Poemas que falam da tristeza e da dor de maneira poética
Magoei.
O homem que mais me ama, mais luta por mim, mais me apoia, que é mais família do que parente. Eu o magoei.
Com conversas inúteis com gente que não leva nada a lugar nenhum, que não se importa comigo e que tão pouco vai querer se dar o trabalho de todo dia pedir a Deus que me abençoe e me guarde que nem ele.
Mas ele, é tão bom comigo, que me permitir a redenção: ser um novo eu, daqui por diante.
A confiança se perdeu, mas um dia ela vai voltar. Acredito que vai ser no dia em que a gente chegar do trabalho, se encontrar na nossa casa, abraçar nossos filhos e perceber que a gente é feliz, é família, é amor.
Eu espero muito que esse dia chegue logo e que até no dia do julgamento, a gente esteja junto, pra sempre.
Dilúvio
Olhei para o céu nublado
com os meus olhos também nublados.
O tempo fechado.
O coração machucado.
Tudo anunciado.
O meu dilúvio havia chegado.
Por vezes fui levado.
Caminhando triste, angustiado.
O dilúvio não cessava.
Os meus olhos, cansados ficavam.
Por dias e noites na chuva eu me vi.
Mergulhado em lágrimas que só eu via, só eu sentia.
Mergulhado na saudade que me invadia,
em medos e incertezas que não partiam.
Preso à angústia que me afligia.
E mesmo que eu tentasse sorrir
para afastar o que eu sentia,
no fundo eu sabia
que ainda sim dilúvio eu seria.
Aquilo que me asfixia à alma, que prolonga o meu alento, que mistura os pensamentos, que me tira de viver.
Como o nada pode doer tanto, como aquilo que não se ver posso sentir, como sangra o meu corpo à dentro, sem que eu deixe de existir.
Os olhos vermelhos se escondem atrás de uma lente preta, que culmina toda a dor, que tira a minha verdade, que deixa meu mundo incolor.
Os meus passos nunca mais andaram em silêncio, a todo canto que prossigo posso escuta-los, talvez eu já esteja enterrado, mas ainda não me mataram.
Melancolia
És linda triste,
Ainda que insiste
A me fazer deprimir,
Reter o meu sorrir!
A pensar me fazer
Que amar é morrer
De desgosto e decepção,
Sem gosto para a paixão
Que nos dilacera o peito
Como uma fera tem feito!
Amarga melancolia,
Larga de apatia,
Longa de temores,
Prolonga as dores
Que em meu seio tenho
E os anseios que venho
Tentando superar,
Procurando achar
Sozinho sem sorrir,
Caminho a se seguir!
Bela tua tristeza;
Singela natureza
De madrugadas insones,
Transformadas em ciclones
De sentimento e emoção
De dentro do meu coração
Pesaroso e sombrio ―
Amoroso, mas frio!
Destrói-me; faz-me chorar!
Corrói-me; traz-me um ar
Pesado sobre a minha mente,
De enfado, e a encobre totalmente,
Desejando tão somente a morte,
Deixando de ser quente e forte!
O riso se transforma em pranto!
Um sorriso se forma no canto
Do rosto, todo ele amarelado
De desgosto do modo levado
Que tenho vivido minha vida!
No cenho abatido, linhas doridas
Tão cedo trazidas de mordaz sentimento!
Coração ledo na lida, mas sem mais alento!
Melancolia que me toma, fazendo triste
Melodia que se forma sendo que inexiste
Agora em mim, esse terrível sentimento!
Hora do fim, desse sensível esgotamento.
A CRIAÇÃO DOS NÚMEROS
No princípio criou Zero seu primeiro filho. A ele designou a honra de ser chamado "Um", sendo o único a torna-se coberto de amor até o fim de sua existência.
Eles viveram longos anos de felicidade, mas o Um achou-se único, e seu ego aumentava cada vez mais. Para não perder seu único filho, Zero trouxe a vida ao número Dois, que casaria com Um; feito e criado com um único intuito, amar e dissipar o ego de Um.
O tempo tornou a passar e o número Um não estava 100% satisfeito com a sua companheira. Motivado por seu enorme ego, começou a se imaginar com outra criação. Foi então que surgiu o número Três, criado pelo amor advindo da expectativa, sem passar pelas mãos do criador. O criador, ao perceber o que havia acabado de acontecer, se espantou, mas teve misericórdia do número Três e o deixou viver.
O Um muito amou os dois outros números, mas o criador percebeu que em uma relação a (três), sempre alguém saí ferido, corrompendo todo o amor da criação. Zero então pediu que Um escolhesse, e ele escolheu! Escolheu a número Dois, mesmo tendo criado o número Três.
A tristeza sufocou a alma de Três. Ela estava abatida, aflita e decepcionada. Sua dor era tamanha que chegou aos pés do criador(0), esse tomado pelo senso de justiça rompeu seu círculo perfeito, estabelecendo a partir daquele dia que os números seriam infinitos.
A ÓRFÃ
Sou órfã desde que nasci. Cresci e me apaixonei por um garoto, este, nasceu numa família estruturada. Se datava de uma manhã de 18 de novembro, tínhamos marcado de se encontrar na cafeteria que ficara há 8 metros de sua casa, mas ele novamente não apareceu, deixando seu bilhete de desculpas; um alento, seu vigésimo bilhete. Muito demorei para entender a razão de nunca tê-lo deixado; isto se dava por motivos que estavam impregnadas as minhas vísceras e perpassavam despercebidas aos meus olhos. Nunca o abandonei, por já ter sido abandonada. Nunca o deixei, por já ter sido deixada. Nunca o esqueci, por já ter sido esquecida! Contudo, abandonei a mim mesma permanecendo em algo que só me trazia dor, e me desculpe, não sou mais órfã.
O CARRO VERMELHO
As pessoas não entendiam o porquê do meu choro incessável. Certamente, essa incompreensão se dera, pois, havia eu acabado de vivenciar o mais puro livramento de vida, ainda assim, isso não anulava nem um pouco a dor que me foi causada no acidente. Naquela maca de hospital pude perceber que pior do que não receber o amor da forma que compartilha, é ser enganado pelo próprio "amor". O carro da ilusão uma hora há de atingir um limite de velocidade tão alto que será impossível não bater em algum obstáculo, e foi isso que me ocorreu; lá estava eu, atravessando a rua, quando você veio descontrolado e me atropelou. Confesso que as cicatrizes ainda doem. Quando te vejo me olhar, enquanto estou sem fala e paralisado pelo gesso que envolve todo meu corpo, a única coisa que meus olhos refletem por você é aversão e desprezo. Mas, deixe-me encerrar esse relato da forma que queres. A culpa não é sua! Eu que lhe presenteei com o carro, que carinhosamente por ser vermelho, você chamou de coração.
BICICLETA
Por muito tempo andei com rodinhas, mas havia no meu destino, a lição de perdê-las antecipadamente. A vida, então, arrancou de mim as rodinhas que me mantinham equilibrado, e somente cai, cai e outra vez cai. Eu não tive escolha a não ser me entregar ao chão, conviver com ele diariamente, me abraçar no ardor da carne viva. Certa feita, a vida, enquanto me consolava como todas as outras vezes, teve misericórdia, e eu enfim aprendi a andar de bicicleta. As pessoas me viam andar tão bem, mas não sabiam de um terço das cicatrizes que ficaram no meu corpo após as quedas.
Eles admiram a minha força, mas se eu pudesse ter escolhido, jamais escolheria aceitar que tirassem as minhas rodinhas.
O CAMPEONATO FORWARD
Seu esporte favorito sempre foi "corrida". Confesso que nunca gostei de correr, mas por você, e somente por você, eu corri naquele dia. Os olhos do público voltavam-se para o campeonato. A corrida mais aguardada do ano acabara de começar e você era um dos meus "adversários". Principiei a correr, diminuindo e aumentando a velocidade para te alcançar, mas quanto mais eu me aproximava, mais você ansiava atravessar aquela linha de chegada. Essa foi nossa maior diferença. A todo momento você sempre quis estar um passo a frente de mim, e talvez realmente estivesse, mas quem disse que eu estava participando dessa disputa de ego?
Minha vida aos poucos perdeu o querer. Vivo em coma, sobre o automático. Curo, mas não sou curado.
Entre as vastas personalidades que criei, já não sei quem sou, o que quero e o que me mantém a viver. Eis que agora rasgo o véu e enxergo as verdadeiras cores desse mundo. Bendita é a ousadia que me envolve a noite, maldita é a covardia que me agarra ao amanhecer.
Vejo as cobras rastejarem e logo em seguida subirem pelas minhas pernas, se algo aqui me põe a viver, é o amor pelos que me amam, e a esperança de encontrar, por eles, a saída dessa selva.
Alguém pode ser legal com todo mundo
E contigo ser diferente.
Não é que mereças,
É "santo que não bate" e só tu, sentes.
Não adianta contar ao mundo,
A dor que sofrera e te repreende
Afasta-te e sigas, teu caminho
Ao lado de quem te compreende!
PREMONIÇÃO
Meus batimentos perdiam a força a cada dia que se passava. Você vinha me visitar, dava-me um beijo na testa e colocava mais uma flor ao lado da minha cama. Para você, todos aqueles gestos externavam seu amor por mim, mas nunca fôra isso. Nos últimos meses antes do diagnóstico, você nunca me deu uma flor, nem se quer um beijo na testa, tudo que sentia ao seu lado era ausência de calor.
Diariamente, deitada e enfraquecida, observei você achar estar me amando, quando a única coisa que eu enxergava em tudo aquilo, era alguém se culpando pela minha doença, alguém tão egocêntrico a ponto de achar ser a cura daquilo que não se cura. Seu coração palpitou por mim, mas não foi de amor, foi paixão. Economize essas rosas e os beijos na testa, ainda não estou morta.
Quando me machucar, terás de ver os meus cabelos se enlearem pelo coração. Meu dulçor não ultrapassará aqueles fios. Somente sentirás meu cheiro e entenderá que não é fácil penteá-los de volta.
As lembranças boas não cicatrizarão meu coração, pelo contrário, hão de alimentar ainda mais as feridas, a indignação, a raiva que me foi oprimida. Esse é o preço que se vale de um bom coração, sendo ele oito ou oitenta, ou ama-te ou te mata.
RAZÃO E EMOÇÃO
Sempre prezei pela justiça, mas meu julgamento não lhe foi justo. Talvez por isso a razão e a emoção, não se devem misturar.
Tudo que fiz foi baseado na expectativa, e não em quem de fato você era. Talvez por isso a razão e a emoção, não se devem misturar.
Não te tratei como todos, pois nunca te vi como todos. Aos meus olhos você brilhou em meio a multidão, mas te julguei nos meus parâmetros de sofrimento. Talvez por isso a razão e a emoção, não se devem misturar.
Se pudesse agora te falar algo, nada falaria, somente olharia nos teus olhos, enquanto fôssemos envolvidos pelo silêncio. Talvez assim a razão e a emoção, não conseguiriam se misturar.
O GRITO
Quando o embrulho do estômago é mais alto que as formas de expressão, as palavras não me saem tão belas nem tão pouco formais, vejo-me ser atordoado pelas minhas próprias escolhas, todas baseadas na tolice da ingenuidade. O que mais quero é gritar até que todos aqueles ouvidos que me trazem tanta confusão, sufoquem em silêncio. Assim sou! Vendido por minha natureza selvagem, não mais atraído em satisfazer. Se tudo isso não lhe é correto, que se foda seu conceito ultrapassado. Rasgue-os na minha frente, eles não servem para mim.
A MENSAGEM
Todas às vezes que minha carne ansiar voltar para você, lembrarei das vezes em que me fez sentir-se louca, das vezes que vi você seguir, enquanto permaneci estagnada te esperando. Lembrarei de quando me aproximava de você e sentia meu coração pulsar, a ponto de perceber o sangue correr pelas veias. Recordarei de quando achei que todo meu estômago revirando, fosse as borboletas no estômago que muitos falavam, e enfim aceitarei, que por maior que seja o meu amor por você, nenhum arrependimento poderá apagar a dor que senti e que agora sinto quando estou ao seu lado. Nossa semelhança se bastou a morfologia, assim como a dor e o amor possuem a mesma terminação, teremos a parte igual que nos uniu; ainda assim, seremos extremamente diferentes, no que diz respeito a significados.
A PORTA
Espero que um dia você perceba, aquilo que pude perceber nos dias em que estive ao seu lado. Por vezes, me enxergam como a entrada de um cidade grande, onde passará uma vez e, ainda assim, enxergará vários caminhos para seguir. Se por acaso a vida quiser te levar ao mundo, atravessarás por mim novamente e eu te verei com os olhos brilhando, enquanto choro as lágrimas de felicidade.
Sou a porta de entrada e saída, meu destino é ficar aqui e esperar que me encontrem, mas não hei de permanecer para sempre, minha missão com você foi linda e passageira. Que meu ego não transforme isso em dor e que me lembre no amor, a saudade que tenho de ti.
Os erros são ausências de pensamentos claros e organizados em nossa mente.
Os erros eles educam pela dor.
Você realmente precisa passar a vida aprendendo pela dor?
A CHAVE
Sempre abri portas que não me pertenciam. Fui e sou ignorante demais para entender o princípio que me põe aqui, nessa repetição infinita de um ciclo aparentemente sem fim. Onde está a minha porta? De que distúrbio sofre minha mente fantasiosa, para ansiar tanto o desejo profundo, para saber quem de fato sou no mundo. Resta-me que solte a maçaneta; deixe-me cair sobre o véu outra vez; quero entender o que existe por trás da mente ilusória, do posto fim, que nunca me ocorreu.
Desabafo das 10 horas
Desrespeito, assedio, ofensa, por qual motivação um ser humano se esforça para fazer um outro alguém se sentir assim?
Não consigo descrever em palavras o sentimento que habita em mim, repulsa, nojo, ódio, tristeza e insegurança hora sinto tudo isso por aqueles que me fizeram mal e horas sinto até de mim, do meu próprio corpo por ter passado por isso.
Apesar de saber que a vítima é só a vítima o sentimento que fica guardado no peito e alma é de total impureza, de estar coberto pelo pior tipo de sujeira, só hoje chorei mais do que consegui contar, me odiei e odiei as pessoas infinitas vezes.
Como tirar de mim tal sentimento? Acredito que terei que descobrir e rezarei para que aquilo que senti ninguém mais volte sentir.