Poemas de Partida
Todo dia alguém fecha os olhos para sempre
as vezes acontece antes do último adeus
mas sei que houve choro,
eu estava lá
velando a última lágrima
enquanto rezava por um pouco de paz,
embarco junto nessa viagem e volto sem companhia
não posso colocar tantas estrelas no céu,
eu peço ao universo que seja gentil e paciente
queria alguém aqui por mim,
alguém que me olhasse como eu olho pra esses estranhos,
a fragilidade da vida é absurda
uma porcelana reparada com fios de ouro,
outros apenas seguem quebrados.
As vezes minhas pernas cambaleiam, eu sei o que me espera no final do corredor
a dor não passa antes do tempo te maltratar,
dizem que as coisas boas nunca duram
e o amor não é amor, até que tenha passado.
Você foi embora
E não quiz se explicar.
Eu fiquei afogada em culpa,
Pensamentos irreais
E verdades que nunca seriam reveladas.
Mas agora você volta,
E espera que te aceite,
Como se o amor ainda fosse o mesmo...
Espera que me doe e confie nesse mesmo amor que destruiu tudo em mim
Tudo o que eu mais preservava.
Deixei-lhe partes de mim.
Fragmentos invisíveis,
como brisa a tocar-lhe
a face.
Levei pouco
de ti.
O suficiente para
me fazer sorrir.
Veja bem,
Toda vontade liberta
Todo desejo alerta
Todo sonho desperta.
E se...
Todo sorriso conquista
Todo passeio é partida
Toda saudade é doída.
Há pois que,
Todo sumido aparece
Todo encontro enobrece
Todo abraço aquece. É prece...
Afinal,
Todo caminho é curioso
Todo futuro é misterioso
Todo mistério é precioso
E de todo o mundo, o que me resta
É querer um pouco.
Estou indo para a Guerra
Estamos em uma estação de trem
Espero por aquilo que poderá levar para o meu fim
Em minha mente nada mais tem
Queria muito ficar, mas isso não depende apenas de mim;
Estamos aqui, cara a cara
Parados, sem nada dizer
Enquanto a chuva cai e molha minha mala
Penso se conseguiremos viver;
Fomos treinados nos campos de batalha
Aprendemos muito bem a atirar,
Mas minha emoção é falha
Não fui treinado para te deixar;
Não sei me despedir de ti
Nunca fiz questão de aprender isso
Mas, meu bem, eu preciso ir
Isso é um dever dos homens, não apenas um compromisso;
Estou indo para a Guerra
Mas desejando um dia vivo voltar,
Estou indo para a Guerra
E te deixo aqui, com muita dor, a me esperar;
Estou indo para a Guerra
Vou em nome da nação,
Estou indo para a Guerra
Levam-me o corpo, mas fica-lhe meu coração.
Tudo o que existe, com exceção de Deus, tem um fim, mas de todas as coisas criadas a que mais faz falta quando se vai é o ser humano.
Por vezes me pus a debater com Deus se não seria melhor sequer terem nascido aqueles a quem amamos, mantendo assim, nosso coração protegido, mas Ele me perguntou: preferia ter vivido o que viveu ou morrer sem saber o valor de quem agora está comigo?
Calei-me...
Vermes
Do espinhaço. Que me sustenta.
Olhos cansados... Pelo tempo
Já na pele frágil... Alma vazia.
Há de alimentar, ainda os carnívoros.
Que me acompanham.
Que me rodeiam.
Com minha partida!
Poesias que hão de caducar um dia
Ponto de ônibus
Brilha, estrela, brilha!
Brilha no azul do céu condenado
abraça o espaço/tempo e brilha
nesse agudo gueto urbano desalinhado.
Rasga o vento a face fria
dos sujeitos por hora tornados ilhas
em sinuosas filas aleatoriamente formadas
e organicamente organizadas.
Vagos olhos brilham
vago olhar, vaga... triste
sem referências e sem brilho
pela falta de nexo desse lugar.
Nuvens cinza vagam
num horizonte (azul) disforme
vagam os olhos perdidos
na vastidão deste vazio enorme.
Eu corro
Eu corro.
Eu grito.
Eu choro.
Eu lamento.
Eu sinto.
Eu desespero.
Eu fujo.
Eu corro da solidão;
Eu grito por um mundo melhor;
Eu choro pela falta de amor;
Eu lamento por falta de sentimentos;
Eu sinto a dor da partida;
Eu fujo pro mar, onde posso amar, somente amar por onde as ondas me levar.
Um "trem" chamado amor...
(Nilo Ribeiro)
Hoje eu divaguei,
sua imagem, vislumbrei,
a vida, reverberei,
no trem do amor, viajei
o amor é um trem,
difícil de explicar,
quando o danado vem
o coração quer se embarcar
na estação da vida,
o amor faz a parada,
alguns, sofrem na partida,
outros, alegram na chegada
este "trem" carrega emoção,
transporta a felicidade,
vai lotado de paixão,
volta cheio de saudade
é o trem chamado amor,
que não pode descarrilar,
pois machuca, causa dor
não tem como consertar
seu balançar costumeiro,
faz plec, plec, nos trilhos,
meu coração passageiro
faz tum, tum pelo teu brilho
este trem me leva,
este amor me apossa,
não preciso de reserva,
preciso da tua resposta
é danado este "trem",
é especial sua estação,
tão feliz ele vem
e estaciona no coração
um amor que não tem local,
qualquer cidade é ideal,
pode ser Natal,
quem sabe Blumenau
é um trem bão dimais
amar com toda paixão,
é reencontrar com a paz
que foi perdida na solidão
hoje eu divaguei,
sua imagem, idealizei,
nosso amor, sublimei
enfim, viajei,
por isto poetizei...
Foi uma triste despedida,
Silenciosa, quase despercebida.
Sem abraços, nem promessas...
Somente um olhar desesperado,
De um coração assustado
Rumo a uma saudade desconhecida.
Foi a mais triste despedida
Daquelas de quem a esperança foge
Certa que não haverão reencontros
Que acalentem a dor da partida.
NÃO HÁ ESTRADA SEGURA (BARTOLOMEU ASSIS SOUZA)
A vida de cada pessoa é só dela.
Nossos sentimentos podem até combinar.
Podemos até misturar as ideias, quem sabe
até nossas vidas...
Mas não posso viver o seu viver...Jamais...
Sua história é sua história.
Cada um criará o seu próprio caminho.
Devo caminhar para além das montanhas
Devo enxergar para além das montanhas
E para chegar à verdade
É preciso atravessar muitas encruzilhadas,
trincheiras...
batalhas...
Não há estrada segura.
Não pode haver comodismo.
Cada qual tem seu ponto de chegada...
Cada qual tem seu ponto de partida...
É preciso superar-se...
Nem todos podem todas as coisas
do mesmo modo e com a mesma capacidade.
Não somos iguais,
somos diferentes.
Cada um é cada um.
Que assim seja!
Tesouro Guardado
Eu te amo e te amei,
Tão forte mente,
Que o Tempo fez gravuras rupestres,
Para a todos relatar!
Eu te amo e te amei
Tão linda mente,
Que o ouro se desiludiu,
Logo perdeu sua cor
Para demostrar meu amor
Eu te amei e te amo
Com tanta claridade
Que a prata invejou,
Logo não mais brilhou,
Por respeito a meu amor
Eu te amei e te amo
Tão arduamente
Que o bronze declarou!
Mas forque que eu,
É esse teu amor
Eu te amei e te amo,
Tão linda mente
Que o diamante dê repente declarou!
Esse seu amor,
Possui mais valor
Que a transformação
Do mais puro Carvão
Eu te amei, não mais te amo,
Como te amei,
Mas não mais amarei,
Lagrimas de depressão,
Por não sermos como carvão,
Que por mais que sofra com a pressão,
Ao final tornar-se-á em diamante,
Sublime, resistente e brilhante
Eu te amei
E a você deixarei,
Esse meu amor guardado,
Como ninguém poderá,
Um dia se quer falar.
A Felicidade
O vida que levo, desfruto e saboreio.
Quão meigos são os teus traços
Quão frios teus abraços.
Se te envolvo e me prendo a ti, sinto o amargo sabor daquele que pouco a pouco a tentam roubar de mim.
Roubar a vida? Me pergunta o tempo...
Digo eu:
- Sim. Roubar-me a vida. Vida essa que sofro, que lamento e me sento a observar o encanto dos desencantos dos teus algozes.
Mas que tem o tempo com a vida?
Já dizia a sábia experiência:
- O mesmo que a saudade com a partida!
E assim é a vida!
Cara, longa e sofrida!
Mas ainda que sejas assim tão restrita, a felicidade que fora outrora dita; diz o poeta:
- É apenas um estado de espírito.
Ser feliz é ser cônsul de quem és, donde vens, aonde vais e onde se quer chegar.
Independe de tempo, dinheiro, amores e desamores encontros e desencontros.
Ser feliz é saber que em cada partícula de vida, há uma oportunidade de plantar uma semente de sorriso um diálogo, um abraço, uma surpresa escrita em uma folha com pautas.
Ser feliz é contentar-se com o que tens e não ambicionar o que não tem
Ser feliz é simples.
É claro.
É belo.
É dizer bom dia sem ter a obrigação de dizê-lo.
É sorrir para alguém que, por um desacerto, tropeçou e caiu sentado, sem esquecer de estender-lhe a mão para que o dito se ponha de pé.
Em suma é isto:
Ser feliz é ser
Ser feliz é querer
Ser feliz é viver.
De Tanto Amor
De quanto estou a te amar em sentido vão?
Do amor... que dele me valha a certeza
Que dele me traga sua plena beleza
Rica quimera para um infeliz coração.
De quantas esperas sofro eu de solidão?
Cortina que se fecha de grande tristeza
Luz que se apaga, por tamanha frieza
Traz vazio d’alma de dor em comoção.
Pela tua ausência, que me lide à vida:
Arrancam-me as encostas, sombras sem ti
Por vulto ébrio, que te solvo embebida.
Mas um dia, mesmo consumida e vencida,
De tanto amor, amar-te em vida... Só a ti
Hei de morrer, tendo-te além da partida.
Estando no Percurso entre o Bem e o Ótimo,
não sei exatamente como estou,entretanto,
Já sair do ponto de Partida, há muito tempo.
AS PORTAS DA VIDA
Uma luz nos olhos traz o choro quando nascemos para esta vida. É a porta que se abre e dá início a um novo ciclo. E, aos poucos, como que engatinhando, vamos aprendendo a gostar de viver como se a vida nunca tivesse fim. Vivemos a fábula de Peter Pan ou acreditamos que a porta apenas irá se abrir muitos anos à frente. Porém, algumas vezes, somos pegos de surpresa, quando a porta se abre e fecha sem proporcionar a despedida para quem entrou... e se foi. Ficam os abraços que não foram dados, as palavras no silêncio da lágrima e a dor pela ausência. Porém, viveremos com a esperança de que, um dia, quando a porta se abrir para nós, o reencontro seja de alegria, paz, amor, amizade e saudade. Enquanto isso, que os momentos felizes sejam os principais motivos de recordação.
Deito a caneta
sob os papéis
dos meus
sonhos
porque já estou indo,
por hoje
partindo
mas antes de dizer
adeus,
eu quero lhe
d e s e j a r
os sonhos
teus.
Amor e paixão
Dissera-me um ancião da vida
que no amor, de todas as idas,
de todas as partidas
e todas as feridas
um dia ele volta e fica
se identifica e intensifica
Óra ancião da vida
O amor não tem ferida
Jamais haverá partida
O amor se identifica, intensifica e fica
Ainda que se pareça no sabor
Jamais confundas a velha paixão, com o verdadeiro amor