Poemas de Sêneca
"Tudo está repleto de crime, e o vício abunda em todo lugar; o mal praticado excede as possibilidades de qualquer remédio; a luta e a confusão tornam-se desesperadas.
Ao passo que a luxúria se degenera em pecado, a vergonha está desaparecendo com rapidez; a veneração pelo que é puro e bom é desconhecida; cada um cede aos seus próprios desejos.
Os vícios já não permanecem secretos, são públicos; a depravação tem avançado de tal maneira que a inocência torna-se não somente rara, mas desconhecida."
Carta 1
De Sêneca a Lucílio, saudações.
"Continue, caro Lucílio, a se libertar: recupere e preserve seu tempo, que até agora vinha sendo tirado de você, roubado de você, ou simplesmente se dissipava. Convença-se destas palavras: alguns momentos nos são tirados, alguns nos são roubados e alguns simplesmente nos escapam".
Não imagines nunca que poderá proteger-te com armas dadas pela fortuna; luta, isso sim, com as tuas.
A fortuna não fornece a ninguém meios de defesa contra ela própria.
Por isso é que os homens estão bem defendidos contra os inimigos, mas se veem inermes perante a fortuna.
A atribuição própria dos pretores, em Roma, era a administração da justiça.
NENHUM HOMEM SÁBIO DEIXARÁ DE SE ESPANTAR COM A CEGUEIRA DO ESPÍRITO HUMANO.
Não é que nos falte valor para empreender as coisas por elas serem difíceis; mas elas são difíceis precisamente porque nos falta valor para as empreender.
NADA É PEQUENO NO AMOR
Autora: Profª Lourdes Duarte
Já dizia Sêneca , “O amor não se define; sente-se”.
E como o Amor é um sentimento perfeito é além da nossa compreensão, o máximo que conseguimos fazer é “imitar” o verdadeiro e completo Amor. O Amor é benigno e não sente ciúmes. o Amor não é orgulhoso e não recente do mal: o Amor perdoa, seja qual for o erro. O verdadeiro Amor está além da distância, do toque, do cheiro...
Não busca-se razão para Amar, não se ama porque alguém tem qualidades interessantes ao se ver ou porque é bonito. O verdadeiro Amor é simplesmente Amar, coisa que nós seres humanos demonstramos uma imensa dificuldade, pois o Amor é algo que não pode ser explicado com palavras apenas com gestos, e isso não basta para responder nossos questionamentos em relação a ele.
O amor é algo de uma grandiosidade tamanha que chega a ser algo perfeito. E nós, seres humanos, não somos perfeitos apesar de sermos feitos a imagem e semelhança de Cristo, pois com o tempo nós mesmos acrescentamos nossas imperfeições às nossas personalidades. E quando o amor chega a dúvida aparece.
Nada é pequeno no amor. Quem espera as grandes ocasiões para provar a sua ternura não sabe amar. Fernando Pessoa diz que:
“Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?”
É parte da cura
o firme desejo de ser curado,
diz o honrado Sêneca!
Logo, não há porque nos
afeiçoarmos a certos hábitos
e deformidades
que apartados de mínima
sensatez, tão só nos
adoecem!
No segundo capítulo do livro de Sêneca, temos mais dois aspectos a levantar.
1-) Objetivo de vida
Todos nós temos objetivos pessoais, sociais, profissionais, afetivos. Mas existe um objetivo de vida comum a todos nós, que concerne a todo ser humano. Esse objetivo é o de evoluir. Nossa alma está em nosso corpo para evoluir, para ser livrar de coisas ruins. E a única forma de evoluirmos e nos tornarmos melhores como seres humanos é através do conhecimento a respeito de nós mesmos. Conhecendo a si mesmo, conhecemos nossas luzes e sombras, nossos valores e princípios, nossas virtudes e ideais, e dessa forma podemos iluminar nosso lado obscuro, nos livrarmos de paradigmas e características que nos travam e deixar nossa alma o mais iluminada e limpa possível.
É um trabalho muito longo o trabalho de conhecer a si mesmo, mas é um grande aprendizado. É aprender e refletir todos os dias. É ter a mente aberta para se analisar todos os dias, a todo o momento. Ser crítico consigo mesmo, olhar para dentro de si e estar aberto para aprender sempre.
Esse desejo de sermos melhores deve nos acompanhar desde que tomamos a consciência de nossa existência até o fim dela. É algo que nos acompanha a todo o momento, e é a razão de estarmos aqui.
2-) Vícios e prazeres que nos afastam da verdade, do objetivo.
Devemos tomar muito cuidado com vícios e prazeres que nos distraem, que nos fazem perder tempo. Que não permitem que paremos um tempo, pelo menos uma vez por semana, para refletirmos sobre nossas atitudes, nossos pensamentos, valores e princípios. Que não nos permitem parar um tempo para ler, estudar, aprender. Que nos distraem e fazem com que o tempo nos carregue sem percebermos. E aí quando acordamos já é tarde demais. Devemos vigiar para que esses vícios e prazeres não nos afastem do nosso verdadeiro objetivo de vida: evoluir.
Ensaio a respeito de Sêneca
A virtude nada mais é que a razão certa.
O que dizer ?
Bondade?
Vaidade?
Virtude?
A bondade nada mais é que uma virtude,
Virtude quando falada não é virtude
É vaidade;
Virtude?
Há essa tal virtude que contida dentro da alma alimenta!
De certo modo o que se alimenta, enche!
Esse tal ser humano quando enche transborda,
Mas se enchermos até ao ponto de transbordar que seja de virtude.
Transbordo que que alimenta o ego não é virtude, é vaidade disfarçada.
"Um timoneiro que se preze continua a navegar mesmo com a vela despedaçada."
Sêneca
O TIMONEIRO, A NAVEGAÇÃO, A VELA DESPEDAÇADA são apenas ilustrações para dizer que na vida, mesmo diante das percas, da dor, da tristeza, da desilusão e do coração despedaçado, sempre haverá forças para aqueles que se dispõem a continuar seguindo em frente, e assim não se deixar afundar em meio às turbulências que as vezes a vida nos impõe.
A deriva muitos provavelmente se encontram, mas não poderão continuar assim por muito tempo. As vezes a vida nos ajuda colocando em nossos caminhos os ventos da boa amizade, da boa base familiar, das aparentes coincidências e do restabelecimento da lucidez, nos levando a um porto seguro para a restauração de nossas energias, para reformulação de novas idéias para que posteriormente possamos seguir novamente rumo ao nosso próprio destino.
Quanto mais poderosa uma pessoa se autodenomina, maior é a capacidade de indignar-se – sempre com extrema violência – diante de fatos que são corriqueiros.
Tudo para essa pessoa tende a ser interpretado como um ultraje, porque ela acredita estar acima do bem e do mal, imune a julgamentos éticos e morais, e protegida contra quaisquer reveses.
Já apunhalou seu escravo hoje porque ele respingou vinho tinto em sua roupa limpa enquanto ele lhe servia?
Já açoitou sua serva porque a mulher teve a “audácia” de lhe recusar favores sexuais imundos?
E com que direito a sua empáfia e soberba lhe tornaram um ser humano tão monstruoso, tão vergonhosamente covarde, digno de asco e de desprezo?
Derrota.
Talvez sempre me falta ciscos
Pois tenho medo de correr riscos
Desde o momento de soltar meus sentimentos
Para não me envolver cem por cento
Então nem sou 8 ou 80
Estou na casa dos 40
Acho justo me equilibrar
Mesmo correndo o risco de desaproximar
Me falta tudo
Principalmente ações que fazem de pessoas
Heróicas
Não vilãs
Talvez eu seja uma pessoa que não concorde com tudo
Neste mundo
Sêneca, meu conhecido
Queria correr o risco de amar e não ser correspondida
Correr o risco de defender meus sonhos em meio a multidão
Com minhas mãos vazias
E ainda me arriscar a perder pessoas de vista
Correr o risco de confiar
Sabendo que um dia eu posso ser traída
Correr o risco de tentar mesmo sabendo que eu vou errar
Talvez não seja livre ainda
Pois só quem corre riscos
Tem sua vida liberta
Mas por um triz
Eu não corro o risco
De largar tudo
E viver como você realmente diz
Não nos atrevemos a muitas coisas porque são difíceis, mas são difíceis porque não nos atrevemos a fazê-las.
Comece imediatamente a viver, e conte cada dia separado como uma vida separada.
Deve-se aprender a viver por toda a vida e, por mais que tu te espantes, a vida toda é um aprender a morrer.
Eu prefiro estar livre da tortura; mas se chegar o momento em que deva ser suportada, desejo que eu possa conduzir-me com bravura, honra e coragem. É claro que eu prefiro que a guerra não ocorra; mas se a guerra ocorrer, desejo que eu possa suportar nobremente as feridas, a fome e tudo o que a exigência da guerra traz. Nem estou tão louco quanto a desejar a doença; mas se eu tiver que sofrer uma doença, desejo que eu não faça nada que mostre falta de contenção, e nada que seja covarde. A conclusão é, não que as dificuldades sejam desejáveis, mas que a virtude é desejável, pois nos permite pacientemente suportar dificuldades.