Poemas de Ternura

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Uma Comigo

Seja uma comigo,
Rasgue a cortina,
Tire tudo que nos divide,
Deixe só o nosso amor.

Venha sem pressa,
Venha sem pudor,
Venha só com o seu amor,
Venha se aquecer no meu calor.

Se entregue a essa força absorta,
Se entregue a paixão,
Se entregue ao nosso amor,
Seja uma comigo.

Por nós dois

Fiz tudo que eu podia fazer,
Tudo que eu sabia fazer,
Mas, nada de que eu deveria ter feito.
Nada que pudesse chamar a tua atenção.

Nunca perdi a esperança
De um dia encontrá-la em meu mundo,
Porque o mundo que sonhei será construído por nós dois.

Edney Valentim Araújo

Contemplação

Acordei mais cedo hoje só para vê-la despertar.
E aos pouco, num bocejo preguiçoso o brilho dos teus olhos eu pude contemplar.
Num olhar discreto e um sorriso meio sem graça lançou teus olhos sobre mim,
Feita enamorada surpreendida pelo amado no embaraço de um tímido desarranjo.
Ajeitou-se como pode e arrumou no improviso os cabelos.
Deixou nossos lenções e envolveu-se em uma toalha já de saída para as águas matinais.
Desejei entrar contigo no chuveiro, mas aquele momento era só de contemplação.
E no anseio ao seu retorno eu quase enlouqueci quando a vi voltar.
A toalha, já umedecida, ditava os contornos do teu lindo corpo.
De fronte ao closet lançou mão do que lhe cobria atiçando em mim o instinto mais carnal,
E um a um, ia sobrepondo as vestes ao teu corpo.
De cada escolha, voltava-se para mim como quem busca minha aprovação.
Enquanto eu ainda a admirava,
Lentamente dirigiu-se para a penteadeira e lançou mão da caixinha de cores e batons.
Em suaves movimentos circulares, levemente, cobriu de tons sua pele clara e macia,
E como se pudesse, esforçava-se em embelezar-se ainda mais.
Num toque final, contornou de maneira suave e provocante os lábios com batom.
E para mim, embora a tua beleza natural dispensasse acessórios, outra face ali se fez,
Quase tão bela quanta aquela que encantou os meus olhos ao amanhecer.
Nem por um instante desviei meu olhar de você.
Despediu-se com um beijo e partiu levando consigo meu coração.

Edney Valentim Araújo

Apenas toque”
Toque meus olhos quando a dor vier,

Mostre-me que além da cortina brilha a luz e a liberdade de sentir...
E que tudo será poeticamente breve, leve, e rápido.
Toque meus olhos quando a dor vier,
E deixe minhas asas alçarem voo
Rumo a dimensões coloridas e, sublimes,
Muito além da compreensão do que foi sentido, ignorado, implantado em mim, em nós, de tempos em tempos aqui nessa doce terra azul...
Toque meus olhos quando a dor vier,
E amplia os meus horizontes
Deixa-me reunir os meus fragmentos, qual maestro em sua orquestra Divina,
Reunir, minhas tantas vestes humanas, meus versos, meus cantos, minha alma e essa poesia una, absoluta...
Toque meus olhos quando a dor vier,
E que eu possa rir, dançar, cantar, rodopiar inocentemente,
Entre flores, sabores, acordes, notas, aromas, cores, e estrelas
Na canção que o universo emite e infunde em minha alma nesse instante, tal qual esse afago e sopro Divino...
Assim como, a brisa suave que me encanta e purifica meus elementos,

Toque meus olhos quando a dor vier,
Com teus olhos, que não são só corpos, facetas, nem apenas humanos
Porque falo dos teus/meus sempre olhos espirituais, sensíveis e atemporais...
Que apenas trocam de mundo, forma, cor, e aspectos, porém,
São sempre os mesmos olhos, ser amplo, infinito repleto, recheado de amor.
De alegrias, ternuras simples, bem aventuranças e uma sabedoria esquecida.
E agora a dor que veio perde o sentido e já foi embora, e o amor ficou impresso
Carimbado nas almas, nos átomos, corpos, moléculas, dos viajantes que agora se reconhecessem pelos olhos
Daqueles sedentos de paz, amor, ternura plenitude e criações sutis...
E nesse instante puro, tocastes meus olhos,
E agora já não há mais dores, um único ser, nem olhos, alma ou coração, há fusão.
Há completude, significando que parte da busca, toque, distancia, ou saudade tornou-se um encontro.

Procuro uma rosa

Retiro as pétalas de uma rosa
Pra saber do meu amor,
Ela me ama...
Ela não me ama...
Ela me ama...
Ela não me ama...
Procuro uma rosa pra mudar o meu destino,
Ela não me ama...
Estou pensando em minha amada em cada pétala que eu arranco,
Enquanto eu aguardo em silêncio o tempo de sua chegada.
“Ela me ama...”.
E aqui estando, será ela a dona do meu coração.

Edney Valentim Araújo

O amor

Queria saber o que é o amor,
Como eu queria compreender o amor...
Se fosse apenas um sentimento
Eu saberia descrevê-lo.

Quem poderá decifrá-lo
Se o amor é a própria essência da vida.
É a razão que se perde na emoção
Do encontro de duas almas gêmeas.

Mas vou dizer este mistério,
O amor lhe faz viver em mim
Para que eu viva em você,
E juntos, ele nos torna uma só carne uma só alma viva.

Não posso descrever o amor...
Mas tão intenso eu o sinto
Quando junto a ti me falta fôlego
E eu o encontro em teu suspiro.

Edney Valentim Araújo

Entre um e outro

O tempo passa, a saudade fica,
Mas meu amor por você, a um e a outro resiste.
Na saudade, um dia se torna um século.
Mas o tempo que lentamente passa só faz aumentar meu “amor” por você,
Toda a eternidade não seria mais de que um breve instante se eu estivesse com você.

Edney Valentim Araújo

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Não olhes para trás, basta com deixar tudo para trás! Não e necessário conquistar nada mais, simplesmente abandonar o que não e necessário, para chegar a essa meta tudo será mais fácil sem bagagens. Não esperes por um sinal meu, aqui estou eu com a minha mão estendida a tua espera para que em-vez de brigar-mos possamos saltar,sorrir e não só como também sentir o tão bom que e ser amado.

'VOCÊ'

Tão desconhecida

Mas que existe aqui

Aqui próximo

A latitude pouco importa

O importante é que existe

E pode se tornar extensa

Tão extensa que...

Desconhecida será pretérito

'PAREDES'

As paredes dizem muitas coisas.
São olhos que rodeiam.
Algumas parecem falar.
Presenciam.
Quando mudamos e elas ficam,
um pedaço fica ali.
Gravado.

Cada parede é um retrato
que tanto presenciou.
E quando se tem uma ligação íntima,
elas fazem parte.
É um velho amigo de infância.
Tantas lembranças vêm.

Algumas estão intactas.
Vigorosas.
Outras caíram.
Rachaduras perceptíveis
quando mal construídas.
Tantas escondem suas vulnerabilidades com tintas.
Têm aquele esplendor aparente,
mas por dentro, apenas resíduos.

Poucos não a percebem.
Ali. Parada. Muda.

O essencial é saber que,
elas permanecem vivas.
Com suas particularidades.
Fazendo parte das nossas vidas.
A maioria delas, sem importância.

'AMOR INDULGENTE'

Quisera descrever o Amor na sua maior extensão. Amor que outrora faz-se tenro. Novo nos corações que suplicam um caminhar aquém.

Ver-se tanta admiração nos equívocos do Amor, que o próprio Amor, deixa de ser peculiar. E vai se transformando nessa dimensão sem precedentes. Ora opaco. Ora lúcido. Sem dissensão. Mas que deixa rastro. Uma trilha que, sem a qual, não se teria muito de significado.

Tantos minutos deteriorados na tentativa de abraçá-lo e outros para deixá-lo ausente. Quando próximo, quis-se distância. Quando distante, quis-se imediato.

Eu te ovaciono. Não pelo que fazes, mas pela autenticidade da tua essência. De estar presente mesmo na ausência. Do poder transformador de dá compreensão ao que no fundo, nunca se compreendeu. O mais admirado e extenso das abstrações que se faz presente. Que esse mundo de confusão te admita e te segure no ombro.

'QUERER'

Queremos tantas coisas. Mas apenas uma é relevante. Custa-nos descobrir o que realmente é. Tem descobertas que assolam. É conveniente guardarmos a sete chaves, pois, pouco importa extravasarmos o que nos pertence. O contíguo sufoca.

Quisera termos a ingenuidade dos loucos. Sim. Desses que não se importam com a chuva e o sol. Temos mundos diferentes, porém, a direção é a mesma. E seguimos... sem saber o que realmente queremos. Sabemos, mas fingimos com habilidade. Que nosso eu extravase. Que sufoque. É isso que nos deixa parcialmente vivos: o querer que inquieta e o extenso caminho a prosseguir.

'PARÁGRAFOS'

Às vezes acordo na madruga e
ponho-me a pensar sobre o universo.
O meu universo.
Tão fechado.
Tão inóspito.
Aos meus tímpanos barulhos vários
e à minha inquietude o frio matinal.
Sou levado a filmes que
repetidas vezes já o assisti.
A melancolia e o desespero assombra-me.
Encoraja-me.
Olho para o reflexo embaçado no espelho.
Penso: já não sou o mesmo do café da manhã de ontem.
A cama há muito está vazia, exceto por uma sombra
que durante décadas não se achou.
Encontra-se perdida.
É uma alma penada com decreto temporário.
Aprisionada.
Não a prisão destinada aos malfeitores.
Quisera fosse.
É a prisão do inacabado.
Do incômodo.
Do inconformismo.

'CORAÇÃO?...'

Meu Coração
Sem Cor
Sem Ação
Mórbido
Diluído
Com presságios
Sem canções
Que não me levam
Olhar inerte
já cansado
Sem Reflexo
Que não é sábio
Que vive
Que não vive
Quebrado

'ELA'

A conheci. Foi assim que aconteceu.
Não tínhamos a chama que abrasa.
Tampouco a sensação que estarrece.
Olhares que não se atraem.
Invólucro que aquece.

A incidência diria que ela não iria fazer parte.
Destino insignificante e controverso.
Escória dos que esperam.

Foi assim que ela se apresentara.
Não perguntou se eu desejara ou se tinha remorsos.
Ficamos amigos. Não tinha outra saída a não ser
fingir-lhes amigos de sangue.

Nesses entraves, pouco lembro-me dela.
Gostaria de lembrar mais vezes, tê-la em meus
pensamentos com afinco, ultrapassar a mera visão
de mortal que és. Tê-la sôfrega aos desejos que aspiro.

Resultado do inesperado, ela representa pouco.
O pouco que imortaliza. Temos um pedaço em comum
que mais atraí que repulsa.

É isso que faz a heterogeneidade da vida.
A vida que não pedi, mas que agradeço.

Que "buena onda" amigo!
A felicidade só namora quem tem olhos para ela.
E assim é: seu otimismo contagiante
faz a alegria transbordar à sua volta.
Todos nós poderíamos,
assim como você,
viver um pouquinho disso.
É botar um tico de ternura no olhar,
algum sorriso nos lábios,
que corpo e alma se fecharão
pra qualquer tristeza.

⁠a luz é boa. Nada se esconde frente ela, tudo esta patente, clarividente, tudo esta, distante dos nossos olhos, não há segredo diante deles, não há coisa alguma a não ser aquilo que as mentes deixam por debaixo dos panos.
enquanto que a luz da voz a alegria e a vida, a escuridão nos leva muitas das vezes às sombras dos passado, nos leva as recamaras que um dia tivemos que passar, não por quer gostaríamos, mais por que a vida levantou o seu calcanhar contra nós e nos pegou em nosso contrapé.
enquanto a luz nos da esperança, para um novo despertar, a escuridão nos lança na cama para nos extenuarmos, abatendo os nossos corpos com uma utopia viciante.
a luz é irmã da razão, ela traz ate você o que lhe cabe vê e escolhe, a escuridão é falsidade em pessoa: ela te induz, ela faz que a sua alma se encante comas estrelas, faz que a lua cegue o seu entendimento e como uma serpente, ela lhe persuadi, ate que estejas em seu emaranhado, pronto para se capturado, quando isso acontece, o que se ouve é....
Era uma vez,,,
O resto é historia.



H.S

O conselheiro Henrique Silva

⁠Tão perdido
.
Se me negares o teu corpo
Não me negue o teu amor...
O teu desprezo
Condenou-me como estou.
.
Afastaste a sombra do desejo
Que de mim não se apartou,
Ganhaste mais de mim
Que ao teu amor se entregou.
.
Agora sou em parte
O que dantes eu não fora
Por causa deste amor...
.
Quem te procura já não encontra...
Quem te encontra
Não procura o que eu procuro,
Quando eu me vejo
Tão entregue a esse amor.
.
Edney Valentim Araújo
1994...

Esquece

O que mais me tocaria
Se não esta saudade
Em vaidade desmedida,
Longe vejo minha flor
E tão de perto esta dor,
De quem vive uma vida
Por metade nela só.
O que hoje em mim é parte
Já foi um tudo de nós dois,
Agora vento de um riso
Ou rio em lágrimas perdida.
Um coração que se entrega
Não retorna o seu caminho,
Sabe bem que entre flores
Sobressaem alguns espinhos...
Quem sabe um dia
Seja ela como eu,
Que desse amor nunca se esquece
Nem mesmo por um dia...

Edney Valentim Araújo
1994...

⁠Vem

À noite ela vem,
E vem o dia eu passo lá.
Os caminhos dela são os meus caminhos...
Vou aonde vão meus pensamentos...
Vou aonde eu posso te encontrar.

Essa lua prateada
Que vejo num relance de eclipse,
E muito mais eu passo a amar.

O sol poente no horizonte
Tão distante vai ficar,
Mas de perto vejo o amor
Que nos possa encontrar...

Edney Valentim Araújo
1994...