Poemas de Saudades
A saudade já não é o suficiente para me fazer esperar.
Pela manhã não tem bom dia. Nem beijo de bom trabalho. Uma grande conquista no meio da manhã não pode ser compartilhada. No almoço, faço o que eu quero. Não tem quem faça um pedido especial, de um prato favorito. Nem sei qual é o prato favorito.
A tarde segue tranquila por fora, e caótica por dentro. Desde que fui dormir, na noite da segunda feira retrasada,(hoje é sexta) que sinto sua falta. Já estava sentindo isso há vários dias, mas agora pareceu piorar. Então a tarde, mais uma vez parece vazia.
O celular não toca, a não ser pelos grupos do WhatsApp, que desejam e festejam, como desvairados, a chegada do final de semana. Final de mais uma semana esperando, aguardando, deixando apenas passar.
A saudade já é maior do que o que eu sinto. E deveria ser diferente. Mas não é. A saudade parece ser a única companhia. A única coisa que ainda nos liga, que ainda te mantém vivo. Até quando? A saudade já não é o suficiente para me fazer esperar.
29/04/16 - 17h37
O meu nome é poeta,
a saudade é a minha
companheira...
Todas as vezes que
lembro dos seus beijos,
as lágrimas me visita...
A verdade é e a gente sempre arruma uma saudade pra ter
e um belo motivo
pra encher a cara
Eu não posso dizer que to feliz
nem que eu to triste
mas eu sinto algo gigante dentro do meu peito
e isso me move
através dos goles
O amor ainda é grande, por aqui
a paz, que nunca foi tanta
Minha mãe grita pra que eu me apresse
e meu pai sempre me sorri
então eu tenho um motivo pra viver
Eu tenho a arte
pra não morrer em vida
Eu tenho o whisky
o vinho
os cigarros
meus amigos
e isso basta
Não preciso pedir mais
e tudo que vier
virá porque quer
e porque deve acontecer
Tenho meus braços abertos
e a boca
e o coração
Sou o que eu não imaginava quando criança
e o que eu vou rir
quando tiver mais passado
que futuro
Jim Beam é um ótimo poeta.
SAUDADE
Saudade é uma dor que, de tão grande, não cabe em nosso peito, e transborda em forma de lágrimas.
mel
Você está longe. E tudo me lembra você aqui.
Já chorei de saudade. Já pensei nos últimos acontecimentos, mas eu preciso de pouco mais para decidir, eu preciso de verdades concretas, só disso, aí sim.
Eu amo tanto você que nem sei onde parar. Eu sinto todos esses Km entre a gente e meu coração aperta. Meu coração está partido por tudo isso
Tá doendo...
Que saudades, não ta cabendo em mim. Volta logo. Eu preciso de você aqui.
É
É a saudade
Falo contigo, como se fosse ontem
Todas as coisas parecem ontem - mesmo as do ano passado
Tua ausência é algo gigantesco
que eu não explico pela poesia - não só por uma
Tu me tornou um eterno endividado.
Em nossas vidas
viajamos e passamos por vários lugares
e pessoas
Então
deixamos um pedaço de nós
e cada vez que reencontramos esses lugares
e pessoas
temos, também, um encontro com nós mesmos
Um encontro com as lembranças
e as saudades
e com o que um dia fomos
Já não dói quando lembro de ti
porque não encaro como momentos que morreram
mas encaro como momentos que vivi - e ainda vivo
isso tudo faz um vida valer a pena
todos aqueles sorrisos verdadeiros
e olhares que se entregavam
Eu espero que fique bem, onde estiver
e sei o quanto pensa em mim
Ainda lemos nossos pensamentos
e acendemos cigarros na mesma hora
Toda despedida nossa é lenta
porque tu deixaste muito de ti, aqui
eu deixei muito de mim, aí
Ainda sinto conforto quando ouço tua voz
mesmo que engasgada de saudade
Assim como tu sente toda saudade que emana de mim
através dos meus poemas
e dedos trêmulos
Um dia nos reencontraremos
nisso você poderá se encontrar consigo mesma
e eu
ser feliz
sentindo a maciez do teu cabelo
e teu sorriso gigante
enquanto deixamos mais um pouco de nós
um no bolso do outro.
Saudades de Regina!
Nascemos e crescemos em meio a uma família que nos é tudo.
Mas, o tempo passa. Crescemos e formamos a nossa própria família.
Nossos pais e irmãos ficam meio que a parte...
Nos encontramos, nos abraçamos, nos confraternizamos.
O encontro semanal tem um quê de especial... Tem amor!
Pai, mãe, irmãos, cunhados, sobrinhos e
alguns amigos que nos visitam... É uma festa!
O sítio de “vovô Carlito” é alegria...
Carlito e Regina formam o casal mais lindo... um exemplo.
Mas, é a lei da vida: Um dia nossos entes queridos se vão
E vão assim, sem que estejamos preparados, por
mais que saibamos que um dia irá acontecer.
Sem nenhum aviso, perdemos alguém que muito amamos.
Ninguém tem culpa... É a lei da vida que tem inicio, meio e fim.
Resta-nos a saudade de quem tanto amamos e que muito nos amou.
Mas, como Deus é bondade e providência, o tempo tudo cura.
Sentiremos saudades dos tantos momentos vividos e, jamais
esqueceremos daquela a quem Deus confiou a família Alves de Lima: Regina...
A esposa, a mãe, a avó, a sogra, a amiga...
O sítio não será o mesmo sem ela mas, o patriarca Carlito estará lá e,
com certeza, vai ficar sempre feliz com nossas visitas, nosso carinho, nossos cuidados.
Afinal, a vida e assim... Temos o compromisso de prosseguir.
Eternas saudades!
Edvânia Fernandes
De par a singular
Depois do teu olhar
O meu corpo se calou
A saudade faz aumentar
O vazio que você deixou
Não era para ser, mas foi
Aquela música silenciou
Não mais terei o teu oi...
Nem sei mais onde estou
Perdido está o ansiado projeto
O coração não mais disparou
O pesar não sabe ser discreto
Quer o que nunca mais chegou
Sem você o amor não é completo
E os sonhos sonhados acabou
Ter você é de paixão estar repleto
Pois pensei um dia ser minha, ou
Que éramos par, não singular o afeto.
Luciano Spagnol
Arca
O fado é epílogo da saudade
Na sua rapidez, tudo passa
Amores, dores, rumores, fugacidade
Desenhando no rosto marca
Traçando na memória diversidade
Na vida fazendo fuzarca
Na alma bagagem e fertilidade
Passo a passo erigindo nossa arca...
QUANDO VOCÊ VOLTAR
Nas asas da saudade você partiu
Na bagagem promessas de voltar
Acenando com o seu triste olhar
Com um sorriso você despediu
Eu sozinho, angustiado, calado
Num vazio enorme sem você
Meus pensamentos só a ti vê
Meu sentimento está enlutado
Amor cuide-se pela estrada
Por nós, nesta ausência delirante
Saiba o que sinto é forte e constante
E quando você voltar!
Traga consigo o nosso amor
Enquanto no meu canto, velador...
Ser criança
Na magia de ser criança
Pouco foi o tempo
Calça curta na lembrança
Saudade ao vento...
(Traz à alma alento!)...
Pés no chão jogando biloca
Banho na chuva, diversão
Finca, guaraná com pipoca
Queimada, nas mãos o pião...
(Eita! Como é bão!)...
O simples da ingenuidade
O complexo da pureza
Faz da infância felicidade
E da recordação certeza...
(Que não volta mais!)...
Tempos nunca demais
Com gostinho de querer
Outros iguais
Acompanha o nosso viver...
(Ser criança nosso primeiro aprender!)...
Semente
O tempo não para nos ponteiros
Fecho os olhos e sinto saudade
Ainda ontem eu via os carroceiros
Das ruas da minha capiau mocidade
Aqui inventando um pouco de ilusão
Tanto tenho e quero mais felicidade
Mas sinto falta de quimera no coração
Das madrugadas da vida de sonoridade
Tão inquietas e tão cheias de emoção
E tão bem fazem pra nossa mortalidade
Quero o mar para paliar a minha tristura
Palavras para escrever contentamento
De estes versos tirar esta toda amargura
Pois ainda moço vetusto sou para ter tal sentimento
E se o decesso ainda não veio, quero mais aventura...
Semente de paixão, ter a vida com mais acontecimento.
Cordão da saudade
La vai um cordão puxado por confete e serpentina
La vai um cordão puxado por samba e marchinhas
La vai um cordão de índios, mascarados e colombinas
La vai um cordão de farra nos pés das cabrochinhas
Lá vai um cordão de ilusão de quatro dias de folia
La vai o cordão da minha saudade destes dias
Hoje sentado na janela vendo o que foi só alegria
Tornar-se sem inicio e sem final
No gosto de quero mais na nostalgia da quarta feira
Num emaranhado e desengraçado carnaval.
Carta de amor
Amor, nestes rabiscos desenho só sentimento
Em cada linha a saudade nodoando o coração
Com seu cheiro, seu gosto, seu pensamento
Que me fazem nesta carta confessar paixão
Letra por letra, ponto por ponto, argumento
Que já não sei amar mais ninguém
Do que você! E neste meu firmamento
Está o meu rimar que me leva além
Dos sonhos sonhados, do chamamento
Nas noites solitárias, frias, porém,
O que mais importa neste momento
É saber que você também me ama
E que juntos estamos neste planejamento
De vida, de cumplicidade, afinidade, chama
Assim, assino com o meu poetar
Esta carta de afeição
Grifada com o seu doce olhar
E versada com a nossa paixão...
Amor nestes rabiscos desenho só sentimento
Em cada linha a saudade nodoando o coração
Com seu cheiro, seu gosto, seu afogueamento
Nestes versos de reconciliação
Chapéu de palha
Debaixo do chapéu de palha
Na aba da saudade, lembrança
Na copa rezas de acerto e falha
Da vida, nunca sem esperança
Este chapéu de palha, roceiro
Que não larga do caipira berço
Sempre riscando o fado roteiro
E na fé aduzindo trilha e terço
Chapéu de palha, cultor matuto
Do caboclo do cerrado, do chão
Do vento árido e do pó enxuto
Que traz o sal e feito ao coração
Tal chapéu de palha, tão original
Que compõe o poetar de emoção
Canta o sertão na sua arte capital
Trajando a alma capiau de tradição
(Chapéu de palha, remate vital!)
Contrição do poeta do cerrado
De que vale ter saudade
Aqui no meio do cerrado
Se caminhasse hoje chegaria tarde
No ponto de partida,
bom é ficar calado
A vida não é covarde
Apanha-se o semeado
Não adianta ter alarde
No descuido que tenhas plantado
Nem remorso que na razão arde
Viva sua arte, encarnado...
Das ruas que dão no mar
Que saudade das ruas que dão no mar
Do vento que sopra o aroma da maresia
Tão despercebidas no cotidiano do olhar
Tão carentes na distância desta energia
Ando nas calçadas nos meus devaneios
Em cada esquina, cada praça, cada bar
Num vai e vem da angústia e seus anseios
Da nostalgia das ruas que dão no mar
Na ausência das ruas que dão no mar
As pedras portuguesas são memória
Nos seus arabescos suspiro faz brotar
Se chorar são lágrimas de uma estória
E nesta quimera de sol, praia e areia
Que faz a melancolia aqui no poetar
É um luau a beira mar de lua cheia
Versando as ruas que dão no mar