Poemas de Morte Poetas Conhecidos
Não basta ser pássaro
a vida pede mais
se faz orquestra
saúda-nos num coral
diversos tons numa tela
que nos convida
a semear!
As aparências enganam sim,
o roto retalho que somos,
fica entre as nuvens dos olhos
que nos alcançam.
É preciso mais que olhos,
é preciso alma,
é preciso ir além
desse "eu" recoberto
e encrustado na pele
já tingida por tantas máscaras!
Cala-te no instante e na hora
que se faz tarde, falar...
Não se desarvore diante do vozerio
que te grita dentro;
acolha-os em real sentimento
e veja-te ali recolhida(o),
silenciada(o) e tanto, tanto, tanto...
...de você, ali!
Sobre a verdade ...
Quero o aconchego desse abraço por onde sinto, firmada além desse pilar que me firma e me contorna, além desse barco que nas ondulações flutua, no aguardo e de mãos postas!
Que o dia não nos seja traço, risco, marco...
seja ele habitado pela abstrata insegurança
de um poema sem letras
E ali, ouça-se em magia o que nos é único,
inteiro ... faroleiro, oculto em poesia!
É preciso encanto no olhar
ao reino delicado da natureza,
lendo as sutilezas da vida,
vendo-se acolhido, entrelinhas
Aos olhos e ouvidos, sementes.
À terra, o germinar.
E à flor, florescer.
Conexões invisíveis, mas essenciais,
movimentos ignorados, não visíveis,
mas vivos e presentes aos que sentem!
Faça uma viagem, retorne ao começo onde tudo é, onde és só, sozinho mesmo, de malas vazias e nu ...
saiba-te, sinta-te, acolha-te ...
e agora, recomece com tudo aquilo que ali encontrou:
malas vazias, nu e você, tão somente, você.
E se os "por quês" e "não é assim" vos chegar, sinta: estes, estiveram lá com você? Se sim, não haverá perguntas. Se não, não há resposta. Sorria dos moldes, a nudez é para quem viaja por dentro e ver requer esse passaporte.
Permita-se!
É uma interrogação perene
que me faz continuar,
passar como quem passa íngreme
rumo ao sótão desse chão
tão firme, calado, dissolvendo-se
a cada resposta encontrada
... tal é o tesouro que me afortuna!
"Amor em ação"
Rosa em gestos
preenche o olhar
colore a alma,
adorna o sorriso
dos espinhos às pétalas,
tua natureza,
é em nós, violeta ...
... à transmutar!
Adormece a noite ...
... em festa
no céu, bailam ...
... pequenos grãos-cometas
e naquele olhar...
... brilham estrelas!
sobre os cansaços
pousados entre as narinas
suspirei clareiras e vi
vestidas de cravos
as flores dos teus olhos
soprei levezas
acolhi em pétalas
meu campo conhecido
o teu jardim ...
Oh! ouvido este que se amplia,
infinitos tons em ti acolhes,
quando a Vida em si permites ...
... ouves o Todo, sinfonia!
E a luz se fez no coração dos homens
transbordando o que "é", calando os lábios,
sustentando os passos e orientando os gestos!
Sou o que teu sopro traduz
no silêncio que me cobre
E na segurança do que só eu sei
em mim sou o inalcansável
aos teus dedos tão longe de ti!
No crepúsculo de um sorriso
o brilho de um olhar se faz presente
quando presente está a segurança
confiança dos passos em Verdade
vestida além das letras
afinal, são estas apenas reflexos
das noites acolhidas pelas manhãs
orvalhadas sintetizam a fluidez
sentimentos que são poesias
contornadas pelas sombras de um poema!
Em meio ao nada
do lado macio de quem olha
um sorriso entre lábios
confirma em confiança...
O que se sabe
a verdade se estabelece!