Poemas de Morte Poetas Conhecidos
No meu País se recorda
orando nos cemitérios
em memória daqueles
que se foram deste mundo,
A morte em si para mim
não carrega mistérios;
A morte não é partir rumo
ao Paraíso ou ao Inferno:
A morte é a invasão de limites
e aceitar a colonização do outro.
Desumanização
Começam te ensinando
que você e tudo aquilo
que existe de bom
ao seu redor é inútil,
Depois ensinam a você
e outros a ofender por
qualquer motivo fútil,
Convencem a você mesmo
e quem está ao redor
que a sua vida não tem valor,
Você e os seus estarão
tão entretidos com o círculo
vicioso de agressão que estarão
acreditando que merecem
e que a vida é assim mesmo,
E quando menos você
se der conta porque não
dão nenhum momento de paz
para pensar vão lá e acabam
com a sua vida e a do seu povo,
A desumanização sempre
para a morte constrói o escopo.
Ecos de uma guerra sem fim
Os mortos sabem o que os vivos insistem em negar: a guerra nunca termina. Ela se esconde nos becos e nas esquinas, na miséria que grita silenciosa e nos olhares vazios de quem perdeu tudo, menos o desespero. A farda que um dia vesti carregava o peso de um mundo que sangra, mesmo quando teima em se cobrir com um véu de paz ilusória. Cada dia de patrulha era uma batalha travada não apenas contra homens armados, mas contra as sombras que habitam o coração da sociedade.
Quem segura um fuzil aprende que a verdadeira guerra não está apenas nos disparos ou nas trincheiras; ela está nos ecos que esses sons deixam na alma. O som seco do gatilho não se cala. Ele reverbera nas noites de insônia, nos pesadelos que queimam a mente e nas lembranças que jamais se apagam. Deixar o front não é suficiente para calar esses ruídos. Uma década já se passou desde que me reformei, mas ainda carrego comigo os rostos dos que ficaram para trás e as histórias que nunca serão contadas.
Apenas os mortos encontram o fim da guerra, pois para os vivos, ela continua de formas diferentes. Cada dia longe do campo de batalha é uma nova luta contra os fantasmas que o dever deixou. Esses espectros habitam o silêncio, a solidão, a memória. A farda pode ter sido guardada, mas o espírito do guerreiro não descansa. Ele permanece, marcado pelas cicatrizes invisíveis de uma guerra que não se apaga, mas se transforma em um fardo que poucos conseguem compreender.
A paz, para quem já viveu a guerra, é um sonho distante, quase impossível. Ainda assim, é o que nos move, mesmo sabendo que ela talvez nunca se concretize. A ilusão de que a guerra tem fim é o que mantém muitos vivos. Mas eu sei, como sabem todos que enfrentaram o abismo, que a verdadeira batalha não se encerra no cessar-fogo. Ela continua, para sempre, nos corações daqueles que sobreviveram.
💐
Não leve flores para o velório de quem você só provocou dores. Pois as lágrimas são fortes o bastante para ressuscitar rancores.
🖤
Chega um momento na vida da gente, em que nos deparamos perplexos face a face com Deus, e aí, então, entendemos e nos silenciamos.
🖤
O silêncio é refúgio da alma. Em silêncio nos aproximamos do sagrado. Nele, nos abrigamos no abraço de Deus.
⭐
Já repararam que, de uns tempos pra cá, Deus tem recolhido algumas estrelas que caíram do céu?! Pois é. É que agora este é o momento de iluminar os caminhos, não da Terra, mas do céu para a Terra.
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Achei muito bonito da parte da família do Gugu realizar um velório aberto ao público. Só agora, depois de sua morte, pude ter uma ideia de quem ele era. Pelo jeito, pelo modo como a família se comporta, dá para perceber que ele, o Gugu, era uma pessoa do bem. Parabéns, e que Deus continue dando a eles o suporte necessário.
A filha adoeceu de covid-19 em um outro Estado, e foi entubada. A mãe dela viajou para lá para ajudar a cuidar dos netos, e depois de quase um mês, a mãe dela resolveu dar um "pulinho" até o outro Estado onde ela morava com o marido e um filho, mas assim que chegou lá, dois dias depois, ela não se sentindo bem, procurou um médico, estava suspeita de estar com covid-19. No quinto dia ela também se internou, e foi entubada também. Logo em seguida o pai e o filho, com covid-19, foram hospitalizados e entubados também. Os quatro ficaram entubados, a filha em Vitória-ES, a mãe, o pai e o irmão no Pará-PA, e os quatro morreram, sem que nenhum dos quatro soubesse um da morte do outro.
Essa foi a pior história que me contaram hoje, 02/04/2021. E eu acredito que já aconteceram muitos casos desse tipo por ai, e a gente nunca vai saber de tudo o que aconteceu nesta pandemia.
Pense em quantas coisas ruins podem acontecer todos os dias?
No entanto, bem lá no fundo, a gente nunca acredita que essas coisas podem acontecer na vida da gente também. A gente sempre acha que a nossa vida, esta vida de agora, vai durar eternamente, não vai acabar nunca. A gente nunca acredita que um dia a gente também vai morrer.
Temos a sensação de que somos eternos, mas isso é só uma sensação espiritual, uma lembrança inconsciente daquilo que somos em espírito na espiritualidade, na Eternidade, só isso, e, por sorte ou azar, ou por sorte e azar, não sei, não nos damos conta disso, até depararmos com a nossa própria morte.
Um poeta, justo e sofrido, jaz ao lado; flores enfeitam o caixão.
Sem pressa, o ar seca à sua volta. As flores, quase mortas, exalam o cheiro da tarde fúnebre.
O choro se entrega ao vazio, misturado ao álcool consumido antes do velório — tédio, dor e ódio.
Para os que ficam sentados, olhando aquela cena, não haverá mais poemas, não haverá mais questões.
Chorosa, pensativa e discreta, a amante incerta recorda os momentos de amor.
Não haverá mais beijos, nem paixão, nem ereção.
Tenebroso, rancoroso e coeso, o cobrador ileso reflete sobre a dívida que não será paga.
Não haverá pagamento, nem provento.
Ao lado do caixão, calada, os olhos da mãe se desfazem em lágrimas.
Seu pranto não é ouvido, mas sua dor apavora a solidão.
A filha, aflita, não compreende; cede ao impulso de abraçar a carne morta.
Sem consolo ou alívio, esta dor também a sufoca.
Cala-se o poeta ao som da tampa que fecha a urna que será enterrada.
Dentro dela, nada mais restará.
Quando a gente vive, o que vive na gente?
-O ego?
Quando a gente morre, o que morre na gente?
-O ego?
- Não sei!
Mas sei que vivos ou mortos , não passamos de manifestações.
☆Haredita Angel
Não fale em amor; Pratique!
Não pregue o bem; Faça!
Só assim vive-se e morre-se em paz
☆Haredita Angel
Sou ventania forte,
firme em meu norte,
dona do meu querer.
Há tantos sigilos em mim,
meu todo é inesgotável.
Eu nunca aceito esmolas,
quebro grades de gaiolas.
Costumo me repaginar,
tenho o dom de ressurgir
pós-morte,
de modificar minha sorte.
Sou fogo incandescente,
livre e intensa como fênix.
Pedaço de estrela caída ao chão.
E cada um terá de mim uma versão.
Um dia
Um dia...
Um dia tudo terá fim
Esses olhos não mais verão
Esses dedos não mais tocarão
E esse coração que hoje bate por ti
Não irá bater...
Nem por ti e nem por ninguém mais
Ele irá perecer
Será decomposto
Pelo verme que come
Os míseros restos
Que sobrarão do meu ser
'Que morbidez!'
Você pode dizer...
Mas apenas escrevo
O que vai acontecer
Porque um dia tudo terá fim
Ao vento será deixado
E tudo que há em mim
Será apenas pó espalhado
Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.
Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho carente, tigre e lótus.