Poemas de Rock
De domingo na tv, vi o Senna campeão
Lembro almoço de família com final do Coringão
Brasileiro verdadeiro, me orgulha minha criação
Raça mista, descendente, sangue índio em ebulição
Patriota, idiota, sonho repatriação
País sem gestão e ladrões sem punição
Esse é nosso Brasil, sem saúde e educação
Brasil pátria amada, sobrenome exploração
Impunidade engravatada, adepta a corrupção!
Percepção dentro do compasso
Honro a missão, com rimas em aço
Microfone na mão, buumm, estardalhaço
O riso e o choro do nobre palhaço
Meu suficiente são rimas no pente
Assim represento toda minha gente!
Quem me guia é Ogum, Exu, Iemanjá
Nossa senhora vem abençoar
Minha quebrada, um bom lugar, nunca vou eu parar!
Minha barriga ronca, a fome me apetece
Já jantei a tua mente, enquanto a minha amortece
Dom da palavra e atitude só tem quem merece
Manda quem pode, e que pode mais desobedece
A situação aperta, a gente faz uma prece
Minha mandinga amiga ela que me esclarece
O pensamento positivo sempre fortalece
Quem tá comigo e fecha nossa firma reconhece
Eu sou do Sul do Norte, Nordeste cabra da peste
Do Centro-Oeste ao Sudeste em um corpo celeste
Se vale a pena pode crer que a gente investe
Molestadores do senado ao povo não moleste
Isso não é um treinamento, muito menos um teste
É a peneira que separa o bom do cafajeste
Cuide da sua alma, honre a calça que veste
Cuidado com o xerife, bem-vindo ao faroeste!
A Mente Irada tira o sono, traz o sonho!
Enquanto os mal feitores dormem, eu componho!
A Mente Irada tira o sono, traz o sonho!
Eu não me calo e denuncio, a tudo que me oponho!
A fome na terra
Comida pro lixo
Nascer pra ser humano
E morrer feito bicho
Nesse mundo desigual
Cobram muito de você
Te roubam a verdade
E te pagam pra esquecer
Não se paga por sonhar!
E não se põe preço na liberdade!
Onda positiva!
Procure a paz e busque a felicidade!
O seu lugar é aqui na minha frente
Minha boca nos seus lábios
Seu rostinho de contente
Bem de pertinho
Assim na minha frente
Meu toque na sua pele
Já sacia minha mente
Segure minhas mãos - 2015
Segure minhas mãos,
Não vá embora, não se afaste,
O que carrega é tão pesado,
E falar não faz que passe,
Que histórias traz consigo
Dentro do seu coração,
Venha aqui cantar um rock
É só um rock, meu irmão
É o bastante pra expulsar
Da sua vida a solidão,
Conte pra mim, mesmo em lamento
O que te vai no pensamento
Ninguém quer estar sozinho
Sente aqui, bem a meu lado,
Bem aqui onde eu me sento,
Venha aqui olhar a vida
Deixe a vida olhar voce
A vida quer te dar a chance
Se levante, encare o lance,
Pois do chão nada se vê...
Políticos aliados aos bons costumes cristãos.
Headbangers (metals, rockeiros, ecléticos, etc.) aliados aos bons costumes políticos.
Cuidado para não perderem seus direitos!
Não mais brincos, cabelos compridos, tatuagens, moto clubes, etc.
Pois se não seremos obrigados a seguir os bons costumes do padrão social.
O que eu tenho a dizer sobre o metal?
É meu estilo de vida primeiro, ele é a trilha sonora da minha vida.
Gera satisfação musical, intelectual, política, filosófica e existencial.
Só os melhores entendem sua linguagem, que está sempre para além de tudo o que é absurdo, sua logica é incontestável...
É por isso que, quem o escuta é forte, pois, tem um "metal heart"!!!
ADÁGIO
Um carro verde avança o sinal vermelho
Um viaduto espera o suicida chegar
Trazendo no seu bolso um ás de espadas afiadas
O naipe é de metais e sustenta as notas no ar
É um adágio tenso e desgovernado
Seu riso de partida dilacera a cidade
Como um palhaço louco que há pouco incendiara seu circo
E agora a recompensa vale mais que o vilão
Agora um erro fez prevalecer a razão
Agora a sombra se faz aurora e senhora da luz
E aqui um desconhecido foi assassinado
por outro desconhecido.
LABIRINTO EM LINHA RETA
Estou perdido nesse imenso e insano poema sem fim
Nesse mar furioso, esse grande deserto, essa constelação
Sou um beduíno, um velho marujo, surfista dos céus
Navegando a esmo, buscando faróis, naufragando no cais
São teses, hipóteses, temas, teoremas
Conceitos, preconceitos, catedrais e cinemas
Homem x Vírus, Q.I. x poema, escalas de valores
Labirinto em linha reta
Eu viajo atento nessa rodovia de areia movediça
Sigo a canção do vento, caio junto com a chuva numa vila esquecida
Sou meu próprio risco, sou meu próprio templo , miragem de Deus
Com o coração em prantos, despedaçando meu colar de contas
São teses, hipóteses, temas, teoremas
Conceitos, preconceitos, catedrais e cinemas
Homem x vírus, Q.I. x poema, estou perdendo sangue
Labirinto em linha reta
Drive In
A noite brilha quando ela deixa seu habitat
Nada natural para quem vive em qualquer lugar
Está sozinha esta noite à meia noite num drive-in
Numa trip enluarada um beijo nunca tem fim
E a noite despe e deflora
Eu finjo estar indo embora
Espero em qualquer esquina
A tempestade
São princípios, precipícios, príncipes da sedução
São navalhas e estiletes a cortar um coração
São imagens que se movem, são memórias num museu
E mentiras absurdas num romance que ela leu.
E a noite despe e deflora
Eu finjo estar indo embora
Espero em qualquer esquina
A tempestade
Drive-in.
Kaspar Hauser
Quem é você e quem somos nós
Entre as dálias e os girassóis
Espera a praça com as nossas dores
Os chafarizes, as luzes e as flores
Um viajante nunca espera a noite chegar
Mas descansa o nobre descanso dos nômades
Ciganos
Vim te buscar, com sede e suor
Não chora Kaspar
Esse brilho frio de guilhotina suspensa em segredo no ar
Qual segredo estaria entre nós, cigano
E o que você esperava encontrar, campos verdes ao sol
Verdes mares ao sul,
Mas a paisagem mudou a paisagem, a paisagem mudou..
a paisagem
Aprendemos tecer nossas teias sem fim,
nossas celas escuras e os olhos assim, tão brilhantes
tão frios, vazios e ausentes
E o que eu vou enxergar e o que você vai ver
O que vou enxergar e o que você vai ver, lá fora
Arco-íris distante na tarde cinzenta e a sombra de um muro
Caindo bem devagar, cigano
Vim te buscar, com sede e suor
Não chora Kaspar
I´m lonesome boy
I´m lonesome boy in your city
ASFALTO
Hoje eu acordei com os pensamentos fora de ordem
Cruzei a rua com os braços cruzados e os olhos cansados
Entre vitrines confusas & coloridas
”Borboletas num caleidoscópio”
Um bêbado tropeça num tijolo invisível
Cheio de riso de dança e de dor
Gotas de luz caindo no meu rosto
Diluindo sombras
Inaugurando a manhã
Motores bocejam rosnando como cães
Desafiando a nudez dos semáforos
E eu voo Pégaso
Alado, em círculos,
Meus sapatos de ferro pisando o asfalto em flor.
Desconhecida é a tarde no parque
Estilhaçando poesia no ar
Embriagando o bronze das esculturas
Antecipando o que está por chegar
Hoje eu não quero envelhecer
Já calculei a idade do tempo
Hoje eu me recuso a envelhecer
Hoje eu tenho a idade do tempo
Eu vou regar os rios
Acender velas ao Sol
Soprar a rosa dos ventos que me diz: pétalas
Pra esquecer
Às vezes eu me lembro sinto falta
E até chamo teu nome
Acordo e tudo gira tão distante
Tão distante de tudo
Preciso esquecer que é madrugada
Estou em outra cidade
Às 03:15 e as horas ao meu lado passando alucinadas
São fotos, filmes, livros discos, cartas
Que não dizem mais nada
Vestígios espalhados como minas
Num campo de batalha
Há luz em toda parte
Janelas e cortinas fechadas
Valsas, violinos e casais
Dançando embriagados
Pra esquecer...