Poemas de Olhar
Não precisamos nos acorrentar e nos agrilhoar na forma da ignorância,
que é a pior das prisões. Deus não quer nos ver assim. Para Ele não importa
nossas vestes, muito menos nossas posses. Ele quer nossa liberdade! Quer nos ver
livres e sábios. Podemos aprender com as cachoeiras, com os rios e até mesmo
com o vento. E cada vez que sua obra não passar em vão frente aos nossos olhos,
ali estará o Criador.
Quando conseguimos alcançar um nível de certezas maior no campo de
nossa existência, não daremos mais importância para o que não tinha. Contudo,
saberemos que a matéria propriamente dita não nos trará a felicidade se não a
usarmos apenas como veículo para buscar concluir as demandas do espírito.
Se fôssemos perguntar a Deus: “Por que Senhor? Tanta dor e tanto
sofrimento?”, talvez ele nos responderia que não sentimos a borboleta pousar em
nossa mão, que não ouvimos o barulho do trovão e nem vimos o sofrimento de
nosso irmão.
“Não somos nós que vivemos no
passado, é o passado que vive em nós. E enquanto não o ressarcimos, ele não nos
deixará”.
Nascemos nesta vida como nascemos outras vezes, e morremos nela
como já morremos várias vezes. Mas o verdadeiro nascimento é o que acontece no
despertar da consciência, e só à morte, quando nos privamos da fé e das
oportunidades que nos são concedidas.
Fica fácil para os homens condenar semelhantes na sua
derradeira ignorância, afirmando que uns são santos e outros não. Porém, se
pegarmos a instrução divina como a maior dádiva que o Pai possa nos dar, tudo
então cai por terra e vira pó.
Todas as vezes que criticamos alguém, estamos nos voltando a ideias
egoístas que nublam a consciência e nos impedem de divisar o quanto estamos nos
atrasando na existência.
Certa vez conheci uma pessoa que dizia que acreditava em Deus, e que
fazia tudo aquilo que Ele gostava, disparando verdades e magoando a todos ao seu
redor. Que pena mesmo! Se essa soubesse “como Ele fica triste quando nossas
certezas se perdem na escuridão”...
Quando conseguirmos olhar para o mundo entendendo
que ele é efêmero, deixaremos de perder o tempo que poderíamos direcionara para
fazer outras coisas.
Ainda vivemos em um planeta cheio de obscuridades, ganância e
prepotência daqueles que fizeram de uma missão divina uma profissão para
enganar os mais carentes de informação.
Quando quisermos falar com o Pai, busquemos as plantações que
alimentarão tantos de seus filhos. Perscrutemos as flores que servem de inspiração
para a prática do artesanato, que fazem tantas mães e pais levarem o sustento para
casa. Busquemos os rios... busquemos o mar.
A vida nunca cessa, sempre continua. Só mudamos de estação. E
partimos dela como chegamos ou podemos sair melhores, ou desenvencilhar-se
pior. Depende de cada um. Vamos desta vida para a espiritual com a mesma
condição moral do exato momento. Apesar disso, seja qual for a condição, a
espíritos de luz pela misericórdia de Deus, estudados e orientados a prestar auxílio.
Nem sempre as incumbências mais importantes
são captadas por nossos olhos ainda tão carentes de evolução. Quase nenhum
comandante, ou presidente, ou detentores de posses terrestres foram espíritos de
luz missionárias. Praticamente todos eles foram apenas almas tentando lidar com
seus próprios encargos celestiais.
Nós, seres humanos, não
somos os donos do planeta. A Terra apenas foi nos concedida como escola. Não
podemos fazer aquilo que quisermos. Antes de existir o mundo material já existia o
mundo espiritual. O universo é feito de ação e reação. Não podemos desmatar,
queimar, nos ferir, orbitar metais de toda espécie e depois esquecê-los vagando ao
redor de nossa casa, que é apenas um empréstimo de Deus.
Todos nós somos santos. Cada um de nós. E ninguém é mais especial
do que o outro porque todos temos um espírito santo concedido por Deus e que
nasceu do fluido cósmico universal em parâmetros e formas iguais.
A energia que emana dos pensamentos, aquilo que cultivamos dentro de
nós, representa a chave para a felicidade. Quando trabalhamos por algo que seja
bom, não só individualmente, mas como um todo, e para aqueles que nos cercam,
somos elevados em energia que se assemelha com a luz universal.
Temos o tempo de nossas vidas para nos lapidar, a fim de
entender, estudar e praticar. Estender a mão, aprender, ensinar. Nos conhecer,
procurar entender aos outros, e se regenerar.
Nem sempre devemos continuar e seguir pelo
mesmo caminho que estamos. Se o requerimento veio naquela hora, era finalmente
oportuno o momento da misericórdia divina em nossas vidas.
Quando a necessidade de buscar algo maior que nossas posses, ocorrer,
vamos senti-la quase sempre muito dolorosa. Se for o de perder um ente querido,
passaremos a acreditar naquilo que não entendíamos antes. Se for uma depressão
que nos tire o ânimo e as forças para continuar na jornada, não vamos dizer mais
que isso era coisa de gente rica. Se for um problema com um filho, que nos tire a
paz, não vamos mais dizer que com os meus isso não acontece.
É preciso sentir a dor que sentimos, no momento certo que temos que a
sentir, porque se não fosse necessário Deus não nos daria. É um momento certo
que temos que aceitar e procurar compreender que é imprescindível para o nosso
crescimento e adiantamento espiritual. E quanto mais cedo condescendermos e
mudarmos, mais cedo cresceremos e sentiremos a paz verdadeira.