Poemas de Tagore
Quando lanço a rede para apanhar as melhores coisas da vida, estas me escapam, não sei para onde... Quando lanço em busca da virtude que forma a mim mesma, são as coisas boas da vida que batem à minha porta.
Em minhas orações não peço a Deus que me proteja dos perigos, mas que me faça destemido para encará-los. Não imploro para que me retire a dor, mas que me dê um coração capaz de conquistá-la.
Tal qual uma certa alusão de Tagore, também acho muito engraçado quando vejo pessoas buscando verdades ou respostas para si, as quais na grande maioria das vezes se encontram não mais distantes que a um palmo do nariz.
Tenho a impressão que o homem abdicou de si quando tem facilidade para aprender a dirigir um veículo, a cozinhar, a desenvolver uma atividade que provenha seu sustento, a manusear um equipamento eletrônico de última geração, a compreender um cálculo matemático, mas, não consegue olhar para dentro de si e efetivamente conhecer a sua essência.
E ainda, assumir-se perante o grande cenário chamado sociedade.
Me parece que a dificuldade de aceitar que a felicidade é a única resposta para tudo e, que para isso se faz necessário despir-se de conceitos e rótulos subsidiados pelo fetichismo capitalista das sociedades modernas, tendo a compreensão do debate político de Rosseau de que o homem nasce livre e a sociedade o aprisiona, ainda é, por incrível que pareça, o grande desafio do homem em seu tempo.
A vida é um presente, que merecemos se nós nos entregarmos. A vida não é um problema que tem que ser resolvido. A vida é um mistério que quer ser descoberto.
"Não desejo que me livre de todos os perigos, mas que me dê valentia para enfrentar todos eles. Não peço que minha dor seja eliminada, mas coragem para dominá-la. Não procuro aliados no campo de batalha da vida, mas forças em mim mesmo. Não imploro, com temor ansioso, para ser salvo, mas peço esperança para ir conquistando, com paciência, minha própria liberdade".
Que a minha prece seja, não para ser protegido hoje dos perigos, mas para não ter medo de enfrentá-los.
Que a minha prece seja, não para acalmar a dor, mas para que o coração a conquiste e não procure aliados, mas as minhas próprias forças.
A mesma torrente de vida, que dia e noite, percorre as minhas veias, percorre o mundo em cadenciadas maneiras.