Poemas de palavras
Eu procurei por palavras a serem ditas, procurei em meio ao silêncio a melhor forma de sentir saudades. Mas em mim não existe saudades, existem diferentes tipos de apegos; apego as lembranças que eu deveria esquecer, apego as pessoas que foram embora quando eu pedi pra ficar; apego aos desejos e sonhos mais antigos, como aqueles deixados bem no fundo de minhas memórias. Mas o que eu poderia fazer para não me sentir apegado?
Eu procurei em meio ao silêncio a melhor forma de sentir amor. Amor as lembranças que precisam ser lembradas; amor a pessoas que ficaram quando eu pedi pra ficar; amor aos desejos e sonhos novos e também os mais antigos, porque sei que algum lugar eles se guardam. Mas como poderia existir amor em alguém que não acredita sentir saudades?
Então eu procurei em meio ao silêncio a melhor forma de viver, porque vivendo eu saberia que é possível sentir apego na mesma intensidade que é amar e sentir saudades.
SOLIDEZ
Ah! Quantas vezes flori com mera ilusão...
Distorci palavras de peso do meu coração.
Ah! Quantas vezes fui vidraça apedrejada...
De tão temperada, por nenhuma pedra fui quebrada.
Ah! Quantas vezes senti vontade de ter por inteiro;
De chegar em primeiro quando fui a derradeira...
Ah! Quantas vezes eu sorri contradizendo o choro,
E vi que o sorriso é luz, e que a vida é ouro...
Ah! Quantas vezes, de inspiração, eu me inebriei
Ao jogar o olhar ao céu de esperanças
Quando a vida na tutela se fazia de lembranças...
Ah! Quantas vezes, eu fui a mesma, uma só,
Quando precisei ser vinte
Para desatar um nó... Quantas vezes...
A música toca mas não embala;
As palavras são gritadas, mas não ouvidas;
As declarações de amor são ditas, mas desconsideradas ... Tudo que é bom se perde num momento
Daí a oportunidade da felicidade passa.
Restam as lágrimas
O remorso!
Eu mereço sossego
Dentro do peito
Dentro da mente
Sem palavras vãs
Sem promessas falsas
Sem amores rasos
Sossego de alma, sabe?
Não podemos explicar a vida
com palavras.
Palavras simples não podem conter o significado da vida.
Por que a vida é muito mais que palavras.
As palavras vão e vem
Trocam de lugar
Quanta coisa já pensei
Sem considerar
Todas voltas do planeta
E os mistérios ancestrais
Tantas possibilidades
Esperando no sofá
Vestida de palavras
Era uma vez... (e toda vez, nas difusas da imaginação,
começa assim) um quarto, e ele guardava um espelho grande que se agarrava à parede revelando as verdades.
Do lado impertinente e absoluto, descansado sobre a cômoda, um relógio quieto, mas veloz.
Sobre a cama, derramando intensidade, um vestido vermelho
que o tempo do relógio desbotou, mas o espelho mostrava que ele tinha ainda encanto guardado em lembranças.
Hesitante, perambulando pelo quarto, a mulher ia, de um
lado, ao outro, querendo enganar o relógio, fingindo sua aparente angústia ao espelho que apreciava o vestido, e ele se incumbia de carregar sonhos.
Frente ao espelho descortinou sua nudez, sua brancura. Abriu a lateral do criado-mudo e retirou um pote de creme. Espalhou sobre sua pele para acetinar o trincado do tempo a disfarçar e enganar o espelho por minutos naquele dia.
Recolheu o vestido sobre a cama e se cobriu dele. VERMELHO corajoso ajustado em seu corpo, abraçando os parágrafos de suas curvas, sem brigar por espaço.
Olhou para o relógio, o tempo, ele sim, brigava com ela,
apertava sua alma, não a largava nem um minuto sozinha para decidir e refletir.
Enérgicas são as horas, mostram o compasso.
Ela se mirou vestida ao espelho, olhou o pote abandonado sobre a mesa de cabeceira.
Abriu a porta e saiu do seu mundo, pôs na bolsa a sua
fantasia e decidiu acima das horas, dos segundos e minutos e não enganou a si mesma.
Lembrou-se de alguma frase, riu, saboreou, se revestiu dele,
Fernando Pessoa:
“Mas eu não tenho problemas, tenho só mistérios.”
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Maçã do rosto
A forma como me trata
As palavras de uma mensagem de texto
Capazes de alterar minha mente
Acordando o que tenho de melhor
A ponta dos meus dedos
Passando por todo seu rosto
Suave pela maçã até os lábios
Uma peça única, de valor inestimável
Não podemos confundir
erros e escolhas...
As palavras por si só, já são distintas, assim como as atitudes que compõem cada uma delas.
Elane Azevedo ✍🏼🌺🍃
Por tudo que entendi entre as palavras de Deus, acredito que nosso purgatório pode ser esta nossa passagem aqui por este estágio,
haja visto aquele paraíso prometido para depois desta.
Então porque estaríamos nos apegando tanto por aqui tentando nos livrar de todos os males possíveis, priorizando nossa saúde e riquezas para continuarmos nesta fase?
Será que tantas mortes por esta pandemia, permitidas por Deus, pois, nada passa sem o consentimento dEle, do alto de sua bondade infinita, não seria um tipo de alívio para aqueles que,de certa forma, passaram a merecer tal evolução?
(teorilang)
CENSURAS
Ouvi de sua boca palavras tão duras
em minh'alma provocaram profundas rachaduras
meus versos transformaram-se em clausuras
eu que de seus lábios sorvia doçuras
quedei-me das asas de suas formosuras
caindo no abismo de desconhecidas desventuras
o que faço agora com essas fissuras
que no meu peito em dolorosas agruras
sangram e se calam até nas pequenas rasuras
não proferindo sequer sua nomenclatura?
melanialudwig
Gosto de palavras na cara. De frases que doem. De verdade ditas (benditas!). Sou prático em determinadas questões: ou você quer ou não.
Desculpas não justificam erros. Perdão não é amnésia. Não há borracha para palavras ditas. Não se passa corretivo em gestos. Amor não tem remetente. Ele é urgente. E precisa de dois. Não há correio para o ódio.
É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra.
Até que um dia o palhaço sai de cena.
As palavras sempre fazem bem
para isto tem muito poder
desde que sejam boas
e não façam mal a ninguém
Muitas vem de língua comprida
que diz algo sem saber a razão
a pessoa escutou em algum lugar
e fala aumentando o textão
Pode crer que o mal semeia
pois quem ouvir vai aumentar
estica a história e porque anseia
alguma novidade para fofocar
Fala disso ou daquilo que nunca viu
pois uma língua maldosa lhe contou
e esparramou boatos qual fogo no pavio
e logo uma história errada se formou
Sabe o tal - quem conta um conto?
assim agem sempre as fofoqueiras
cada uma vai aumentando um ponto
pondo inocentes em sujeiras
A linguagem da alma, uma arte em versos, sentimentos sinceros em palavras, da alegria à tristeza, pensamentos inquietos em cada trecho, assim, a vida em poesia é transformada causando um grande e simples avivamento.
Desde que adentrei no mundo poético, fiquei fascinado, ainda sinto-me um estranho, mas ao mesmo tempo, estou familiarizado, expresso o que penso, desabafo, externo em alguns parágrafos o que vejo, quase sempre, estou profusamente inspirado.
É uma dádiva poder expressar a grandiosidade da vida em palavras, sentidas, pensadas, revestidas de verdades, inspiradas em amores, na beleza da simplicidade, cores, olhares e sabores, dessarte, uma euforia singular na arte da poesia, quando alma consegue falar.
A ti, que estive ausente,
Com palavras lhe peço perdão,
Por ter deixado de lado o presente,
E me concentrado em minha solidão.
A mente abarrotada de desafios,
E a alma ferida em sua dor,
Necessitava de cuidados e alívios,
Para encontrar em mim o meu amor.
No isolamento, eu encontrei a minha voz,
Um espaço para curar as minhas feridas.
E mesmo que essa escolha tenha nos causado a voz,
O perdão ainda pode ser concedido.
Porque a vida é uma jornada complexa,
E cada um carrega sua própria carga.
E mesmo que a conexão se torne perplexa,
Ainda podemos encontrar uma saída.
Assim, lhe peço perdão por minha ausência,
E por não ter escutado o seu chamado.
Mas agora retorno com a minha presença,
Com o coração aberto e o amor renovado.
Pensamento
Não me demoro, acolho-te em palavras
Escutas minha prece desejosa e me olhas
Feita de fogo me enterneço em teu braço
Em meus ouvidos, tua respiração pousa leve
Fagulha que sou, acendes-me...
- Rahssi