Poemas de Ternura
Se o ser humano tivesse a inocência de uma criança, saberia o que realmente é ser feliz...
...Ser feliz é ter um olhar de ternura,
...Ser feliz é ter um sorriso sincero,
... Ser feliz é ter o aconchego de um abraço,
... Ser feliz é amar sem receber nada em troca.
Ser feliz...
É fácil amar quem te ama.
Quero ver amar quem te odeia, quem te despreza.
Ser feliz é ser como uma criança e contagiar todos, até os corações mais endurecidos.
Poucos sabem o que é amar.
E o olhar cheio de ternura, de uma criança transmite esse amor.
'EU AMO ITA'
Eu amo 'Ita'
Calor intenso
Calor pegajoso
Calor que orbita
Inclinada nas praias
Fazendo castelos
Mirando horizontes
Suspiros singelos
Eu amo 'Ita'
Incógnita nos ares
Incógnita nos cheiros
Incógnita 'Levita'
Reclinando travessias
Ascendendo paralelos
Bafo de nuvens
Resvalando no belo
Eu amo 'Ita'
Cidade de 'Pedras'
Cidade 'Fumaça'
Cidade 'Pepita'
Sonhada nas praças
Já foste bonita
Minando progressos
Poetizando as escritas
'FACETAS'
Verdades sobrepujadas e as milhares de faces pairando nas noites sem Luar,
Poesia retangular,
Quadrática.
Maquilagens nos 'sofás disfarçados'.
Quadros 'seminus' nas 'salas mascaradas'.
Vitalidade invejável,
Por trás das sombras:
Tudo impecável/relevâncias...
Na capa dos diários,
Frases de um violino apontando corpos celestes,
Mas o teor dos poréns,
Sucumbiram-se nos vácuos/matérias.
Escorregadia nas mãos sem melodias.
São as Montanhas,
Geradoras Vãs de alegrias,
Gladiando e hostilizando o 'eu',
Criando estigmas,
Ar rarefeito,
Apagando as estrelas...
Portas cilíndricas,
Quebradas,
Se perdem por trás das cortinas,
Estilhaçando as facetas em construções.
Clarão e sons emblemáticos corrompem as mesclas inexpressivas dos olhos.
A assimetria da vida pede novas jornadas,
Seguindo resiliências insípidas,
Abraços.
E os dias brilhantes/patéticos transmudam-se em dormências,
Sem figuras titãs,
Espaços...
Do Amor
Lembro de cada pinta em sua pele
E de cada particularidade do seu corpo.
Absorto me recordo de cada beijo seu
De cada instante que me pertenceu.
Todo dia cedo, eu peço para Deus
Para ele dar-te um amor maior que o meu
E se não for pedir demasiadamente
Que o seu amado em definitivo seja eu.
Seu jeito de apenas observar a vida
E de se tocar intensivamente e com carinho
Me faz subir desejos e calafrios pelo corpo
Me enterneço todo com o seu amor por animais.
Sua beleza me faz a deixar sem graça
Quando como uma obra de arte, a venero.
Meus abraços escandalosos a deixam zonza
E nossos beijos demorados quase arrancam a pinta que tens na boca.
Você me rouba o sono e a vida quando estamos separados
E me devolve a vitalidade e a paz quando estamos juntos
Sofro em abstinência quando está distante
E sou o ser mais completo e feliz quando está presente.
'PROCURA'
Tenho uma sede no 'por do sol'. Sacia minh'alma! Penetra esses raios nas minhas imagens! Alimenta a fome dos desejos derramados. Liberta-me das masmorras alagadiças. Colori uma nova canção p'ra nós dois. Harmonia de sentido os dias aluídos.
Afaga/atraca meu coração no real. Volúpia as noites claras em angústias. Aquece-me com seu corpo frenético. Abraça-me! Deixa-me em fúria na morte dos mortais. Esquarteja meus sonhos na varanda, tal qual um olhar, diluído em arco-íris.
Elucida minha procura lesiva. Explode o luar no amanhecer! Desbota o patético corroído. Reflete em mim tua'alma exaurida, até que, consigamos misturar nossos limites, atemporal e sem reflexos. Suga-me como um livro de romance e re/façamo-los diariamente a última página. Até que o 'sempre' permaneça, rodopiando duas vidas em uma.
A única rotina que me encanta é o amor.
A única morada que me prende é o coração.
E de tudo que se repete diariamente em minha vida a mais doce ternura que alimenta minha alma é o sorriso sincero dos que já aprenderam a amar e a seguir o caminho...e assim me inspiram a continuar.
Tudo além disso é passageiro.
'DESENHO'
Cogito o mundo dos vernizes,
obra de arte,
teu corpo.
Sou breve em rasuro,
representações,
embaralho.
Fragmento telas,
borracho novos quadros.
Fito o linear dos olhares.
Pinto álgebras em giz,
cenários.
Amplificações de afeições,
Painéis,
compassos...
Traço esboços diários,
tuas curvas,
retratos.
Infinito novos dramas.
Torturo faces,
mãos,
papéis,
panoramas.
Inspiro geometricamente tua forma,
incorporo métodos,
desejos...
Nos quadrângulos/côncavos,
sussurro prospectivas.
És partículas,
com seus ângulos moldados à grafites,
tintas,
cores,
sulfites.
Sínteses de contornos harmoniosos,
fictícios,
provisórios.
Tentações...
'QUADROS'
Pincelo quadros como quem esculpi sonhos intocáveis.
Faço traçados diluindo curvas,
lacunas,
eixos.
Talho sonhos tal qual a quem escreve poesias,
que a cada toque,
desfaz-se fugaz à imagem passada...
Imagens recriadas envoltos às linhas que revivem bruscamente.
Metamorfoses de mãos e suas injustas proporções em molduras,
pensamentos.
Fixados nas velhas paredes,
estranhamente modernos.
Velhos quadros,
no ontem rabiscados,
fluem pelas veias como correntes,
ascendentes,
hodiernos...
Gero quadros/transições tornando-se passadouros,
ausentes.
Porém,
Insisti-lo-ei aos sonhos de outrora,
à beleza,
à vida,
à angústia da criança que chora sem saber.
Mãos que tremem sem querer,
são quadros desejando mutações,
aquarelas,
tantas outras formas,
novas telas.
Você...
Escrito por Willas Gavronsk e Risomar Silva.
'SEI LÁ O QUÊ!'
É fácil 'amar' quando a pessoa cobiçada é inalcançável.
É fácil 'amar' os olhos,
cabelos,
sorrisos.
Não é nada estranho admirar o modo como se anda,
o jogo de cintura,
passos lentos esbanjando sensualidade...
Fala-se:
- Quero-te nem que seja pela metade.
Alguns diriam que só serviria 'o todo'!.
Ela parece desprezar-lhe.
Talvez nem saiba da explosão que corrói-lhe a alma ou das noites em afrescos pensamentos.
O amor talvez comece com a troca de olhares.
Essa 'troca', talvez, nunca tenha existido para um dos amantes.
Mas do outro lado,
a perfuração sempre será profunda,
enraizadora.
Mistura de dores sem medidas exatas.
Não importa a idade,
a criança começa aflorar e o falta de doces deixa-lhe os dias entristecidos.
- Deve ter sido amor à primeira vista!
Amor,
paixão,
fanatismo,
entusiamo.
Sei lá o quê!
Sabe-se apenas que a intensidade ardente de querê-la é desvairado.
- A felicidade poderia estar na dor.
Levaria milhares de topadas se em indenização,
conhecesse seus olhos,
cabelos,
sorrisos...
'PARAENSE'
Por do sol Paraense,
sem olhos,
horizontes,
sementes.
Do Grão-Pará,
antipolítico,
sobeja cachaças,
bicho das matas,
das brenhas,
chibés,
munguzás...
Nascido das chuvas,
distraído amazônico.
Particípio.
Respira hidrografias,
farinhas.
Sem trajes,
És Carimbó conformado,
ribeirinha...
Cultiva ouro preto,
isolação,
açaí.
Saboreia pupunhas,
tacacá,
camarão.
És baião,
multidão,
muricis...
Guarda tralhas,
bacuris,
pirão,
pescado.
Cultua piquiás,
esperanças,
tucumãs,
cajados...
Subsiste manhãs,
neblinas.
És indígena,
fardo.
Flutua canoas,
rio acima,
bicho sem mato...
Exala naturezas,
apogeus sem cobiças.
Pela força admirado.
És espelho.
Paraense.
Reluzente.
Estilhaçado...
'FOLHAS'
As folhas estão em coma,
despencaram-se aos campos como tantas outras.
Acinzentadas ao sol,
chuvas...
Elas sempre caem ao chão,
subterfugias.
Evasivas,
levadas aos ventos...
Vislumbrou estrelas,
galáxias.
Suaves discursos,
faróis desconhecidos...
Porém,
sucumbiu-se em mágoas,
esmagadas ao chão,
destino decesso...
Era suave como a flor,
outono.
Hoje é incinerada,
triste,
sopeada.
Folha sem vida...
'SOMBRAS'
Possui lugares imprescindíveis quando os homens te nascem.
Imortal como trevas pedindo fluorescências.
Oculto entre atalhos deméritos,
cabanas,
fissuras.
Aparência obscura,
és profundeza de almas,
oceanos.
Fantasmas...
Atrofia solidão submersa no peito,
aposentos.
Cultivas segredos,
passos.
Suspira luxúria,
dispersão.
Tirania minguante quando o sol expira,
imitação.
Penúria...
Embarcado nos movimentos,
sombrio.
És vestígio de aproximação ausente,
travesseiro.
Opaco como as veias que à sombra do pulsar respira vida,
receio.
Intrínseco aos homens falecendo dias.
Amordaçando loucuras,
paixões,
perfumes,
melodias...
'NÃO DESISTA!'
Não desista das estrelas quando elas se forem,
tudo ficará bem!
Insista nas boas lembranças dos tempos de outrora,
das brincadeiras atravessando ruas,
lagoas.
Não adormeça os lugares que se vai tão facilmente quando se estar triste,
faz parte viajarmos distraído respirando o ontem...
Não desista dos novos amores que baterão a velha porta empoeirada,
abra-o sem medo de ser feliz.
Não esqueça dos rastros perdidos na chuva ou dos pingos molhando o velho espírito,
as flores na varanda podem já não ter tanta importância,
mas elas continuam exalando vida,
abraços...
Não seja tolo confinando mágoas no escasso tempo,
ele é verdadeiro em curar dores,
angústias,
sofrimentos.
Seja fã dos temporais,
não pelos fortes ventos ou a violência dos estragos,
mas pelos rastros das aprendizagens,
ensaios...
EM HOMENAGEM A QUERIDAS AMIGAS
AS LINDAS FLORES DE MEU JARDIM!
A vida fora me apresentando vocês aos poucos
E assim foram entrando em meu jardim
Algumas já moram há anos
Algumas há meses
Algumas há dias
Algumas já uma vida inteira
E algumas... Uma eternidade!
Não há como não amá-las... Contempla-las.
Trazem cores... Perfumes e belezas para minha vida!
Pois cada uma tem as suas raras qualidades!
As belas flores de meu jardim!
E assim... Juntas caminhamos
Não importa o tempo e nem a distância
Pois também as carrego a cada uma
Em minhas distancias
Sinto e sou acarinhada por todas também!
São as lindas flores de meu jardim!
Autor... STELA ALVES
Obs.: Texto original escrito em 31 de Março de 2012
Venha à desvendar a crença de uma alma imortal...
Atormenta-me, enlouqueça-me, embriaga-me revela-me, desnuda-me, embeba-me, desbrava-me,absorva-me, sorve-me até minha última gota de vida ou caso contrário serei apenas uma lenda!
Autora A.Kayra
UM SONHO
Certo pedido extravagante
Eu fiz para a estrela mirabolante
Na cauda me levasse ao universo
Ela atendeu ao apelo controverso
Falei com um veloz meteorito
Tão rápido, quanto esquisito
Ouvi com ternura me abençoando
Então, percebi o sol me acordando
Madalena de Jesus
Raios de luz
A noite escura e vazia
Dava lugar os raios de luz que surgiam.
E da vidraça do teu quarto, já translúcida,
Reluzente doutro lado já se fazia.
Afastam-se as sombras
Atiçando este ímpeto voraz.
Mais uma vez desejoso,
De te revelar sem pudor.
E segue firme em tua direção
Insurgindo sob a orla do teu cobertor,
Horas estava de costas,
Horas mostrava teu lindo rosto.
E ainda em teu leito de sono
Cuidava admirá-la um pouco mais,
Pois o tempo que passava tão lentamente
Agora avançava impiedosamente.
E a luz que chegou para tocar teu rosto
Ofuscava-se sob o brilho dos teus olhos.
E esmaecido ao teu reluzente despertar,
Ansiava por acordá-la novamente amanhã.
Edney Valentim Araújo
Dividido por você
Sempre penso em você.
Às vezes combalido pela paixão,
Outrora, melancólico de amor...
Sentindo a ausência da tua companhia.
Ainda que eu possa quebrar as algemas da paixão
Jamais conseguirei romper os laços do amor.
A paixão maltrata o meu corpo na solidão,
Mas o amor devora a minha alma em meio à multidão.
Mergulha-me na angústia de esperar você em nossas vidas.
Não vejo mais ninguém além de você.
Meus olhos abriram meu coração
Para que eu veja somente você.
Ah! Se eu pudesse desprezar o amor.
Que subitamente em um olhar
Revelou-me toda a tua beleza interior.
Eu me apaixonaria por qualquer outra.
Por um lindo corpo... um belo sorriso... olhos bonitos...
Só para ficar com alguém.
Eu então te esqueceria...
Mas o amor nunca morre.
Ele padece e sofre.
Mas de algum jeito,
Ele permanece lá.
Estrela perdida
Procurarei na imensidão do universo,
Buscarei alguém que se assemelhe a você.
Procurarei a minha estrela perdida,
Alguém que mereça o seu lugar.
Se encontrar, entregarei o meu corpo.
Quem sabe ela resgate o meu coração,
E traga de volta para nós dois
O melhor de mim que ficou com você.
Entregarei o meu corpo
Para que ela ganhe o meu coração,
E com ele, amor que você não quis.
Edney Valentim Araújo
'SINTO FOME'
A fome tem gosto queimadura,
e queima a alma.
Grunhido latente apregoando penúria.
A missa ainda reza aos órfãos,
pobres nas calçadas!
Olhares martírios,
e tantas outras melancolias...
Urubus Garbosos,
- mirando pasmos entre si -
pulverizando o divino pernil jogado.
Sublinhadas orações passadas,
alertando o sino amordaçado:
é hora de avocar!
Mendigar acenos...
A luz penumbra,
lembra indumentários,
- e uma cama quentinha! -
Escuridão, escuridão!
Porquê embrulhas o tempo indelével?
Tempos de fome,
sonhado nas portas das igrejas...
Fome na espinha!
A triste viúva e seus rosários,
sem revindas no caminhar matinal.
O contemporâneo-bicho-papão,
e suas rezas não vindas.
Excêntrico que assusta,
fome de arrimos...