Poemas de palavras
O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.
Há que se dar um gosto incasto aos termos.
Haver com eles um relacionamento voluptuoso.
Talvez corrompê-los até a quimera.
Escurecer as relações entre os termos em vez de aclará-los.
Não existir mais reis nem regências.
Uma certa liberdade com a luxúria convém.
Palavras não me encatam,
atitudes não me convencem,
mais a sua sinceridade
me faz querer seu teu
para todo o sempre.
Obedeça ao seu coração! Mas faça isso de verdade, sem meias palavras ou meias atitudes, porque obedecer parcialmente é desobedecer.
(Trecho do livro O que realmente importa?)
As palavras sempre ficam. Se me disseres que me amas, acreditarei. Mas se me escreveres que me amas, acreditarei ainda mais.
Se me falares da tua saudade, entenderei. Mas se escreveres sobre ela, eu a sentirei junto contigo.
Se a tristeza vier a te consumir e me contares, eu saberei. Mas se a descreveres no papel, o seu peso será menor.
Lembre-se sempre do poder das palavras. Quem escreve constrói um castelo, e quem lê passa a habitá-lo.
Quero ser...
Poeta para ter o dom...
Das palavras...
Palavras de ternura... de carinho...
E poder enxer...
Teu coração com nosso amor.
Quero ser...
Matemático para multiplicar...
Somar... e um dia
Dividir no seu coração...
Doces momentos de alegria,
Assim subtrair as tuas tristezas.
Quero ser...
Cientista para encontrar
Um dia a fórmula que... possa
Explicar...
O quanto "você"
É especial pra mim.
As palavras são pequenas formas no maravilhoso caos que é o mundo; formas que focalizam e prendem idéias, que afiam os pensamentos, que conseguem pintar aquarelas de percepção.
Nenhum de nós sabe o que existe e o que não existe. Vivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. Submetem-nos, subjugam-nos. Pesam toneladas, têm a espessura de montanhas. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem. Mas há momentos em que cada um redobra de proporções, há momentos em que a vida se me afigura iluminada por outra claridade. Há momentos em que cada um grita: - Eu não vivi! eu não vivi! eu não vivi! - Há momentos em que deparamos com outra figura maior, que nos mete medo. A vida é só isto?
As palavras... Muitas que hoje desapareceram irão renascer, muitas, agora cheias de prestígio, cairão, se assim o quiser o uso.
As canções, os relatos, os contos populares, pintam em poucas palavras o que a literatura se limita a amplificar e a disfarçar.
A experiência ensina que são pouquíssimos os que são capazes de fixar o sentido das palavras que usam.
Os homens brigam com mais frequência por via das palavras. É por palavras que eles matam e se fazem matar com maior empenho.
As coisas a propósito das quais encontramos mais depressa as mais justas e vigorosas palavras, são certamente aquelas que estamos vocacionados para fazer ou para aprofundar.
Vós, palavras, traís em vão o ataque / secreto, o vento que sopra no coração. / A razão mais verdadeira é de quem cala.
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