Poemas de Morte
Todos nós somos assassinos. Nunca conheci uma pessoa que não tenha matado uma barata ou uma mosca sequer.
... e quando chegar a hora ele me tirara a guarda e me deixará desatento e me fará desistir. E quando eu houver visto a morte entenderei que meu caminho chegou ao fim. E ao olhar para trás verei trilhas tumultuadas e outras que pouco revolvi. E entre uma e outra saberei que vivi para fazer o tinha feito e desejar e o que tinha que ser. Que outro destino terá tido eu senão de estar onde estive e ter feito exatamente o que fiz ? E quem dirá que o horizonte que me espera a frente não foi o desenrolar óbvio para tudo isso ? Quem dessas coisas dirá o contrario?
A única forma de corrigirmos o nosso
próprio defeito é reconhecendo a sua existência. Se o negarmos, ele continuará existindo.
Ainda não inventaram uma poção mágica, pra ressuscitar amor morto. Não prolongue o período de luto com vírgulas, coloque um ponto final.
Embora haja tanta desigualdade nesse mundo, ainda existem três coisas que sempre serão distribuídas de forma eqüitativa: a vida, o amor e a morte.
Amor nunca morre de velhice. É assinado prematuramente por atitudes egoistas e insensatas, e pelo ego.
Economizou tanta vida que veio a óbito! A vida tornou-se pesada demais para que ele pudesse carregar.
E continuo a me perguntar se viver não é apenas um castigo semelhante ao suplício de Tântalo. Uma espécie de copo vazio que nos deixa sempre com sede.
É só mesmo com o tempo que a gente aprende que, às vezes, o que nos mata é o que nos faz voltar a viver.
Depois do susto, da dor, das lágrimas. Depois do ritual fúnebre, da missa de sétimo dia e do período de luto, esqueça o passado onde ele está, deixe de visitá-lo, de levar flores. Depois que se transforma em passado é impossível devolver-lhe a vida. Pare de reavivá-lo. Isso atrasa o seu crescimento, tanto como pessoa, quanto o espiritual.
Engana-se quem pensa que nascemos uma única vez. Todos os dias temos a difícil tarefa de dar vida a uma parte nossa que o tempo matou.
Um dia a gente descobre que somos obrigados a viver sem as pessoas que fizeram parte atuante do cenário da nossa felicidade, dos momentos mais bonitos, das memórias mais queridas, das risadas mais sinceras.
Um dia a gente descobre que viver sem essas pessoas não é opção, é uma exigência da vida e que ela não é nem um pouco complacente conosco. Nesse dia, descobrimos também, que mais que viver sem elas, somos obrigados a ser felizes sem elas. E isso acontece não porque nos tornamos insensíveis ou porque somos especialistas na arte de lapidar egoísmo, muito pelo contrário, isso acontece porque descobrimos que o melhor lugar para guardar a memória dessas pessoas tão especiais é um coração feliz, com todas as janelas abertas para o infinito.