Poemas de Saudades de quem Morreu
O tempo passa,
O clima muda,
Mas nesta casa,
Nada é sua!
A poesia de Cazuza
Tem que continuar,
Não por ódio ou amor,
Por simplesmente estar
E poder se complicar.
A melancolia é tão amarga,
Parece que comeu uma semente.
E você mente tanto,
Que te amo tanto—
Menti.
Na arte, na escritura,
Essa vida é uma escravatura
Que não tem cura,
É um pote de armadura,
Como um soldado,
E a sua armadura
De ouro.
A burguesia é assim:
Não sei, somente mente até pra si.
Não sabe mesmo o dia,
Muito menos a melodia.
Quem dirá o essencial pra mim?
Esse poema é um brinde,
O whisky ou um Power Disk
Que o tempo deu
Para um poeta que disse:
"Morreu!"
João e Maria.
Morreu Maria, nessa tarde de segunda. Muito choro, tristeza e saudades...
João, no trabalho, ainda não sabe, mas seu grande amor faleceu.
Como pólvora a notícia se espalha. A pequena Serra Azul se abala.
A João ninguém fala!
Onde estarão as fofoqueiras da cidade?! Algumas dizem não ter coragem.
O telefone do consultório toca, João gentilmente atende. No primeiro momento ele não sente, mas seu "docinho" está ausente! Sua mãe ao telefone chora... Não sabe o que falar.
- Filho, filho... Maria se foi, está morta! Não sabemos a causa.
João desaba, o telefone vai ao chão. Ele está sozinho... Angustia, tristeza e emoção. Pobre João!
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
Meu dia a dia é mais tranquilo até que minha cabeça me leva até você. Minha cabeça me trai, o coração aperta, a atenção esvanece, o frio na barriga. Com tantos sintomas a saudade até parece doença, mas sei que a cura é a sua presença.
Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Nota: Trecho adaptado do poema "A dor que dói mais", de Martha Medeiros.
Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Nota: Trecho de Link
A alegria de saber que você existe faz-me forte para suportar a tristeza de sua ausência. Eu amo você!
De longe te hei de amar – da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância.
Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela.
Nota: Trecho adaptado do livro "O Avesso das Coisas - Aforismos", de Carlos Drummond Andrade.
Ausência física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em algumas fotos.
Faça da sua ausência o bastante para que alguém sinta sua falta, mas não prolongue-a demais para que esse alguém não aprenda a viver sem ti.
Se um dia uma brisa leve e suave tocar seu rosto, não tenha medo, é apenas minha saudade que te beija em silêncio.
Metade de mim agora é assim, de um lado a poesia, o verbo, a saudade. Do outro a luta, a força e a coragem para chegar no fim. E o fim é belo, incerto. Depende de como você vê!
Quando a saudade não cabe mais no peito, se materializa e transborda pelos olhos.
Nota: Trecho da crônica "36 prestações de saudade": Link
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