Poemas de Ternura

Cerca de 2303 poemas de Ternura

FEVEREIRO

A ventania veio com delicadeza de névoa,
indistinta em como os anos haviam sido...
Mas ela tinha tanto amor em seus passos,
e tinha tantas flores na orla do seu vestido!

Só que o orvalho do jardim não resistira,
e caiu triste com ânimo de um moribundo.

A ventania derrubou o orvalho triste...
E ele era a pequena lágrima do mundo.

Inserida por shoran

'A CAIXA'

Debaixo da caixa,
existe uma sombra.
Debaixo da caixa,
só há escuridão.
Debaixo da caixa,
tempestade habita.
A caixa é vazia,
não tem coração.

A caixa é enorme,
ausente de pé.
A caixa é clemente,
ela tem pouca fé.
O grito da caixa,
é desesperado.
Sempre lastimando,
ela chega de lado.

A caixa milagre,
sentindo fadiga.
Plantando sementes,
ela não tem comida.
A história da caixa,
é história não lida.
A história dos homens,
é bem parecida.

Inserida por risomarsilva

Canção do meu olhar

Se meu olhar
te disser além, muito além
do que queres saber, desvia.

Se meu olhar
me trair e deixar transparecer
toda a ternura que tenho por
ti, disfarça.

Se meu olhar
tentar ainda assim te
conquistar e seduzir e o brilho
ardente te incomodar,
dissimula.

Se meu olhar,
em teu olhar, encontrar a
mesma sintonia, por favor,
sorria.

Inserida por VampAry

QUIMERAS POÉTICAS

Poesias são belas colchas de retalhos
Nelas, a imaginação revela ternos sonhos
Criando estes versos, que agora componho
Buscando tocar teu coração por um atalho

E nas terras da quimera brincar nos galhos
Até sentir o olhar de tão leve ficar risonho
Pois pelos traços do versejar eu exponho
A magia que nos banha como o orvalho.

Agora vem, vem a brincar nessa ciranda
Como crianças, ver o sol se por da varanda
E cantar, e sorrir, e dançar, render-se ao tempo

Fechar os olhos, saborear tão raro momento
Para na alma sorver da calma, o sossego
Da mágica Poesia em seu doce aconchego.

Inserida por RitaSaoPaulo

'MEU NOME É RONALDO...'

Meu nome é Ronaldo, sem sobrenomes.
Me fizeram ilusionismo, perpetuo enganação.
Vida privada, sem reflexos, sem nexos, sem pousadas.
Sem identidade, se tivesse alguma, seria servil, oprimido, lacunas.
Desenhei meu mundo, metáforas.
Só entra os ilusionados, patéticos, sem fortunas.

Me batem na cara.
Sem biografia, sem dor.
Esculachado, deito no chão, terra batida, frio na barriga.
Dor corroída, mas de peito aberto.
Tento ser sincero, falar a verdade,
às pessoas mesquinhas, que se deixam enganar.

Tenho que trabalhar, isso desola.
Prefiro donativos e pura cachaça.
Droga de mundo! Sentimento profundo, dá um nó na garganta.
Falo o que quero, tenho pouca simpatia.
No meu mundo fechado e repulsão aparente.
Me deixa dormente com sonhos profundos.

Prefiro o meu eu, do que ser enganado.
Nesse mundo fechado, onde todos sobrevivem.
Pretensiosos e alheios, peito estufado.
Não lembram que vamos, para o mesmo buraco.
Somos todos fiascos de possibilidades.
Onde a causalidade, nos deixa oprimido.

E a alma dormente, me deixa Ronaldo.
Homem coitado, entrar no meu mundo?
Tire sobrenome, da sociedade incólume.
Apegue-se às síndromes, lesione-se aos goles.
Vamos rir dos pobres, contemporâneos doentes.
Da vida diária, presos no tempo, sem proeminentes.

Dos que não têm tempo, de ser um Ronaldo.
A vida prossegue, sem identidade.
Lhe falta coragem, abandone seu mundo.
Se dê um bofetão, pegue artilharias.
Quem sabe a vida, fica mais estimada
Quem sabe ela pare... ou fique calada!

Inserida por risomarsilva

ME RECONHEÇO


É nos teus olhos que me reconheço.

Sou puro sentimento, enraizado, tocante, fascinante, plasmado no silêncio.

Solta, alada, desenrolando a ternura que em brisas de carinho, a ondular ligeira voa, acordo à vida e num ato de plenitude e oração louvo o amor intenso e celebro este momento.

Deusa da felicidade, atenta às nuances do destino, e na ânsia de te dar o mundo, deixo-me levar, me renovo, me movo calma, serena, doce e, tocada de graça flutuo em divina paz.

Inserida por eloahwn123

'LEMBRANÇAS...'

Todas as vezes que íamos ao aeroporto pegar os malote de jornais, seu Artur Martins me perguntara: - Quem descobriu o Brasil?. Eu sempre respondia com afinco: - Pedro Álvares Cabral!. Ele arrebatava: - Mentira! Foram os índios! Eu sempre sorrira da sua resposta. Pergunta e resposta tornaram-se um 'rito'. Rito que ainda sobrevive e perdura até hoje na memória.

Muitas imagens boas marcam nossa infância, mas tem imagens que permanecem inesquecíveis. Éramos dezenas de Vendedores de Jornais. Moleques. Ávidos na luta diária no final dos anos 90. Era comum crianças trabalharem naquela época para ajudar com as despesas da casa. Comecei a vender jornais com nove anos.

Quando me perguntam se eu tive infância, digo que tive mais que isso. Tive uma aventura memorável. Sempre tínhamos uma sopa quentinha com pão francês quando íamos entregar os jornais ao fim do expediente. Dona Célia Martins sempre atendera a todos com sorriso e brilho no olhar. Seus filhos Pedrinho, André e Artuzinho eram amigos de todos.

Sábado e domingo era dia de almoço caprichado. Na sua residência, particularmente no quintal, havia um campinho de areia onde 'jogávamos aquela bolinha'. A recreação era o ponto forte. É onde meus flash se concentram. Lembro-me de irmos por vezes em alguns clubes para as socializações. Banhos em cachoeiras. Jogos em campos de verdade.

Depois de alguns anos sem vê-lo, soube que seu filho Pedrinho havia falecido e que ele entrara numa depressão profunda. Faleceu dia 16 de Novembro de 1995, vítima de um derrame cerebral. Seu Artur Martins foi um brilhante ser humano. Além de jornalista, era árbitro de futebol.

Todos as vezes quando vejo 'bondade', lembro-me da pessoa excelente que fora. Da forma como conquistava tudo e a todos. Lembranças boas não são esquecidas assim do dia para a noite. Elas permanecem vivas porque são imortais.

Inserida por risomarsilva

Quebradiça,
a rua espera lá fora.
E aqui dentro,
ausência,
dor violenta.
Explosão de cristais.

Inserida por risomarsilva

Fale a verdade, seja ela qual for de forma clara e bem objetiva, usando um tom de voz agradável e tranquila, livre de qualquer preconceito ou hostilidade.

Lance um olhar sobre os seus semelhantes de ternura, amor, carinho, amizade, doçura, alegria e sinceridade.

O nosso corpo fala silenciosamente, de várias formas, lembre-se que agindo assim estará semeando... Toda semente lançada, germina, cresce, se transforma, e dará resultados da sua colheita.

Inserida por FabianaFBarbosa

Me ame

Me ame como você quiser
De qualquer maneira
Em qualquer lugar
Mas me ame sempre que puder.

Dê-me seu carinho com suas mãos delicadas
Envolva-me nos seus braços fortes e aconchegantes
Com calma e sem pressa de ir embora
Apenas esqueça-se das horas

Olhe-me nos olhos com ternura
Ame-me profundamente e sem pudor
Quero me perder na aurora
Sem me importar com nada

Ame-me na calada da noite
No breu da madrugada ou no sol escaldante
Ame-me do jeito que for
Calado ou dizendo tudo
Mas me ame de verdade.

Inserida por Rita1602

'SONHOS'

Sempre tive sonhos. Repetitivos. De sonhar com os mesmos lugares. Os mesmos tons. As mesmas pessoas. Os mesmos fantasmas. Paisagens duplicadas. Sonhos bons. De aflições. Já sonhei-os por repetidas vezes. Cinco, dez ou vinte vezes. Talvez mais.

Desde muito tempo, ainda criança, sempre sonhara voando. Com asas. Batendo os braços. Viajei para vários lugares em segundos. Vislumbrando os lugares que ficara sempre abaixo. Com suas luzes amarelas. Centenas ou milhares de árvores verdes. Olhos cerrados pela velocidade do vento. A sensação é extraordinária: Liberdade. Emancipação. Emoção.

Quando acordo e lembro-me que fora o sonho de anos atrás, fico alegre. Pasmado. Sinto-me criança que não degusta doces há décadas. Eles nunca envelhecem. São tão reais. Parece que estive naqueles lugares em uma outra vida. Que fora minha morada. Ou que será. Não sei! Somos tão íntimos...

Inserida por risomarsilva

'A RUA'

Rua,
pintada em grafos.
Afasto-me,
irascível.
Rua imperceptível,
serás sempre imortal?

Tu,
que tanto acolhe.
Coração de mãe,
elo sem fim.
E os botequins,
funeral?

Verdade,
flameja condolência.
Asilo, refúgio,
há vida, valor.
Cheiras rancor,
Porque não bestial?

Quebradiça,
a rua espera lá fora.
E aqui dentro,
ausência.
Dor violenta,
explosão de cristais.

Inserida por risomarsilva

PARTIDA

A partida sem o adeus,
sem o abraço, insólito.
Uma parte se foi e a tarde nublada,
marcou um rastro desalento.
Olhares que disseram tudo
quando a admiração ausentou-se.

As bocas que não se abriram,
e o silêncio que tanto falou.
As escassas palavras em turbilhões,
flutuando com a brisa rara.
A esperança arrumou as malas,
pediu refúgio. Asilo.

A nostalgia permaneceu,
as lágrimas pediram ausência.
Já sem discurso, o tempo fugaz,
transcorreu dolorosamente.
A pulsação da música,
extinguiu-se, retórica.

A dor, que tanto sufocou,
esquivou-se da alma.
Os redemoinhos, sem forças para reerguer-se,
não mais existirá, se auto aniquilará.
Restará apenas, uma breve saudade,
da lembrança, de uma breve partida.

Inserida por risomarsilva

'TEMPO...'

No alto, casa de taipa, coberta de palha e uma paisagem deslumbrante à frente. O rio era enorme e provocava admiração. As casas eram próximas uma das outras. O acesso dava-se por uma trilha, onde, na escuridão, dificilmente se saía dele. Nas noites de lua cheia, sempre nos reuníamos, sentados à frente da casa para ovacionar àquele retrato real. Sentados em 'banquinhos', ficávamos a cantar em coro com a ajuda de um velho violão empoeirado. Nas tardes frias e cinzentas, gostávamos do frescor dos ventos. Eles falavam uma língua que só agora, depois de muitos anos, entendemos.

A vida simples do interior, marcaram nossas vidas. Muitos tiveram sua primeira paixão. O primeiro beijo no escuro. A primeira namoradinha. Eu sempre ficara vislumbrado quando via a mulher dos meus sonhos passando. Divina como sempre, esbanjava sensualidade no andar e sorriso. O amor sempre chega prematuro. Eu a amava. Era a dona das minhas direções e dos meus sonhos. Sempre escrevera poemas líricos em pedaços de papéis e imaginava filhos, muitos filhos.

Por essas e outras muitas razões, sempre digo que sou inimigo do tempo. Ele enterra tantas lembranças. Ora por vezes atormenta. Cura uma ferida e deixa tantas abertas. A vida se vai com ele e quando percebemos, ele nos diz que já estamos caído, trancafiados. Ele escreve ferozmente sua própria linha. E nos leva, não importa para onde, seja para as mais altas nuvens ou para a lama que atormenta. Quem somos? Para onde vamos? O tempo, rodeado de desamparo, nos falará ao ouvido.

Inserida por risomarsilva

E enquanto eu pensar ser superior à você eu serei superior em qualquer lugar, mas não neste mundo.

Douglas Melo

Inserida por douglasmeloideias

Um sonho abriu-se em versos:
Subindo as escadas de meu desejo
encontrei você,
sentada e linda,
imagem divina!
Vestida de poesias em traços de rendas.
Em sua alma de ternura,
melodia de encantos.

Sonho que tanto amei
e apenas encontrei
em teu mais sincero sorriso.
E no brilho das estrelas
que brincam em seu olhar
sereno, céu límpido a me guiar.

De seu coração,
colhi a rosa mais pura:
canção feito candura
Entrego-lhe precioso presente,
o que de mais íntimo há em mim:
Meu ser, meu viver, meu querer.

Inserida por marciabsr

Muito além do decote, existe um coração entre sentimento e pele...
Muito além de pernas, existe um caminhar esguio, por vezes sofrido, tantas vezes cansado...
Além de tanta necessidade mundana, existe um grito ensurdecedor que, roga uma simples precisão, em querer apenas olhos nos olhos...

Inserida por SiResende

Sorrindo
Fazes brilhar as trevas
Chorando
Tu escureces o sol
Cantando
Tristeza não virá
Da vida
Guarda-se o de melhor

O tempo
Ensina qualquer dor
E o amor
Supera tudo enfim
Ternura
É o gesto de se dar
E tens o dom de transformar

Dorme com pureza o teu sonhar
Sonha que outro dia vai chegar
Lembra que o amanhã é todo teu

Inserida por Betodnz

'UM SER ESTRANHO'

Em algum momento da vida, o tempo nos converte naquilo que mais deveríamos temer: um ser estranho. A partir daí, passamos a ver o mundo com outros olhos e o mundo nos ver diferente. A sensação de ver tudo e todos com essa nova perspectiva causa espanto. Medo. Admiração.

Encontrar-se perdido em meio a multidão é consequência do novo. Metamorfose. Mutação. Mutilação. No íntimo, queríamos um outro caminho. Um no qual fosse mais plausível. Mais suportável. Ficar exposto ao sol tem seus agravos e isso, de alguma forma, deixa uma ferida aberta. Custa sarar. Olhar-se diariamente no espelho e não reconhecer-se, sentir a sensação de falta mesmo nas conquistas causa aflição. Terror. Pânico.

A vida é uma moeda. Sempre haverá o lado bom. Admirar o que a maioria não consegue deixa-nos afortunados mesmo estando na miséria profunda. E os sentimentos de conflitos nos fazem um ser melhor. Mais humanos. Generosos. Essa mistura incompreensível de um ser indecifrável trás uma sensação intrigante e avassaladora: como somos parecidos e como somos incomuns!

Inserida por risomarsilva

Amar é ...
Amar é querer ver sempre feliz a pessoa amada.
Amar é viver todos os dias como um dia especial dedicado à pessoa amada.
Amar é olhar sempre para a pessoa amada da mesma forma que a olhou quando o amor por ela floresceu.
Amar é proporcionar uma linda noite para a pessoa amada.
Amar é tratar com muito carinho a pessoa amada.
Amar é proporcionar momentos de felicidade para alguém.
Amar é procurar que a sua alma irradie luz para a alma da pessoa que ama.
Amar é olhar com ternura para a pessoa amada a cada amanhecer.

Inserida por MarcosAlvesdeAndrade