Poemas de Rosa

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SE VOCÊ NÃO TEM TEMPO


Se você não tem tempo, invente uma máquina do tempo só sua, onde as horas fujam dos relógios, onde caibam todos os tempos de que precisa, onde caiba aquele seu tempo, tão particular.

Se você não tem tempo, se mude para uma folha de papel, vire um personagem e faça as suas vontades viverem em figurinhas de gibis.

Se você não tem tempo, peça carona ao vento que é sedento de movimento num tempo que ele mesmo inventou.

Se você não tem tempo, e isso lhe causa sofrimento, invente alguns sonhos e passeie feliz nos seus próprios pensamentos.

Se você não tem tempo, mude seus hábitos, corra atrás de um dia vadio, busque os seus amigos, faça festa ou não faça nada, fique de barriga pro ar, mas extravase a tensão.

Mas se achar que tudo isso é uma viagem, que não tem tempo para o ócio, que não tem tempo para viver bobagens, prepare-se meu amigo, o seu futuro promete, porque a vida é feita de bagagens e você resolveu carregar, a tiracolo, a solidão.

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SE ME PERGUNTAREM DO QUE VIVO


Nas minhas dissonâncias, sou uma música que toca desafinada,mas feliz
Meus sentimentos consonantes em todos os momentos e por todas as horas são - VOCÊ
Se me perguntarem de que vivo agora, eu lhes direi:
Vivo
da esperança da manhã que nasce,
do calor do sol do meio-dia,
do colorido do céu das tardes de outono,
do luar que banha o meu quintal.
Vivo
da alegria de poder ouvir uma voz suave que me fala coisas bonitas,
do encontro com outra alma que a tenho em sintonia,
de um sorriso que se abre pra mim cheio de alegria.
Vivo
dos encontros possíveis de um amor intenso,
das horas vadias cheias de saudades
da felicidade da espera para sua chegada.
Vivo
do olhar nos olhos de quem me ama
dos beijos roubados em lugares proibidos
dos abraços apertados que se fazem sentidos.
Vivo
da quentura das vontades tortas,
da loucura dos sonhos que, por vontade própria,
tomaram conta de mim.
Vivo
dos carinhos que ganho sem ter que pedir,
da liberdade que me permiti sentir.
Vivo feliz por você existir.

Inserida por rosabergcine

POESIA, MINHA FIEL COMPANHIA


Num dia fui inventada, no outro me reinventei. Já tive asas quebradas. Já as tive inteiras, outra vez. Já pisei em pedregulhos e sorri por puro orgulho, quando a dor me visitou.


Já me perdi no horizonte sem sequer sair do lugar, viajando ao ver os navios
dançando felizes, nas águas, em alto mar.Já sonhei com outras terras, outros portos, com as gentes de outro lugar.


Já bebi minha própria saliva; já provei do meu próprio veneno; já tive a boca rachada de tanto tagarelar.

Já rasguei minhas memórias escritas em um papel qualquer que o tempo, no seu tempo, esqueceu em algum lugar.


Já tive medo do escuro, já me perdi em atalhos, já enlouqueci por bobagens.
e distraidamente, tranquei minha alma num armário.


Já chorei quando perdi amores; já dei risadas quando recebi flores; já voei nas nuvens, inflada pela felicidade.

Até corri em disparada, só para ganhar um abraço dos braços de quem eu tinha muita saudade.


Já tive o coração na garganta, na boca, na cabeça com sentimentos que nem me deixavam a realidade enxergar.

Já amei quem não devia e tremi mesmo quando me diziam: “Não tenha medo não”.


Os anos foram passando e eu sempre esperando que minha alma estabanada sossegasse e, quieta devorasse essa tal de poesia, que os mais velhos diziam que com o tempo nos fugia, desfigurando todas e quaisquer emoções.


De fato, passaram-se os anos, os dias, as horas e meus planos.

Porém, a poesia, dona absoluta de minhas fantasias, numa doce e eterna teimosia, resistiu ao tempo, às dores, aos desencantos , ao meu cansaço e como uma bactéria resistente, continua presente em minhas veias ,correndo com sofreguidão como sangue quente me fazendo companhia nas minhas horas de total e irrestrita solidão.

Inserida por rosabergcine

Meu Refrão - Saudade


Hoje a lua me faz sentir saudade. Saudade das horas senhoras da poesia que, em noites frias, me fizeram viver um verão. Saudade dos sorrisos tontos e de nossos planos sonsos de, algum dia, sermos o que nunca fomos. Saudade das palavras não ditas, apenas entendidas por nossos olhos atentos aos movimentos da emoção. Saudade das palavras perdidas nos sorrrisos cumplices da paixão. Saudade dos toques pretensiosos de nossas mãos, fingidos não terem nenhuma pretensão. Saudade da fragrância quente e envolvente do calor do abraço presente em nosso coração . Saudade dos sentimentos intensos e descompassados vividos com sofreguidão. Saudade, também, de todas as interrogações nos porquês sem necessidade de explicação. Hoje, a saudade me abraça e me tonteia, do mesmo modo de quando eu estava pertinho de você.

Inserida por rosabergcine

SENTIMENTOS SEM CLICHÊS



Pouso o meu olhar sobre mim mesma, sobre meus sentimentos, sobre os meus sonhos, sobre minha alma, como um artesão buscando inspiração para o seu ofício.
Ando precisando fazer uma releitura das minhas ambientações internas nos moldes de um artista plástico quando da criação de um novo design e de uma nova estética.
A estrutura arquitetônica e o estado de conservação de meus sonhos estão visivelmente abalados nas suas estruturas poéticas.
Abro as portas do meu coração para resgatar e preservar as emoções silenciadas e estocadas nos armazéns de minhas lembranças.
Meu espírito critico e inquieto anda cochilando pelos botequins dos pensamentos viciados e anseios confusos.
Preciso do cheiro de perfume bom em minha pele.
Quero essa minha alma atrapalhada caminhando pela vida fotografando sentimentos sem clichês.
Quero um beijo da lua no meu rosto de presente.
Quero beber a lagrima da saudade, num cálice de cristal.
Quero pescar risos de alegria, nas horas do meu dia
Quero a surpresa da frase feita de uma poesia.
Não quero sonhos sem futuro.
Quero cuidar de mim

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POETA, ESCREVA PRA MIM

Poeta,
Não quero tristeza escrevendo, em mim, rimas de dor.
Não quero sangrar a qualquer hora, sem ser nada, sem nada ser.
Não me dou bem com a vida quando estou assim.
Quero alegria da fantasia de uma lua em mim.
Quero perfume das flores do meu jardim.
Quero todos os meus sonhos saltando de um trampolim.
Não quero saudade batendo na porta pra me fazer chorar.
Nem as lembranças de outrora ocupando o meu lugar.
Poeta,
Devo-lhe confessar,
Quero um céu estrelado repleto de luzes
para o meu indicador em suas direções apontar.
Careço de alegria e companhia para tagarelar.
Quero o som de águas correndo nas pedras de algum lugar.
Preciso um pouquinho de tudo para sobreviver
Poeta,
Escreva para mim
Perdi por aí todas as palavras e não consigo me encontrar.
Não quero que este seja o meu fim.
Por isso eu insisto:
Poeta, escreva pra mim!

Inserida por rosabergcine

NOSSOS SONHOS SERIAM, MAS NÃO SÃO.

Sinto muito! Mas não posso mais ignorar que esses meus sentimentos de encantamento não cabem no agora e nem mais nessa minha alma tagarela. As exigências da vida estão aí assinalando que fragrâncias desse amor evaporaram-se, apesar do meu torpor. Não vou dissimular minhas angustias em frases feitas, nem tão pouco privar os nós de minha garganta de se derramarem pelo meu rosto em teimosas lágrimas. Já não sei mais se essas lágrimas são eclosões de meus sentidos, ou dos meus muitos sonhos descabidos. Eu não tive intenção, mas quando dei por mim, havia consagrado a um amor minhas mais puras, simples e fortes emoções.

Acreditei na pureza das trocas e dos sentimentos, como uma criança acredita em Deus. Não importa. Reconheço que a vida é feita de fatias, de movimentos, de projeções contraditórias. Não existem bulas. Não existem fórmulas. Nos corredores da vida, os fatos têm sempre uma porta de entrada e outra de saída. E quando estamos no meio, nem nos lembramos disso. Ainda bem, porque só assim podemos desfrutar da sonoridade dos momentos para sempre inesquecíveis.

Aqui e agora, entretanto, minhas interrogações internas se fazem ávidas quanto à concentração de minhas forças, na tentativa inútil de encontrar a perfeição de minha realidade mágica. Nesta atmosfera, não se justifica mais nenhuma entrega. A distância também se faz presente em minha alma, e o silêncio, dos instantes e dos momentos, se coloca no lugar onde a alegria profunda de se estar perto era uma teia de felicidade em construção, quando os nossos sonhos seriam, mas não são.

Inserida por rosabergcine

COBIÇO O SOL NESSA MINHA CARA DE CHUVA

Ponto de partida.
Eu e os meus contrapontos, nas suas complexas conexões.
Entre o branco e o preto, ilógica e incoerente minha alma navega em estado apocalíptico nos debates íntimos do paraíso perdido.
Sentimentos escondem-se em narrativas cifradas por suas rochas subterrâneas.
Uma forma crua de acesso aos sons desafinados dos desejos e anseios estanques revelados no universo onírico de minha alma alarmada diante de mim mesma.
Na ordem desordenada do abalo sísmico do abismo que me guarda e me amedronta, me debruço e invoco a calma.
Quero uma calma mediática, harmônica e voraz.
Quero pensamentos mágicos roubando-me desse isolamento que me prende, com uma âncora, às esquinas de meus medos e às zonas de turbulências.
Minha urgência reflete-se no visível, no grito da alma, nos sentimentos bailarinos de minhas veias, no cansaço da tristeza, nos sonhos caídos por terra, nas distâncias insanas, nas sintonias dessintonizadas.
Coração está asilado. Sufocado. Sentimentos no avesso.
Cobiço o sol nessa minha cara de chuva, porque a vida não peguei emprestada.

Inserida por rosabergcine

E AGORA?

O que faço com os espaços vazios quicando em meus dias?

O silêncio é pesado demais para esta minha alma velejante carregar.

Meu barco da vida, a mercê dos dias, navega em desalinho.

Estou à deriva.

Arrasto-me em aglomerados de sentimentos, hóspedes das palavras ecléticas e dos sonhos voláteis.

O vento sopra e empurra as minhas horas nessa viagem sem roteiro.

Nada de dor, nada de tristeza, nada de prazer.

Apenas uma realidade, sem sentido, sentida na essência do tempo despido, encarado em seu processo de transformação.

O corpo não pode fazer nada, a realidade do momento é emocional.

À tona, em minha alma, apenas o desejo de voar novamente.

Porém, preciso de paciência, pois antes de levantar vôo

“navegar é preciso”.

Inserida por rosabergcine

HORA “D”...

Hora de arrebentar a linha.
Hora de atravessar a rua.
Hora de navegar por outro mar.
Hora de encarar o novo e experimentar o gosto de um novo tempero.
Hora de delirar com o acaso e não ter medo de descontrolar os controles internos.
Hora de estancar saudades e acender o sol para espanto do inverno.
Hora de pensar no seu caso e de deixar o cansaço morrer.
Hora de sair do lugar.
Hora de voar.
Hora de saciar vontades.
De ouvir uma canção e cantar.
Hora de olhar pra a lua e me reencantar.
De deixar sem freios os poemas circulantes nas veias.
Hora de me jogar, sem medo e sem culpa, no abraço que me espera logo ali.
Hora de tornar eterna e para sempre esta hora feliz.

Inserida por rosabergcine

SENSAÇÕES
Sentimentos rabiscam-se em rascunhos
Reflexos da falta de nexos
das palavras que não me vêm.

Decepção a beira do abismo
Coração destruído pela audácia
das vozes interiores me dizendo não.

Emoções sem termômetros
Termômetros sem previsões.
Inverno na alma!

Inserida por rosabergcine

HOJE, FICA PROIBIDO

Hoje fica proibido,
sentir preguiça, cansaço
ou sonolência.

Hoje fica proibido,
sentir dor de dente, dor na mandíbula,
ficar doente.

Hoje está proibido,
fazer bico, ficar com raiva,
sentir saudade,ser exigente.

Hoje, respire alegria,
faça poesia,
viva de verdade.

Inserida por rosabergcine

.....R.E.T.I.C.Ê.N.C.I.A.S.....


Nada sereno
quando falo com você.
Tenho vontade colo
vontade lingua
vontade mistura
vontade corpo
vontade impura
arrepios....
Suas palavras
ateiam fogo em mim
me derramam
me derretem
me escorrem
Socorro!
incêndio.

Inserida por rosabergcine

TEMPO DE TRAVESSIA

Ouso mudar o passo
para entrar no compasso
dessa vida cigana.
No coração,
já não há mais súplicas
das dores de velhos amores.
Dançar é a minha rendição.
E danço com a dança
de uma jangada no mar
só para ver no céu
nuvens a rodar
e os pássaros livres
a voar.
Em tempo de travessia
vento é sinfonia
Hora de sonhar.

Inserida por rosabergcine

DEUS É PAI

Quando o dia amanhece,
a vida acontece,
porque Deus é Pai,

São os pássaros cantando,
é gente acordando,
porque Deus é Pai,

É a brisa varrendo,
é o sol aquecendo,
porque Deus é Pai,

É o mundo girando,
é mais um dia brotando,
porque Deus é Pai,

Meio-dia chegando,
as pessoas trabalhando,
porque Deus é Pai,

É o suor descendo,
é a fome crescendo,
porque Deus é Pai,

Na hora do almoço,
é aquele alvoroço,
porque Deus é Pai,

E nessa correria,
a volta ao trabalho,
porque Deus é Pai,

Seis horas da tarde,
é o dia acabando,
porque Deus é Pai,

É o corpo cansado,
de tanto trabalho.
porque Deus é Pai,


E no ponto do ônibus,
muita gente se esbarrando,
porque Deus é Pai,

É a volta pra casa,
com o dever cumprido,
porque Deus é Pai.

Nove horas da noite,
banho tomado
porque Deus é Pai.

E a cama arrumada,
bem perfumada,
porque Deus é Pai.

Pensamentos ao vento,
no corpo mais lento,
porque Deus é Pai.

Hora do agradecimento,
por cada momento.
porque Deus é Pai.

Inserida por rosabergcine

DECLARAÇÃO

De repente,

Olhos vazados por lágrimas contidas,

Que teimosamente escorrem pelo rosto.


De repente,

O rubor que sobe à face denuncia emoção.

Agüenta coração!


De repente,

Um nó na garganta sufoca o choro,

Fazendo música a voz interior.


De repente,

A poesia é servida em copo de cristal

Golpe mortal.

Inserida por rosabergcine

De meu plexo solar,
vou confiscar
os sentimentos complexos
que querem me perturbar,
criando trilhas,
que me deixam em ilhas,
onde não devo estar.
Do meu coração,
vou roubar
as emoções migratórias
que querem me revolucionar,
criando fantasias,
que viajam muitas milhas
E me fazem naufragar.

Inserida por rosabergcine

Dedico esta poesia a Alessandra Espínola, após matar a minha sede na fonte de seus escritos.

PROCURO-TE

Procuro-te nas palavras.
E em teus versos te encontro.
São diferentes as nossas estradas,
mas iguais as nossas madrugadas.
Perco-te pelas frias esquinas da vida
e em tua alma te reencontro.
São diferentes os nossos destinos,
mas iguais os nossos desatinos.
Nossas feridas são pulsantes.
Nossas dores, viajantes errantes.
Nossas vozes jamais podem descansar.
Procuro-te na prisão dos loucos.
Porque ouço gritos sufocados e roucos.
E vozes que mal posso escutar.
Amiga, sinto te informar.
Somos prisioneiras da fantasia
Estamos condenadas à poesia
Somos Deusas da nossa criação

Inserida por rosabergcine

DESDE QUE APAREÇAS!!!!

Dou-te asas para voar.
Dou-te vozes para falar.
Dou-te estradas para caminhar.
Dou-te sol para aquecer.
Dou-te lua para brincar.
Dou-te estrelas para brilhar.
Dou-te chuva para molhar.
Dou-te coragem para vencer.
Dou-te vontade para continuar.
Dou-te comida para te alimentar.
Dou-te cama para deitar.
Dou-te carinho para acordar.
Dou-te alegria para sorrir.
Dou-te luz para iluminar.
Dou-te canções para dançar.
Dou-te flores para perfumar.

Desde que, apareças a qualquer hora.

Para me encher de beijos.
Para me dar abraços de desejos.
Para cheirar o meu cangote.
Para me fazer arrepiar.
Para me dizer poesia.
Para me falar de amor.
Para me contar segredos.
Para aplacar os meus medos.
Para me trazer alegria.
Para acalmar minha alma.
Para segurar a minha mão.
Para na minha boca, a tua língua enroscar.
Para o meu ritmo cardíaco disparar.
Para não me deixar desfalecer.
Para me fazer estremecer.
Para me entregar teu corpo em êxtase

E se isso acontecer,
Terei enorme prazer em morrer, em você.

Inserida por rosabergcine

ESCOLHA

Acho que cheguei adiantada para vida ou fiquei estacionada no tempo.
Só para escolher a hora de chegar.

Acho que fiquei menina e não cresci, apenas adormeci nas horas.
Só para escolher a hora de chegar.

Acho que fui engolida pelo espelho e fiquei guardada por lá.
Só para escolher a hora de chegar.

Acho que virei personagem de histórias infantis e me encantei.
Só para escolher a hora de chegar.

Acho que fui morar nas estrelas para de lá, o mundo observar.
Só para escolher a hora de chegar.

Acho que me escondi dentro de um ovo, para que o calor pudesse me chocar.
Só para escolher a hora de chegar.

Acho que fui seduzida por Iara e, no fundo do rio, meu corpo foi-se juntar ao dela.
Só para escolher a hora de chegar.

Acho que me transformei em arco-íris depois da chuva, para pintar de todas as cores a minha alma.
Só para escolher a hora de chegar.

Mas se assim eu continuar a caminhar, quase a deriva, num bote inflável que se deixa levar, sem saber onde vai dar, guiada pela direção vento e balanço das águas do mar, estarei perdida!

Porque não saberei escolher a hora de chegar.

Inserida por rosabergcine