer.
Reclamam e buzinam os motoristas apressados no engarrafamento.
O malabarista, oh Deus, era apenas uma criança de sete anos que foi ao seu encontro.
Acordando pela manhã.
Aquele desanimo que domina, sensação de cabeça leve,
Não quero levantar da cama, nem que em Floripa caia neve,
O céu já não parece mais azul, tudo opaco, tudo cinza,
A alegria já não existe, o sorriso virou um rosto ranzinza.
Um aperto no peito, até chega a ser sufocante,
Uma preocupação a todo momento, a todo instante,
Sensação de choques pelo corpo, sempre de forma intensa,
Quando o corpo não esta bem, a mente nem pensa.
O sol na rua brilhando e meu dia parece nublado,
Já não reconheço o caminho, pareço um cachorro assustado,
Em cima da cômoda, remédios jogados de qualquer jeito,
A cada cigarro que acendo é um trago pro peito.
Sentimento que nada mais vai dar certo.
Prefiro a solidão do meu quarto, não quero ninguém perto,
Terei um fim, será que tenho essa sorte?
Ou a única solução esta na morte?
A senhora na janela
O dia já passou, não há mais o que fazer
A senhora se debruça na janela
Cabelos brancos e a pele enrrugada denunciam sua idade
Roupas desgastadas denunciam sua simplicidade
Olha o horizonte, como se pudesse ver algo a mais
Muito mais do que apenas o sol se esvaindo
Olha as crianças brincando, perde-se em seu pensamento
Assim como o sol, nasceu, foi jovem como as crianças
Assim que o sol se põe, sua vida vai junto, mas antes, abre um belo sorriso....
Decocção de areia
Não sei o que sou, só sei quem sou
Pulo em um mar, navego
Seco o mar esta e dentro dele uma planta morta tem
Para o fundo da areia a planta vai
Aquece e se torna uma rocha
Que com o tempo se desgasta e vira pó
Em meio aos pós há um brilho
Se desfaz feito fogo ateado na folha
E o pó com um vento se desfaz como cinzas da folha
O mar seco com areia se torna rochoso
Tudo o que tinha de vivo morreu
No céu não tem nem azul nem nuvens
No céu que reflete o mar vejo meu reflexo
Em um piscar de olhos desapareceu, junto com o sol que se esfria e cai
Suas cinzas desaparecem nas rochas que já foram água
Já sei o que sou, não sei quem sou.
Foi assim que eu escrevi
Sem pensar no amor
Fluí mas não sobrevivi
Ao amor que estava ali,
Fluí... fluí... Morri.
VIDA
A viola e o caipira,
Uma viola caipira.
A guitarra e o roqueiro,
Faísca de isqueiro.
A sorte e a morte,
Uma faca que corte.
Há honra, ira
E o corpo que irá.
Na luz do amor se criou a escuridão do universo
Na imensidão do conhecimento nasceu tudo
Na contemplação de tudo surgiu o desejo da vida
Na existência da vida a morte se fez necessária
Na morte surge o sonho da imortalidade
Na imortalidade revelasse todos os sonhos
Na imensidão do sonho se encontra todos os desejos.
❝ Imagine como seria você acordar amanhã e receber a notícia que eu partí dessa vida, como seria não me encontrar mais nos lugares de costume? Como seria chegar sozinho(a) onde frequentemente iamos juntos? E o segredo que você prometeu me contar, mais que não contou, preferiu deixar pra depois, não sabendo você que o meu depois não chegaria. Seria muito triste ne? Então, pense nisso,
Nunca deixe pra amanhã, o que você pode fazer hoje! ❞
"O dia de amanhã quem sabe é Deus!"
Luciano Melgaço
Introdução ao réquiem
Venham todos e prestem atenção
Vou falar sobre uma maldição
Alguns a chamam de vida
E outros de causa perdida
Sim é sobre os amores
E tudo o que ele traz
Nobre capataz
Que floresce todas as cores
Sentido do viver
Em fim sem sentido
Devora tudo que é detido
Pelo sentimento sem querer
Constante errante
Constantemente irritante
Irreversível atroz
Comumente a nós
Primeiro Réquiem
Só a loucura faz sentido
Só ela serve de abrigo
Deixe a sanidade em seu jazigo
E o bom senso perdido
Olhe meu amigo
Um mundo distorcido
Seja bem vindo
E venha comigo
De valores invertido
Há de ficar enrubescido
Com o que digo
Palavras em castigo
Fique de orgulho ferido
E ache o próximo artigo
Sobre o Réquiem
Vou apenas esclarecer
Que o amor dramático pode fazer
Parte das minhas poesias
Mas não dos meus dias
Não que não tenha amores ou rancores
Apenas vivo sem pensar
você já deve ter ouvido falar
Dentre todos esses rumores
Que a vida está a passar
E nós somente a olhar
Se dou um tempo de tudo
E ao final fico mudo
Não é por desafeto
E sim porque o futuro é incerto
Como tudo nessa redoma de concreto
Que um dia se desfaz
E no outro se refaz
Estes são os meus sentimentos
Que nuca são sãos mas sempre verdadeiros
Apenas acredite na fantasia
E siga a melodia
Assim como a que dizia
Neste ciclo infinito de perguntas
E respostas prescritas
Mas que nunca são ditas
Se não entendeu
Ou apenas se perdeu
Fique tranquilo
E veja aquilo
Que falei inúmeras vezes
Para todos os deuses
Nada é tão complicado
E nada é tão simples
Já que é assim que é a vida
Porque não ter uma bela despedida?
Réquiem 9
Só por hoje, morro satisfeito
Pois fiz tudo o que queria
E vivi o maximo que podia
Mesmo que tenha sido imperfeito
Sou grato pelo que teve feito
Colocando barreiras que impedia
Futuras desventuras em meu dia
Grato pelo sorriso sem jeito
E as palavras que tenha dito
Sempre em tom amigo
Inclusive as sem sentido
Meu atroz mais antigo
Sem nunca ter entendido
O porque te sigo
A espantosa semelhança entre o macro e o microcosmo sempre nos leva refletir.
Somos pequenos universos, tão perecíveis, supostamente oriundos do macro, ou seria o inverso, infinita e eternamente perplexos, ante tantos mistérios que nos rondam.
Que importância nós temos para essa imensidão de energia que pulsa? Somos parte desta energia, dizem.
Como?
Observo a matéria inerte que apodrece após a morte. E grita o contraste com a manifestação que ali havia, desta matéria, repleta de vida.
Havia algo bem mais vivo, ali. Infinitamente mais inexplicável que a carcaça que habitou.
Que equação misteriosa é essa, tão difícil de decifrar, que poderia nos fazer ver o que hoje não conseguimos, com esta rudimentar capacidade de entender esse mistério que nos cerca? Melhor mesmo é seguir sem entender. Aceitar o mistério eterno. A resposta deve ser muito óbvia. Bem por isso não a enxergamos... bem por isso contemplamos o céu em eterna interrogação... Ajusto o foco, apenas mais dez cliques pra garantir a captura. E só mais um gole de vinho. Hora de juntar tudo e aterrisar.
Réquiem 5
Imagine a vida como uma roda gigante
E em cada ponto uma constante
Veja que interessante
De um lado o nascer
Seguido pelo crescer
Depois o fazer
E por fim o morrer
Isso é o viver
Réquiem 3
Logo eu que sou tão ambicioso
Fui pego por um mundo de vicio
Mágica do sacrifício
De movimento sinuoso
Pejo em ignorância
Isso só pode ser vingança
De primeira instância
Essa é minha herança
Por ser tolo e arrogante
Vivendo como um
Eterno ignorante
Querendo a vida comum
Ou ate inconstante
Sem ter por mim nenhum
Amor se quer delirante
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