Poemas de Paixão

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É mais fácil perdoar os danos do nosso interesse que os agravos do nosso amor-próprio.

O ódio pode ser perspicaz, mas nunca num sentido maior. Só o amor possui um horizonte.

Um amoroso é um homem que se empenha em ter mais amor do que lhe é possível ter, e essa é a razão por que todos os homens amorosos parecem ridículos.

A constância no amor é uma bigorna que, quanto mais é batida, mais dura se torna.

O amor é muito mais exigente do que ele próprio supõe: nove décimos do amor estão no enamoramento, um décimo na substância amor.

É necessário ter amor pela vida para o prosseguimento vigoroso de qualquer intento.

Passamos muitas vezes do amor à ambição, mas nunca regressamos da ambição ao amor.

É preciso dar o nome do amor a todos os sentimentos ternos que temos. Mas nunca saberemos se é mesmo ele.

Os bens que a ambição promete são como os do amor, melhores imaginados que conseguidos.

Para criar deve existir uma força dinâmica, e que força é mais potente que o amor?

Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmo se atormentaram com muitas dores.

Nenhum gênero epistolar é menos difícil do que uma carta de amor: apenas é preciso amor.

O amor, tal como existe na sociedade, não passa da troca de duas fantasias e do contato de duas epidermes.

O amor dá-se mal nas casas ameaçadas de pobreza. É como os ratos que pressentem as ruínas dos pardieiros em que moram, e retiram-se.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Anos de Prosa, 1863

O amor é essa maravilhosa oportunidade de outro nos amar quando já não nos podemos amar a nós próprios.

Ninguém nos aconselha tão mal como o nosso amor-próprio, nem tão bem como a nossa consciência.

O amor e o seu reverso, o ódio, constituem o verdadeiro estudo da vida, porque só eles tiram as consequências dos outros indivíduos.

Glória

Vive dentro de mim um mundo raro
Tão vário, tão vibrante, tão profundo
Que o meu amor indómito e avaro
O oculto raivoso ao outro mundo

E nele vivo audaz, ardentemente,
Sentindo consumir-se a sua chama
Que oscila e desce e sobe inquietamente;
Ouvindo a minha voz que por mim chama

Em situações grotescas que me ferem,
Ou conquistando o que meus olhos querem:
Príncipe ou Rei sonhando com domínios.

Sinto bem que são vãs pra me prenderem
As mãos da Vida, muito embora imperem
Sobre a noção real dos meus declínios.

(in "Dispersos e Inéditos")

A noite está bela
Está tão linda quanto ela
Pois a lua está brilhando
Porém, ela irradiando
Ela acha que não vi
Mas quando olhei já percebi
Que gostaria de estar perto
Desta linda, estar bem perto
Te abraçando bem apertado
Com uns beijos misturados
Mas a ordem não tem importância
Pois é ela a relevância
De quando estou bem de pertinho
Sempre tem um bom carinho
Nesta noite muito linda
Só penso em ter a minha linda.

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Aguinaldo Silva

Nota: Trecho de fala de um personagem da novela Fera Ferida, de Aguinaldo Silva. Muitas vezes atribuído de forma errônea a Pablo Neruda.

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