Poemas de Morte Poetas Conhecidos
A morte de Bento Rodrigues
O que eu posso fazer é um poema,
Já que o meu dilema
Ninguém vai escutar.
A lama lambeu Mariana
E numa atitude insana
Passou também a vomitar.
Ficou tudo dejetado
Que até o meu compadre
Veio a se afogar...
Pobre de Bento Rodrigues
Que morreu soterrado
Na Barragem do Fundão.
O culpado, segundo atestado
Foi um tal de Samarco
Que fazia a exploração...
Agora ficou complicado
Pois até em Espírito Santo
Essa lama chegou.
Tudo foi contaminado
Pelo pior dos pecados
Que é a ganância
Desse povo explorador.
Leandro Flores
BH, 09/11/2015
*Em solidariedade as vítimas no desastre ambiental em Mariana-MG.
A morte do amor
Para que o amor não fique insosso
Não dure somente uma canção
Não passe de uma paixão
Sou capaz de planejar anos e anos em solidão
Multiplicar tudo que for tangível
Segurança à união
Depois, concretar a alma e o coração
Alicerce para uma duradoura relação
Os desatinados não acreditam nisso
Acham que, se existe amor, mora-se até no lixo
Não existe amor que dure
Quando falta o tostão
Dói tanto outros órgãos do corpo
Que se esquece o coração
Morre a afeição.
Deixe morrer
Morte ao que te segura,
Morte à frase bonita na sepultura.
Deixe morrer...
Morte ao falso amor,
Morte para tudo que nos causa dor.
Deixe morrer...
Morte a ele, a ela, a vós.
Morte para todos aqueles que nos deixaram sós.
Deixe morrer...
Para que, finalmente,
você possa
viver.
A MORTE DO RIO DOCE
Lamentavelmente,
o Rio Doce
não será mais
aquele rio fértil
que saciava
a sede
de muita gente
e das plantações ....
Foi mutilado,
estuprado,
atrozmente
infectado...
Por muitos anos
em suas águas
se ouvirá
o lamento
sombrio
dos seres vivos
que o tinham
como fonte
de sobrevivência ...
Suas águas,
lágrimas
amargas,
sofridas,
estéreis,
sem vida...
mel - ((*_*))
14/11/15
Opera...
Tenores da morte
coração sonhador
perplexidade de todos atos.
impuro doce gosto de solidão,
formidável, fugaz terror,
abonável, seja o sonho de um tolo,
paixão, sedução paranoica
de um coração doente pelo teu amor.
LAMAÇAL DA HUMANIDADE
Envoltos em lama
Na dor da tragédia
Miséria humana
A morte no rio
De nome Rio Doce
Vida por um fio
Como se não fosse
Poder piorar
Depois da secura
Represas, rejeitos,
Lama quem segura?
Arrasta e destrói
Arrasa famílias
Mata pais e filhas
E enterra na lama
Prenúncio de gente
Há muito enterrada
Em meio ao suplício
Não só em Mariana
Mas em todo mundo
Brasil e na França
Em pesar profundo
Pelas explosões
De bombas e vidas
Gatilho das ilusões
E do extremismo
Da fé assassina
Que encontra otimismo
Na carnificina
Matando em nome
De um deus sanguinário
Ou imaginário
De um povo vazio
E cheio de ódio
Muito intolerante
Com o diferente
Pequenos relances
De uma dor latente
Que afeta a vida
E mancha a moral
Ou só evidencia
Que é imoral
E não se preocupa
Com o ser humano
Apenas se ocupa
Em provocar dano
Usando a tragédia
Em seu benefício
Amando o suplício
Para ter vantagem
Querendo que todos
Fiquem agarrados
Na lama, atolados
Ou que se explodam.
15/11/2015 (18h30)
Beto Costa
A morte de um doce
"Quando a noite cai
a lagrima se liberta da prisão do dia
Quando a dor é maior que a força que o mantém ativo, o sono te liberta do sofrimento da dor
No céu nenhuma estrela
No mar nenhum peixe
Os olhos deixaram de ver toda a beleza da natureza e já não se pode mais banhar-se com o brilho da lua
O sol já não emite o seu calor já não se sente mais dor
Já não se sente mais amor..
nos caminhos da morte sonho com a vida
tudo está num passado de sangue e dor,
olho profundamente em seus olhos me lembro
do amor que consumiu minha alma.
Sou aquele pássaro imbecil
Que mesmo tendo a saída sempre aberta
Fica chorando a morte da bezerra
E acaba comendo sempre pelas mesmas mãos
Pássaro idiota! Levanta voo!
nas margens sujas somente a morte,
de toda tristeza não tem pingo de esperança,
no estados não tem água ou peixe,
somente lamentos de uma lama sem fim,
dos prólogos existentes o vasto imponente
Rio tão doce cheio de magia e historias,
agora vive num diluvio de sujeira...
perdido num mar morto,
pela despedração,
todo rejeito dessa impressa,
pura ambição deixa um rio de lagrimas,
dos quais somos punidos nos ares de um futuro
incerto a crueldade da ganancia revela se,
as orbitas da vida se transformou,
repentinamente, tudo desapareceu como...
mistério da vida do Rio doce
cidades morreram montes sumiram
lar doce lar desemborca num mar azul de esperança,
no amor latente nas somas do do coração afio,
os disparates do ser humano,
para onde foi a vida dos animais e daquelas pessoas?
OH MORTE...OH MORTE...ADEUS -
Oh morte que o pavor me cubra
Dos olhos da esperança por quem viveu
Ou talvez de quem já não vive
Oh morte que o pavor me cubra
Muda agonia que o meu alento desfalece
Oh devora-me o corpo exausto que repousa
Jaz de morte nos lábios meus
Mortal desgosto cobre o meu rosto
Pedra de mármore fria de macio encosto
Oh saudade insana que não quer perder a alma
Magoa deixada na escuridão dos olhos
- Oh morte...oh morte...adeus -
Vai-te embora oh morte, ainda não é a minha hora.
Faça-te presente
Onde estás? Faça-te presente!
Tua ausência é a morte da minha esperança.
E, sem esperança, meu amor se perderá no
espaço vazio de ti e também não sobreviverá!...
MINHA GRANDE AMBIÇÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se vier no tempo justo, nem a morte matará o sucesso de minha grande ambição: ver minhas filhas criadas, bem resolvidas e felizes.
A morte se torna gloriosa diante meus sonhos,
meu mundo perdido em sonhos reluzentes,
vaidades primitivas no caos dos meus pensamentos,
traições de proposito aderentes a supremacia...
daqueles olhares de falsidade sem conteúdo,
pudor do terror adversos sob zombaria, assim seria,
calado meus adores improprio a encruzilhada, desse,
destino cruel e faceiro sem a dor não a amor...
feitos o direito da submissão acalentos, pela fervura...
da paixão paranoica, deslumbrada, para aqueles desfruta,
o direito opor desejos além do prazer mortal...
insanidade sinos irreais a tua centelha, numa fogueira de paixão,
tantos cálices deixados nos cacos da tua realeza,
zombas por mais atrai teu corpo nu a vareza de muitos,
transpassados sonhos vendidos, ao menos o caos é extremo...
como a magia perdida seja canção teus olhos,
nas profundeza da morte.
A abadia devastadas mera morte,
cálida deslumbrada imposta,
ate seria mais se julgou,
pois ate passou,
diante lagrimas que nunca chorou,
semeados embora um deserto secou...
diante o planto retrucante
não se revelou pois do nada se calou,
sendo muito brilhante doce clarividente...
inóspita felicidade o faria mesmo sentido...
sepultado nessa fronteira de tua vaidade.
entre tantos retratos uma única nota...
diante tua palidez já morta ...
desejo fúnebre eterno, selado,
com tantos pensamentos,
involutórios esses resquícios,
tantos esquecidos esquecidos...
foram meros pingos de um passado...
que nunca se calará diante teu olhar...
o brilho seja um soneto deixado para eternidade.
por celso roberto nadilo
A MORTE DO POETA
Aos poucos se matam,
Aos poucos se morre
Convencionalmente
Feliz,vivido,esquecido
Ao que servia e já não é mais lembrado.
Jamais falou
Jamais julgou
Agora colhe o que plantou
A Beira da morte
Quando se foge da realidade ultraje
entre a vida e a arte
E apenas um elo fraco
Que ninguém se lembrará
Mais jamais esquecerão
Não se foi Com veneno
Nem arrependido
Magoado
Acoado
Ou torturado
Sujeito honrado
Porém vago
Em si próprio
Não se via Em medo
Em peso
Apenas o brilho
De quem já foi menino
E vagamente se perdeu
E jamais achou.
A morte do amor
O amor nasce e morre todo dia, em corações diferentes.
E deixa saudade com marcas evidentes.
É tão triste ver um amor verdadeiro sendo velado.
Mas, mais triste é quando o amor é sepultado.
Pedaço de mim! (acidente com minha irmã)
A vida, exige que vivamos a vida, bem vivida
E a morte,ronda a sorte, com enorme ciúme da vida.
Viva a vida sem medo da morte.
Mas viva sabendo, que tem fim a sorte.
Como sendo seu último, aproveite cada momento.
Porque a morte, vem sem consentimento.
Pode nos pegar de assalto.
Atira, antes, de termos as mãos pro alto.
As vezes nos leva pedaços.
Deixando em nos o espaço.
Naquilo, que já fomos inteiro.
Leva de nós, pra pagar o "coveiro"
Queria muito, que fosse meu, aquele pedaço seu.
Doeria menos do que me doeu.
Sei que ter você viva, me trás certo contentamento.
Mas não impede, que algo em mim, morra por dentro.
Nestes momentos de drama.
É que se sabe, o quanto se ama.
Posso não ter palavras, que traduza a minha dor.
Mas, irei e estarei com você, aonde quer que for.
Aqui, deixo um conselho meu.
Ame agora, pra não chorar depois que perdeu.
Alguns tem chance de amar mais, com dramas da vida.
Outros descobrem que amavam, depois da partida.
Contradigo-me minha maninha querida.
Fico triste pelos seus dedos, mas feliz, pela sua vida
VIVER
Oh morte, não venhas ter comigo...
Nunca ninguém me falou de ti
Nunca ninguém me disse quem tu eras
Nunca ninguém me falou de que virias.
Se virias no outono...no inverno...
Na primavera...ou talvez no verão
Por isso, oh morte, não passes ao meu lado
Que eu ainda tenho muito, muito para viver!