Poemas de Romance
Fostes além do imaginário
oculto na noite escura,
Varri todas as brumas,
escrevi o nosso rimário
nas flutuantes espumas.
Persiste em mim pleno,
revelado e prateado;
Casto como a sonata
tocando-me nas cordas
d'alma livre e apaixonada.
Viestes além do meu querer
escrito nas estrelas,
Gentil como o luar
beijando-me à beira mar,
bem no meio do anoitecer.
Porque este versejar dança
nos braços da abolição,
Sorri para Castro Alves,
gaba-se de ser constelação
a ocupar inteiro o teu coração.
Não me basta ficar só olhando,
Necessito tocar o corpo alheio,
Sem nenhum 'tipo de freio'...
Não me basta ficar te esperando,
Preciso tocar o teu coração,
Com toda a minha emoção.
Não me basta ficar te enganando,
Desejo revelar que sempre te amei,
Todo o amor do mundo eu guardei.
Dançam os corais nos oceanos,
- O mundo dá voltas
Colocaste-me dentro de ti,
Porque na verdade eu jamais saí.
Cantam os pássaros nos montes,
- O relógio dá voltas
Coloquei-te dentro de mim,
Porque na verdade és meu bandolim.
Posso olhar pelo buraco
Da fechadura do tempo,
Posso ouvir pelo recado
Da ternura misteriosa,
Deixaste-me garrida
Do amor pelo amor,
E por todo o amor pio;
Devotado sempre à ti:
Sofri, chorei e resisti.
Transformei a ausência
- tua -
Na mais fina vestimenta
Poesia intimista perfeita,
Para ser flecha no peito,
Com versos luxuriosos,
Cheios do meu veneno
Doce, delicado e sublime,
Para um peito impávido
- forte -
Para que flecheiro acerte,
E nunca mais ele cicatrize.
Posso amar muito além
Do destino e da espera,
Posso romper algemas
De tudo o quê te prende,
Deixaste-me em privação
Do amor fervente,
Da paixão pela paixão,
E por toda a paixão terna;
Eternizada na íris da mente:
Você me amará para sempre.
Dos resquícios de amor
Em nós permaneceram
Os deliciosos indícios,
Das loucuras em flor
Em nós fixaram
Os previstos inícios,
Dos maliciosos beijos
Em nós sempre [pairam...,
As memórias sem medos.
Do teu abraçar em festa,
Eu me aproveitei,
Do teu aroma de terra,
Eu jamais [desistirei.
Dos desejos represados
Não podemos nos negar,
Das carícias recolhidas
Nós podemos recapitular,
Dos tempos tímidos
Não quero nem lembrar,
Os versos indeclamáveis
Em nós ficaram reunidos,
Não quero ainda [revelar..,
De tudo o quê não vou negar.
Do teu olhar em festa,
A tua roupa eu arranquei,
Da tua ternura em pele,
Eu senti e me [arrepiei.
Das intensidades impublicáveis,
Os teus beijos bem guardados,
Eu já te revelei, e me entreguei!
Das verdades incontáveis,
Os teus cortejos eu registrei;
Dessa cor de amor que tens,
Os meus suaves desejos
Desabrocharam em mil [amores...,
Só para ver se um dia tu vens.
Das amenidades apaixonadas,
Os teus enleios fascinantes,
Eu hei de vê-los em noites estreladas!
Dos aromas orientais,
Os meus poemas são ofertórios,
Ao delicado colibri amado
Que tanta falta sempre me [faz].
Sinto o aroma do infinito em nós,
O flagrante de amor no ar...,
Por ti não me canso de esperar.
Vejo o horizonte se abrir por nós,
O instante não vai passar...,
És inteiro e virá para sempre ficar.
Sinto a falta do teu abraço,
Do brilho do teu viço...,
Forte como as chuvas de março.
Vivo a alegria de ser por nós,
O meu olhar nunca se perdeu...,
Do teu olhar o peito não esqueceu.
Sinto todas as faltas do mundo,
O teu calor solar primaveril...,
Não pode me faltar no 'profundo'.
Quero adormecer com a tua voz,
O amor nasceu em nós...,
Ele é livre como um albatroz.
Sinto que o teu olhar leve,
O teu observar é energia...,
E o meu corpo é só alegria.
Aonde estás? Não sei.
O teu amor será a lei...,
O meu obedecer - a grei.
Sinto o teu beijo de colibri,
O amor saúda logo ali,
Amo-te em silêncio aqui.
Aonde estás? Não sei.
O teu amor já é lei...,
O teu querer é a fina grei.
Em vias de nós obtermos
- a consumação -
O teu olhar não me perde,
E nem se perde de uma linha
- da nossa paixão -
Alvissareira coroação,
- somos poetas -
Com todas as cordas e linhas
Da vida e do coração,
Plenos de ternura e oração.
A minh'alma jamais se deixa
capturar - sou livre para amar,
A minha'alma nasceu livre,
e por isso sou a tua poesia...,
O amor da sua [vida]...,
e isso ninguém pode negar.
A poesia escrita intensa
é a dos loucos amores,
Desenho com todas as cores,
pinto a sua pele com a cor
Que vier a me [inspirar]...,
A minh'alma tu bem enaltece,
o perfume que ninguém esquece,
Ele só você bem conhece,
o rumo a se enveredar.
A minh'alma não cede nunca
a oportunidade de remar,
A minh'alma é embarcação
e emoção à beira mar....,
O amor nela [reside]...,
e ele ninguém pode despejar.
A poesia do mistério bailado,
e que nunca será desvendado.
É essa poesia a te convidar
para preencher a tua vida toda.
Para você amar e ser [amado]...,
e fazê-lo sempre sorrir à toa.
Dos teus olhos cheios de mar
do amor que mora em nós dois,
Temos um destino a cumprir
a vida para viver sorrindo,
O amor não vivido para cultivar.
Verdade, céu, inferno e amar,
no teu coração eu vou chegar.
Demos as mãos, vamos seguir
a vida não há de atentar...,
O Universo irá sereno se abrir.
Dos beijos que eu não lhe dei,
eu vou em versos contar:
- Meu delírio em noite de luar
Berço esplêndido de amar,
Riacho imenso e límpido;
É este corpo feito para navegar.
O amor virá para sempre ficar,
ainda que mui menino,
Tão lindo moreno e poeta do mar,
és meu seguro e secreto refúgio,
Doçura de (arrebatar),
Espero que venhas em breve,
Fazendo não só a dedicatória,
Escrevendo o meu poema
E me tirando para dançar.
Ao poeta do mar...
Devo-lhe imensamente tantas:
os risos, os gozos e os prantos
Tenho-lhe na minha alta conta:
não me perdi na tua ausência
Temos uma história para contar:
- não sei no que vai dar
O importante que venhas inteiro,
e eu seja o teu amor derradeiro.
Augusta e profunda sintonia,
- Aprendeste que és poesia! -
Suprema glorificação que tua alma
- exibe -
Amar-me em pensamento sublime.
Canto-lhe o meu soneto enluarado:
casto, sublime e apaixonado
Tenho-lhe em letras proibidas
escritas por todos os poetas,
Temos todas as noites para virar:
- revoadas para alçar
O emocionante você já entendeu:
és impávido e sempre serás meu.
Não paro de percorrer
Com os meus olhos,
Que não são mais meus,
Sim, eles são tão teus.
Não devo ir adiante
Com o meu intento,
Até ser alvorada,
Por tua mão colhida,
Não sei se sou a flor
Mais bela ou preferida.
Não paro de correr
Com as minhas letras,
Pois elas são as pernas,
Que por ti dobrarão,
Aqui elas por ti estão.
Não sou mais a mesma,
O poente dança em mim,
As nuvens são de cetim,
Eu sou violeta pequenina
No teu imenso [jardim].
Não existem sobras, e nem instantes
- o amor nasceu precioso
Tão sublime que não ligo para nada;
Rejeito qualquer colar de diamantes.
Vi entre os cetins e plumas
- a escolha talhada
No calor do teu abraço,
Não sei o quê é que eu faço:
Se devo ir para a certeza das brumas.
Bem persistem as dúvidas, e não poucas
- o amor surgiu caloroso
Na tua pele repleta de verão,
capaz de encantar em qualquer estação.
Te vi nas grandezas e nas larguras
- o desejo pleno pulsando
No andor dos meus passos,
Eu descobri o mistério do caminho:
-Você gosta e deseja o nosso ninho.
Não devo confessar ainda os ledos
- mistérios
Dessa devoção e desse contentamento
Por alguém que se faz de pequeno,
Mas no profundo é imenso, gigante
Devo a ti mil reverências ao tempo,
Que se dedica a fazer girar o mundo
Gostaria de falar tudo, mas não devo;
Dos meus enleios e do recomeço,
Do amor que é salto, poesia e altura,
A tua escrita deixa a minha na fervura.
Eu não acredito em amores perdidos,
e sim nos amores não encontrados...,
O destino costuma pregar peças,
eu quero te colocar sob meus cuidados.
O amor nas letras poéticas do Sol
que chegará calmamente...,
No desabrochar do arrebol,
eu desejo amar-te solenemente.
Eu não acredito em amores passageiros,
e sim no amor que rompe fronteiras...,
O divino amor não passa,
ele reúne dois e formam inteiros.
O amor nas rimas eróticas do amar,
que chegará deslizando...,
Nas ondas da água do mar,
eu estarei neste barco embarcando.
O amor que não passa
e nele crê, confia e espera.
Ele virá sem dúvida,
com uma infinita argúcia,
devastador e forte,
Como as forças da Natureza,
Eu sei que ele virá,
com a profundidade dos oceanos,
E com toda a sutileza que há de ser,
e nenhuma câmera irá capturar...
O amor virá arrebatador,
- ele já está escrito
O Universo está ciente,
que o amor de verdade virá,
O meu amor que não passa,
e jamais [passará];
Como derradeiro que é, se eternizará.
A sua pele me deslumbra,
Ela tem a cor que tanto faz
Falta na minha pele,
A sua luz me 'domina'...,
Ela tem o tom que fascina
E me convida à luxúria...
Eu escolhi por ela me render
Sob sua 'guarda protetora';
Quero contar as estrelas
Na tua companhia sedutora.
A sua luz sublime na penumbra,
Ela vem da tua alma (capaz)
Intensa de manter-me nua...,
Ao modo de me tirar as letras,
No meu eu te declarar em poemas,
E assim desenhar mil esquemas,
No teu corpo com todas estrelas...
Eu escolhi por ela me prender,
Sob a tua égide me suspender,
Quero as tuas alegrias realizar,
E ser a tua cantiga de sonhar.
Eu escolhi acima de tudo:
Ser o teu forte sentimento
E devastador como mar...,
Que sabe ser oceano de amar.
Soltei os meus cabelos ao vento
Iguais aos seus olhos castanhos,
Contei os beijos tão [esperados].
Ambiciosa receberei um dia de ti
Mais do que uma declamação:
Uma rosa e uma [canção]...
Espero que você tenha gostado
De ter estado aos meios cuidados,
Quero você sempre ao meu [lado].
Ainda terei você de vez comigo,
Deste mundo bem protegido...
Pode ser até alucinação:
Quero ser poema e a sua paixão.
Eu preciso te contar
Que no girar das horas
Não quero te (perder)
Eu necessito te reencontrar
Sim, eu quero te ver!...
Do instinto eu quero
E vou me enlaçar
Do destino eu desejo
E quero te reencontrar
Sim, eu quero te beijar!...
Eu te aceito com tudo:
- Tudo mesmo!
Eu te aceito com tudo
Àquilo que te falta!...
Do divino eu quero
E vou me encontrar
Do despido eu desejo
E quero contemplar
Sim, eu quero te amar!...
Na América Latina sinto
- ou melhor -
Constato as falsas revoluções
Porque longe do correto,
E de todas as intenções,
Percebo que há um jogo
De ambições - inflamações;
Para não libertar o povo,
Para colaborar, infelizmente,
Com as mais de mil explorações.
Eu te aceito com tudo:
- Tudo mesmo!
Eu te aceito com tudo
Que te afaste do mundo!
Na América Latina vejo
- prevejo -
Antevejo o pior sinal
Porque se ninguém pensar
Um caminho correto,
Querer fazer o quê quer,
Escrevendo a própria sentença,
Caíremos na maior decadência,
É só questão de usar a cabeça
Para não termos um triste final.
Quem não sabe obedecer a Lei:
É igual ao guerrilheiro escavando
- a própria cova -
Comigo a hipocrisia da desordem
- não cola -
Quero a liberdade carinhosa e ordeira,
Que me permita caminhar em paz,
E viajar contigo por toda a Pátria Grande
Experimentando as estradas latinoamericanas
Que serão as estradas das nossas almas ciganas.
Estou tecendo [seriamente:
- Um plano de entrega
Para entrar no teu coração...,
E não mais sair da tua [mente];
Estou com uma vontade terna,
Que é fome de 'loba- quimera'.
Com inversão ou sem,
Quero você inteiro,
Do jeito que você vem,
Quero você [faceiro].
Estou desenhando [preliminarmente:
- Uma rota de sensualidade
Para romper com a castidade..,
E não mais aderir aos protocolos;
Estou com uma vontade imensa
De fazer parte dos teus [sonhos].
Com santificada carícia,
Quero você bem
Do jeito da malícia,
Que desliza [urgente].
Estou costurando no silêncio das horas:
- Para que tu venhas sem demoras
Rompendo auroras e poentes,
Trazendo estrelas [para mim],
Teus meneios serão presentes,
Um florescimento em meu jardim.
Na poesia nada é pecado,
A fantasia ela se permite,
E transforma a distância
No paraíso encantado...,
Na poesia não há limite;
A alegria vem pela noite,
E madruga bem cedinho
No teu sublime sorriso...
A tua pele é um convite..!
Na poesia que vem de mim,
A sinfonia ela se permite,
E transforma os versos
No mais lindo convite...,
Na poesia que se permite,
À espera do teu abraço,
E também pelo teu beijo
No meu aurirosado regaço...
A tua boca é um fetiche...!
Na poesia que vem com o tempo
A carícia ela reverencia,
E movimenta orante o mundo,
No mais perfumado intento...,
Na poesia que gira tudo,
À espera da vinda do astro,
E convém pela recompensa
No meu recanto íntimo...
A tua cor é da cor de Afrodite...!
No teu parto cheio de luz,
À beira da água doce,
Com as rimas de mar,
Com o teu cheiro de mato,
És um manso regato;
O teu oceano é de amar,
És poeta da cor corada:
- A tua poesia me trouxe.
E fez de mim fêmea domada.
Não sou feita de tíbias palavras
Sim, sou feita de poesias plenas,
Não sou feita de tristes amarras.
Eu sou poesia que fica,
Sou a perfeita indecência,
Eu sou a própria malícia.
Sou feita do teu doce sorriso
Não, sou a tua fina safra..,
Sou feita do teu verso despido.
Eu sou a mulher feita de poemas,
Eu sou a tal cheia de sol...,
Eu sou toda coberta de estrelas.
Não invado, sou poesia
O meu verso é de ferro,
E o meu corpo é de fogo.
Eu sou a menina fingida,
Eu sou a mesma [mulher],
Eu sou alguém que te quer.
A minha ambição é discreta,
Não desafio, porque sou lira;
Escrevo para uma paixão secreta.
Porque eu amo, sou poesia.
Porque tenho sede, sou poesia
Porque eu te espero, sou poesia.
Não vou além, porque sou poesia...
Porque como toda a poesia: sou poesia.
Da minha janela eu fiquei
Em busca daquelas histórias
Que só eu sei contar,
Fui em busca do luar...
Eu fiquei assim a te esperar,
De olho na janela para te ver,
Do jeitinho que irás pousar;
No soneto madrigal irei festejar
De bruços irei escrever:
Para o poeta se deleitar.
No céu flutuando eu subi
Em busca da luz da lua
Que provoca o delirar,
Fui em busca de você,
Eu estou a premeditar,
De olho na tua despreocupação,
Do teu trigueiro versejar,
No meu abraço a te abraçar,
De boa e sensual coreografia
Estou aqui para te provocar...
Do céu avistado o luar
Em busca do teu beijo,
Que chegou para excitar,
Fui em busca do segredo,
Do teu lindo versejar
Que bem parece (rede)
De pescador lançada no mar;
Aqui estou subindo pelas paredes,
Pronta para a gente namorar.
Os meus poemas sempre repletos,
- e incorretos
Não menos poemas e tão secretos,
- inteiros
Sempre tão cheios de solidão,
de mares, de lugares e de paixão,
São na totalidade uma declaração
de uma pomba que pousou na tua mão.
Eu tive que cantar, contar e escrever,
Os meus poemas se espalham por aí,
e eu bem aqui nesta tarde com luar
- mais uma vez -
ao encontro do sol beijando o mar.
Os meus dias vivem a te esperar,
Eu sou a tal orquídea a se 'abrir',
é deste jeito vivo a perfumar...,
- todos os dias -
Até você voltar (para mim).
Pude observar a [dança]
- do sol e do luar -
No oceano de amar,
Para seguir a luz
De quem me ama...,
E de mim nunca se cansa.
Destarte, posso tanto,
- em segredo -
Sagrado com afeto,
Espalhar este canto.
Pude passar a tarde
- de sol e luar -
A observar o mar,
Imaginando você em cena,
Ditando poesia suave,
E um sussurrar com [arte].
Evidente, nesta poesia
- intimista -
A deslizar nas areias
Palmilhando as conchas,
Para tomares conta,
E para quando abraçares:
- Roubares o meu beijo
Deslizando no canteiro
Escrevendo poesias boêmias
Com as pétalas das gardênias.