Poemas de Ternura

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Cárcere

Estou vivendo este cárcere
Que é o meu corpo
Distante de você.

Minh’alma livre apaixonada
Só me deixa em solidão,
Dia e noite ela vai ao teu encontro.

Não me traz notícias
Não alenta a minha dor,
Apenas se embriaga em teu amor.

Sabe minh’alma embebecida
Que ela é meu bem querer
Do começo ao fim do dia.

Minha amada!...
Ela é a carta de alforria
Que me livra de viver na solidão...

Edney Valentim Araújo

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Contigo

A minh’alma está tomada de amores por ti,
Ó minha flor, ó meu bem querer...
Entrarei nos teus jardins
Pra rouba-lhe um longo beijo...

Onde estão meus pensamentos?
Senão contigo amada minha,
Tu que embalas os meus sonhos
Muito além do que eu possa imaginar.

Amar-te-ei de corpo, alma e coração.

Edney Valentim Araújo

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Eu ei de te amar

Deixe o tempo de existir
Neste mar de sentimentos
Que se vive num momento...
Só eu e minha pequena.

E na ilha desse amor,
Que nos cerque as ondas da paixão
Levados no balanço destas águas
Que nos banham os corações.

E se o tempo insistir em nos flertar,
Saberá ele, ligeiro ou lentamente
Que por toda a minha vida
Eu ei de te amar...

Edney Valentim Araújo

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O saber

Procuro a paz desse amor
Que apascenta a minha dor.
O silêncio do teu coração
Ensurdece meu clamor...
É neste riso frio
Que sufoco meu gemido
No ardor de minha dor.
Se de dia ou de noite
Não importa como for,
Nada faz com que eu te esqueça...
Não há fogo que me aqueça
Se não for o teu calor.
Aquieta-te, oh minh‘alma...
Ela saberá do teu sofrer
Sem de ti compadecer,
Tua aflição sofrerá sozinho
Pra dividir com ela
Só o “saber” do teu amor.

Edney Valentim Araújo

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Cartas de amor

Se eu não falar desse amor a ela,
O que sente, ó minh’alma.
Como saberá do teu amor?...
Se os meus lábios não tocar os lábios dela,
Como provarei dos seus beijos?...
Se os meus abraços não encontrar o copo dela,
Como sentirei o seu calor?...
Se o meu fôlego não buscar o sopro dela,
Como viverei as nossas vidas?...
O grito de minh’alma
Quebra o silêncio dos meus lábios
Nestas linhas tão singelas.
Diga a ela tão distante,
Que me faço junto dela
Nestas cartas de amor.

Edney Valentim Araújo

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Mire meus olhos

Eu não me contentaria
Se tivesse em meus caminhos
Algo mais que você,
Algo mais que o teu amor...

Mais que você
Me sobraria,
Menos que você
Me faltaria,
Bastar-me-ia o teu amor...

Mire meus olhos em teu olhar
Pra que eu não me perca
Nesta nuvem de tristeza
Que me traz a solidão.

Se neste amor não sou eu mesmo
Eu me transformo de paixão
Onde eu vejo meus desejos
Escorrendo em tuas mãos...

Por você eu sempre procurei,
Eu não a teria encontrado
Se não fosse tua morada
No meu coração.

Edney Valentim Araújo

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Semente

Tantos são os amores que me cercam
Mas só um eu desejei e quero,
O amor que não me destes
Quando dele eu carecia...

Eu busco da tua fonte
Águas puras e cristalinas,
Que sacia minha cede
E me banhe em teu amor a cada dia...

Terra seca e vazia
Jaz meu coração perene,
Nestas noites escura e fria
Sem a tua companhia...

Fosse eu semente em teu querer
Fartaria nossos campos,
Terra fértil e sementeira
Com você eu me faria...

Se tens frutos
Não são meus,
Sou semente adormecida
A despertar teu coração...

Edney Valentim Araújo

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Amor perfeito

Vem amada minha!
Ouve os dizeres de um coração
Que te ama intensamente...

Não me solte às mãos
Pra que eu não caia
Em solidão...

Eu me rendo a este beijo
Que me tiram o folego
Em troca de um suspiro.

Deixa junto as nossas almas
Num só corpo, um só coração...
Até que o tempo imperfeito pra nós dois
Se faça perfeito para o nosso amor.

Edney Valentim Araújo

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O que digo

O que digo pra mim mesmo
Se me traz o pensamento
Por arrego e sem sossego
A lembrança do teu beijo?...

Se de noite
Ou de dia
A cama é sempre tão vazia
Sem a tua companhia...

Eu me consumo neste fogo
Que me prende ao desejo
De me entregar ao teu prazer
Pra te amar até o dia amanhecer...

O que faço do meu corpo
Se não tenho os teus abraços?...
O que digo ao coração
Pra afastar a solidão?...

Edney Valentim Araújo

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O amor de minha amada

Ela entra em meu coração
Como quem caminha em seus jardins,
Cerca-me como flores de jasmim
Me envolvendo em teu perfume.

Aberta está minh’alma
Para a minha desejada,
Entre flores e perfume
Eu só quero o amor de minha amada...

O vento que te trouxe aqui
Está distante de mim,
Levou contigo o meu coração
E me deixou-me a solidão...

Sob as sombras dos meus pensamentos
Eu transbordo minhas lágrimas,
Até que meu repouso
Seja o amor de minha amada...

Edney Valentim Araújo

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Brasa viva

O amor que tanto busco
De tristeza e lamento
Se transforma sem você.

Entre flores e espinhos
Eu me vejo tão sozinho
Se não tenho o teu carinho...

É um vazio sentimento
Que se afloram sem contento
Em minh’alma posta pranto...

Se transforma em brasa viva
Que me arde todo dia
Sem a tua companhia...

Edney Valentim Araújo

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Todo tempo

Quanto dura essa dor que quero?
De ter-te ao meu lado incerto
Enquanto não me vem o teu amor tão certo.

O tempo que não apaga os sentimentos
Marca a vida tão ligeira e de repente,
Nestes corpos que se findam
Consumido em fogo ardente de paixão...

Se não tenho o teu calor
Me sobra o desejo de estar em ti,
Nestas águas tão bravias e vertentes
Que correm sempre a ti buscar...

Fosse o tempo um companheiro
Do meu coração ele te levaria,
Mas te trouxe em minha vida num momento
Pra permanecer em mim a todo tempo...

Edney Valentim Araújo

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Escrever

O tempo passa,
As marcas ficam...
Eu faço parte da tua história
Sem entrar na tua vida...
Você, que mora dentro do meu coração.

Quem escreveu o teu roteiro
Não lhe registrou o meu amor,
Mas lhe deu a autoria
Pra escrever a nossa história de amor...

Se em teus escritos
Não me tem por tua vida,
Por te amar assim
É que eu escrevo o meu viver a cada dia...

Edney Valentim Araújo

Inserida por edney_valentim_araujo

'FÉRIAS AMAZÔNIDA'

O vento sopra o inferno. O calor amazônico flutua sob o rio, deixando as pessoas em flamas, desnutrindo-as nos barcos calorentos...

O rio amazonas engole leitos e o abstrato. Os ribeirinhas se aproximam ainda mais das matas, com seus filhos, pescando nos barcos que passam...

As crianças gritam, sons abafados pedindo comida dos céus. De repente a correnteza os ouvem e algumas migalhas vão ficando para trás, flutuandos ao léu...

A Capital tem ócio, tem casas penduradas, como a violência íngreme e diária. O ribeirinha tem sonhos: passar as férias na capital...

Mal sabe do dragão atormentando pessoas, sem água tratada, sem alegria no rosto. Férias tem mais sabor nos córregos, no vento balançando a casa simples de palha...

No paladar arejado, comendo o peixe sem sal. No mergulho diário lavando a alma. Na ausência de tormento e do barulho da cidade grande...

O cosmopolita tem sonhos: passar férias nas terras do ribeirinha...

Inserida por risomarsilva

'RIBEIRINHA'

Vejo o infinito passear nas águas.
À minha frente há paraísos.
Escurece.
É hora de ascender lamparinas ou olhar vaga-lumes,
desmitificando a escuridão...

O peixe está na brasa.
Crianças alegres estão a brincar,
sem ter pressa de chegada.
Sou morada a ver navios,
com suas guloseimas distantes...

Sou acenos,
canoas cortando rios,
a caçula trouxe um pote de doce.
A mesa está farta.
Cantaremos músicas populares para agradecer.
E para que o amanhã seja feliz como o hoje...

Inserida por risomarsilva

'TEMPO, AMOR E MORTE'

Era tão apaixonado. Inclinado por que o tempo não passava. Agora abestalhado, tudo relampeja. Contagem regressiva para os pulmões. Coração pragmático e tão irreal. A vida vai ficando no tempo, abstrato como o ontem...

O Senhor 'Tempo' trouxe tantos amores. As dores só após as partidas [que são muitas] e quando os olhos inclinarem. Dizíamos: 'temos todo o tempo do mundo e um amor para balançar a sorte.' Hoje, reduções vitais, recortes ...

Domingo. Oito da manhã! O amor está dormindo, ainda não acordou para alegrar o lar. Viverás até quando nessa cama? A madrugada ventura calafrios. Sem brio, presos num trânsito ininterrupto e fugaz...

Aprenderemos a lidar com a morte? Nessa recusa do próprio tempo, tínhamos sentimentos e amor, mas com o tempo, quase tudo esvaiu-se pela terra. Mudou. São as leis da natureza sentidas na pele...

No tempo de escola, aprendemos que tudo 'nasce, cresce e morre'. Faltou ensinarmos a amar, coragem para a aceitação do tempo e nas seguidas mortes que nos vêem. Pensava-se: é apenas uma questão de tempo...

Aprende-se: o amor é imortal! Sem nunca termos nascido para tal. O amor vai andando de mãos dadas no tempo. Até que a morte nos separe tênue. Nascemos com o choro e morremos agonizando. Precisamos aprender a viver e aprender a morrer pacificamente. Aceitar o amor no seu tempo, como se fossemos imortais...

Inserida por risomarsilva

LAR DOCE LAR

Nas ruas,
o barulho tardio.
Pessoas atônitas,
andando de um lado para o outro.
Há crianças perdidas.
Observa-se penumbras.
Pássaros voando sob telhados...

Tudo à céu aberto,
cheiros triviais,
desses sentidos no aconchego do lar.
Em flash back,
as feridas vão se abrindo,
uma a uma...

A percurso será longo,
como a acre canção que não finda.
A chegada cortante,
como o rio e seus talha-mares.
Lentamente,
tudo fica longínquo...

Ventos formam alusões,
e o infinito distorcido aparece.
A metrópole dá lugar a paisagens exuberantes.
A cidade vai encolhendo com seus arranha-céus.
O coração distante,
bate descompassado...

Os olhos molhados agradecem,
na esperança que as telas se reiterem,
e os quebra-cabeças regressem um a um como antes.
A saudade vai sendo esquecida.
E o doce lar vai abraçando seu tirano,
serenamente...

Inserida por risomarsilva

TRABALHA A DOR

A TV na vitrine
Casa emprestada
O operário é um cisne no lago
Asas quebradas
Vendendo força de trabalho

Poder na produção
Não pode cansar [de domingo a domingo]
Manufatura em excesso
Recebe migalhas
Declínio no preço...

Ideologia de igualdades
Sutilizados pelo empregador
O sofisma é aparente
O empregador abastece cidades
Com o suor do trabalha a dor...

Monta todas as TV's
Sem descanso no trabalho
Tem suas aparentes metas
Acorda no alvorecer
Assim como borboletas...

Tentando voar com amarras
Sonhando com a imensidão sem limites
Almejando casulo melhor
Mas é apenas robô mecânico
Mero historiador sem história....

Metamorfose agridoce
O capitalismo é uma sucessão da miséria
Mas permanece como se não fosse
Eis a sorte do trabalha a dor:
Explorado por bactérias...

E eis que o trabalha a dor
Continua sem a TV que tanto sonhara
Sem seu feudo para apaziguar o suor
Utopizando a vida genuína
Falácias de quem vence a dor...

Inserida por risomarsilva

'MEU COLEGA DE QUARTO'

Ele sempre chora.
E perde as estribeiras.
Clama pelas razões que lhe sustentam.
Tem o coração do tamanho de um trem,
viajando por vilarejos,
perfeccionado o amanhã,
diferente do hoje...

Sonha com os pretextos,
esquecidos nas janelas.
Tem o coração remendado de razões banais.
Ele sofre,
como o copo quebrado,
perfurando a pele,
fragmentando abraços...

Tolo,
esquece bicicleta nas ruas,
fotografias no chão.
Espera sorrisos que não vem.
E aguarda esperança nos diálogos trazidos pelos ventos.
O presente fez-se maré,
e todos não entendem...

Ele é reflexo,
vidro polido.
Com suas lágrimas intermitentes e diárias.
O quarto está escuro e não se pode vê-lo.
Queria não sê-lo,
e não desejar-lhe imagens diárias.
Meu colega de quarto,
o espelho,
tão singular,
transparente,
sempre foge de mim...

Inserida por risomarsilva

'TE DESEJO O MELHOR, CARO IRMÃO'

Que o amanhã seja melhor que hoje,
e suas esperanças já engavetadas sejam libertas.
A 'liberdade' tem sido tua inimiga,
privando-te de viver razoavelmente a vida,
de sentir as tantas fragrâncias expostas ao nosso redor.
Olha a tua dor como aprendizado e algo passageiro,
lembrando que tu a compartilha,
sem que percebas...

Não se precisa daqueles enormes castelos vistos nos filmes de ficção para ser feliz.
Precisamos cultivar apenas um: o nosso castelo interior.
Que ele seja simples,
aconchegante e de bom grado.
As construções da vida começam com um pequenino tijolo,
depois,
se tiveres foco,
virão as próximas etapas...

Não esqueces de acolchoar a cama [para que ela fique quente] nas noites geladas.
Não te entristeces se sentires muito frio.
Levantas as mãos e pede lençóis.
A 'jogada' estar em dar o primeiro passo,
o primeiro abraço verdadeiro.
A labuta tem que ser diária,
para confortar a alma.
Se o quarto sempre escurece,
janelas deverão ser abertas para que a luz da lua nos ampare,
sem medos ou receios...

Não quero te perder para a ignorância,
nem tampouco para o mundo negro.
Ando triste ao ver esses olhos vendados,
culminando falência de órgãos.
Lembras que,
há como contornar quase todas as situações desarmoniosas da vida e mudar uma história.
Não te fixas em reescrever o presente tão sofrido focado no passado.
Te fixas num novo recomeço.
Vira a página calmamente e sem pressa.
Vê que ela estar em branco,
precisando das tuas mãos com novos pincéis e outras tintas.
Não há erro em recomeçar uma nova história,
uma nova vida...

Inserida por risomarsilva