Poemas de Morte
Comparo as estações do ano, com a finitude humana( vida e morte). No tempo certo, independente do desejo das pessoas, elas alternam- se repetidamente. É um ciclo imutável. Iniciam- se do cosmo e se findam de modo imanente.
220824
A morte não ocorre só através da desencarnação. Você morre constantemente; a todo instante que fores decepcionado. Frustado por ti mesmo, ou por intermédio de alguém.
10112024
A solidão é o amor,
A morte é o segredo,
Na morte sentir dor, na hora sentir medo
Espie só que imoral
O tamanho da besteira
Nas coisas que escrevo
Os toques são de MANUEL BANDEIRA.
041009
Jamais haverá um líder tímido bem sucedido. A timidez representa a morte da ambição e da ousadia.
150125II
MORTE REDENTORA
Ter o amar é dar-se em sofrimento
É tolerar a agonia por estar doído
Sem clamor vão, sem um gemido
No suspiro doloroso e mais cruento
É ser condenado, do pecado isento
Pôr a palavra naquele sumo sentido
Ser sugerido, e da ideia esquecido
Sem fazer do teu pesar um fomento
É vir da simplicidade e ter podido
Filho de carpinteiro, bem amado
Do suplício não se fazer perdido
Viver enfado e ter a firmeza ao lado
Sem valia, e por moedas, vendido
Sendo amor, pastor, foi crucificado!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 março, 2024, 15’00” – Araguari, MG
*paráfrase José Albano
UM ANO SE PASSOU, naquela madrugada, o seu silêncio escreveu saudades e com ele sua morte trazia...
Acordaste do sonho da vida, e tuas lembranças nós acolhia.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
CORTEJO
De que vale evitar a morte, indesejada
Se para o silêncio do chão é o fado
Pois, o que parte, no óbito é calçado
E com solidão a personagem é levada
Com que cortejo desfilar no cerrado
Se o culto deveria estar na jornada
No forrar o cascalho da árida estrada
E não suspiros ao morto derramado
Que importância terá a vida finalizada
Se o elo no amor, então, não foi selado
E tão pouco, a vida, daquele, foi amada
Pra nada adianta ter tarde vazio agrado
Se de volta ao pó, a alma é consagrada
Deixe as rosas de lado, e avance calado
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
ORAÇÃO (DO CERRADO)
Senhor, que és a diversidade, que és a vida e a morte!
O cerrado és tu, o por do sol encarnado és tu, o chiado do vento és tu.
Tu és a sequidão no lamento, do chão árido, agonizante em tormento, tortos galhos, tu és!
Tu és o mistério da folha seca no bale do fado, falta e aporte, desenhando a sua sorte.
Onde tudo parece deserto, tu habitas, eis a variedade e o concreto.
Onde nada está tu rege a tua toada.
Dá-me entendimento pra te seguir, nos teus passos os meu passos, amar sem desistir.
Dá-me água pra aguar a secura, e assim, ouvir-te límpido na vastidão do sertão em agrura.
Dá-me olhos pra ver, a benção dos ipês, escasso da chuva, e tão formosos e frondes.
Faze com que eu ame como a natureza, diversa, cada qual com a sua beleza.
Respeitando. Amando!
Que eu seja irmão e serva-te como pai. Adonai!
Torna-me seco para o pecado, e aquoso no amor, pra ser amado.
Torna-me fértil como a terra, afim, pra eu rezar tu em mim.
Que não haja cascalho nos caminhos do bem, onde a boa fé possa ir além.
Senhor, protege-me e ampare-me.
Dá-me alegria na melancolia, enfim,
pra eu me sentir teu, na tua glória.
Senhor, habitas em mim!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, abril. 05'40"
Cerrado goiano
paráfrase Fernando Pessoa
Ontem eu me via sem sorte
Sem direção, amigo da morte
O destino queria somente o medo
As palavras desenhavam este enredo
Num coração vazio, escuro de ilusão
Tudo parecia enorme, uma imensidão
Queria desistir nesta circunstância
O horizonte estava sem fragrância
E neste sentimento de abandono e dor
Percebi que maior era o meu amor
Versos Para Minha Morte
O tempo na hora, suponho
Traga condolência para o fim
E me cubra com filó e vigonho
Apaziguando os sonhos, enfim...
E nesta batalha vencida, de partida
Levarei os versos para minha morte
Desobrigarei lamentos na despedida
E os deixarei ao contento da sorte
A lágrima fica para os que orem
E os que com minha alma importe
Em cada conta do rosário roguem
Meus pecados, assim suporte
Deus, e que me possa perdoar
Com compaixão, e faça meu transporte
Se desacertei, sempre quis amar
Talvez nesta hora peça aporte
Para o silêncio, para me libertar...
E na rixa do fado, a sorte, da minha morte
Será sem saber como, fico a imaginar.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Data indeterminada
fodo da minha morte
o tempo na hora, suponho
me cubra com filó e vigonho
na partida,
desobrigo lamentos na despedida
levarei os versos para minha sorte
lágrimas, aos que comigo importe
e orem aos meus pecados perdoar
sem saber quando, fico a imaginar
o fado da minha morte...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Data indeterminada
Como chorar a vida
Se a morte vai além
O tempo é corrida
Incertezas, porém
Tudo é começo, meio e fim
E eu tão pouco sei de mim.
Ah! Se todos entendessem,
que a alma transmuta e a morte vence.
Teriam o amor como pertence...
Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Armas só tem uma funcionalidade, matar!
Aumento dos alimentos, gera fome, miséria e morte!
Exclusão social causa problemas psicológicos que gera morte!
Incitação à violência mata!
Atraso na vacina gerou mortes!
Desvalorizar a educação, causa miséria, pode incitar para o uso de armas, matar sonhos e esperanças por vida digna.
SEJA VIDA, NÃO APOIE QUEM VALORIZA A MORTE!
A MORTE
Oh! dor negra! O adeus tal breve fumaça
Chora o pesar, a despedida em romaria
E vê despedaçar, amealhar a mágoa fria
Por onde o cortejo da saudade passa...
Mói o aperto no peito, sentenciado dia
A noite sem sossego, o acosso devassa
E só, trevoso, e o silêncio estardalhaça
No horror desta ausência, lamúria vazia
Oh! Jornada! A sofrer, fado de hino forte
Olhar molhado, e a alma cheia de pranto
Tinhas junto a vida, tendo tão junto a morte
Partiste! Denotando está infesta loucura
Trocaste o vital por este sossego santo
Desenhando na recordação tanta tristura
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
03/09/2019, cerrado goiano
Despedida de meu irmão Eugênio
Olavobilaquiando
Ir-se
Escandalizo a tal sorte
Afetação cruel e triste
Espera, alma e morte
Do gabo nada existe
Mesmice reescrevo
E o passo aí, passa
Na saudade relevo
Nos olhos fumaça
Nasci pra renascer
Das cinzas ressurgir
Morro e tento viver
Afeito. Outro partir!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Dia 34
O romance da distância,
Sem a morte da esperança,
Vívido,
Como minha palavra empenhada,
Tu me visitas em sonho,
Todos os dias,
Ou meu inconsciente me leva,
Em troco de acalmar a tua ausência,
Resiliência é a palavra,
Conseguiremos,
Inteligentes e ferozes,
Acabar com tudo aquilo que antes nos afetava,
Viver em sobriedade,
Sem sair fora da realidade,
E ter um mundo de novas e belas possibilidades,
Então, fique à vontade,
Tome seu tempo,
Que seja nosso amigo,
Trazendo-nos de volta à dançar.
A morte, para muitos, é vista como um momento de perda profunda e dor insuportável. No entanto, aqueles que compreendem a verdadeira natureza da espiritualidade enxergam-na sob uma luz totalmente diferente. A morte não é uma despedida definitiva, mas sim uma viagem para o mundo astral, um reino de existência que transcende o plano físico.
Esse conceito de morte e perda, tão intrínseco àqueles que investem suas vidas no material e no ego, é apenas uma ilusão. É uma perspectiva limitada, incapaz de compreender a vasta riqueza da experiência espiritual. Para os que nunca vivenciaram a espiritualidade na prática, a morte parece ser um fim, uma separação irreparável. Mas, para aqueles que se conectam com sua consciência espiritual, a realidade é muito mais grandiosa e inspiradora.
Através da visão mediúnica, temos a capacidade de ver e ouvir naturalmente aqueles que já deixaram o plano material. A barreira que separa o mundo espiritual do físico começa a se dissipar, revelando um universo de comunhão eterna e entendimento profundo. Nessa jornada de descoberta, percebemos que nunca estamos verdadeiramente sozinhos.
No dia em que despertarmos para a verdadeira essência de nossas almas, a separação entre o espiritual e o físico deixará de existir. Seremos capazes de navegar entre esses reinos com a mesma facilidade com que respiramos. A verdadeira conexão, aquela que transcende a morte, será finalmente revelada, e entenderemos que a vida é uma continuidade infinita de amor e consciência.
Honra
Morreram de morte subita e nem se quer convidaram para o enterro. Foi feito de forma tão sorrateira que paracia forjado ou maculado num acontecimento por debaixo dos panos. Ninguém quis comentar, era particular de mais e o propósito era aparentar de bom moço. E outra; se quer uma nota de falecimento nos meios de comunicação escrita ou televisada! A ordem me parecia ser a total discreção e abafamento. Feito doença contagiosa, melhor passar no fingimento do esquecimento. Mas eis que alguém notou pois em um acontecimento corriqueiro de calunia fez-se nescessário a prova desses senhores urgente,mas nada, ninguém quis arriscar seu pescoço e colocar à prova sua integridade fisica. Quando alguem insistiu em saber onde era que estava a moral, decencia, bons custumes, respeito, dignidade, solidariedade,perceverança e misericordia, foi quase unanime, niguém quis gritar PRESENTE! E ai eu lhe pergunto onde é que estão toda essa gente que se diz HUMANA? QUE A PAZ ESTEJA SEMPRE EM SEU CORAÇÃO, OU QUEM SABE EM SUA MENTE
Qual é a cara do ser Humano?
Ao que nos assemelhamos?
A alguns tipos de cães? Fiéis até à morte?
Parecido com alguns pássaros? Feitos águia que alça voo, altaneiro a perder-se de vista.
Às cobras? Traiçoeiros, onde muitas vezes destilamos, fervoroso veneno em que muitas vezes injetamos em nós mesmos?.
Ainda acredito, que temos de tudo um pouco.
É melhor aceitarmos isto, já que o mais danoso seria ignorar nossa essência.