Poemas de Victor Hugo

Cerca de 300 poemas de Victor Hugo

Tudo o que o rodeava, aquele jardim pacífico, aquelas flores odoríferas, aquelas crianças ruidosamente alegres, aquelas mulheres graves, e simples, aquele claustro silencioso, penetrava-o lentamente, e a pouco e pouco a sua alma compunha-se de silêncio como o claustro, de perfume como as flores, de alegria como as crianças.

Myriel teve que resignar-se à sorte de todas as pessoas que chegam a uma cidade pequena, onde é maior o número de bocas que falam do que cabeças que pensam.

A catedral era tão familiar ao corcunda que este se encontrava em todas as partes. Em tudo se via o homem que amava. Ele era a alma do monumento.

Victor Hugo
HUGO, V., O Corcunda de Notre Dame

Existia entre os personagens grotescos esculpidos na parede um de quem Quasímodo gostava mais e com quem às vezes conversava. Uma ocasião a cigana ouviu-o a dizer: - Oh! Porque não sou de pedra como você!

Victor Hugo
HUGO, V., O Corcunda de Notre Dame

Ter um sorriso que - ninguém sabe a razão - diminui o peso da cadeia enorme arrastada em comum por todos os viventes, que queres que te diga? É divino.

Homem ao mar!
Que importa! O navio não pára. O vento é suave, e o navio tem rumo a seguir. Portanto, avante.
O homem que caiu ao mar desaparece, torna a aparecer, mergulha, sobe a superfície; grita; ninguém o ouve. O navio, estremecendo com a violência do furacão, vai todo entregue à manobra; os marinheiros e passageiros nem mesmo vêem o homem submergido; a mísera cabeça do infeliz é apenas um ponto na enormidade das vagas.
São desesperados os gritos que o desgraçado solta das profundezas. Que espectro aquela vela que se afasta! Comtempla-a, vê-a convés com os companheiros; pouco ainda antes, vivia. Que teria, pois acontecido? Escorregara, caiu; acabou-se.
Debate-se nas águas monstruosas; debaixo dos pés tudo lhe foge e se desloca. As ondas revoltadas e retalhadas pelo vento rodeiam-no, medonhas, os rolos do abismo arrebatam-no, a plebe das vagas cospe-lhe às faces, e confusas aberturas quase o devoram; cada vez que afunda entrevê precípicios tenebrosos; sente presos os pés por desconhecidas e horrendas vegetações; as ondas arremessam-se umas contra as outras, bebe a amargura, o oceano convarde empenha-se em afogá-lo, a imensidade diverte-se com a sua agonia.
O homem mesmo assim, luta.
Diligencia defende-se, intenta suster-se, emprega todos os esforços, consegue nadar. Ele, força perecível, de repente, exausto, combate a força que é inesgotável.
Onde está o navio? Muito longe. Mal se avista nas lívidas sombras do horizonte.
O mar é inexorável noite social, onde a penalidade lança os condenados. O mar é a miséria imensurável.
A alma, em tal báratro, pode tornar-se cadáver. Quem a ressucitará?"

Victor Hugo
Os Miseráveis

País da safadeza onde ninguém ama ninguém, sinônimo de amar é andar de Citroen.
O amor é existente então trate de procurar, em meio a toda essa miséria tem salvação ao seu olhar.
Não desista, levante a cabeça e siga com fé, apesar de todas as tristezas algumas pessoas te querem de pé.
Ame,viva e não deixe de agradecer, são as coisas simples que vão completar você.
Se um dia não aguentar prosseguir lembre que já esteve pior, se esse for o seu pior momento sabe-se que haverá o melhor.
Não desista de si mesmo isso não vai adiantar, além de todos se entristecerem você não se sentirá melhor.

Já que não tem nada para dizer...
e nem para escrever.
Estou fazendo isso ...
Poeta tem mesmo essa mania
de rima as poesias...!

Quando não tem nada para fazer
vou logo escrever
minha grandes poesias...
fico sem idéias como agora
mais logo lembro...que poeta rima e faz na hora

Não volte

não, eu não quero ser falso
quero dizer-te que ames
ames um outro alguém
ame outros braços
ame talvez outro coração
sejas feliz

se for preciso, não volte
não lhe quero por perto
eu amei-te
amei-te muito
talvez amei
como nunca amei ninguém

porque tanto sofrimento?
porque amaste-me?
porque enganaste-me?
não, eu não quero sua volta

vendo você passar
eu distraio-me
penso em todas lembranças
que hoje não sobram nada

meu coração ainda é tolo
e sempre acreditou
que tudo era verdadeiro
que nada teria fim

eu sofri
eu aprendi
eu vivi
eu cresci.

Sociedade oculta

é doentia
mas escrevem poesias

são loucos
porém são poucos

sou eu
é você
somos nós

somos crianças felizes
querendo colo
carinho
amor

um pouco de safadeza
anjo
demônio

vivem em festas
não preocupam-se com futuro

querendo sempre tudo
mas não fazendo nada
a espera de milagres

a espera de luz
apenas resta-nos a escuridão

neste eterno mundo
nesta sociedade de rebeldia

loucura
loucura total
aonde chegaremos
afinal?

“Dizem que as coisas sempre mudam. Que sempre há de ser eu e você. Sempre tentam dizer-nos que o amor é lindo quando amamos. Dizem todas as noites que talvez sejamos o casal mais lindo deste mundo. Mas nunca dizem: E se tudo acabar?

É cada um para o seu lado, tentando esquecer aquela dor tremenda que jamais há de sair de nossos corações. Aquela dor insuportável e incurável de ver a pessoa, que sempre dizia que queria ser feliz em seus braços, mas ela conquistou a felicidade em outros. Eles tentam ver sempre ver o lado bom, mas nunca lembram-se, que o lado ruim também existe.”

Pensamos que a saudade foi feita pra machucar, mas os dias se passam e vemos que ela é a mais certa de quanto gostamos de alguém!...

Entre um governo que faz o mal e o povo que o consente, há certa cumplicidade vergonhosa.

Ter mentido é ter sofrido. O hipócrita é um paciente na dupla acepção da palavra; calcula um triunfo e sofre um suplício. A premeditação indefinida de uma ação ruim, acompanhada por doses de austeridade, a infâmia interior temperada de excelente reputação, enganar continuamente, não ser jamais quem é, fazer ilusão, é uma fadiga. Compor a candura com todos os elementos negros que trabalham no cérebro, querer devorar os que o veneram, acariciar, reter-se, reprimir-se, estar sempre alerta, espiar constantemente, compor o rosto do crime latente, fazer da disformidade uma beleza, fabricar uma perfeição com a perversidade, fazer cócegas com o punhal, por açúcar no veneno, velar na franqueza do gesto e na música da voz, não ter o próprio olhar, nada mais difícil, nada mais doloroso. O odioso da hipocrisia começa obscuramente no hipócrita. Causa náuseas beber perpetuamente a impostura. A meiguice com que a astúcia disfarça a malvadez repugna ao malvado, continuamente obrigado a trazer essa mistura na boca, e há momentos de enjoo em que o hipócrita vomita quase o seu pensamento. Engolir essa saliva é coisa horrível. Ajuntai a isto o profundo orgulho. Existem horas estranhas em que o hipócrita se estima. Há um eu desmedido no impostor. O verme resvala como o dragão e como ele retesa-se e levanta-se. O traidor não é mais que um déspota tolhido que não pode fazer a sua vontade senão resignando-se ao segundo papel. É a mesquinhez capaz da enormidade. O hipócrita é um titã-anão.

Victor Hugo
O Sofrimento do Hipócrita

Meus amigos, nunca digam que há plantas más ou homens maus. O que há são maus cultivadores.

Victor Hugo
Os Miseráveis

Se você me ama do jeito que eu te amo e se eu amar você do jeito que você me ama nosso amor será eterno.

O Tempo.

O tempo que corre quando te vejo
O tempo que para quando te perco
Há... Esse tempo
Tempo traiçoeiro...

O tempo que me faz sorrir
O tempo que me faz chorar
O tempo que me faz esquecer
O tempo que me faz lembrar
O tempo que me faz querer
Ficar todo tempo com você!
O tempo que me faz querer
Escrever versos pra você

E você sabe
Que você é meu tempo
Minha hora
Meu minuto
Meu milésimo
Meu segundo.

"O coração mais puro. O amor mais lindo. O sorriso mais sincero. A palavra mais bela. Não valem nada, quando o caráter é inválido."

Marius tinha sempre dois trajes completos; um velho, "para todos os dias", outro novo, para as ocasiões extraordinárias. Ambos eram negros. Tinha só três camisas, uma trazia vestida, outra estava na cômoda, e outra na lavanderia. Renovava-as a medida que iam ficando usadas. Mas como estava quase sempre coçadas, abotoava o casaco até o pescoço.

As quimeras nele e sobre ele, a nuvem noturna, cheia de faces confusas, atravessava-lhe o cérebro.