Poemas de Morte
Doente e ainda assim feliz, em perigo e ainda assim feliz, morrendo e ainda assim feliz, no exílio e ainda assim feliz, na desgraça e feliz.
Quando perdi você, me vi sem chão, beirei a loucura, nada do que ouvia aliviava a dor da alma. Uma dor tão profunda que eu podia sentir fisicamente. Pensei que nunca iria voltar a sorrir sem me culpar.
Hoje sei que jamais voltarei a ser completo novamente. Não há como completar um coração de quem perde a quem se ama tanto. Ainda vou olhar seu retrato e chorar, ainda vou embargar a voz ao falar de você, ainda vou amanhecer com saudade, ainda em datas comemorativas vou deixar transparecer minha tristeza e indiferença, ainda vou continuar a amar você. Muitos podem te esquecer, mas em meu coração jamais vai morrer.
O sol sempre nascerá para mim; um dia, não nascerei para ele. Que meu agradecimento por tão flamejante companhia seja minha vida ardente.
A cada ente querido e amigo que se vai, nos tornamos enfraquecidos, não por sermos pessoas fracas, mas por estarmos perdendo a raiz que nos prende à vida terrestre.
Como se consegue conviver com a saudade?
Está sempre faltando algo, está sempre faltando você. Vazio que não se preenche. Dor que não se supera. Amor que nunca se acaba.
A maior tristeza da perda de um ente querido não é apenas pela sua partida, ausência ou saudades, mas também por não sabermos para onde foi e com quem está.
Se ignorar, seu coração se prenderá mais. E se seu coração estiver amarrado a alguma coisa, sua espada não estará livre. Nesse momento você certamente morrerá.
Há sete bilhões de pessoas vivas no mundo e mais ou menos noventa e oito bilhões de mortos. [...] Há cerca de quatorze pessoas mortas para cada vivo.
Considerando que é possível tu deixares esta vida a qualquer momento, administra cada ato, palavra e pensamento em consonância com isso.
Tenho alguém no céu que amo muito. Deixou um vazio que jamais poderá ser ocupado. Um amor imenso e uma saudade absurda.
Ele deixou cair no cinzeiro o cigarro que se apagara.
– Uma vez, quando eu era menor ainda do que você, brincava com um espelhinho à beira de um poço da minha casa, eu morava numa fazenda meio selvagem. O poço estava seco e era bonito o reflexo do espelhinho correndo como uma lanterna pela parede escura, sabe como é, não? Mas de repente o espelho caiu e se espatifou lá no fundo. Fiquei desesperado, tinha vontade de me atirar lá dentro para ir buscar os cacos de meu espelho. Então alguém – acho que foi meu pai – levou-me pela mão e me consolou dizendo que não adiantava mais nada porque mesmo que eu juntasse um por um os cacos todos nunca mais o espelho seria como antes. Sabe, Virgínia, vejo Laura como aquele espelho despedaçado: a gente pode ir lá no fundo e colar os cacos, mas tudo então que ele vier a refletir, o céu, as árvores, as pessoas, tudo, tudo estará como ele próprio, partido em mil pedaços. Veja bem, triste não é o que possa vir a acontecer... A morte, por exemplo. Triste é o que está acontecendo neste instante. Ela tem a cabeça doente, o coração doente. E não há remédio. Só o sopro lá dentro é que continua perfeito como o espelho antes de cair no chão.
Hoje sinto a dor da distância... da distância criada após sua morte e, como diz Caetano Veloso e com a minha adaptação: " Agora que faço eu da vida sem você ??? Você que só me ensionou a te querer e agora eu estou sentindo a dor de te perder !!!
Não há nada a lamentar sobre a morte, assim como não há nada a lamentar sobre o crescimento de uma flor. O que é terrível não é a morte, mas as vidas que as pessoas levam ou não levam até a sua morte. Não reverenciam suas próprias vidas, mijam em suas vidas. As pessoas as cagam. Idiotas fodidos. Concentram-se demais em foder, cinema, dinheiro, família, foder. Suas mentes estão cheias de algodão. Engolem Deus sem pensar, engolem o país sem pensar. Esquecem logo como pensar, deixam que os outros pensem por elas. Seus cérebros estão entupidos de algodão. São feios, falam feio, caminham feio. Toque para elas a maior música de todos os tempos e elas não conseguem ouví-la. A maioria das mortes das pessoas é uma empulhação. Não sobra nada para morrer.
“Escolher é algo perigoso: quando escolhemos, temos que abrir mão de todas as outras possibilidades.”
O amor é quando alguém preenchia um espaço na sua vida, um espaço que ficava inteiramente vazio quando essa pessoa ia embora?
Às vezes eu gostaria que a vida nunca tivesse um fim. Tudo que é bom, dizem, nunca dura.
A perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro (a) mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo (a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo - porque se poderia ter, já que está vivo (a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é NEVER.