Poemas de Ternura
'AINDA HÁ TEMPO'
Ainda há tempo para os recomeços.
Para os abraços apertarem as almas.
Grandes paixões e coisas do coração.
Ouvir a música que vai marcar toda uma vida.
Ainda há tempo para perdoar,
recordar.
Se doar um pouco mais.
Tempo para ampliar horizontes.
Ter um milagre nas mãos e carregá-lo no colo.
Ainda há tempo para beijar os rebentos que tanto nos admiram.
Abraçar irmãos ainda perdidos no tempo.
Ter nas mãos algumas estrelas e cultivá-las para a posteridade...
Ainda há tempo de sobra para as coisas simples que dão prazer.
Jogar pedras nas águas.
Jogar algumas horas de conversa fora.
Fazer amigos nas praças.
Ouvir os idosos falarem das suas experiências de vida.
Apagar as luzes artificiais do coração,
apreciar o luar no quintal e tentar pegar a lua com as mãos.
Não tem quintal?
Tudo bem!
Aprecie-o da varanda.
A mesa está farta?
Reparta o pão e alegre-se em fazer uma criança sorrir.
A fome dói.
Mas a dor maior,
está em ficar no quarto,
trancafiado às escuras...
Use o tempo excedente para enterrar as presunções da vida e do dia a dia.
Deixe de lado a truculência e o desamor.
Esqueça as desgraças do mundo profano que nos faz mais tristes e limitados.
Existe forma melhor para gastar tempo?
Ele está nas mãos,
no presente!
Basta olhá-lo com afinco e atenção.
Ele faz valer justiça.
Justiceiro que não falha!
Não o tranque nas celas cotidianas.
Liberte-o!
Use-o como sua melhor arma sempre que puder.
Não o deixe te tomar de surpresa.
Ainda há tempo,
antes que o tempo te interrompa,
e você não registre o tempo que existe em você...
EM HOMENAGEM A QUERIDAS AMIGAS
AS LINDAS FLORES DE MEU JARDIM!
A vida fora me apresentando vocês aos poucos
E assim foram entrando em meu jardim
Algumas já moram há anos
Algumas há meses
Algumas há dias
Algumas já uma vida inteira
E algumas... Uma eternidade!
Não há como não amá-las... Contempla-las.
Trazem cores... Perfumes e belezas para minha vida!
Pois cada uma tem as suas raras qualidades!
As belas flores de meu jardim!
E assim... Juntas caminhamos
Não importa o tempo e nem a distância
Pois também as carrego a cada uma
Em minhas distancias
Sinto e sou acarinhada por todas também!
São as lindas flores de meu jardim!
Autor... STELA ALVES
Obs.: Texto original escrito em 31 de Março de 2012
Venha à desvendar a crença de uma alma imortal...
Atormenta-me, enlouqueça-me, embriaga-me revela-me, desnuda-me, embeba-me, desbrava-me,absorva-me, sorve-me até minha última gota de vida ou caso contrário serei apenas uma lenda!
Autora A.Kayra
UM SONHO
Certo pedido extravagante
Eu fiz para a estrela mirabolante
Na cauda me levasse ao universo
Ela atendeu ao apelo controverso
Falei com um veloz meteorito
Tão rápido, quanto esquisito
Ouvi com ternura me abençoando
Então, percebi o sol me acordando
Madalena de Jesus
Raios de luz
A noite escura e vazia
Dava lugar os raios de luz que surgiam.
E da vidraça do teu quarto, já translúcida,
Reluzente doutro lado já se fazia.
Afastam-se as sombras
Atiçando este ímpeto voraz.
Mais uma vez desejoso,
De te revelar sem pudor.
E segue firme em tua direção
Insurgindo sob a orla do teu cobertor,
Horas estava de costas,
Horas mostrava teu lindo rosto.
E ainda em teu leito de sono
Cuidava admirá-la um pouco mais,
Pois o tempo que passava tão lentamente
Agora avançava impiedosamente.
E a luz que chegou para tocar teu rosto
Ofuscava-se sob o brilho dos teus olhos.
E esmaecido ao teu reluzente despertar,
Ansiava por acordá-la novamente amanhã.
Edney Valentim Araújo
Dividido por você
Sempre penso em você.
Às vezes combalido pela paixão,
Outrora, melancólico de amor...
Sentindo a ausência da tua companhia.
Ainda que eu possa quebrar as algemas da paixão
Jamais conseguirei romper os laços do amor.
A paixão maltrata o meu corpo na solidão,
Mas o amor devora a minha alma em meio à multidão.
Mergulha-me na angústia de esperar você em nossas vidas.
Não vejo mais ninguém além de você.
Meus olhos abriram meu coração
Para que eu veja somente você.
Ah! Se eu pudesse desprezar o amor.
Que subitamente em um olhar
Revelou-me toda a tua beleza interior.
Eu me apaixonaria por qualquer outra.
Por um lindo corpo... um belo sorriso... olhos bonitos...
Só para ficar com alguém.
Eu então te esqueceria...
Mas o amor nunca morre.
Ele padece e sofre.
Mas de algum jeito,
Ele permanece lá.
Agradeço a Deus de Verdade
Por tamanha Consolação
Enxugou nossos olhos com humildade
Confortou nosso coração
Hoje é dia do Anuário
Dia de Santas Lembranças
Guardadas do nosso Tio Mário
No dia das crianças!
Dê-lhe conforto, carinho e Luz
Sentimos muita saudade
Hoje está ao lado de Jesus
Cheio de emoção e felicidade.
Pai, abençoai os seres deste mundo
Com Vossa Sacrossanta Ternura
No Céu azul do amor Profundo
Semelhante à Vossa Bondade Pura!
Dor...???
(Nilo Ribeiro)
Vivo com uma dor,
que não sei explicar,
sei quando começou,
não sei se vai terminar
ela tem um quê de saudade,
talvez até um vazio,
uma falta de tonalidade,
a palidez de um coração baldio
às vezes engraçada,
outras vezes fatal,
às vezes designada,
outras vezes letal
não sei como definir,
pois é totalmente abstrata,´
às vezes pode florir,
outras vezes maltrata
será mesmo dor...???
às vezes nem sei dizer,
pode ser carência de amor,
ou ausência de prazer
às vezes assola meu pensamento,
outras vezes se esvai,
às vezes fica por um momento,
outras vezes de mim não sai
não deixa cicatriz,
mas marca presença,
às vezes me pega feliz,
outras vezes com impaciência
uma metáfora lírica
para mostrar a minha dúvida,
dor com a força de uma encíclica,
mas com uma ternura lúdica...
'CALAFRIOS'
Permaneces aí prostrado,
herói.
Imortal tal qual meus poemas dormentes.
Anacrônico,
fiz setenta semana passada.
Fantasiando abraços,
crenças.
Destinos grisalhos,
sombra molhada...
Estrelas aportam teus fascínios.
Porém,
caem sem que percebamos,
devorando terras prometidas,
paralisadas!
Enérgico,
seguras meros destinos com as mãos.
Impelindo sonhos,
fincando o divã do alvorecer...
És letal,
ainda não sei!
Mas tenho calafrios na espinha dorsal.
E falo de amor usual aos tantos órgãos fatigados.
Recitando canções diurnas,
sou breve poema.
Épico paradisíaco.
Infernal...
'MURO'
Tenho uma casa com algumas janelas. Mas tenho em especial uma janela. É através dessa que observo profundo e genuíno as pequenas e grandes coisas da vida. Sentado ou reclinado, a vista parece imensa. Vejo mares, rios, lagos, grutas. Porém, na maioria das vezes, avisto uma parede de concreto. A parede é mesmo concreta! Já as tantas águas, eu as aprecio, coloco sobreposições para deixar os dias mais insinuantes e deleitáveis. Mas a 'parede', essa é diária. Tenho vontade de derrubá-la, pô-la ao chão. Comer alguns pedaços de tijolos. Esmiuçar o cimento inerente à minha visão limitada. Mas não tenho impulso, tampouco robustez para colocar uma parede tão bem acertada ao chão...
Mas hoje, meu olhar quotidiano divisou uma aprazente neblina e por trás dela, uma nuvem carregando pingos d'águas. As paredes do muro ficaram encharcadas. Pensei: - já que não tenho marretas, talvez um martelo resolva! E assim o fiz. O muro fragilizado, em poucos minutos transformara-se numa grande ruptura e destroços. A partir de então, pude ver através do mesmo que, havia um outro muro a ser quebrado. E levantando mais a visão, compreendi que havia dezenas de muros para serem derrubados. Foi então que cuspi alguns pedaços de tijolos e voltei novamente para minha visão, já embaçada por tantos muros, mas que agora, precisaria de um tsunami para que êxito eu tivesse nas minhas tantas derrubadas...
'SONHOS'
Nas noites veementes,
tenho você p'ra segurar-me à cama,
enroscando caminhos traçados,
novos atalhos...
Tudo será suavizado,
quando ampara-me aos teus braços,,
e as palavras sôfregas flutuarem,
cultivando metáforas...
Sonho letargias à amada invenção,
e tantos outros axiomas.
Descabidos devaneios,
ter-se tempo à uma nova paixão?
Não sei!
Tudo dura tão pouco.
Talvez - crianças roucas,
amores em vão!
Debruço o paisagismo na velha cama acolchoada,
e a alma,
já cansada,
retangular...
Quer imensidão,
Novos amplexos.
Arraigar o concreto.
Despertar...
'ANTES'
Antes,
o olhar cintilante.
Fitava noites sem despedidas.
Tudo trivial como às seis da manhã.
E os infinitos alvoreceres,
invadindo a alma sob a frágil porta fatigada...
Antes,
o corpo navegante.
Velejava as portas do mundo.
Aprendiz colecionando borboletas,
corridas de ruas.
Sem memórias nas mãos...
Hoje,
a vida dissonante,
desencanta sensações de outrora.
Espalha ruídos,
sentimentos perdidos.
Anseia-se banhos de chuvas,
abraços constantes,
areias no mar...
FELICIDADE?[2]
Minha Mãe perguntou o que é felicidade e eu tentei responder:
Felicidade é uma caixinha de surpresa mãe!
Não tem hora de chegada.
Ela pode estar num abraço apertado.
Num sorriso prazeroso.
Às vezes reflete um amigo ausente que apareceu inesperado.
Na troca de olhares sincero entre as pessoas.
Felicidade pela sua simplicidade,
ultrapassa o entendimento dos homens que a complicam ao extremo.
Felicidade é saber que temos pessoas que se preocupam com a nossa felicidade.
Pode estar distante,
mas na maioria das vezes,
está ao nosso lado e não percebemos...
'TENHO FOME'
O café da manhã não compreende tua falta.
E o almoço,
mero esboço,
repulsa desagradável pelos olhos.
Mesa farta,
e tantos outros tormentos...
Olhar irreflexivo por entre a cozinha abarrotada,
limitada a devoções diárias,
exoráveis.
O estômago,
tritura os inacabáveis espectros ao anoitecer,
criando imagens repetidas...
Martírio zumbidos soando canções aprazíveis,
nuvens carregada pelos ventos.
Pássaros sem moradas,
novas melodias.
Sou sentimentos perdidos na sacada,
manhãs intermináveis...
Tenho fome do infinito,
do abraço colorindo a alma em descobertas.
Da voz suave que perfura uma vida nos seus mais imprescindíveis sentidos.
Fome de você,
transitiva,
aniquilando significados vãs...
'LIVROS'
Tenho livros trancados no quarto,
na sombra dos porta-retratos.
Em caixas escuras,
vagando nas ruas,
estrelas sem brilho,
perdido em armários...
Empoados pelo tempo,
a couraça das capas pouco se vê.
Eclodidos,
com meios-escritos.
Engavetados na ânsia de aplausos.
Inaproveitável nos seus mais belos sentidos...
Folheados pelas traças.
Folhas soltas lapidadas.
Sem interlocutores,
ou apercebidos.
Muitos extravios,
como a vida inesperada...
'SOLO'
Levanto o olhar e não avisto as frondosas árvores de outrora.
Apenas máquinas e homens subalternos.
Traçando suas trilhas sob o solo que os sustentam.
Dementes por destruição.
Com suas minas e pás causando tragédia,
catástrofes do homem ambição...
Sopeado por milhares de pessoas,
o cheiro da terra é infértil.
Estampando ser capazes de escolhas,
mas na verdade são apenas traços,
criados por uma cultura inventada e uma Terra transformada,
latente...
Um homem distorcido tenta se formar na tentativa que o equilíbrio retorne,
generoso como antes,
pré-histórico.
Porém,
no asfalto,
esboços brotam calor,
igual a um pedaço do inferno,
que fecunda a cada geração.
O solo já não é o mesmo,
respiramos evolução,
e o bordão são ciclos modificados,
mal arados,
sem deuses para proteção...
Fui teu…
(Nilo Ribeiro)
Fui teu,
como a luz pro dia,
a Julieta pro Romeu,
o verso pra poesia
fui poesia,
fui verso,
fui dia,
fui universo
fui romance,
fui senhor,
mesmo que não te alcance,
fui amor
fui ponte,
para passar a água,
fui fonte,
para purificar tua mágoa
fui mar,
fui montanha,
fui altar,
fui entranha
fui santo,
fui pecador,
fui encanto,
fui amor
fui ferida,
fui cura,
fui vida,
fui ternura
fui sincero,
fui guardião,
fui eterno,
fui paixão
fui negro,
fui cor,
mesmo no meu degredo
fui amor
fui tudo,
hoje sou outro,
hoje sou mudo,
hoje sou louco…
'ESPERA'
Mãos cruzadas e o olhar breve não vira a noite passageira,
desnorteada.
Ainda respiro a escrivaninha que não perdura.
Olhos intrigam as paixões que rodeiam.
Sou grito,
aflição.
Melodia sem compasso,
noites sem luar...
Mergulho expectativas sombrias,
avulsas.
Permuto passos que conspiram a ação do tempo.
Abraço palavras duradouras,
persistentes.
Tenho excelência pelo azul da aurora.
Relógios que não andam,
aguardos...
Tudo passa tão velozmente.
O coração imóvel ainda pulsa tua espera,
solidão.
Sou criança nas circunstâncias do tempo.
Respiro sequelas.
Murmuro abraços.
Dilacero interrupções,
proteção...
por Risomar Silva.
'BARCO'
Mundo sem continentes,
Fumaças de verbos.
O barco veleja sem linha de chegada.
Ventos sopram abrigos inexistentes,
Embriagando direções,
Satirizando lágrimas,
Velas chamuscadas...
Navegações sob escombros,
Tempo cerrado.
Razão devastada no entardecer.
À procura de tantos mares,
Terras submersas.
Sem tempo presente,
Sentidos microscópicos...
E o barco navega perpetuamente,
Sempre desvairado.
Levando os poucos homens solventes,
Sem almas,
Já cansados.
Á procura de abraços,
Uma ilha qualquer...
'SER PROFESSOR'
Ser professor,
é ser gigante.
Daqueles mirantes que veem o por do sol no infinito.
Força descomunal nos mares escaldantes.
Ensaios vários nos quadrângulos.
Investigador da essência dos homens.
Transformador de mundos...
Ser professor,
é ser explorador de mananciais a serem moldados.
Indagador das naturezas.
Na dor,
é um excepcional 'super humano'.
Com suas dormências,
melancolias...
Ser professor é ter passos largos,
talvez limitados.
Mas sempre em movimentos.
Poço de boas ações rigorosas e flamejantes.
Sorriso no rosto,
trabalho árduo,
Plantando vidas futuras...