Poemas de Passarinho
Cantei por aí feito passarinho – sem a pretensão de agradar ou desagradar – acometido de uma distração pessoal terrível.
Pobre passarinho das asas cortadas. Tiraram-lhe sua essência; impediram-te de voar, de fugir das estações, de cantar seu doce e belo canto em cima de um galho de árvore. Pobre passarinho sem asas, agora preso em uma gaiola. Mal podes ver a luz do sol e quando a vê, ela se torna forte demais para os seus olhos pequenos e escuros. Olhos profundos… Refletem o peso que suas asas — cortadas, — não podem mais carregar, refletem o sorriso escondido em forma de assobio abafado. […] Ofereceram-te comida e água, mas esqueceram-se de que lhe tiraram suas asas. Esqueceram-se de que lhe arrancaram a alma, a jogaram no lixo e deixaram a carcaça. Pobre passarinho sem alma. Sem asas. E sem coração.
Mandou-me dar então uma sacada sobre a janela, se não tornei a acreditar; o passarinho realmente a cantar... Afirmava que o sono está em mim a um bom tempo, mas poucas horas não irão sonegar.
Brinco de ser feliz sorrindo, em certos momentos até sozinha. Acho graça de um passarinho bicando sua imagem no retrovisor de um carro. Passo minutos da minha vida vendo o bailar das folhas que caem na dança do vento. A felicidade às vezes se mostra num piscar de olhos.
"Vai ver o passarinho sentiu medo de ficar preso, e resolveu voar para longe da "cadeia", essa, sem grades, algemas ou correntes ("cadeia" não existente, mal sabia ele)..."
Voa livre passarinho ... ninguém nasceu pra viver preso ,sufocado , impedido de realizar suas vontades... quem diz que é feliz na gaiola ..é porque nunca teve asas e nem liberdade...
Virei frangalho,passarinho ferido sem encontrar um galho,voei alto,asa machucada era apenas um detalhe.
Aprisionas o passarinho e esqueces .. que ele está lá tristinho querendo bater asas e voar ..e tu , hipócrita aí em liberdade .. do que te privastes? Do que te privastes?
Não espere falar certinho você é um lindo é perfeito passarinho pois sabes cantar codificando pela sabedoria os linhos.
"Perguntei ao passarinho como ele aprendeu a voar e ele me respondeu; Quando me lancei do penhasco."
Prender um passarinho na gaiola é como prender um grande cantor dentro duma cela e priva-lo da liberdade de cantar livremente.
Quando eu era garoto com meus 13 anos de idade, com um estilingue (bodoque) acertei um passarinho, e quando fui pega-lo, vi naquele olhar algo inexplicável, tentei salva-lo mas foi impossível. Então joguei fora aquele maldito artefato assassino, e até hoje 50 anos que se passaram tenho na memória aquele olhar inexplicável.
E cada vez que lembro disso não contenho minhas lágrimas.