Poemas de Morte
Quem se mata quer a vida, só se queixa das condições sob as quais ela se lhe oferece.
Os que se deixam parecer mortos amam mais a vida do que aqueles que gritam uma vitalidade compulsiva. Pois eles estão dispostos a chegar perto demais de onde não se chega, apenas para fortalecer o que realmente amam.
Todos nós somos dispensáveis. Sobretudo os que se acham insubstituíveis. É só consultar as leis da natureza para confirmar.
Quando eu morrer, quero ser cremado, embora apenas ligeiramente. É que nunca gostei de carne bem passada.
TALVEZ NO COMEÇO DA PRÓXIMA HISTÓRIA, UM BOTECO NO CÉU.
Aqui na terra não está nos meus planos montar um boteco. Mas e depois que eu morrer e for para o céu?... talvez sim! por entre as brancas brumas reluzentes, monte enfim o meu boteco. Porque ouvi dizer que por lá a galera celestina toma bastante vinho e às vezes, veja só, até umas geladas! Será mesmo?!... Mas e se eu for pro inferno!?... Ah! ai terei que mudar os meus planos, e estando naquela região mefistofélica, quem sabe tentarei ganhar a vida, ou melhor, a morte, vendendo artigos religiosos!?
Difícil não é seguir em frente... Complicado, é não conseguir apagar as pegadas no concreto
da Vida.
A noite é um lago silencioso com alma gélida... Enquanto o novo amanhecer é apenas mais um despertar.
O silêncio é um adestramento da alma para a sabedoria, tal como a sabedoria é um adestramento da alma para a morte!
A vida é o joguinho de celular mais completamente sem graça que existe. Você começa a jogar no dia em que nasce e, desde o início, já sabe o resultado. Não importa se você joga 60 ou 120 anos. O final é o mesmo: você sempre perde para o bichinho chamado "morte".
se não pode ficar com alguém, ao menos o deixe ir, porque velar por algo que está morto e não sepultar é ir contra a natureza.