Poemas de Morte Poetas Conhecidos
Existe terra seca, sem vida.
Tudo foi devastado, não restou nada.
Não há nada, tudo foi acabado.
Quem ver de longe e até de perto, pensa está tudo normal.
Porém, ali não há vida.
Só quem sabe que ali nada existe, é quem ver por dentro.
Quem vê de fora, achar que ali algo existe;
Quando na verdade, o que restou foi a casca externa.
Pois lá dentro, nada mais existe e nunca mais será.
Mesmo eu não serei morto,
apenas deixarei o pó sacudido
com meu sopro, sopro de comoção
em meio a lágrimas de emoção.
O perfume esborrifado no meu corpo
tem algumas horas de duração,
uma gripe me incomoda durante alguns dias,
minhas viagens tem duração limitada e local
previamente determinado.
Meus amigos conquistados entram e saem
naturalmente por algum tempo,
minha enfermidade chegou para me levar
não sei quando não sei para onde,
apenas sei que o sofrimento é constante
e parece não ter fim.
Aguardo calmamente e com bravura o
momento da minha morte.
E deixarei apenas as boas lembranças para
meus filhos pois neles que encontrei as
forças para enfrentar com alegria este ápice.
Nasci sorrindo e com ele quero ir.
O que deixei no caminho não me pertence
mais e sim aquelas pessoas que coexisti.
Pode apagar a luz Celestial.
Já não há mais sentido brilhar.
A reflexão do prisma humano sai escura.
É tão denso o que há na alma.
A calma que se desprende.
Um fóton por segundo se desfaz.
Já não há mais sentido continuar a brilhar.
De tanto do quanto se busca,
porém, tudo por isso se acaba.
É tão densa as trevas, que nem faz sentido brilhar.
Todo o Amor Expressado é Desejo.
Nada é de forma Ágape, por si só: Caridade.
O desejo é reflexo da própria carne: malícia e maldade.
►Nunca Mais
Não quero mais sentir essa dor
Essa dor doí de mais
Quero que alguém diga que ela vai passar
Uma lágrima caí a cada sopro
Sinto que estou me tornando um encosto.
Não quero mais sentir
Quero deixar de existir
Perdi a conta das vezes que me feri
Não quero mais viver aqui
Que as chamas me consumam e me destruam
Minha lágrimas ardem meus olhos
Essa dor não quer ir embora.
Meu sangue está envenenado
Meus lábios perderam aquele tom avermelhado
Minhas pupilas se dilataram
E, minha pele está morta como um fantasma
Minhas mãos está fracas,
A visão tornou-se embaçada
Como se fosse um lembrete,
Me lembrando que estou chegando no fim da estrada.
Nunca pensei que poderia morrer sozinho
Que alegria, ninguém me verá assim
Sempre fui só, morrer assim é bem melhor,
O fogo transformará meus ossos em pó
Matei todas as lembranças de falsas esperanças,
Falsos amores, falsas amizades, que murcharam flores
Me alegro em morrer em paz,
Sem estar rodeado de abutres só esperando para me comer.
Se alguém te perguntar por mim
Diz-lhes que fui arrastada
Por um sopro de vento
Que me sepultei sem nome
Sem lápide ou ainda sem flor.
(...)
Mais dia menos dia, somos surpreendidos pela impotência de sermos quem somos.
Acordamos do sonho de ter uma vida duradoura, estável.
Batemos de frente com o muro da realidade, e o muro desmorona.
Não queremos ser espectadores de violência, nem muito menos coadjuvantes ou protagonistas, mas infelizmente fazemos parte das estatísticas.
Há momentos assim que são de muitas perguntas e nenhuma resposta.
Somos reféns da liberdade alheia, do livre arbítrio criminoso, onde quem escolhe ser protagonista da violência, transforma em vítima quem não pagou o ingresso para participar da barbárie.
Eu tentei te estender minha mão
te livrar dos seus medos
e do fim.
Você ouve,você sente,você pode ver
o fim chegando,a morte encontrou a você.
Feche os olhos
agora eu irei te ver queimar,caminhando pro inferno,sem chance de voltar
Chama de consolo
Sentei-me à beira da cama
Um cigarro em meus lábios
O frio retraindo meus vasos
A me aquecer só o fumo e sua chama.
E como um grito no vazio, suplico
Universo, querido, por que comigo?
Bem sabes que sou fraco
Sabes que não tenho abrigo
E que deste mundo amargo, infelizmente sou mero inquilino
Por que entregas a mim este amor inimigo?
Dentre tantos pensamentos onde poderia estar
Vejo tornar-se inferno o que um dia me foi riso
Agora colmado de conformidade
Meu destino não resume-se a um altar
Se meu calor interno já não basta
Se sinto a vida deixando-me ir
Se o que acrescenta também maltrata
Ainda assim não consigo deixar partir.
Thaylla Ferreira (Sou nós)
Ela gritou tão alto
Não tinha ninguém para ajudar
A porta fechada a luz apagada
Sentada no quarto só sabia chorar
Seus olhos tinham um brilho profundo similar a solidão
Achava que o fim era a única solução
Os sonhos acordados eram pesadelos fantasiados
E não sabia quem era o culpado
E do lado só podia lamentar
Como isso aconteceu, era algo que não queria lembrar
E no cotidiano automático, nada podia aliviar
Quem saberia que ia ser assim
Não era um teste, apenas fatos reais sem fim
Podiam até contar, mas morreria antes de começar
Talvez ela encontre uma solução
Seus olhos sangravam e diminuía sua emoção
Ninguém sabe o que aconteceu
Mas tava acontecendo, sem nenhuma razão.
<Coca-Cola com veneno de rato e limão capeta>
Morri aos quinze anos de idade.
Não me lembro muito bem do motivo da minha morte na ocasião.
Na noite daquele fatídico domingo,
abraçado com a enorme dor que me consumia,
saltei umas dez vezes do cume mais escuro da minha existência.
Enquanto eu caía,
pude sentir as dores nas vozes gritadas
e o sofrimento nas distorções das guitarras insensíveis e frias
que ressoavam tristes enquanto vibravam e reverberavam
através dos meus fones de ouvido.
Os mesmos fones que me protegeram em vida
e que se espatifaram mudos na solidão do meu travesseiro,
na agonia da minha jornada de pesadelos madrugada adentro,
até o desembocar na segurança da manhã seguinte,
quando o sol veio me consolar.
De todas as dores sentidas à época, a de segunda-feira,
dia seguinte ao incidente, foi a mais dolorida.
Mais até do que a dor da véspera, em tom de despedida.
Pareceu-me a morte, pareceu-me que não pararia, pareceu, parecia...
Nada comparado às feridas de agora, é claro, nem à escuridão de ontem.
E pra minha infelicidade, duas décadas depois, o meu corpo ainda está em queda livre.
E a escuridão que me habitava as noites, jamais se fez luz, um diazinho sequer.
Pior... Agora dá expediente também durante o dia.
Hoje, faz vinte e um anos que morri pela primeira vez,
e desde a minha última partida, essa é a primeira vez que comemoro em vida.
QUANDO PARTIR
Quando partir serei
Um ser delicioso
Talvez um verme
Um pouco de nada
Invisível na poeira
Uma folha seca levada
Pelas águas que correm
Com força para o mar
Um misterioso sentido
Já esquecido de alguém
Um amoroso sentimento
Onde foi enterrado
No meu longo repouso.
CARREGO
Carrego no corpo todas as dores
Possíveis deste mundo cruel
Escrevo versos para repousar
A minha amargura no desassossego
Das minhas noites mal dormidas
Neste cansaço mental
Onde o colchão me faz doer
As costas ferozmente
Sonho sem asas que me faz cair
Entre a morte sentida ou desejada
Quem sabe se não é este ópio
Agarrado ao corpo
Tu és o meu anjo a minha cruz
Nestas noites de chuva escrevo
Sem esperança duma noite bem dormida.
Desabrochar da vida
Envelhecer também é uma forma de fazer poesia;
Envelhecer é a descobrir o mundo que nos rodeia;
Envelhecer é conhecer a nós mesmos de forma completa;
Envelhecer é aprender a amar verdadeiramente pois o tempo de meios amores já se foram;
Envelhecer é conhecer a dor da perda por isso valoriza cada pessoa ao teu lado;
Envelhecer é conhecer o valor do tempo, por isso aproveita todos os instantes de forma intensa;
Envelhecer é simplesmente a poesia da vida.
Nessa terra quente e fria
cai bombas que matam crianças
fere pessoas e destroem famílias,
e em meio a destruição
o sofrimento é munição que acaba com a vida em forma de fome, sede, morte e fogo de artilharia que derrama sangue inocente neste triste chão chamado Síria.
Nessa terra quente e fria
onde a esperança começa quando dia termina, mais uma vitória, mais uma ferida,
mais um dia de vida na triste Síria e o medo germina nas pessoas por não saberem se acordaram vivas.
Nessa terra quente e fria
sobre este chão carregado de desunião um conflito sem sentido, crianças se ferindo e morrendo pelas mesmas mãos de quem destrói o futuro de uma nação. Quem diria que nessa guerra vazia, onde os ideais não existem mais a gente veria,
pais matando os filhos de uma terra que não existe futuro e sobre os escombros de casas e muros, vidas perdidas de civis inocentes que só queriam um mundo de paz.
Nessa terra quente e fria
imagina como seria
crianças e seus pais
sem guerras banais
livres e felizes num mundo de paz
imagina como seria
imagine a Síria.
Sei de mim nestes confins
Da minha alma em mutação
Pelas estradas do sentimento
Com medo de me perder
Morrendo sem saber
Laços carinhosos já não me recordo mais
Sinto você caminhando em minha mente
Já não sinto a euforia de viver
quero retornar ao tempo de criança
brincar e poder assim novamente, ser feliz.
Por quê partistes?
Eu não deveria ter conhecido você
Rindo na cara da morte
Tudo que eu falo não faz sentido
Eu não faço sentido
A morte?, quanto mais penso nisso, mais fico excitado
Talvez seja porquê minha mente seja doente e cansada
A morte não é nada do que mais uma nova aventura para o meu ser tão imundo.
POBRE SER 🌸
Pobre ser quanto mais ele rezava
Mais ele se sentia cansado
Como um louco perdido
Perdido no deserto de si mesmo
Cheio de lágrimas nos olhos
Sente o coração ceifado
Por uma afiada gadanha
Em delírio na mente doente
Rasga as sombras do passado
Sem ter trazido a brisa do presente
Ouve os suspiros do futuro
Em nocturnas incertezas suas
Grava em cada uma delas
Um breve silêncio
Nas mantas que lhe aquecem o corpo
Desiguais temporais
Que sente gravados nas orações
Que deixou de rezar
Mas sentia a falta delas
Sentia-se como uma folha em branco
Que não foi aberta
Num livro desfolhado da sua memória
Um suspiro que era como um grito
Quanto mais rezava mais sozinho se sentia
Mais só estava este pobre ser pobre alma
Que lutava com garras sem se sentir derrotado.
Coração
Um órgão essencial do corpo humano, responsável por bombear todo o sangue. Seja glóbulos brancos, vermelhos. Não há acepção.
Mas que órgão curioso, que conexão com cérebro!
Que é sensível aos meus sentimentos, principalmente a dor...
Dói peito, que vontade de chorar...
Coração não sinta, pode parar.