Poemas de Morrer
META: METAMORFOSE
Isso ainda me mata...
A vida!
Hei de morrer disso.
Quero que a vida me mate,
para permanecer viva.
Que me desmantele,
que me dilacere e
que me desintegre.
Depois me reconstrua,
pois a vida continua.
Serei o fruto da boa morte,
em vida,
até que isso me mate...
outra vez,
e até que me mate...
de uma vez.
Mistura da alma!
No banco do parque eu vi morrer...Meus sonhos que tanto sonhei...
As vozes não para me falar os caminhos que tenho que moldar...
Tantas coisas há de fazer.... ficar e realizar...
Entre as árvores,pássaros vi passar e outras a me cumprimentar...
Versos e prosas eu escrevi.... Naquele parque que eu nasci...
Entre folhas caidas e ainda por cair...Sonhos da vida que não vivi...
Naquele dia eu esperei por um sonho que nunca terei...
As esperanças por mim se passou ...Por caminhos que jamais sonhei...
A partida de ti foi um tufão...sonhos perdidos em vão...
Foi naquele barco que remei para a vida que imaginei...
Sonhos da alma e coração sem ti viverei em vão...
Licia madeira
Quando eu escuto um ''porque fazer isso ou aquilo se um dia eu vou morrer?'' eu sinceramente não sei se a vontade que sinto é a de rir ou de chorar. Afinal seguindo a mesma lógica da ideia, por que então deveríamos nos levantar da cama ao acordar se um dia vamos morrer?
Por que comer, se mesmo assim iremos morrer um dia?
Por que ir ao banheiro ou tomar banho se um dia vamos morrer?
Por que falar que um dia vai morrer se isso não faz o menor sentido já que não muda o fato de que mesmo assim vamos morrer?
Respirar porque se um dia vamos morrer?
A contradição é linda. Ela é como cócegas, não sabemos se temos que rir ou chorar com tamanha aflição ao sermos tocados.
Incrível a capacidade de arrumarmos desculpas esfarrapadas para não assumirmos os desafios que dariam mais sentido à nossa existência. Não é atoa que vagamos pelo produto da frustração.
Todos querem renascer, mas ninguém quer morrer.
Deixar morrer o velho homem é edificar nova morada em solo limpo.
É abrir a mão para poder tocar o universo.
É transcender o estar e morar no ser.
A lama.
Vejo com muita tristeza
tanta vida massacrada
ver morrer tanta riqueza
a vida humana desprezada
assassinaram a natureza
e quem pode não faz nada.
A vida é engraçada
Você sempre quer se livrar dela
E nunca morrer
Por mais que nunca acreditei em destino
Por mais que eu reconheça os meus erros passados
São eles que sempre me acenam
Repetições do meu erro
Eterna e imobilizante erros
Eu nasci errado.
Estou a morrer, sempre...
Se não de dor,
De amor.
Minha alma não entende que,
Não fomos feitos para sofrer.
Ela nem quer saber...
Jura que está feliz assim...
Não se importa se, meu corpo está cansado e dolorido.
Não está nem aí se, meus olhos queimam
De tanto derramar lágrimas inúteis.
Ela gosta de sofrer...
Minha alma goza na solidão,
no sofrimento.
Ela se acostumou,
Precisa chorar pra se sentir viva.
Mas ela não sabe
Viver não é isso...
Ela não sabe que
Tenho um sorriso,
Ela nem notou como fica linda sorrindo.
Trauma de realidade!
Doença do peito?
Não sentir a vibração?
Impossibilitado de emoção...
Morrer pra que?
Já está morto!
Nariz não passa ar!
Caminhar sem destino, objetivo, razão!
Virou alternativa desde quando?
O mundo gira, parou?
Nem percebeu que ainda falta muito
Pra dizer que alcançou!
Trauma de realidade!
Sem peito, sem pulso!
Isso não é vida!
Nem pra mim, nem pra você!
PRA NÃO MORRER DE SILÊNCIO
Escrevo um poema como um cristão confessa-se ao vigário:
perdoem-me.
Porque não sou demasiadamente bom
e tenho medo.
Escrevo um poema como quem se trai no espelho
- e que se vê aflito -
a sentir a fome do mundo no peito.
Por que alguém haveria de ler
a loucura e o desleixo?
Escrevo um poema como quem grita:
"Socorro!!! Tem um bicho de baixo da minha cama"
e sozinho no meio da noite,
apenas tem a insônia para dialogar.
Escrevo um poema como voa um pássaro
que depois de tanta liberdade
canta no ninho sua solidão.
Escrevo um poema como um vigia espera a aurora.
Escrevo um poema como quem nasce,
e de nada pode vir a saber sobre si ou sobre algo
na imundice do pátio da vida.
Escrevo um poema como quem suicida;
e deixa sua angústia a flutuar por sobre o mundo.
Escrevo um poema como um velho contempla o pôr-do-sol
e se vê entardecendo ciclo após ciclo.
Escrevo um poema como uma mãe diz
"não tenho fome"
e dá ao seu filho o melhor pedaço de carne
Escrevo um poema como um bêbado se equilibra
como uma noite desce
como um livro guarda
como um amor cuida
como um louco pensa.
Escrevo um poema como uma criança diz "eu te amo"
quando na verdade nem sabe que diabos é amor.
Escrevo um poema como um coração se contrái
como o olho enxerga e dorme
como uma mão acaricia e bate
como um doente vomita seu mal.
Escrevo um poema como uma mulher pare uma dádiva
ou aborta uma desgraça.
Escrevo um poema como um cão descobre seu fim
e afastado de seu amado dono, perece triste.
E ninguém vê, nem espera, nem sabe.
porque quando vê já não é mais útil,
porque quando espera já não há mais tempo
porque quando sabe já não é mais hora.
Apenas escrevo um poema...
Uma dor...
uma chegança...
um começo...
massacre é apenas a fome de tais desejos sem compreensão, se mato sou feliz, se morrer seri mais feliz,
com gosto da suas entranhas expostas,
o sangue é fantástico, até o fanatismo é ritual.
o tempo é um jogo...lol...
mortos vivem apenas para morrer
não me diga, nada me faz bem,
tento voar em um sonho,
mas apenas cai até beber o café expresso,
não venha com promessas de amor...
ainda não estou bêbado...
nem acorde na verdade,
o que sois do além em meus lábios...
olho para mundo só vejo carne exposta,
fotos de sentimentos mortos de pessoas irreais,
ardem um poço sem fim,
que felicidade é essa ?
porque viver se sois apenas algo exposto
e consumido como a febre que mata,
nunca terei mais sonhos entre tantos pesadelos...
Eu queria,
Queria que viver de poesia.
Queria ter nascido verso.
Queria morrer de poesia,
Seria o primeiro funeral
Com tom de sarau.
Queria!
Queria mesmo era amor,
Amor da lírica.
Queria empatia dos poetas.
Queria e ainda quero.
Queria ser atleta de corrida.
Sabe o que é lindo mesmo?
Morrer e renascer mil vez no mesmo olhar cada dia melhor.
Isso sim é amar de verdade.
Quando eu morrer, não chorem,
Ponham antes,
Sobre o esquife que me alberga,
As mais belas flores que tiverem ...
São tantas coisas para dizer
Muita coisa para falar
Esse sonho não pode morrer
Essa vida ainda não vai acabar
O mundo pode ter sofrimento
Mas sempre teremos solução
Quem espera muito reconhecimento
Acaba tendo muita decepção
O segredo é viver
Espalhando a verdade
Ter a certeza de conviver
Com fé e lealdade
Preste muita atenção
O tempo é mudado
A nova aliança, nova anunciação
O tempo de nosso legado!
Se nasci ou vivi poeta, não sei, mas sei,
Hei-de morrer como os poetas,
Triste, só e vencido!
Só me resta aceitar o meu destino ...
Não chorem por mim quando eu morrer!
Desfolhem antes rosas brancas sobre
O meu caixão, para que, a minh'Alma se
Eleve aos céus, num intimo acenar,
Sem medo de vos perder ...
Quando um dia eu morrer
A única coisa
Que me importará levar
Será a memória do teu amor
E tudo o mais que em mim
De nós ficar!