Poemas de Pessoas Fortes

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Martelo Dialético⁠


O jejum evangélico mostra que a religião é o ópio do povo! É "a filosofia" da miséria, fazer jejum para pagar o dízimo e comprar álcool gel untado, quando por outro lado é certa "a miséria de filosofia" que não transforma o mundo que o vírus transformou e uniu os trabalhadores do mundo, sem dar as mãos nem fazer greve, destruíram o capitalismo, com o seu liberalismo do Estado mínimo para o máximo, para não deixar ou fazer com "que os mortos enterrem seus mortos" e mostrar que "de repente tudo que é sólido desmancha no ar"!

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Aperto de Mão


Pois é, nada como morar na roça e ter liberdade e tudo para comer.
Quem está em casa na quarentena vive para comer de tudo, já preparado sem saber a origem e qualidade, por quantas mãos sujas passou e se está contaminado.
O pior na comida dúbia é a cara de nojo ou suspeita de vírus que pode vir de qualquer fonte.
Aqui se pode comer para viver bem sem veneno dos agrotóxicos, congelados, enlatados e embutidos.

Levanta com o canto do galo antes do sol nascer e trabalha até ele se esconder.

Foi cedo campear o gado e ordenar as vacas e logo preparar o leite do queijo, com coalho do pingo anterior.

Correu a cerca à cavalo, pois na Fazenda nada está pronto, é tudo dia fazendo ou refazendo; e, depois com o trator deu um roçado no pasto, nos piquetes de rotação.

Lavei o que deve e coloquei na água, para matar vermes, uma colher de hipoclorito de sódio

Cortei umas fatias do lagarto mal assado, de uma novilha que quebrou o pescoço no brete na hora de vacinar contra aftose, brucelose e carbunculo, e só não aproveitamos o berro da coitada.

Agora que almocei bem e tomei um expresso, já que aqui não se planta café, pois que um ano dá a si e outro ao patrão, de vez que aqui no campo, ainda, se ferra o gado e com o martelo se dá uma pancada no cravo e outra na ferradura.

O almoço é simples mas de bom paladar, ainda que sem sal, que deve ser abolido para evitar elevar mais a pressão.

Bom apetite e o café sem açúcar, com um pingo de rapadura, para adoçar a boca e esquecer do amargor da vida de quem está preso na cidade, na própria casa e não se pode dar o luxo de um bom dia, uma boa prosa e um aperto de mão.

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Continuo Bebendo

Em um bar em Barreiras no oeste baiano, em uma bar meio sujo e com cheiro de gente, vejo um senhor com dois copos de pinga vis-a-vis, me fez lembrar de um senhor que tive de abordar para saber. Em minha rua, eu que não sou de beber, depois de ter notado que sempre na mesa ao lado quando comprava tabaco, ele sozinho, tomava pinga, com dois copos defronte na mesa e as reveza.

Até que um dia perguntei se era a mesma bebida qual o motivo de dois copos?

O baiano cordial, disse: "promessa feita com um amigo."

Quem morresse por último sempre beberia um pelo outro. Por isso, tomava o gole dele e do amigo.

Não pude deixar de perguntar quando sabia a hora certa de parar, para não ficar bêbado.

Ele me respondeu: quando estou ficando de porre eu paro e só ele, que já morreu, continua bebendo.

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⁠Te Déum


Fique calmo que vc vai ser contaminado, não adianta se desesperar garante o prefeito de Ouro Preto, para acalmar a população. Causou pânico na população com o cemitério que está sendo preparado para receber os munícipes que podem morrer em paz que o prefeito não vai faltar na despedida final é vai dar plantão com horário do nascer ao por do sol, música sacra e Te Déum.

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Negação


A⁠ negação da negação da dialética da reclusão.
De repente tudo que é sólido desmancha no ar!E, os mortos enterrem seus mortos! Os proletários do mundo se uniram, sem dar as mãos, de braços cruzados, em casa pararam às máquinas da produção.
É a prova da alienação daquele que trabalha e não é dono do produto, nem do pão que falta em casa ou ou do teto que faz e não tem, planta, colhe e não come.
Aquele que está na cela é solto, por causa do vírus, que não escolhe rico nem pobre, ainda que mais afetado, pois que está livre, mas não quer ficar preso na própria casa, é encarcerado.
Os filósofos já estudaram o mundo, agora cabe transformar.

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Pensar



Então, quem acha que tudo sabe tudo e que tudo escrito está errado, sem saber que tudo vem da mente do corpo, que faz que se olhe, enxergue e não veja certo ou errado, pois o pensamento de quem pensa lógico é único.
Não é como o vírus mutante, que de um só e se multiplica em nós, sem escolher pobre ou rico. Divide-se de uma célula simples sem núcleo até o infinito se tiver contágio, pela saliva qual palavras que saem da boca.

Não duvide dos fatos nem da ciência, seja Estatística, Geologia - que estuda a Terra desde sua origem até o presente -, Física, Química ou na Biologia, com a Evolução - que estuda a origem da vida e suas transformações -, bases da Medicina, uma vez que o vírus, que nos ataca, é um parasita que nem vida ainda é, mera molécula proteica que se elimina com água e sabão.

Por isso, é melhor não desafiar a sorte nem a morte, ler bem a mensagem e ficar fazendo certo a lição em casa, para não se entubar.

Quem avisa amigo é! A conta é de todos e se acerta em outra sociedade organizada, amanhã ou depois.

Abraços de um escritor anônimo, que não acredita em Deus, mas não desafia a morte, que chegou acabou.

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Então


Então, quando na quarentena solitária e solidária estiver no ponto do louco de pedra, ou seja de jogar pedra tanto à direita como à esquerda, os geólogos sem fronteira e solidários fizeram um disque rocha, que é o nome da vulgar pedra, exceto se preciosa lapidada ou na lápide como pedra final.

É um serviço sem custo e as rochas vão higienizadas para não viralizar.

Pelo sim, pelo não, com tanta gente reclusa, como no tempo da Caverna de Platão, com visão do mundo visto ao contrário e agora real. Sem trabalho vamos ter de caçar e pescar, qual na Idade da Pedra.

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Ponte de Pedra


⁠Na hora que faltar pão, já se disse alhures, come brioches. Mas, deu na Revolução Francesa 1789!

Coragem, vai passar, mas reclusos, diferente da imagem invertida da Caverna de Platão, cada um está vendo a realidade na reclusão.

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Banho e Enganação


Todos os sonhos ou pensamentos que são sonhados no imaginário da fábrica de pensar e sempre durante o banho, só servem para aquele momento e, nada mais, ele acaba que por si só em diluir e ir para o ralo como toda e qualquer água ou sujeira de nossos corpos.

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Poli-tti-cagem


⁠Políticos
Polititicando

Eleitos
Cuidam
De si

Cada um
Por si

Somente
Pra si

Estamos
Sendo
Saqueados
Por gangues
Do alto
Do baixo
Clero

Padecemos
Violenta
Ressaca
Do
Que temos
Eleito
Todos
Eles

Farta
Colheita
Do que
Plantamos

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O Assinar Flautista


⁠Aquele
Ponto
Da
Existência

Em que
Se apercebe
Da
Beleza
Da vida

Apolo
Nem tão
Apolíneo

Dionísio
Mas
Nem tanto

Mênades

Sátiros

Cantos
E
Danças
Flautas
E
Pandeiros...


Deuses
Do
Olímpo

Tão
Paradoxais
Quanto
Improváveis

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Pelo Retrovisor


⁠"O avô que eu não tive
Nunca me contou histórias,
Jamais me levou para passear
Ou mesmo para tomar sorvete

Isto porque ele morreu
Muito tempo antes de eu nascer
Apesar desta ausência,
Esteve sempre ao meu lado,
Iluminando meus passos
Pelas trevas da vida.

Apesar de morto, ele vive
Transmitindo-se,
Atávico e improvável
Através dos livros velhos da estante.

No olhar castanho de meus tios
No caráter reto do minha mãe
Na memória de seus amigos

Assim, ele segue vivendo
E enquanto for contada
E recontada a sua história

Ele vencerá a morte
Através da memória."

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Rolamento Afinado

⁠Na
Impossibilidade
De fazer

Os caminhos
De
Asfalto

De
Chão, cimento e piche
no alçar do giro

Caminhou
Dentro
De si

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⁠Incertezas Republicanas


Ninguém
Olhando
Pra ninguém

Silêncio,
Apenas
Silêncio

Outrora
Barulhenta
De pessoas

Hoje
Povoada
De ausências

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Aplicação Quantitativa

⁠Hoje, fico mudo quando se trata de Nietzsche. Se fosse pretensioso, daria como título geral ao que faço, genealogia da moral. Nietzsche é aquele que ofereceu como alvo essencial, digamos ao discurso filosófico, a relação de poder.
A presença de Nietzsche é cada vez mais importante. Mas me cansa a atenção que lhe é dada para fazer sobre ele os mesmos comentários que se fez ou que se fará sobre Hegel ou Stéphane Mallarmé . Quanto a mim, os autores que gosto, eu os utilizo. O único sinal de reconhecimento que se pode ter para com um pensamento como o de Nietzsche, é precisamente utilizá-lo, deformá-lo, fazê-lo ranger, gritar. Que os comentadores digam se se é ou não fiel, isto não tem o menor interesse, pelo menos para mim.

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Plenitude sem Fuminação


⁠Na invisibilidade noturna, vestido apenas do manto fantasmagórico da solidão, eis que então se revela a identidade outrora oculta, a face nua se faz notar.
Quem não dedica noites inteiras à solidão, na pretensão do silêncio, jamais chegará perto do que é uma lucidez refletida e libertadora, jamais se encontrará, mas não cansa de perder-se.

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⁠⁠"Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas.
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia."

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⁠Copo Sujo e Bar Qualquer

Um tempo
De
Se beber
Solitário
Num buteco

Lendo
Desinteressado
O jornal
De
Um dia
Qualquer

Seu
Precioso
Momento
De
Solidão

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Ponte da Amizade


Eu não sou pobre, eu sou sóbrio, de bagagem leve. Se pensarmos, bem, quando você vai comprar algo, não paga com dinheiro, paga com um tempo de sua vida que teve que gastar para ter esse dinheiro. Vivo apenas com o suficiente para que as coisas não roubem minha liberdade. Inventamos uma montanha de consumos supérfluos. Compra-se e descarta-se. Mas o que se gasta é o tempo de vida. Pobres são aquelas pessoas que precisam de muito para viver.

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A Visita de Messias no Passeio de Herodes


⁠De
Um lado
Tio Sam
De FBI
E CIA

De outro
Ex KGB
De vocação
Imperialista

A estúpida
Arrogância
Do poder
Das armas

A humanidade
Padece
De
Insanidade
Galopante

Na
Impossibilidade
De fazer


Agora
Na trilha
Que
Lhe coube

Volúpias
Efêmeras
De
Imediatismos

Passarinho
Que come
Pedra
Sabe bem
O que
Lhe advém

Não bastasse
O vírus
Também
O fantasma
De Herodes

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