Poemas de Morte Poetas Conhecidos
Ela
Para ela não importa
velho, criança, humano ou marmota.
Para ela é tudo igual
politico, juiz, criminoso ou marginal.
Para ela nada adianta
dinheiro, poder, oração ou mantras.
Para ela dá tudo no mesmo
saudável, doente, galã ou vesgo.
Ela é sempre pontual
nem cedo, nem tarde, seja aqui ou em Portugal.
Ela chega pra todo mundo
Vegetal, animal, trabalhador e vagabundo.
Ela está sempre presente
seja no nascimento ou quando dá de cara com a gente.
Inevitável, indomável e feminina
Não é a penas o artigo, mas Morte tem jeito de menina:
Cruel e benevolente,
Motivo de dúvidas em várias mentes,
Nos faz esperar,
mas quando chega... Ah ela é de matar.
O escritor, com sua sensibilidade, capta o mundo como se tivesse antenas.
Pode ou não ter vivenciado determinadas experiências- amor, ódio, fome, guerra, morte-, mas dela se apodera como se fosse sua.
A matéria- prima da arte é a própria vida, transmitida em literatura por meio das palavras; em pintura, por meio de cores e dos traços; em cinema, por meio da imagem, do ritmo, das palavras.
vivendo meu itinerário
tentando a fuga
é insano o percurso
estou preso numa cúpula
a dor vai te ensinar
a ir devagar
não tem o que fazer
não adianta se revoltar
a realidade
é igual merthiolate
ninguém te conta
mas ela arde
não só arde
ela te mata
te encurrala com a foice
e te da um cheque-mate
"A minha alma fria, minha mente vazia.
Grito por ajuda, mas meus demônios são fortes.
O silêncio é mais alto, minha dimensão escura.
Eu percebi que ninguém percebeu minha morte, ninguém nunca se importou.
A propósito não me importo com ninguém."
Crise de 16 (poema)
Quando fiz meus 16
As coisas comecei a descobrir.
Descobri maldade do futuro
E o ignorante ser humano
Que questionava mas nem tudo pudera
[...] saber.
Quando fiz meus 16
As pupilas começaram então , a se abrir.
Portanto, passei a enxergar como meus
[...] anteriores:
Vi a brevidade da vida.
Queria então ser novamente
Ser uma doce criança inocente
Que desconhece
A dor de existir.
Mas por outro lado , não queria a escuridão,
E meu coração ,
Almejava o infinito.
Quando fiz meus 26
Como se somente ignorasse
Fiz como os que de coração frio
Que o fim aceitariam
E logo , declarei:
" Foi só uma fase "
Não fui embora por completo, apenas me tornei energias no ar.
A minha presença é esse teu sorriso lindo, que, muitas vezes, sem a tua vontade, eu o faço brotar, e iluminar.
Agora, toda vez ao sorrir, sinta-me! Mate as saudades... Sorria mais! E estaremos cada vez mais próximos.
Quando há existência
Cromossômica, a única
certeza que resta é que, os
descansos são obtidos:
Na Dormida ou Na Morte.
Fora isso, tudo é batalha.
Uma breve história
Num dia ensolarado
Aos meios matos, cuidado
Caminho em sua frente não por estar irado
Mas sim para que as serpentes avancem em mim primeiro
Todos os dias que chego a noite lhe vejo
Sempre bem, aparentemente
Mas não sei como chegar até ti
Já que os homens proibiram os céus
Não há hora para lhe ver
Não há poema grande a ti, escrever
Não há coração que aguente tua falta
Não há aviões que atinjam a velocidade de suas assas
De tão rara, os eternos-da-morte, deixam-na passar
Não por ouro, nem por prata e sim pelo teu sorriso
PARIDA TERRA 🌹
Parida terra onde ficam as palavras
Vazias de sonhos que se esfumaçam
Entre as dunas suspensas de sombras
Dos olhos que ofuscam a beleza da luz
Parida sofrida ventre rasgado de dor
Jardim seco de velhas rosas do fascínio
Rio subterrâneo no deserto de assimetrias
Pelo descanso de não querer existir sozinho
Deserto lágrimas colhidas em coloridas cores
Espectros de raízes no agreste ventre meu
Despido de morte entre os fortes ventos
Inesgotável terra paisagem de perfumada saudade
Que envelhece enchendo-se de coragem
Na parida terra 🌹
SOLTO UM ESPECTRO 🌺
Solto um espectro de falecidas
Sombras noturnas tristes
Uma pausa sem forma tocada
Um espírito que murmura só
Uma dúbia luz no negrume
Uma cruz pesada de mármore
Um ser vivo sem saber
Que mora dentro de mim
Uma alma perdida num nevoeiro mar
Uma ópera cantada em silêncio
De alguém que morreu sem saber
Nos lençois rasgados num olhar
Lirios que voam de cruel temporal
Nos sonhos de ambição morte
Na fugitiva eternidade cega
Sepulcro perdido lá em cima na serra
Reza de joelhos na escura noite
Sombra de si mesmo murmurava
No fim um espectro de falecidos sonhos
Meus, teus, nossos, mas quem sabe
As trevas sabiam das lágrimas choradas
Perdidas de falecidas dores de morte
Dos sacrifícios feitos pelos vivos
Pois dos mortos nada sabem nem querem saber
REMENDO 💘
O meu corpo ferido
Visto-me de poesia
Onde coso e remendo
Com as linhas da lua
Coso com amor
Coso com paciência
Coso todos os trapos
Que me cobrem o corpo
Coso, remendo, rasgo
Esta desalinhada mente
Enquanto coso
Vou-me encostando a ti
Para não coser sozinha
Neste meu remendado passo
Das insónias em ponto cruz
Coso rasgo e remendo
Enquanto me deito contigo.
O homem nasce com duas certezas na vida
A primeira é que algum dia ele vai amar!
E a segunda é que algum dia ele vai morrer!
ENTRA A LUZ ❤
Entra a luz pelas cortinas do quarto
Com a solidão desarruma a minha alma
Na vontade sentida, desfolha as pétalas
Das rosas na jarra, como se do meu cabelo
Se tratasse, em longos sonhos esquecidos
Pensamentos no vazio de um rochedo
No aconchego dos limos entre as algas
Para adormecer nos tentáculos tenebrosos
Na vastidão da minha mente já doente
Olho as cortinas que balançam sem parar
Tento amar para não mergulhar no vazio
Nesta transparente vidraça onde se reflete
A minha pobre mente doente recolhida
Entre a sensibilidade sem autoconhecimento
Pobre alma moribunda esta a minha
Neste lugar onde me encontro no meu quarto
Percorro as amarguras dos dias, das noites
Sem saber onde estou, só tu meu salvador
Me salvas deste meu caminho do inferno
Pesadelo esquecido nos teus fortes braços.
DÁ-ME ╭✿
Dá-me dêem-me as tábuas
Daquelas que se constroem tudo
Que serão para o meu caixão
Essas tábuas de madeira firme
Rijas pelo tempo de belas árvores
Nas folhagens do despojamento
Para decorar com o uivo dos lobos
Um belo sentido poema jamais escrito
De palavras perfumadas em poesia
Madeira repleta de letras de tantos poetas
Vestidos de leitura despidas de palavras
Dêem-me as tábuas que eu quero escrever
Como foi a minha vida vivida em harmonia
Com o perfume da poesia, dá-me as tábuas
Podem ser de cerejeira, pinho ou castanheiro
Para eu possa finalmente descansar o corpo.
Aquele que odeia traz em si a obsessão de que só terá vida plena quando for compensado pela perda causada. E quando esperar em Deus não é mais uma opção no coração de quem odeia, parte então para o justicismo.
Então vem a morte daquele que intenta o mal. Causar danos ao “inimigo” vira o objetivo da “não vida”.
A DES-EXISTÊNCIA
Enxergar a vida e seus acontecimentos do ponto vista de quem está apenas vivendo uma existência terrena passageira seria um ideal de vida, mas na prática nos envolvemos e vivemos intensamente e muitas vezes levamos a pior e nem sempre lidamos bem, principalmente quando se trata de decepções e contrariedades de toda a vida em relação aos nossos botões.
Duas pessoas no planeta e nós já temos motivo para divergências. E daí surge o sentimento que pode ser duradouro ou não, mas que tem consumido existências comprometendo até mesmo o sentido da vida. O ÓDIO.
Aquele que odeia des-existe. Desiste de ser, pois existe para não viver, e sem amor resta-lhe apenas des-existência. E nesse estado há apenas a morte como cenário para a vida.
Aquele que odeia traz em si a obsessão de que só terá vida plena quando for compensado pela perda causada. E quando esperar em Deus não é mais uma opção no coração de quem odeia, parte então para o justicismo.
Então vem a morte daquele que intenta o mal. Causar danos ao “inimigo” vira o objetivo da “não vida”.
Quem confia em Deus não consegue odiar, assim como também não consegue não amar de alguma forma o seu irmão. Nem que seja como expressão da misericórdia na hora da vingança.
O amor é a única crença existencial estabelecida por Jesus e na mesma medida, o ódio a maior blasfêmia.
O ódio cega o entendimento, impede orações e nega a Deus, pois Deus é amor. E quem pode viver sem amor?
Não permita mais que o mal causado te impregne com trevas e se despoje de tudo que te causa dor e siga em frente sem olhar para tras.
Adiante de você está a vida que Deus lhe reserva.
Siga em frente!
Corrente, fivela, argola,
Picinez, óculos, anel,
Livro, revista, papel,
Arame, bordão, viola,
Mala, maleta, sacola,
Perfume, lenço, troféu,
Roupa, sapato, chapéu,
Eu não posso conduzir
Quando for para eu subir
Na santa escada do céu.
O cemitério
Lugar de tristeza e lembranças. E por fim, foi lá que eu enterrei você, a gente, e principalmente o meu honesto amor que foi guerreiro ousou de verdades, mas merecia a morte. Pulei no teu cachão, cuspi nas flores e gargalhei o passado e sorri para o recomeço. É meu amor, eu, finalmente, enterrei você.
Hoje minha avó morreu
A verdade é que foi tudo tão rápido e automático que não pensei nela
Só conseguia pensar no meu pai.
Sei que é loucura mas não consigo imagina-la morta
Pra mim ela sempre vai estar na frente da casa sentada na cadeira de macarrão proseando com os vizinhos.
Já meu pai não,
Ele está aqui e vejo os anos pesando sobre seus ombros.
Eu vi ele chegar hoje andando devagar, eu vi a dor nos olhos dele
E eu vi lágrimas que não via há muito tempo
Talvez nunca tenha visto como aquelas.
E me doeu tanto
Doeu na alma ver (incapaz de reverter) alguém que amo tanto exalando aquela dor tão real, tão intensa.
Pai tudo o que eu queria era arrancar isso de você, mas seria egoísmo demais não deixar você viver o seu luto.
O tempo tudo cura, você só precisa saber que ela está nesse momento, sentada na cadeira de macarrão, com a caixa de fumo do lado, fazendo pacientemente o próprio cigarro. Ela vai pedir um café pra depois do cigarro e vai rir de tudo isso. Daquelas gargalhadas doidas que se seguiam de um beliscão que era a forma dela dizer Te amo.
Ela está melhor que nós.
Eu te amo demais.
Eu queria que você nunca esquecesse disso.
Ao longo da rua
A fila de espera
Ajoelhados olhando pro chão
Saem rolando feito laranjas
Repolho melão
Cabeças de alface
Americana
Na avenida das guilhotinas
É em massa a execução
Se espalha feito molho
no chão, de tomate
Beterraba e açafrão;
A ceiva do colhedor.