Poemas de Nascimento
Com essa tal falta de literatura, como há hoje, que pode um homem de gênio fazer senão converter-se, ele só, em uma literatura particular? Com essa falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar amigos, ou, quando menos, os seus companheiros de espírito? Encontro, sim, quem esteja de acordo com atividades literárias, que são apenas dos arredores da minha sensibilidade. E, assim, fazer arte parece-me cada vez mais importante atividade, porém, a mais terrível missão. Mesmo assim, fazer arte, ainda que bem, parece-me tão pouco.”
Escritores são mais chorões que certas torcidas bicolores, verdade, mas a descompostura tem razão de ser. Bastaria o fato de não termos na imprensa brasileira um suplemento literário digno de engraxar as botas madrilenhas de certos editores para indicar que não nos faltam motivos para fecharmos nossos focos na cena nacional.”
Cuidado! Uma indireta pode ser tão veloz como uma flecha que atravessando o Espírito fica alojada na alma.
Quero ser feliz por toda a vida, mas entendi que não existe vida feliz o tempo todo se eu não semear a felicidade em cada momento de minha vida.
Um escritor é um escritor de verdade até o momento de sua morte. Não faço literatura para ser aplaudido em bienais e feirinhas de livros, nem para ser célebre tomando chá das cinco na ABL, nem para ganhar montes de dinheiro. Mesmo porque só quem ganha um monte de dinheiro é Paulo Coelho. Faço literatura porque é uma arte essencial para mim, faz parte do meu ser inconveniente, e a amo com intensa paixão. Quase desesperado. Minha única ambição na vida é conseguir escrever mais coisas até quando conseguir, mesmo numa cadeira de rodas ou crucificado numa cruz."
O tempo
Olho para os relógios os ponteiros continuam a se movimentar nunca param isso implica que estamos ficando mais velhos os aniversários chegaram a festa acabou mais um ano de vida se foi mais um ciclo cumprido. Pessoas correm desesperadas em busca do dinheiro, riquezas, fama e poder grande multidão para onde irão? para onde irão grande multidão? o tempo se passa a festa acabou e agora José você que é sem nome que zomba dos outros.
Ao Amigo
Em uma linda madrugada como essa a tristeza paira no coração do poeta. Tenho tantas perguntas, tantos desejo, tantas críticas, tantos devaneios. Olho pela janela o vento paira tentando negociar a temperatura com o meu corpo, porém a natureza, um exército contra, infinitamente mais forte. Acho melhor eu agasalhar-me talvez deitar-me e repousar. Meu coração é como se fosse uma brasa que não se apaga, é aquele grito que não se cala, é o choro que ninguém consolou, é o barulho na escada. quem sabe um dia chegaremos, quem sabe um dia acharemos, quem sabe um dia viveremos, quem sabe um dia morreremos. Você me diz com os lábios fluentes que está desanimado, você me diz que ninguém entende. Meus ouvidos escutam, meu coração diz muito, mas meu lábios não dizem nada. Talvez Epicuro estivesse certo.
Não te culpo pela falta de reciprocidade. A culpa é toda minha, plantei amor em solo estéril, logo eu que sempre prezei pelos bons frutos...
É difícil admitir que algo dentro de mim quebrou.
A chave do descrença foi ativada com sucesso infelizmente. Depois de tantas caras quebradas e um mundo de expectativas, eu me percebo apenas como um corpo vagando no mundo dos relacionamentos, tentando reencontrar o pedaço que se perdeu.