Poemas sobre o Silêncio
Escolha sempre o silêncio.
Não faça das redes sociais, muro de lamentações.
Dispense a plateia, problemas não precisam de palco.
“O silêncio é quebrado por suspiro, quando a tenho em meus braços...
Suspiros meus e teus, que se entranham e enlaçam assim como nossos corpos e dedos.
Mãos que percorrem teu corpo, como se amanhã não houvesse... e na verdade, não há.”
Certa vez
Certa vez não houve o toque.
Certa vez não houve o silêncio.
Certa vez não houve a lágrima.
Certa vez não houve o devir.
O que houve
A imensidão do não vivido.
A quimera desejada.
A beleza esperada.
A pureza do olhar.
Na vastidão do silêncio,
As memórias,
Os desejos,
O real.
Outrora,
Vividos, sentidos.
Remoídos,
Por vezes, mansidão.
Escuridão.
No fim,
A luz,
O túnel,
O trem,
EU.
Encontro-me,
Abraço-me,
Sinto-me,
Olho-me,
E percebo
O quão infinito sou.
O quão incrível fui.
O quão ainda posso ser.
Do quão, o quão ainda será.
Será?
Não. Quanto ao sim... Ah, eu espero!
Paciência, eu tenho. Espero florescer. Espero ser. Ser.
Eu juro que
Eu deixaria tudo se você ficasse
Meus sonhos, meu passado, minha religião
Depois de tudo, estás fugindo dos meus braços
Deixando o silêncio dessa solidão
Não sei mais o que eu faria
Desejos, loucuras, todas fantasias
Nada tenho a perder
Diz pra mim
O que mais você quer da minha vida?
Oh morte...
Oh morte que ronda as madrugadas,
busca em silêncio uma alma sofrida.
Não vês que em todos os planos,
não há salvação nem amor pela vida...
Oh morte que conhece o adeus
de páginas arrancadas de um diário,
comunga neste corpo insano,
envolvido nas contas de um perdido rosário...
Oh morte que ora fria e prisioneira,
ronda e espreita o infinito cansaço,
abraça e acolhe por fim, o desespero
de quem só conheceu o fracasso...
(13/03/06)
Em certas situações a melhor forma de se defender
é ignorar os fatos irreais, e lutar através do silêncio.
Nunca use as mesmas armas que a do seu adversário.
ruído interior
ouço sussurro,
mesmo acompanhado
e eles estando em silencio.
fico acorrentado,
mesmo em um lugar fechado
e não pisando sobre cimento.
sinto sozinho,
mesmo em um evento
e cercado de argumentos.
não quero mais sentir,
muito menos ficar aqui,
quero parar de ouvir.
´PERGUNTO-TE
Se falo que te amo,
dizes que eu minto,
Te querer eu posso?
-Não sei, te exibes muito.
Que faço então?
-Podes deixar de mentir
e de te exibires.
Fala direto com o meu
coração.
E depois?
-Ama-me no silêncio das noites,
no calor dos dias, entre os meus
braços fica, beija-me muito, assim
como fala que o fazes.
Faz então.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Retorno
Gastei toda aquarela, recolhida. Silêncio de barcos acidentados, fruta madura espatifando-se na terra. Colhi no ventre da treva estas
palavras tocando-as devagar, com medo de que por trás de suas faces frescas me aguardasse uma emboscada. Sei pelo avesso suas formas
conturbadas, atormentam-me seus abismos híbridos. Vê-las pulsando salva-me da lábia estofada cotidiana, mas também me expõe à rude dimensão da liberdade e seu preço poucas vezes raso. Cintila a pedra noturna dos meus olhos nos seus olhos, sei que posso atravessá-los num sopro. Após tantas águas fugidias, o refluxo. As portas batem, como nos dias arejados.
Naqueles dias em que tudo fica meio suspenso no ar...
Aquela sensação de vazio, quando o tempo para e o tempo parou, por um tempo ele parou dentro de mim.
E quando as palavras escritas ficam quase mudas, inexoravelmente mudas.
E tudo se torna silêncio dentro da gente...
E você tem medo de ir e ficar e tudo continua calado e o olhar se fixa no nada.
Talvez mais tarde eu consiga traduzir o vazio que tomou conta da minha alma...
E assim em silêncio eu falo com Deus que é o bálsamo que a tudo cura, até mesmo o silêncio cortante dentro da gente.
Existem momentos onde o silêncio e a aceitação, mesmo que contra sua lógica, é um tesouro inestimado a ser considerado.
Se mesmo diante sua lógica sobre qualquer assunto simples e comum, outros se opuserem de maneira categórica, qualquer argumento que usares será pura perda de tempo.
Normalmente a intenção destes não se resume em sua própria opinião, mas sim tumultuar, por algum motivo,
aquele momento.
O mais sábio, nestas circunstâncias, mesmo com sua razão óbvia, será concordar e se afastar logo que possível, pois num nível inferior ao seu, você perderá sua razão.
(Teorilang)
ALMA DESERTA (soneto)
A minha alma está deserta
Oca de silêncio, de barulho
Deserta de presença, oferta
O sonho tornou um engulho
Desabou em andarilha, referta
Esquecida em um embrulho
Num deserto e ali descoberta
O teu mapa virou um entulho
Minha alma tornou-se deserta
Lembranças vazias, um arrulho
Sem sombra e sem um alerta
Minh'alma está um pedregulho
De mim mesmo está deserta
Eu sem ela, estou um bagulho
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano
Estamos sempre imersos no combustível ao lado de labaredas.
Nossa sobrevivência por aqui exige discernimento afiado, pois estamos sempre expostos ao atrito das discordâncias e das conveniências.
Temos que pesar tudo aquilo que sai de nossas bocas, pois nem sempre teem o mesmo significado para cada um.
A partir dai concluímos que o silêncio será o maior de todos os antídotos.
(teorilang)
#Corrente #chamada #de #vida...
Tem que se estar vivo para contrariar...
Tem que estar vivo para aceitar...
Não interessa o que os outros possam de mim dizer, fazer ou pensar...
O que vai acontecer, acontecerá...
Saber o momento certo...
De deixar-me levar...
Vontade de ir além do que espero...
De chegar perto...
De olhar sem dizer nada...
Perder-me no horizonte...
Voar sem ter asas...
Caminhar sobres os astros...
Onde as pedras de minha rua...
Parecem luas...
Admirar as estrelas que descem dos céus...
Fazendo pedidos em segredos...
Sentindo a carícia dos ventos...
Quero a paz das fontes d'água...
Ouvir o murmúrio doce...
Sentar imóvel ao seu lado...
Sem precisar de um motivo...
Sem saber como...
De silêncio em silêncio...
Abrir minha janela na alvorada...
Sereno indo embora...
Gotas cristalinas...
Que no sol se espalha
Me convidando por mais um dia...
Admirar a harmonia...
Do cantar da cotovia...
Não ficar triste...
Não deixar ninguém me magoar...
Que seja doce a noite...
E no dia que se avizinha...
Vou olhar os caminhos...
E o que tiver mais coração..
Vou seguir...
Para sempre, sempre..
Assim...
Sandro Paschoal Nogueira
Há lutas que se travam sem agitação,
No silêncio da Alma e do Coração!
Confie, o Tempo trará resposta!
Se você não consegue entender meu silêncio...
De nada irá adiantar as palavras que aqui escrevo...
Todo esse tempo que eu passei...
Andando por aí...
Verdades, minhas, contei...
A razão, talvez, não me assistia...
Porém eu não desisti...
O meu coração ainda insiste...
Felicidade existe...
Quem te quer bem, não desiste...
Num dia como outro qualquer...
Decide...
Um mistério a resolver...
Deixar fracassos passados...
Colher a semente boa ...
Saber melhor o que fazer...
Serei eu o romântico?
O ingênuo?
Serei o que quiseres...
Assim me entendo...
Em seu pensamento...
Preciso acontecer...
Sandro Paschoal Nogueira
#Amor não se mendiga...
#Amizade não se cobra...
#Carinho não se pede...
Guardo silêncio há demasiado tempo...
Do não dito... que deveria ser falado...
Por que me calei até agora?
Não sei explicar...
Por que motivo só agora digo?
O que antes eu deveria falar...
Digo:
Que o ontem não pode ser esquecido...
O amanhã será merecido...
Se o hoje for bem vivido...
Estou farto de esperar que muitos se libertem do silêncio...
O eco é infindável...
Vi brotarem lágrimas felizes...
De milhares de sorrisos vazios...
Estrelas que dos céus caíram...
Transformando noites tristes...
Vi amantes cantarem para a lua...
Fria, distante, nua...
Uma dor, um lamento...
Que faz a gente pensar...
Coração a palpitar...
Ser forte para amar...
Mãos que se encontram...
Beleza maior não há...
Não temo ao implacável tempo...
Não temo o sofrimento...
Nem ao vento do desconhecido que abraça num momento...
Tenho medo da escuridão...
Que a falta da luz esconde...
A verdade...
#A #vida #veio #e #me #levou #com #ela...
Perspectiva me assusta...
Para aceitar essa idéia...
Pretendo apenas recolher da vida...
Um flagrante de esquina...
Aonde eu faço a curva...
Algo de seu disperso conteúdo...
Entre os que sonham...
Entre os que esperam...
E encontrar alguém...
Que me olhe com carinho...
Que ame e deixa-me amar...
Que tenha na pele um toque intenso...
De leveza nas mãos...
E no coração...
Que fale em silêncio...
E a sua palavra tenha o poder da ação...
Com sorriso de criança...
Pura e sincera...
Que tenha um nome...
Que não seja ilusão...
Sandro Paschoal Nogueira