Poemas de Paixão
O amor, qualquer amor, quando maduro, não pede, tem. Não reivindica, consegue. Não percebe, recebe. Não exige, oferece. Não pergunta, adivinha. Existe para fazer feliz.
Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo, por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz… Também é bom porque em geral se pode ajudar muito mais as pessoas quando não se está cega de amor.
Nota: Trecho de carta para Elisa Lispector, escrita em 19 outubro de 1948.
...MaisO amor é covarde, nos ilude até nos fazer acreditar que ele é verdadeiro. Depois, quando ele de repente se cansa, nos deixa sofrendo. E como recompensa, ele nos presenteia com um novo amor, que a princípio nos engana com uma felicidade temporária... até ele se cansar de novo. E assim vai nos levando, sempre com falsas esperanças de felicidade. Nos deixando cada vez mais frágeis, mais iludidas. Mas o coração da gente é bobo, hipócrita, cego, imaturo... e está sempre disposto a amar novamente, mesmo sabendo que corre o risco de sofrer, mais uma vez.
Não era amor. Aquilo era solidão e loucura, podridão e morte. Não era um caso de amor. Amor não tem nada a ver com isso. Ela era uma parasita. Ela o matou porque era uma parasita. Porque não conseguia viver sozinha. Ela o sugou como um vampiro, até a última gota, para que pudesse exibir ao mundo aquelas flores roxas e amarelas. Aquelas flores imundas. Aquelas flores nojentas. Amor não mata. Não destrói, não é assim. Aquilo era outra coisa. Aquilo é ódio.
Porque amor é muito mais que palavras e declarações. Precisa de gesto, jeito, e algum propósito bonito que caiba na vida da gente...
Será que é tão difícil aceitar o amor como ele é e deixar que ele vá e nos leve para todo lugar como AQUI.
Será que é melhor deixar essa nuvem passar e você vai saber de onde vim, pra onde vou e que estou AQUI...
E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor?
Nunca-mais o amor. Era o que mais doía, e de todas as tantas dores, essa a única que jamais confessaria.
Se um dia um único homem atingir a mais alta qualidade do amor, então será o suficiente para apagar o ódio de milhões.
(...) É incontrolável te odiar hoje, meu amor, dá para entender, querido? É incontrolável não ser irônica hoje, chuchu.
Amor é achar bonita uma bota, amor é gostar da cor rara de um homem que não é negro, amor é rir de amor a um anel que brilha.
Eu só fui perceber que tinha amor quando fiquei longe dele. Assim mesmo, percebi isso vagamente, e voltei também vagamente por causa disso. Eu perdi, eu tenho consciência absoluta de que eu perdi a oportunidade de amor mais viva e profunda que me foi oferecida até hoje. E agora eu não posso fazer mais nada.
Deus, em seu maior ato de amor, nos viu como nós éramos… quebrados, pecadores, mas cheios de dignidade e valor.
Pra mim tudo tem remédio, só a morte que não. Porque eu aprendi que mal de amor, se cura com o novo amor. Não deu certo com aquele babaca? Tenta com outro.
Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero de amor.
Quem, como eu, estava chamando o medo de amor? e querer, de amor? e precisar, de amor?