Poemas de Vida Soneto
Soneto da Existência Dicotômica
No rastro da vida, um dilema se esconde,
Por ouro e por sombra, em dúvida me perco.
Nas curvas do ser, o destino que arremesso,
Vale a pena o viver, ou é fardo que responde?
Verdades se ocultam em fé não contida,
Na pressa da vida, a eterna busca insana,
Cada curva, um desafio, na estrada que emana,
Onde a mente batalha, na jornada sofrida.
Mas na sinfonia da vida, um regente persiste,
Talento e decência, em harmonia tão rara,
Na dualidade do ser, a escolha declara,
Na ética e na luta, o caráter insiste.
E ao final, na busca incessante do ser,
Nos versos da vida, a essência revela:
Na força do sonho, a alma anseia e apela,
Por um mundo que, em dualidades, devemos percorrer.
SONETO INDIGENTE
Na entranha dos poemas tenebrosos
O silêncio parece ter palpitante vida
E a solidão, sobre a poética refletida
Traz ocos e sentimentos impetuosos
Pela sofrência, em salmos lamuriosos
Sussurra a prosa em uma rima sentida
E a versificação senti tão enternecida
Os cânticos rumorejantes e vultuosos
Em odes sombrias, a privação, o pesar
Ah! soneto indigente, deixai-me livrar
Da situação importuna que tempestua
Priva-me do verso esfolado, crucificado
A aflição, as matinadas, de um passado
Que suspiram na poesia sibilante e nua!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Maio, 16/2022, 18’16” – Araguari, MG
Soneto da emoção da Vida e de um sonho com sentimentos
De esquecimentos a recordações
Mais puro e mais leal
Que estás perto de mim
Quando feliz olho pro mar, quiçá o luar do teu patamar
Amar-te-ei do infinito ao além
Quando eu te vi, eternamente
O meu sonho acontecerá, fatalmente
Tudo que eu fiz foi me contentar
Prisioneiro do teu amor, solto para te amar
Quando eu naufraguei a fundo nesse olhar
Ver teus olhos e teu sorriso de promessas de prazeres, deixes falar a voz do coração
O verdadeiro amor espera uma vez mais, vendo o mundo pousado nas tuas acácias
Dava pra encher as constelações da vida que eu quis pra mim
Anjo, meu tão amado anjo
Meu mundo novamente amanheceu,
Sei que permaneço em ti como sempre foi
Perto de ti, tu devestes aproveitar enquanto estás bem e feliz, ao teu redor
Vivê-lo em cada vão momento
Para além dos teus olhos claros
Perceber do teu amor que és tão gigante, parece um luar, mas lhe falta a loucura do meu amar, afagar e acatar
Olhos doces os teus, com esse olhar de você
Afinal de contas, por muito tempo andei contra o vento,
Lindo, se fosses louco por mim, deixastes eu respirar o mesmo ar do teu e descobrir a emoção de estar contigo
Voltarias a correr a montanha russa do teu amor que pulsas
Inventaria um sol só para te admirar
Te daria tudo por teu mundo e nada mais
Faz de conta, a emoção ainda é precisa
Meu mundo e nada mais, são meros sentimentos da vida, perfumes, das flores, das paixões e de cacaus.
Soneto Petrarchan para Rodeio
Um Soneto Petrarchan
para fugir da vida vã,
Se sentir satisfeita
com o canteiro de Hortelã,
Agradecer ao tempo
pelo seu amor eterno
a todo momento
e pelas flores azuis
celestiais sobre Rodeio.
Menina, a vida te presenteou com o teu belo sorriso e a riqueza de ser quem você é. Então, levanta, vai espalhar esse teu sorriso lindo, sendo você mesma e não o que os outros querem.
DESEJO MUDO
Deixa que a dor da vida enfim cante
O amor que é teu sol maior que tudo!
Nada é tão mais perdido, contudo,
Deixa que se perca teu corpo infante!
Deixa que aos astros teu amor levante
Na insanidade do teu prazer agudo!
E, infame, ao teu desejo mudo,
Mostra de insano teu coração amante!
Deixa em mim o teu luar mais cheio
Além do querer em que te vivo e canto,
Longe dos versos que te vivo e leio...
Deixa o teu amor tão sem dor enfim...
Pois, se te amar é doer, é tanto,
Que perca e que seja essa dor em mim!
CHEIRO DE CERRADO
Quando a alvorada chegou, eu fui a janela
Sentei-me. O horizonte abriu, a vida arfava
Eu, ao vento, atraído, a essa hora admirava
E estaquei, vendo-a esplendorosa e bela
Era o cerrado, era a diversidade em fava
Céu róseo um mimo! A arder como vela
De pureza singela tal qual uma donzela
Que hipnotizava a alma, eu, observava
Então me perdi no perfume que exalava
O olhar velava com pasmo e com tutela
Aí, hauri toda a essência que fulgurava
E agora, fugaz, lembrando ainda dela
Sinto o cheiro, que na memória trava
Da alvorada do cerrado vista da janela
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
ELA
Ela me afoga, ela me traz à tona
Ela me me mata e traz de volta a vida
Ela me acolhe e cuida e me abandona
Prende, encurrala e mostra-me a saída
É ela quem acende a luz nas noites
E apaga a escuridão no amanhecer
E acaricia-me com seus açoites
E me maltrata com seu bem-querer
É ela a minha musa mais dileta
Ela é meu rio: curso, leito e borda
É ela o meu trajeto, a curva, a reta
Que guia-me nos sonhos e me acorda
Que quando estou vazio me completa
E que quando estou pleno me transborda!
Oldney Lopes©
FUGAZ
Amor de sonho e vida e de esperança
Que por ventura e gáudio logrei tê-lo
Foi sonho e vida que curtí com zelo
Com esperança firme e confiança
Mas triste é amor que morre em tenra idade
Que é de um sonho, quando cessa o lume?
Que é da vida, evolado o perfume?
E da esperança, cessada a vontade?
Percebo deste amor o esvoaçar
Enevoar, perder-se na distância,
E dissipar-se em prantos eternais
É sonho - esvaído ao despertar
É vida - envelhecida já na infância
Esperança - chamada nunca mais!
Oldney Lopes©
CRIVO
Não meça a vida pela duração
Em anos, meses, dias ou em horas
Mas pela intensidade em cada ação
Que faz do seu viver soma de "agoras"
Pois resta após as voltas dos ponteiros
Da ampulheta esgotada toda a areia
O que se produziu pelos canteiros
Plantios, sementeiras e colheitas
Perceba que em essência amor é vida
E o tempo cronológico é um crivo
Que faz a vida em vão se esvaecer
Então abane o pó, sopre a ferida
Tente viver bem mais do que estar vivo
Cuide de amar bem mais do que viver
Oldney Lopes ©
E O VENTO LEVOU
(Edson Nelson Soares Botelho)
O amor só acontece uma vez na vida
Ele chega sem hora marcada
Assumindo o controle total do coração
Queimando com o fogo da paixão
Você começa a sonhar acordado
Achando que tudo é possível
Acreditando em todas as promessas
Você se considera a pessoa mais feliz do mundo
Passando por cima de todas as regras
Dia e noite, grudado na pessoa amada
Pensando que tem o controle total
Satisfazendo todos os seus caprichos
Até chegar o dia de você perceber
Que amou demais e nunca foi amado
DO OUTRO LADO DA VIDA
(Edson Nelson Soares Botelho)
Paixão da minha vida, tua voz a falar mansamente
Tive a certeza que estava diante de um grande amor
Nunca esquecerei, quando ouvi de ti a frase eu te amo
Foi como um borbulhar de emoções dentro do meu coração
Hoje quando digo eu te amo, e ouço de ti a mesma frase
Sinto essa emoção como se a cada dia, fosse uma vitória
Diante de todas as tribulações, a frase eu te amo
Eterniza no tempo, como um hino da vitória
Superamos todos os obstáculos da vida
Pisamos em espinhos, mas nunca nos deixamos.
Estamos ligados pelo amor para sempre
Eu não quero nunca te perder, mas se for do destino
Que tenhamos que nos separar pela morte
Ficaremos na eternidade, na luz desse grande amor
UM FIO APENAS...
Há um fino fio a segurar o amor de minha vida...
Tão tênue quanto o amanhã _ Anseia e apavora
Nada ampara. Nada jura. É emaranhar de dúvida
E meu Deus, este "talvez" consome e devora!
E apesar desta perplexidade, vive,fiel a si mesmo
Alheio à indiferença constante, má e impiedosa
Num acalento de doçuras, ao vento e a esmo...
Sentimento que sangra ao espinho.Cuida a rosa.
É insubmisso. Acalenta, só, toda a larga devoção
Enquanto voam gaivotas sobre um mar de sonhos
Tortura a alma. Desejos da voz, do toque_ Canção!
E os dias, voam loucos de encontro à cousa alguma
Tempestades de saudades arrastam todos os risos
Um fio de seda à sustentar,só, um mundo de ternura.
Elisa Salles
( Direitos autorais reservados)
Ao meu grande amor.
Na penumbra da noite és o luar,
Que ilumina as trevas da minha vida,
Onde teu doce e ternurento olhar
Renova minha esperança perdida.
Sinto a pureza do teu grande amor,
Sem laivos de interesse ou ingratidão.
Pois em ti há um intenso calor
Nos deliciosos beijos de paixão.
Temos longo percurso para viver,
Cheio de diferenças e incertezas
Que podem causar algumas tristezas
Relevadas na grandeza do ser
Onde palavras de sabedoria
Por ti serão ditas, minha Sofia.
O nome é vida
O sol que não me pertence
A lua que nunca foi minha
As estrelas que observo
E a terra na qual eu vivo.
O mundo onde há a minha água
O solo onde eu fertilizo
Os animais que eu cuido
E os caminhos que eu crio.
O fogo que me machuca
A escuridão que me sufoca
A depressão que me enfraquece
Sou frágil e sou suportável
Temo o meu oposto, a morte
Chamo-me vida, prazer em fazer você existir.
SABER
Talvez sonho, que de ti eu soubesse
Que no fado no cerrado aqui estaria
Pois na vida o escrito tem o seu dia
E não adianta querer outro na prece
Contudo, o fato é que se envelhece
Um logro, pois envelhecer não devia
Cria-se ausência, e a casa fica vazia
Quando da parceria mais se apetece
E se perde o entusiasmo da alegria
Sozinho, a saudade não nos aquece
A atitude só quer estar na nostalgia
No certo, paga-se o preço, e agradece
São as prendas de se obter a sabedoria
Saber, dá alforria e harmonia nos oferece
Luciano Spagnol
21 de junho, 2016
Cerrado goiano
DOLOROSA VIA
O tempo me fez velho e derreado
Já não respondo aos vários limites
A vida agastada perdeu os convites
Os sonhos de mourejar hão curvado
O corpo na ação perdeu o apetite
E assim vou num choroso estado
De lamúria triste e olhar cansado
Enfraquecido na força sem rebite
E o insistente querer, ainda espera
Da vitalidade, poesia e viva quimera
Para velejar nas nuvens da ventura
Nestes trilhos deixo o carril da sorte
Até que eu baste no portão da morte
E vá estar na paz lúgubre da sepultura
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
Parodiando Pe. Antônio Tomás
Qual o tamanho?
Daquele que sinto que é o amor.
Cabe nós dois?
Cabe a nossa vida inteira!
Cantamos então esta oração,
Numa legenda tão extensa!
Que codifica a imensidão,
Da nossa alma em união.
E te chamo, Coração!
Vamos dançar, cantar e nos amar.
Temos uma vida inteira!
Porque o nosso amor,
É juntinho, sem espaço,
E sem ponto final...
TESTEMUNHO
Vida! Caminho deserto onde ando;
Agreste de sentimento amargo...
Vales e ondas, inútil, vai vagando,
Aos pés de mim o amor que trago!
Existência! Não sei eu até quando...
Advirá em águas o grande lago;
Baldadas lágrimas, rio dum afago;
Estrada infinita que vou rogando...
Balbucio demência, já a tanta dor...
Voz oculta em meio à sombra fria,
Já não me vale o temor dum grito.
Brado que não mais ouve o amor
Sob as rochas quietas à luz do dia,
Dentre à luz do sol, que já é mito!
LAÇOS
Tantos sentimentos me perseguem...
E nesta vida em que eu vou passando
Céus inteiros me clareiam, quando
Todos os de bom amor me seguem...
Com a voz do infinito eu vou cantando
As melodias dos que não temem,
Dos que, nos louvores, prevalecem
Nos maus das noites dispersando...
Eu anseio qual se afia prudentemente,
O que não se firma em mau intento,
Que não se deixa amar secretamente.
Pois que os sentimentos nesse mundo,
Não inquire tudo o que se vai vendo...
Mas anseia o coração, que é profundo!