Poemas de Voltaire
Os Justos
Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez nem lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de um certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.
Todos os caminhos vão ao mesmo lugar! Mas escolha o seu, e vá até o final, não tente percorrer todos os caminhos.
"Voltaire disse que o céu nos tinha dado duas coisas para equilibrar as numerosas desgraças da vida: a esperança e o sonho. Podia ter acrescentado o riso."
A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com pretexto de justiça.
Aquele que te convence a acreditar em absurdos também te convence a cometer atrocidades.
Nota: No pensamento original, Voltaire escreveu "injustiças", em vez de "atrocidades".
...MaisÉ proibido matar; portanto, todos os assassinos são punidos, a menos que matem em grandes números e ao som de trombetas.
A fé consiste em acreditar quando está além do poder da razão acreditar. Não é necessário que uma coisa seja possível para que nela se acredite.
Todo homem é uma criatura da época em que vive e poucos são capazes de se elevar acima das ideias da época.
Os médicos são homens que prescrevem remédios que pouco conhecem, para curar doenças que conhecem menos ainda, em seres humanos que eles desconhecem inteiramente.
Sempre fiz uma prece a Deus, que é bem curta. Ei-la: Meu Deus, tornai meus inimigos bem ridículos! Deus me ouviu.
É perigoso estar certo sobre questões nas quais homens credenciados estão errados.
Nota: Tradução do trecho "il est dangereux d’avoir raison dans des choses où des hommes accrédités ont tort", presente na obra "Du siècle de Louis XIV". Também costuma circular na internet com algumas adaptações: "É perigoso estar certo quando o governo está errado" ou "É perigoso estar certo em assuntos nos quais as autoridades estabelecidas estão erradas".
...MaisTodos os homens são iguais. A diferença entre eles não está no seu nascimento, senão na sua virtude.
O céu criou a mulher para conter a fermentação da nossa alma, para dulcificar os nossos desgostos e o nosso mau humor, e para nos tomar melhores."