Poemas de Morte
hoje a morte veio e sentou
ao meu lado da cama e
disse "vim te visitar, porque
ultimamente você só tem
pensado em mim"
Mais do que incoerentes são pouco confiáveis todos aqueles que se dizem sensibilizados com as mortes, bem como com os cenários desvastadores de uma guerra, porém apoiam líderes políticos que estimulam o armamento, indiscriminado, no mundo.
Lembrando que a primeira finalidade de uma arma é matar e não cabe, convincentemente, no mesmo coração, a piedade pelos que sofrem e o aplauso pelos que exterminam vidas.
A hipocrisia fica explícita quando, sendo contra o aborto, prevalece a afinidade de pensamentos com os genocidas nacionais e internacionais.
A morte provoca nos vivos um misto de emoções; pavor, ira, tristeza, mas também esperança.
A morte ateia fogo até nos mais frios corações e estes têm a chance de viver uma mudança.
A morte de outrem ativa em nós um alerta,
um desejo de trilhar um caminho sensato,
valorizando cada um que nos cerca, e buscando comunhão com o Dono da Vida.
-a vida é a forma de gerir a morte;
-a morte é a forma de gerir a morte;
-mesmo o vazio mais profundo, partilha com o todo;
-nem o fim é livre do começo, a origem é o traçado do ser;
-o homem é uma maquina projetada com um proposito que nunca vai entender;
-o humano é a unica maquina que cria o proprio sentido de existencia;
-depois da morte não resta nada senão o esquecimento;
-a vida ou a falta dela gera problemas ao ambiente;
-o ambente gera problema ao ser, que se não resolvido volta como um cumulo de problemas;
-o probemas seus são os dos outros, todo problema é partilhado;
-toda a vitalidade e ações são um cunjunto;
-nada é sem valor e nada é sem sentido;
-a falta o conhecimento de um sentido não desfaz sua veracidade;
-a partilhação de sentimentos é bom esvai a alma de problemas seus e joga ao vazio que o retorna com bondade;
Se deixar envolver
É uma esperança solitária
É uma aventura sem garantia
É uma morte quase certa
É uma verdadeira crueldade
Contra a alma que busca paridade...
E a culpa, seja daqui ou dalém, não pertence a ninguém! E se caso haja algum culpado, é o que a dor suporta, a vontade domina, e o desejo sufoca!
De todas as pegadas,
A do elefante é suprema,
De todas as meditações focalizadas,
A da morte é suprema.
[O livro tibetano da vida e da morte, Editorial Presença, direitos de autor de 2016, 2ª ediçção, tradução de isabel Andrade. página 56. Citação do Sutra Mahaparinirvana.]
Poesia informal
Que fala do mal
Que fala do bem
Da fé também
Fala da sorte
Fala da morte
Fala da vida
Fala da pista
Fala da terra
Fala da favela
Fala do centro
Fala do sofrimento
Fala da alegria
Fala do dia
Fala da noite
Fala dos dois.
TRÂNSITO NA PASSADEIRA DA MORTE
Ensinaram-me a andar,
Atento e devagar,
Para não ser atropelado
Nem atropelar
Quem se cruze no fado
Comigo,
Mesmo em único sentido
Na vida.
Senhor, com tanta brida,
Nem se respeitam sinais
Nem prioridades,
Tantos mortais senhores de nada
Que querem fazer da estrada
A coutada dos seus ruins ideais!
Têm cara de demónio
O único prazer património
Que querem auferir na vida,
É matar gente já sofrida.
Ontem, pela manhãzinha,
O sol raiava pela fresquinha
E eu meti pés ao caminho
Para aspirar a vida de mansinho.
Alguém em potente máquina de matar
Quem na frente deles se atravessar,
Me ia levando inutilmente pelo ar,
Como já morto e inerte passarinho.
Salvou-me alguém lá dos céus,
Que mesmo sem ouvir os brados meus,
Deu-me a força de me atirar à valeta
Em voo rasante, como em tempos,
De tantos outros contratempos,
Eu, como uma leve borboleta,
Pousava e saltava sem parar
Sempre que me queriam matar.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 01-07-2023)
DIFERENÇA ENTRE A CONCEPÇÃO E A MORTE DO ORGANISMO HUMANO
A Concepção do Organismo Humano é um fenômeno no qual o Espírito contendo Alma entra no Ovócito secundário e une o Núcleo do Ovócito com o Núcleo do Espermatozóide iniciando o processo de Construção do Corpo.
Enquanto, a Morte do Organismo Humano é um fenômeno no qual o Espírito contendo Alma sai do Corpo iniciando-se o processo de perecimento do Corpo.
Graça do luto
Se hoje eu seguir a morte,
descendo seus desertos sem trilhas,
e salgar minha língua com lágrimas endurecidas
pelo fim do meu precioso tempo
que corre
precipitado
apressado
naquela caverna prometida,
Você
faria
a
graça de
ficar de luto por
mim?
A GOTA D’ÁGUA
Fonte da vida e morte de tão vida
Cuja terra agradece, não em demasia
Alenta tudo que é, e o que não é
Emerge do nada e inicia a sua corrida
Por vezes estagnada em alguma bacia
Alimenta o vazio com desmedida fé
Usualmente predisposta a ser bebida
Não importa, se em jarra meio cheia ou meio vazia
Fria ou quente, doa-se até para o melhor café
Mal regida, torna-se mágoa
Surdindo por meio de bágoa
A gota d’água, é pé ou tromba d’água
Tersa ou turva
Basto para aqueles, porque é alívio
Basta para estes, porque é dilúvio
Pingo que gera pinga
Em excesso inebria
D’outra forma sobria
Baga d’água
Salgada é canja,
Doce é ideal para suco
Salubre, perfeita para ablução
Pinga d’água
Hábil a matar a fome e sede
Em sede de sequidão
Seja lá porque cargas d’água
Mas a fonte da vida
É a gota d’água
Um dos bens mais preciosos e dádiva divina.
Vamos consumir a água de modo racional!
NASCER É COMEÇAR A MORRER
A morte nos atormenta, nos aterroriza, porque nos deixa na fronteira de nossas ilusões, pois,esquecemos que já nascemos morrendo.