Poemas de Reencontro
A facada
ontem a tarde foi otima, taças de vinho e brindes entre conversas por vezes descontraídas e as vezes sérias sentados em um lençol na grama sob o sol de inverno, passarinhos caminhando entre nós, como se pertencessemos à uma mesma convivência diária... a vida fica muito boa as vezes, a gente abre uma garrafa, se senta e espera pelo que pode acontecer...
hoje lembro de ontem e pela janela olho lá fora um céu azul louco, tento fazer um círculo com a fumaça azulada do meu charuto barato, sem sucesso...
ergo minha cerveja num brinde silencioso ao que restou de mim, bebo mais um gole dos oceanos da minha dor enquanto lembro que independente do que eu pudesse dizer ou sentir, alguem de fora do nosso céu passou a faca nas asas do pássaro azul do meu peito, ferindo-o mortalmente..
Aqui jazz aquele que não é, por nunca ter sido
agora entendo
estou morto há muito tempo
por isto não consegui me fazer ouvir
a força do desejo do que deixei de viver e Amar é que me faziam acreditar estar vivo
não percebi o último despedaçar das minhas asas e estava de coração quente e cheio de esperanças demais para perceber a queda
quando morri, não houve tempo para me despedir, levantar um clamor ou dirigir alguma súplica
estava vivo demais para isto, inclusive para morrer, mas minha morte não dependia somente de mim
faz alguns dias, talvez semanas, não sei, faz tempo, parece fazer séculos...
ainda suspiram em mim mim os fluídos das almas deitadas na grama olhando a lua
do desabrochar das pétalas de Lótus Líricas que insistem em me acariciar
do aroma da canção que não quer ir embora
olhei para uma estrela longínqua para sentir seu perfume
mas não consegui manter-me vivo
afoguei-me em suas águas lodosas, de sede fui morrendo enquanto te recolhestes da natureza a que pertencias para habitar em algum vaso mundano de cor rubra
o universo é imensidão
nós nos fizemos apequenados demais para sermos notados quando desprezamos o Amor por não aprendermos a Amar
morri antes de acenar uma despedida para teus olhos profundos e delicados
não transbordei teus desejos e nem extasiei seus Amores
a isto, mesmo morto, acreditava estar vivo
não pude fazer com que me lesse
e em sua morte adormecida, fatalmente vim a morrer
e ja não tenho de onde tirar ânimo para ressuscitar outra vez...
enfim, aceito a morte..
Sem paraquedas deslizo rapidamente pelo ar, impelido pelas palavras que agora me escapam.
Alço velas e velames, num desenlace de certames, que me faziam despencar.
Saio da queda livre, para o descanso da descida, em lindos horizontes decidindo me salvar.
O cheiro de céu agora me rodeia, numa névoa que permeia, me autorizando descansar.
Uma brisa de sossego, num momento de apego, toco os pés ao chão.
Um salto de coragem realizado, são e salvo, perdoado de alma e de coracao.
Uma conquista inesperada, uma aterrisagem deslumbrante, um ato até que impensado, mas que com certeza, foi esperado bastante!
Te amo pra sempre
Enquanto durar
Já é meio do ano
Nunca mais me procure
Até quando voltar
Palavra de geminiano
Na próxima curva do rio ou, quem sabe, no cantinho secreto das boas lembranças, um dia, por certo, todos haveremos de nos reencontrar!
Helda Almeida
(02.11.2014)
Você se lembra de você?
Você consegue perceber que se perdeu em você mesmo e não
consegue se reencontrar? Você consegue perceber que, tem que ser outra pessoa quando está com outras pessoas? Mais você também consegue saber que aí dentro de você, ainda mora o você de verdade? E você sabe que ainda não se entregou porque você ainda sente o verdadeiro você, mais ainda não conseguiu se reencontrar com você mesmo? Mais você sabe que em você ainda vive o verdadeiro você. Não desista de você hoje, porque o você de antes ainda tem sonhos pra você de hoje. Seu hoje não define você, porque o você de antes não aguentaria o que você de hoje passou, mais agora que está passando busque até achar o seu você de antes para viver os sonhos de antes no seu presente, porque aí você do presente e você do passado irão viver a vitória do futuro. Mais pra isso ser uma vitória total vocês tem que se reencontrar e se juntar para festejar uma vitória de antes de agora e do futuro.
Coloquei numa caixa e guardei
Num baú velho agora está
Quem sabe outro dia um novo olhar
Quem sabe um dia reencontrar
Mas reencontrar doutro modo
Talvez com um novo par de óculos
Talvez com um novo sorriso
Talvez...
E assim tudo caminha
E assim tudo termina?
Não, tudo só começa.
Tudo se renova
Tudo só muda
Tudo vai e fica
Tudo é eterno e efêmero
Mas tudo não termina
Tudo...
Voltar agora seria renunciar
Renunciar sonhos e desejos
Voltar seria sangrar
Voltar seria te machucar mais
Voltar seria não voltar
Volte...
Ainda é estranho, intrigante e desconcertante.
Me alinho e realinho de forma brusca e sutil.
Me descompasso e me reinvento a todo tempo, mas sou relutante.
É normal e ao mesmo tempo conflitante.
Sou atirada e retirada dos meus pensamentos a cada instante.
Meu eu já não é mais meu.
Já não sou mais eu.
Ou talvez seja, de forma reestruturada.
Chega a ser interessante!
Flash Black
Começei sentindo
saudade
Terminei sentindo
nojo e piedade.
The Nameless Poetess
31/03/2017
A professora
Passaram-se minutos, dias e anos,
Permaneci contando as estações,
Na primavera confeccionei planos,
No verão foram destruídos por ilusões.
Esperei por ti em todas as estações,
Verão, outono, inverno e primavera,
Comecei a compor diversas canções,
Não apareceu, continuei à sua espera.
O tempo foi passando lentamente,
A saudade em meu peito se fez desolador,
A sua imagem na lousa, ainda na mente,
Quando se fazia o uso do apagador.
Desfilando a angelical beleza,
Escondida sob a vestimenta,
Com os lindos traços de realeza,
Num tecido fino de cor magenta.
Minha dócil e querida professorinha,
O tempo se passou, mas nada se desfez,
Como o voo de uma única andorinha,
Que busca o velho ninho outra vez.
Utilizando o auxílio da informática,
Oferecendo a velocidade da rede,
Não sendo exata como a matemática,
Mas proporcionou matar minha sede.
Sede de poder a ti reencontrar,
Para matar a saudade de outrora,
Que no meu peito veio a enclausurar,
Nos repetidos nasceres da aurora.
Hoje no céu a lua voltou a resplandecer,
Enquanto o belo sol voltou a brilhar,
As noites demorando mais a escurecer,
Pela alegria de conseguir te encontrar......
Du’Art 12 / 11 / 2016
Amizade é isso...
Não importa se estamos perto ou longe, se conhecemos novas pessoas e com essas criamos novos laços.
Não importa o espaço entre os encontros,
Não importa se não trocamos mensagens diariamente.
Nada importa, porque sabemos que quando estamos juntos, é sempre uma festa e recheada de muitas gargalhadas e alegrias.
E é essa alegria, o combustível que precisamos, para aguardar o momento de um novo reencontro.
Desaparece o sorriso triste
Em volta nada mais existe
na magia de um cortejo.
Nos lábios o salgado gosto
da lágrima que me correu o rosto
No reencontro do nosso beijo.
surge um brilho no olhar
De tanto eu sonhar
foi realizado o meu desejo.
Entre o vento carregado, vem uma triste canção,
que desmancha meus ouvidos com notas compaixão,
minhas mãos congelam os dedos, os meus pés não sentem o chão,
minha alma se arrepia e despedaça o coração,
o meu rosto esmorecido faz de tudo pra sorrir,
mas os olhos encharcados me lembra do despedir
faço tudo pra espantar a dor,
faço tudo pra erguer as mãos,
o meu mundo todo desgastado cheio de buracos, sem coloração,
as estrelas esconderam o brilho
pra me enfraquecer, fazer cair,
minhas lágrimas abrem a porta e resolvem sair
preciso viver, tenho que partir,
partir na estrada seguindo o nada até encontrar o que falta em min,
tem algum lugar? perto assim de min?
no meio da mata entre árvores altas, onde o meu rosto, consiga sorrir
tenho que correr, pra longe daqui,
preciso de paz, não vou olhar pra trás
se cansar continuar, se arrastar se cair
no fim do caminho, achar um lugar,
onde o meu corpo fraco consiga de novo se reencontrar.
Mexe, remexe, embola e desliza por entre os fios a passar,
Do que eram feitos todos os fios agora eu vou lhes contar:
Teceu o vento com tempo, rigor e esperança finas linha da vida,pequenas e entrelaçadas, elas sempre seletivas .
Mexe, remexe bola na peneira
Quem vem por ela passar?
Passou àquela moça a mais bonita que tinha naquele lugar,
Passou também aquele rapaz, ficou preso,mas voltou na segunda remessa do barro e logo tornou a escorregar;
E ela não para sempre trabalha para coisas boas selecionar.
As vezes é dura, e as vezes é mansa
Nos pondo a questionar, mas não questione pois nela só passa o que tem de passar.
Trabalha em conjunto com a saudade, trazendo alguns grãos de volta ao peneirar.
Mexe, remexe olha a correria tirando mais alguns de lá,
O rapaz que controla essa peneira tem o mais puro coração, a Cristo o chamam e Ele trabalha com essa terra sem nada esperar,
Foi lá no monte e pegou mais um punhado de terra,desta vez de outro lugar.
Que rica mistura e leveza ela tinha depois da peneira passar.
Tão leve e bela cada vez que ela passa essa terra há de se tornar,
Leve porém não menos forte
Pois as partículas hão de se juntar
Formando a montanha firme e forte
Tão forte,que pode até se moldar.
Um dia será um vaso
Mas antes,bem antes, muita poeira ainda há de passar.
Hoje eu acordei sem dores, acordei na leveza das águas do mar. Uma sensação grandioso, "positive vibration".
Após muitos anos, na incerteza, vivendo a falta, tive um acalento: a tua presença. A felicidade que não se pode esconder atrás do explícito sorriso, meus olhos molhados de alegria não escondem o evidente.
Não tenho dúvidas que o tempo é muito precioso e implacável, mas pouco ou falível para poder apagar o mágico e verdadeiro sentimento.
Obrigado mais uma vez, que o tempo passe e deixe sempre os rastros do reencontro.
'Romamor'
Eu poderia sumir.
Mas quero te assumir!
Eu poderia te iludir.
Mas desejo me diluir em ti!
Eu poderia estar longe.
Mas preciso ficar perto!
Eu poderia sorrir fora.
Mas prefiro chorar dentro!
Eu poderia te perder,
Até mesmo te deixar.
Mas não poderia jamais,
me reencontrar...
Mire o Horizonte!
Consegue vê-lo?
Tente alcançá-lo
Caminhe!
Está bem a sua frente
indicando a direção
E caminhando você vai se deparar
com horizontes em seu coração!
E caminhando você vai ultrapassar
e reencontrar novos horizontes
Horizontes de si mesmo!
Invernou
Invernou e a temperatura caiu
Esfriou-se e o nosso amor ruiu
Como uma estação acabou-se
Como algo que é finito
Expirou-se totalmente.
Invernou e a temperatura subiu
Esquentou-se e o frio sumiu
E na estação que se chama inverno
Camisetas, bermudas e chinelos
Substituíram os casacos, as botas e os ternos.
Invernou e nos reencontramos
Fez-se um novo amanhecer em nossos planos
E do que outrora era ausência e dor
Transformara-se em presença e esplendor
Temperado com chocolate quente, abraços e muito amor.
Edson Luiz, São Paulo, início do Inverno de 2015
Promessa falida
Hoje veio me dizer tudo o que eu precisei enquanto já dormia: me disse que irá passar muitas vezes em minha casa pra me ver ou me levar, sem aviso ou pedir permissão, pois sabia que mesmo que não estivesse eu voltaria e que problema nenhum teria. Disse que restabelecerá aquela disposição contagiante que eu tinha quando nos conhecemos, tirando das minhas memórias tudo o que a suprimiu e que me fez um cara de rotinas superficiais e com medo de minhas próprias idéias. Disse que não vai mais se importar com surpresas e que, diferente de todos hoje, não as encara como desrespeito ou invasão de privacidade. Disse que quer viver em comunidade, vai me apresentar aos seus amigos e faz questão de se apresentar aos meus também. Que vamos voltar a fazer planos tão maiores que nossos compromissos pequenos, pra eu nunca mais voltar a omitir meus desejos tentando proteger um rotulo que não se sustentaria sem tê-los feitos. Que vamos fazer uma poupança para viajar pra muito longe, conhecer gente bacana, comer o que só ouvi falar, montar uma barraca e acampar. Me disse que não preciso me preocupar com a liberdade, com o modo que vou me comportar diante todas essas novidades, que é agora adiante é pra deixar rolar.
Me disse tudo isso, no banco de trás de um carro, guiado pelo pai que eu conhecia pela primeira vez por um retrovisor, os olhos sorrindo, tão parecidos com os dela. Eu emburrado, não queria acreditar, mas ela dizia tão rapidamente, sem gaguejar e olhava para a janela do carro e me instigava pra ouvir contente. Eu olhava e estava tão diferente. Era presente, porque o tempo venci antes de morrer: não deixe o tempo vencer, ele não tem data de vencimento.
Mas acordei. E não ouvi mais ninguém. Lembrei que o amor não espera que você esteja preparado e que simplesmente entra sem bater... Aqui ele entrou, mas a porta ainda está aberta e ele, tão menino quanto nós, pode correr pra fora a qualquer hora, gritando.