Poemas de Morte Poetas Conhecidos
A vida é bela e breve como os orvalhos.
Vivemos a vida como se ela fosse interminável. Mas entre a mesmice e a velhice é um pequeno intervalo de tempo. Olhe para sua história: não parece que você dormiu e acordou nessa idade? Para as pessoas superficiais, a rapidez da vida estimula a viver destrutivamente, sem pensar nas consequências dos seus comportamentos. Para os sábios, a brevidade da vida convida-os a valorizá-la como um diamante de inestimável valor.
Ser sábio não significa ser perfeito, não falhar, não chorar e não ter momentos de fragilidade. Ser sábio é aprender a usar cada dor como uma oportunidade para aprender lições, cada erro como uma ocasião para corrigir caminhos, cada fracasso como uma chance para recomeçar. Nas vitórias, os sábios são amantes da alegria; nas derrotas, são amigos da interiorização. Você é sábio? Viaja para dentro de si mesmo? A grande maioria de nós provavelmente conhece no máximo a antessala da própria personalidade.
Todos os caminhos levam ao mesmo fim e a jornada pode ser maravilhosa,
se não temermos nos perder, um do outro
ou de nós mesmos.
Não se questiona se as borboletas são exageradamente belas,
nem se elas se expõem,
apesar da aparente fragilidade, cabe apenas admirá-las,
à distância.
ELA
Caminha sutilmente...
Com a sua foice, afiada.
No rosto, um desejo ardente
De um viver diário, cansada.
Não tem alma, nada sente,
Apenas cumpre seu mandado.
Vem, megera desnaturada!
Traz trevas com o seu véu negro.
Do necrotério, ceifa a madrugada;
Ao coveiro, descreve teu enredo.
À sepultura, finca tua morada;
Ao cemitério, conheces em segredo.
Vem, dama negra impiedosa...
A cintilar feito um vagalume,
A deixar a vida bailar, invejosa,
E o cadáver a escorrer necrochorume.
A executar tua obra, caprichosa,
E a germinar larvas como no estrume.
Então vem... que te esperamos...
Tanto o preto quanto o branco,
E todos que sucumbirão à navalha.
Pobre, rico, andarilho ou manco,
Ambos vestirão a mortalha.
E não adianta apego ao santo,
A morte não goza férias...
É a operária do além que mais trabalha.
Paulo Cerqueira
"Moça"
Moça, bela moça
O que fazes sozinha
Nessa noite tão escura?
Moça, bela moça
Com essa pele tão pálida,
Fazes o papel da Lua.
Moça, bela moça
Cuidado com a rua escura,
Pois não passa carro, nem pessoas.
Moça, moça bela
Descalça no chão frio,
Com tua velha vestimenta amarela.
Moça, moça bela
Sinto falta da sua presença
E das decorações tão sinceras.
Moça, moça bela
Não vá tão depressa,
Pois, assim como o tempo,
Os carros não esperam.
Moça! Moça!
Mas que decisão louca!
Por que não olhaste para os dois lados da rua?
Moça! Moça!
Logo uma semana antes do nosso casamento,
Nosso "feliz" 3 de setembro...
Moça... Moça...
Hoje só resta tristeza,
Chorando em frente ao seu caixão,
Em plena sexta-feira.
"Eu estou morto.
Eu não sei quem me matou.
Também, há muito, que nem sei quem sou.
Então, não sei quem morreu, ou quem me matou.
Mas sei que estou morto e que morto, estou.
Ser ou não ser, ser quem não ama, ou ser quem odiou?
Ser quem ela deseja, ou ser quem sou?
Nessas idas e vindas, não sei se fico; não sei se vou.
Não sei se é ódio, não sei se é amor.
Coração empedrado, desprezo, rancor.
Amaldiçoo-a pela madrugada, acordei respirando n'outro dia, que azar, senhor.
Meu corpo vive, mas minh'alma, há muito que jaz, e não sei quem a matou.
O que sei? Mesmo respirando, sorrindo, coração batendo, divertindo; morto estou..."
“Por favor, amor meu, me livre desta vida moribunda.
Permita-me, pedir-lhe em namoro em uma tarde fria de Domingo, e casarmo-nos, na Segunda.
Por favor, meu amor, deixe-me, curar-lhe as feridas e ser da sua alma, a lembrança mais profunda.
Permita-me, meu amor, e verás que a felicidade, há muito lhe circunda.
Amo-te, amada minha, deixe esse sentimento dar vazão, pois esse amor me inunda.
Minh’alma, afogada, se afunda.
A vida é tão bela; o amor, aquela coisa singela; e a paixão, aquela coisa insana, que compursca.
Seus olhos, são paisagem; seu toque, inenarrável aveludar; sua imagem, o todo do divino; sua voz, é música.
Eu te amo, do momento em que te vi, até da minha morte, obscura.
Sei que não te mereço, sou o pecado, o erro, das criações do Deus, a mais impura.
Mas imploro, a esta pífia existência, amor meu; um único beijo, a salvação sua.
Caso não, tudo bem, divindade que és, mate em meu âmago, o amor que sinto por ti e livre me, desta vida moribunda…”
No silêncio da noite, a sombra se arrasta,
Um eco de risos, que a vida desgasta.
Caminhos desfeitos, memórias em dor,
Na dança da mente, o medo é o ator.
As horas se arrastam, como folhas ao vento,
Um peso no peito, um eterno lamento.
Olhos que buscam a luz da esperança,
Mas encontram apenas a amarga cobrança.
Sussurros de vida se perdem no ar,
Em um mar de tristeza, não há como nadar.
Os sonhos se quebram, como vidro ao chão,
E a alma, cansada, busca a salvação.
Mas mesmo na sombra, há um frágil fulgor,
Uma chama que arde, apesar da dor.
A morte é um ciclo, um fio que se estica,
E na amargura, a vida se critica.
Assim sigo em frente, entre lágrimas e risos,
Navegando os abismos, buscando os sorrisos.
E se a dor é um fardo que carrego em mim,
Que eu aprenda a dançar, mesmo assim.
PREMONIÇÃO
Alguma coisa mudou para sempre neste velho e obcecado mundo.
Um quê de pesar avisa que acabou para a raça humana.
Não mais outro dia, não mais esperança, não mais sopro renovador.
É hora de catar os trapos e levantar acampamento.
Para onde iremos? Só Deus sabe.
O que seremos? Só Deus dirá.
Homo Sapiens não aproveitou, não deu valor ao certo, idolatrou o errado,
E esta tristeza que varre o mundo é a intuição de que não vai haver outro dia.
Gemem tantos por dentro, gritam outros por fora.
Gargalham os loucos, dançam os frívolos e os avarentos agarram seu ouro.
Pobres choram de fome, ricos se escondem em mansões invioláveis.
Alguma coisa está se aproximando e quando esta coisa chegar,
não vai dar tempo de gemer, de gritar ou gargalhar.
Cessarão as danças e as praças estarão cheias de sapatos perdidos.
O ouro dos avarentos escorrerá por entre as mãos encarquilhadas de medo.
Insurgirá a fome e as casas invioláveis cairão por terra com um estrondo de morte.
Se estou com medo? Acho que não, apenas escrevo estas notas.
Mas lá fora, no escuro e no frio, tem alguma coisa brilhando por sobre a casa.
Tempo de partir. Não mais aqui, não mais a Terra, a Terra acabou.
Hora de ir.
Mas ir para onde? Só Deus sabe.
E o que seremos? Só Deus dirá.
(Lori Damm, 19/05/2024)
O quanto vale uma vitória?
No peito eu sinto esse ardor
Que aumenta o meu amor
De querer conquistar
Mesmo com o pouco que consegui
Vou seguir, para honrar aqueles que estão comigo aqui
Meu pai vai se orgulhar
Minha mãe vai se alegrar
Meus amigos estarão brindando numa mesa de bar
O tanto que eu aprendi, com a pouca passagem de tempo que tive,
pode ser resumida dentro da palma da mão de um recém nascido.
dentre tanto conflito, dessas mesmas emoções que um dia amargaram meu peito, hoje me sinto realizado com o pouco que conquistei, e essas mesmas façanhas são semelhantes a um grão de mostarda, são apenas significantes para aqueles que não me conhecem, mas para os que tem conhecimento sobre mim,
Se tudo pode acontecer, de tudo poderá ser feito.
Delírio
Memória morta que ainda se faz presente
Aquele a quem chamo de felicidade com um tom obsessivo
Esse que se faz ausente mesmo quando estou em seus braços
Minha pessoa é tão perfeitamente imperfeita que me faz lembrar as obras de Tim Burton e “Bathroom Dance”
Sempre mordaz e misterioso
Um delírio pretensioso que me fascina
Cada passo seu exala um perigo que insisto em sentir de perto
Meu anseio
Aviso previamente, pois espero que esteja ciente: eu aceitaria de bom grado esta minha morte se fosse ao seu lado.
Num mundo de incertezas e aflições,
Deixo minhas palavras como canções,
Estilhaços de um coração inquieto,
Que busca nos versos seu alento um teto.
Não sei até quando a vida vai seguir,
Se poderei sorrir ou partir,
Mas deixo aqui minhas poesias sinceras,
Fragmentos de uma alma e uma vida singela.
A dúvida me assusta ao ouvir.
Se existirei ou se irei partir,
Assim, nas rimas deposito meu ser,
Buscando na poesia um jeito de conseguir viver.
Que as palavras aqui deixadas sigam,
Como luzes brilhantes que abrigam,
A esperança de que, mesmo na dor,
A poesia seja nosso eterno amor.
Aquele amor
Em todos os lugares que eu poderia ir
eu estava lá
onde eu sabia que você estaria
Seus cabelos misturados na tinta
me diziam o quanto estava confusa
e sua maquiagem borrada
mostrava o quanto estava nervosa
E mesmo que depois disso eu perdesse tudo
e meu mundo virasse trevas
eu sentia
Qualquer câmera pode registrar esse momento
Mas só meu coração registra a felicidade.
O LEOPARDO QUANDO MORRE DEIXA A SUA PELE, O HOMEM QUANDO MORRE, DEIXA A SUA REPUTAÇÃO
"...No final, quando dermos o nosso último passo, ou o nosso último sopro sair por entre os nossos lábios, possamos olhar para trás e ver que o fio que deixamos não carrega o peso do chumbo, mas o brilho discreto da integridade, uma chama que dançará leve ao vento, mesmo após a nossa partida. Pois, no fundo, a morte nada apaga ela apenas revela tudo aquilo que em vida quisemos esconder."
"In Instantâneos da Alma"
T. M. GRACE
Por que você inventou morrer?
Partir assim de repente, sem avisar.
Por que você morreu?
Mania de ser do contra.
Só pra deixar saudade.
Pra deixar esse buraco no peito.
Pra deixar vazio o lugar na mesa.
Pra viver só nos sonhos
que insistem em deixá-lo vivo
todas as noites.
Inventou essa besteira de morrer.
quebrando o combinado
abandonando todos os seus projetos,
seus pensamentos, sua voz...
E nunca mais voltar...
Num voo de cores, dança a borboleta,
Entre flores e sonhos, a vida completa.
Ela é o sopro do vento, a luz do poente,
Um sussurro da vida, tão efêmera, tão presente.
No entanto, vem a morte, silenciosa e certa,
Finaliza a dança, a cortina deserta.
Mas na despedida, uma nova beleza desponta,
Na metamorfose final, a vida se reencontra.
Acredite ou não, você é um mero mísero fragmento de poeira, o teu ego será a tua sepultura, e o seu corpo decomposto nem para fertilizante servirá para a terra...
In, Quem Bate?
Quando eu morri dentro de mim, eu pensei:
O que guarda dentro desse coração?
Onde estará minhas lembranças daqui à frente?
Será que é cedo a imagem do Jardim?
Sentirei cheiro de perfume?
Ou apenas um silêncio poético me espera?
(...)
E quando a morte for de carne, o que farei?
Haverá sentimentos e pensamentos,
Este dia é como um eco dentro de nós?
Passei a vida buscando significados,
Pragmatismo e alegorias ao desconhecido,
E todos chegaram a um destino de estação.
Passemos as margens do rio.
....