Só havia três coisas sagradas na vida: a infância, o amor e a doença. Tudo se podia atraiçoar no mundo, menos uma criança, o ser que nos ama e um enfermo. Em todos esses casos a pessoa está indefesa.
Miguel Torga
TORGA, M., Diário, Coimbra, 27 de outubro de 1974
Muitas pessoas estragam a vida com a imaginação da infelicidade que as ameaça.
Sem o amor-próprio nenhuma vida é possível, nem sequer a mais leve decisão, só desespero e rigidez.
Apenas uma coisa tem que mudar em nós para conhecermos felicidade em nossa vida: onde focar nossa atenção.
A maioria das verdades fundamentais da vida parecem absurdas da primeira vez que as ouvimos.
A cólera prejudica o sossego da vida e a saúde do corpo, ofusca o julgamento e cega a razão.
Nunca cometi um erro na minha vida, pelo menos um que eu próprio, mais tarde, não pudesse explicar.
A dor é a substância da vida e a raiz da personalidade, pois somente sofrendo se é uma pessoa.
O amor, que não é mais do que um episódio na vida dos homens, é a história inteira da vida das mulheres.
A primeira metade da nossa vida é estragada pelos pais e a segunda pelos filhos.
No fundo, sinto que a minha vida é sempre governada por uma fé que já não tenho. A fé tem isto em particular: mesmo quando desaparece, continua a agir.
A vida humana não tem só um nascimento, só uma infância, é feita de vários renascimentos, de várias infâncias.
Ironia da vida: a mulher dá-se como prêmio ao fraco e apoio ao forte, e nunca ninguém tem o que precisa.
Há apenas duas formas de subir na vida: pelo nosso engenho ou pela estupidez dos outros.
O amor não é uma futilidade ou um divertimento; é um sentimento profundo, que decide de uma vida. Não há o direito de o falsificar.
A agitação contínua numa vida tumultuosa não é atividade saudável, mas inquietação.
O amor não se confunde com a vida, não é amor verdadeiro; o verdadeiro amor é hábito.
É a direção da vela, e não o sopro da tempestade, que determina o seu curso na vida.
O pensamento faz o homem; por isso o bom pensamento é a coisa mais importante da vida.
Não, a vida não é uma festa permanente e imóvel, é uma evolução constante e rude.
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