Poemas de despedida de morte para dedicar a quem partiu

Quando meu filho morreu (...), as visitas vinham me dar pêsames e, achando que isso iria me consolar, diziam: “A vida continua.” Que bobagem, eu pensava, porque é claro que ela não continua. É a morte que continua (...). Não existe fim para isso mas, talvez, haja um fim para o sofrimento que isso causa.

Talvez eu tenha acreditado que saí da guerra ileso até agora, mas talvez esteja redondamente enganado. Não tiraram minha vida, mas fizeram pior: roubaram minha infância, mataram em mim o menino que eu podia ser.

Existem poucas, bem poucas coisas pelas quais vale a pena viver e morrer. O amor é uma delas.

De repente você se prepara para tantas coisas na sua vida... Mas se esquece de se preparar para o maior evento dela: a morte.

Até que ponto, então, nós deve-se esperar a aproximação do perigo? Respondo: se algum dia chegar, terá nascido entre nós. Não virá do exterior. Se nossa sina é a destruição, seremos nós os autores e consumadores dela. Como nação de homens livres, viveremos para sempre ou morreremos por suicídio.

⁠Tudo parece mais real e vívido quando você está morrendo. Você quer sentir, saborear e amar. Mas, ao mesmo tempo, a intensidade é insuportável.

⁠Seja do outro lado do planeta ou bem na frente dos seus olhos, contanto que uma pessoa esteja segura, não importa quantas outras pessoas morram. Isso não é humanidade?

Quando a primeira coisa viva existiu, eu estava lá esperando. Quando a última coisa viva morrer, meu trabalho estará terminado. Então, eu colocarei as cadeiras sobre as mesas, apagarei as luzes e fecharei as portas do universo enquanto o deixo para trás.

⁠O fracassado não é aquele que desistiu de lutar, mas sim aquele que poderia ter ajudado e preferiu fechar os olhos.

⁠"Eu parecia ter as mãos vazias. Mas estava certo de mim mesmo, certo de tudo (...) certo da minha vida e desta morte que se aproximava. Sim, não sabia mais nada que isto. Mas, ao menos, segurava esta verdade, tanto como esta verdade me segurava a mim"

⁠As palavras nascem da boca das pessoas. E morrem em seus ouvidos. Mas algumas palavras não morrem. Elas entram no coração das pessoas. E sobrevivem.

⁠Acredito que cada pessoa é única, então merece um funeral único. Acredito que toda vida e toda morte tem uma história que vale a pena ser contada.

⁠Memento mori, não há razão para você não seguir o seu coração. Lembre-se, você estará morto em breve. Então, expectativas, frustrações, orgulho, vergonha, erros, acertos... caem por terra diante da morte eterna. E o que te resta? Lembre-se, você vai morrer... Não caia na armadilha de pensar que tem algo a perder. Você já está nu... siga o seu coração. Que se foda a razão!

⁠Só se suicidam os otimistas, os otimistas que não conseguem mais sê-lo. Os outros, não tendo nenhuma razão para viver, por que a teriam para morrer?

Emil Cioran
Silogismos da Amargura. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

Uma pessoa que não consegue perdoar esqueceu-se da grande dívida da qual foi perdoada. Quando você perceber que Jesus o libertou da morte eterna, você liberará os outros incondicionalmente.

⁠Pode-se dizer que existo infinitamente. Estou aqui agora. E em todos os segundos entre meu nascimento e a minha morte.

⁠Quando eu morrer, meu corpo vai parar de funcionar. Ele vai se desligar, de uma vez ou gradativamente. A respiração vai cessar, o coração vai parar de bater. Morte clínica. E um pouco depois, tipo, uns cinco minutos depois, meus neurônios vão morrer. Mas, nesse meio-tempo, talvez meu cérebro libere uma maré de DMT. É uma droga psicodélica liberada quando sonhamos, então eu vou sonhar. Vou sonhar mais do que jamais sonhei, porque isso é tudo. É a última descarga de DMT toda de uma vez. Meus neurônios vão disparar e verei um espetáculo de lembranças e imaginação. Vai ser uma baita viagem. Vai ser alucinante porque minha mente vai estar viajando pelas memórias de longo e curto prazo, sonhos se misturando com lembranças, e finalmente a cortina se fecha. O sonho que fecha todos os sonhos. O último grande sonho enquanto minha mente esvazia o depósito e então… acaba. A atividade cerebral cessa e não resta nada mais de mim. Nenhuma dor. Nenhuma lembrança. Nenhuma consciência de quem já fui. De que já machuquei alguém. De que já matei alguém. Tudo permanece como era antes de mim. A eletricidade se dispersa do meu cérebro até sobrar só tecido morto. Carne. Esquecimento. E todas aquelas coisinhas que fazem parte do meu corpo, os micróbios, bactérias e bilhões de outras coisinhas que vivem nos meus cílios, no meu cabelo, na minha boca, na minha pele, no meu estômago e tudo mais, seguirão vivendo. E comendo. E estarei servindo o meu propósito: alimentar a vida. Quando me decompuser e as minúsculas partes de mim forem recicladas, estarei em bilhões de outros lugares. Meus átomos estarão nas plantas, insetos, animais. Eu serei como as estrelas no céu. Aqui em um momento, depois, espalhadas pelo cosmos.

O dia em que o sonho nos abandonar, nós estaremos tão tristes, vivos, mas tão tristes como se tivéssemos morrido.

Lygia Fagundes Telles

Nota: Trecho de discurso durante entrevista ao programa “Roda Viva”, em 1996.

⁠A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam entre si, por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam.

Desconhecido

Nota: A citação costuma ser atribuída ao piloto alemão Erich Hartmann, mas não há fontes que confirmem essa autoria. A frase contém uma ideia semelhante ao pensamento atribuído a Paul Valéry.

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A vida segue seu fluxo rumo a eternidade. Tenha neste momento paz para aceitar, fé para continuar e alegria pelo reencontro em um amanhã.