Poemas de Mudança
DE PONTA-CABEÇA
Tudo igual
Olhar convergente
Caminho sem sal
For”matando” gente
Assim programados
Resetados, sem voz
Cheios de nadas
Cegueira do algoz
Muda a tocada
Em “riste” pro outro
Sem busca em vós
Nova era
“Se” faz essencial
Sem tempo pra espera
Diferente, especial
O “topo” não topo
Mudança de foco
Sendo a escolha
Saindo da bolha
Adeus arremedo
Respirando sem medo
Virando a cabeça
Outra mirada
Teimosia travessa.
ALÉM DA MORTALHA
Lentamente cai a mortalha
A um novo ano promissor
Tempo atorado com navalha
Só resta olhar o que ficou
Um perdoar às próprias falhas
E acreditar no que mudou
Pra enfrentar novas batalhas
Ressurreição que acordou!
SOPESAR
Enquanto um projeto tremula no topo da ideia
Na vibração incandescente da fé e da esperança
O derrotista complica, pessimismo alardeia
Um peso para o progresso e para a perseverança
Não se trata de insensatez e nem panaceia
Mas permitir sopesar os anseios de mudança
Trazer pra execução o que a coragem custeia.
ANDANÇAS
Em toda partida uma esperança
Vão algumas coisas na bagagem
E outras tantas ficam pra trás
Cada vez que ao vazio se lança
Cabe preenchê-lo com coragem
E não ser o mesmo nunca mais.
CAL"MARIA"
À espera da bonança
Uma hora a gente dança
Logo adiante também cansa
E o que sobra é a mudança.
RECEITA
Acaso queiras me ajudar
Não me digas tudo se ajeita
É mais fácil se acomodar
Seguindo na eterna espreita
Convicção há que mudar
Pra desafiar novas receitas!
BONANÇA
Muito antes da bonança
Há que tarar a balança
Equilibrar a esperança
Verificar as andanças
E os caminhos da mudança
Boa dose temperança
Creditar que a vida avança!
DESCOMPASSO
Agora são tantos apelos
Para um socorro que tardou
Ficaram pra trás os desvelos
Convergência descompassou
Muito pior tentar revive-los
E insistir no que não mudou.
Vivemos tempos de sombras densas, onde o silêncio se faz refúgio e a palavra, um risco. A polarização ergue muros invisíveis, transformando o espaço comum num campo minado, onde cada sílaba pode desencadear tempestades. A liberdade de dizer torna-se miragem, ofuscada pela luz cortante da ofensa fácil.
Já não se pode abrir a boca sem que o ar se torne pesado, sem que as palavras sejam distorcidas, mal entendidas, censuradas. O diálogo, esse fio frágil que nos liga, estica-se até quase romper, ameaçado pela intolerância travestida de zelo. A palavra "tolerância" soa como uma piada amarga, dissipada no vento.
Onde antes floresciam debates, agora restam trincheiras. Cada opinião, uma bandeira; cada silêncio, uma suspeita. O medo de falar cala, sufoca, e a liberdade de expressão definha, encurralada pela vigilância implacável da hipersensibilidade. Escolhem-se as vias do ódio e da vitimização, em vez do entendimento.
A revolução necessária não brotará dos campos férteis; precisa de um terreno mais árido, onde as mentalidades sejam forçadas a mudar. Promessas de liberdade, por vezes, tornam-se prisões de benevolência, incapazes de curar as feridas que se agravam nas sombras do ressentimento.
No entanto, é preciso lembrar: a verdadeira mudança exige sacrifícios além das escolhas fáceis. É preciso confrontar a feiura que evitamos, a dureza das verdades que recusamos. Precisamos de uma revolução de mentalidades, um despertar que não virá sem dor, sem ruptura.
Nas fissuras da polarização, o ódio e a vitimização germinam, sufocando a esperança. Mas talvez, nas ruínas do diálogo, possamos encontrar a semente de uma nova compreensão, forjada no fogo da necessidade.
A liberdade, essa ave ferida, não alçará voo sem luta. E nós, perdidos entre sombras, devemos decidir: permanecer na escuridão confortável ou enfrentar a revolução que os tempos exigem.
Uma despedida difícil
É amar e ver que não pode ser.
Como a árvore que não cresce
No solo que não a nutre.
Ficar seria esperar pelo impossível,
Tolerar a ferida que não sara,
Aceitar o pouco, perder-se
Na tentativa de não perder o outro.
A natureza não espera,
Não hesita, não sofre.
O rio corre sempre para o mar,
Mesmo que deixe a montanha para trás.
Sabemos que deixar ir dói,
Mas é o caminho para a cura.
Às vezes, partir é amar,
Não por falta de amor ao outro,
Mas por amor a nós mesmos.
Com a simplicidade do vento
Que sopra sem mágoa,
Partimos, porque tudo é como deve ser,
E no amor-próprio encontramos a paz.
Se alguém, despojada de rótulos e fortuna, acredita que deixou de ser algo, é porque, na verdade, nunca foi nada enquanto os possuía. A essência do que se é não se apaga com a perda de símbolos ou bens. Aquilo que somos não depende do que nos é dado ou retirado. A verdadeira identidade, a substância da pessoa, permanece intacta, sem ser tocada pelos adornos do mundo.
E o inverso é igualmente verdadeiro: quem ganha títulos ou fortuna e se convence de que, por isso, passou a ser algo, engana-se. Se antes não tinha um valor que lhe fosse intrínseco, os títulos ou riquezas não o fabricam. Tudo isso são adereços, temporários e ilusórios. O que conta é o que se carrega por dentro — porque só quem já era algo pode, de fato, ser. O resto é brilho fugaz, destinado a desaparecer na primeira ventania.
Outono chegou, sem mistérios nem sombras,
as folhas caem como quem se despe por vontade,
o ar frio não traz aviso, é apenas o que é.
A castanha abre-se na mão, oferta simples,
uma bênção da terra, sem pedir nada de volta.
O mundo veste-se de cor, mas não por vaidade,
as árvores mudam como quem aceita o tempo,
e eu, no meu caminhar tranquilo, olho e sorrio,
não há mais do que a alegria de estar aqui,
o outono é apenas o que o outono deve ser.
Tudo é tão claro como o ar entre os ramos,
não preciso de mais para entender,
que o sol que se põe não se despede triste,
apenas dá lugar à noite, e isso também é alegria.
Caminho de Luz e Sombra
Em meio ao caos, onde a sombra se alonga,
E a voz da injustiça ecoa estridente,
Cultivar a esperança, planta singela,
É ato de coragem, sublime e urgente.
Não se trata de negar a dor que nos cerca,
Nem de fingir que tudo está em paz,
Mas de buscar, na brecha da incerteza,
A força que nos impulsiona a avançar.
Criticar o que é errado não é pecado,
É dever de quem busca a verdade e a luz.
Quem cala diante da injustiça cometida,
É cúmplice da escuridão que nos seduz.
Não somos máquinas de sorrir,
Nem fantoches que dançam ao som da mentira.
Somos seres pensantes, capazes de sentir,
E a indignação é a faísca que nos inspira.
O otimismo não é máscara que se usa,
É chama que, acesa, ilumina o caminho.
É a certeza de que, juntos, podemos mudar,
E construir um mundo mais justo, mais digno.
Não somos pessimistas, somos realistas,
Que veem a dor, mas não se deixam vencer.
Com a razão e a esperança como guias,
Lutemos por um futuro melhor, sem esmorecer.
Vocês meus caros, não me escutam!
Teem medo de me ouvir, e mudar sua ideia e ideal.
Não, meus caros, apenas escute, e remova somente de nosso diálogo
o ineficaz o involutivo.
Porém, tenha mente firme.
...é ela que nos norteia!
Dizem que a gente não muda o outro!
Porém, só não mudamos o outro, se não tivermos trajetória exemplar.
Se tivermos brevê, conhecimento, não só alteramos a vida do outro, como tambéma do entorno.
Nossa vida está dentro de nós, quando mudamos por dentro, o universo se renova.
Gélson Pessoa
Santo Antônio do Salto da Onça RN
Terra dos Cordelistas
05 Março 2025
Deus está ávido para mudar a qualidade da sua vida, mas se você não fizer a sua parte se esforçando e tendo fé, viverás de forma infeliz e frustrada".
Anderson Silva
"Toda desobediência tem o seu preço, não obstante, há pessoas que nem sofrendo mudam de vida; assim, infiro, que só Deus tem o poder de mudar o pensamento."
Anderson Silva
"O cristão que sempre fica mudando de igreja precisa entender que o problema não está nas igrejas, mas sim dentro dele".
Anderson Silva