Poemas de Morrer
Céus
E se a chuva não parar
E a terra não secar
Como o fruto vai brotar
Mas se parar de chover
E a terra santa torrecer
Quem será louco de querer
Essa seca pra dançar. ..
Que Deus tenha compaixão
E chame de São Pedro a atenção
Pra São Paulo não morrer
Com a sede do verão...
"MORRER VELHO OU NOVO"
Meu amor(marido)Meus amores(filhos)
Escrevo de mim antes de envelhecer
Tudo o que sai de mim voa, para o papel.
Tudo vai-se, tudo esvai-se, permanece talvez só meu.
Nada em mim fica, do que vocês já não amem
Meus amores, um sorriso cultiva tantas vezes
O silêncio gentilmente disfarçado
Num poema triste de palavras minhas
Do teu silêncio ou silêncio nosso
Por isso quando o meu corpo estiver cansado
Talvez já cansado de mim, meus amores
Na minha modesta velhice
Deixa-me ser criança ainda que não aches graça
Deixa-me falar, ficar rabugenta
Zangada comigo e com a vida, tenho esse direito
Quando não quiser falar
Deixa-me com o meu silêncio, com os meus botões
Respeitem a minha vontade
Pois apesar da velhice
Talvez a minha memória esteja boa, ou não
Eu nunca me importei com o que as pessoas pensam
Não é agora que me vou importar
Não tenham vergonha de andarem comigo
Deixem-me ser criança
Apesar de ser velha devo ter uma alma irrequieta
Não me deixem sozinha
Mas gosto de observar-vos
Sempre gostei de vos ver à minha maneira, tão minha
Observar-vos era e é para mim uma bênção dos céus
Sejam amorosos comigo, quando eu começar a dar mais trabalho
Pacientes como eu fui com vocês, meus amores
Todos vamos chegar a ser velhos
Se não chegarmos é porque morreremos novos
Será melhor morrer novo ou velho?
Espero que Deus seja bom na minha escolha
Se não mais uns anos nos espera, nesta velhice já anunciada.
SE BEBER, NÃO DIRIJA!!!!!
NA CHUVA E NA GAROA,
A MORTE NÃO PERDOA.
"Nas curvas, nas esquinas
Tu pensas que dominas
Tua possante carruagem.
Confiante e ébrio aceleras
Arrogante, as regras desprezas
Antecipando a última viagem.
Ligeiramente, tonto, deveras,
Saltita sobre crateras
Que horror a tua imagem.
Manobras imperfeitas
Freadas mal feitas
Quiçá, a derradeira ultrapassagem."
(Juares de Marcos Jardim)
Procuro um caminho
procuro sem saber que estou perdido
sou a inexistência existente
assim como os astros, preciso da minha estrela
nascido para obedecer
destinado a morrer.
Tente entender a cada segundo você está morrendo,e não a nada que você possa fazer! seus sonhos também estão, seus amores , seus inimigos, seus ideias, tudo!
Fisicamente você esta se cada dia mais frágil,fraco e impotente
Mentalmente você se encontra cada vez mais em um estado insano, irritadiço e frustrado.
Agora me pergunto após adulto e sabendo disso, o que você quer ser e viver antes morrer?
Um pedaço de papel controla a vida de muita gente.
Eu só quis saber se era desumano,
Foi o suficiente.
Quanto vale a sua vida ?
Quanto vale o seu suor ?
Já vi tantas coisas que fazemos pra viver.
Existe algo melhor
Não suje suas mãos .
se você não as poder lavar.
O poder quer cortar nossas asas,
Não querem nos ver voar.
Vivemos em um mundo onde , não colhemos o que plantamos e o que colhemos eu nunca plantei.
Pague pra morrer feliz.
Nesta viagem chamada vida
Me sinto em plena desvantagem
O tempo passou depressa pra ti filho
E eu com sua ausencia fiquei na saudade .
Obtuario
Menina dos Olhos Verdes, conhecida por suas palavras doces e suas paixões arrebatadoras morreu nessa tarde de 24 de Setembro de 2016. Tarde nublada e fria de primavera. Ela sempre ironizava que queria morrer na primavera, assim como nasceu... Acho que Deus quis atender seu último desejo.
Amiga, mãe, filha, corajosa, apaixonada, poeta, risonha, sensível, gentil e delicada. Muitos são os adjetivos e imensa será a sua falta.
Para onde vão as almas lindas após a morte? Será que vão para um lugar especial ou será que só vivem em nossas lembranças?
Não sei, a morte é um grande mistério, mas onde quer que esteja Menina dos Olhos Verdes, não deixe sua luz se apagar.
Causa mortis: tentou matar o amor que morava dentro de si e não resistiu.
Descanse em paz.
O eterno Ser
Num sofrimento mortal de hospital, está você, tentando sobreviver para mais sofrer na angústia do viver. Sem perceber que a morte é uma transformação do Ser, não um interromper.
A natureza se destrói e se reconstroi.
Numa contínua beleza de ser.
Moça, sai da sacada
Você é muito nova pra brincar de morrer
Me diz o que há, o quê que a vida aprontou dessa vez?
Venha, desce daí
Deixa eu te levar pra um café, pra conversar
Te ouvir
E tentar te convencer
Que a vida é como mãe
Que faz o jantar e obriga os filhos a comer os vegetais
Pois sabe que faz bem
E a morte é como pai
Que bate na mãe e rouba os filhos do prazer de brincar
Como se não houvesse amanhã
Moça, não olha pra baixo
Aí é muito alto
Pra você se jogar
Vou te ouvir
E tentar te convencer
(Somos programados pra cair)
Que a vida é como mãe
Que faz o jantar e obriga os filhos a comer os vegetais
Pois sabe que faz bem
E a morte é como pai
Que bate na mãe e rouba os filhos do prazer de brincar
Como se não houvesse amanhã
Mas, tudo bem, nem sempre estamos na melhor
Moço, ninguém é de ferro
Somos programados pra cairrrrr
Noites frias
A chuva bateu na porta de casa
Pensei no homem de rua e nos ventos gelados que em seu peito afagava
Gritando desesperadamente por calor
Vivendo em um silêncio insolente que sufoca a sua dor
Não era sua voz que gritava, era o seu pensamento
Ele sofria, pois congelava por dentro
Ele nada dizia...
Não quis incomodar a burguesia que ali dormia
Enrolados nos cobertores de seus aposentos.
Slá, só mais um café.
Tudo tem sua causa e consequência.
Nasceu um dia? Vai qualquer dia morrer.
É criança? Vai aos poucos envelhecer.
A causa da vida é a concepção. O advento da morte, nossa extinção.
O plano perfeito
Vivo por anos
Choro oceanos
Te afasto por nada
Grito com raiva
Fujo por medo
Sofro em segredo
Sinto saudade
Penso até tarde
Me drogo calado
E no fim, eu me mato.
Slá, só mais um café.
Quando eu morrer
Quando eu morrer
cante, grite, dance
ao som de um rock progressivo
com letra peculiar
Beba, conte piadas
morra de rir
faça do momento
a mais pura alegria
Quando eu morrer
não espezinha a minha alma
esqueça as minhas terríveis condutas
a vida é sábia, brilhante e justa
Tudo que você possuir em sua forma material vem da natureza desse gigante planeta, algo que modificaram e suas origens apagaram.
Aos pobres mortais restam penas desiguais, simples animais imaginam sempre ser mais.
Livres por condição, aprisionam-se por opção, congelam sua mortalidade correndo atrás apenas de falsas verdades.
Cada segundo passado esquecem no mesmo minuto, idealizam um amanhã humilhando seu próprio futuro.
Um dia que se passa sempre quer outro dia, e isso está errado, o certo é que é sim MENOS um dia de vida: Cada minuto é um minuto perdido, cada momento é raro e precisa ser perfeitamente aproveitado.
Conscientes da sua própria mortalidade talvez a desgraça reinasse menos. Um dia fecharão os olhos e nunca mais irão abrir, nem aqui nem outra dimensão, apenas ossos sem função, apesar de terem o cérebro de fato o mais complexo é também o mais sem reflexo.
O tempo tem que ser encarado como um investimento positivo e um dia enriquecerá-se de bons sentimentos, enxerguem seu fim e cuidem-se enfim...
Uma vez eu ouvi dizer que Deus apenas nos empresta a vida, e que na verdade ela não é nossa.
Mas se ele apenas me emprestou, então porque eu não posso escolher devolver.
Sabe
nunca gostei de ficar com coisas emprestadas por muito tempo…
O grito da depressão.
Minha vida é uma cortina rasgada,
não alegro mais o ambiente, vivo,
nesse quarto escuro e frio,
já não me recordo mais,
a ultima vez que sorri, ou vivi,
da vida de antes, já me despedi,
construo, meu próprio mundo,
onde tudo, é enfadonho e estranho,
os que me amavam, sumiram!,
aos que me juravam, percebi,
pessoas, preferem amores fáceis,
nas primeiras possibilidades,
de continuarem no que me tornei,
vão,em um simples adeus,
ou ficam, em mensagens de bom dia,
sem nem mesmo, lembrarem,
do que fomos, ou poderíamos,
onde estão meus convidados?,
abram a cortina rasgada,
para os que venham assistir,
a farsa, da minha depressão,
onde muitos me acusam!,
uma cortina rasgada no quarto?,
chamando sempre atenção,
ao teu despenhadeiro,
levo meu corpo a noite,
me enfeitando da morte,
pra própria sorte enganar,
sem nunca querer morrer,
me fazendo sem remorso,
seu punhal no meu peito,
durante uma crise de choro,
quando a angustia era tanta,
fiz de você minha santa,
hoje, sem ninguém, pra me ouvir,
bebemos, num copo só, eu e você,
minha amarga, amiga, depressão sentida.
Quando nascemos chegamos pelados e sem algibeiras com moedas.
Não entendeu o recado dado de lá para cá?
ENTRARÁS NU, NO MUNDO QUE TE ESPERA E VOLTARÁS SEM NADA NO QUE TE AGUARDA...
Pois que nas coisas da alma e do coração não há moeda que corrompa.
O CORVO
Vago por entre os túmulos que me fitam com seus olhos de mármore
Sentindo a chuva que perfura a carne e sangra a alma
Tornando o dia cinza
Reflito assim sobre a morte
Transformo todo vão pensamento ou cada tétrica palavra em sonetos sombrios
E as escrevo com imagens em minha mente
Os homens de outrora vagavam como sonâmbulos
Desprovidos da leveza do espírito
Reclamões, céticos e agnósticos.
Cuspindo discursos doentios nos ouvidos mecânicos da laica classe operária
Agora jazem em silêncio sepultados
Não mais desejam, não mais sussurram, não mais amam, não mais sangram
Silêncio
Consegue ouvir?
Um corvo me olha imóvel sobre as pedras
Olho para as lápides e procuro por homens
Não os vejo
Penso em mim quando eu já não mais existir
Outro alguém procurará por meus olhos?
Desejará ouvir minha voz procurando respostas?
E assim como eu agora só ouvirá uma resposta
Morreu...
As boas ações são o conforto para a morte
O maior dever do ser humano é ter algum papel em vida. Em um universo tão imenso, diante inúmeras vidas que por aqui circulam, precisamos fazer algo para mudar. Você não precisa ter sido o inventor da lâmpada, você não precisa ter feito uma obra-prima, você não precisa ter descoberto a cura da aids. Dê um bom dia para alguém, peça licença, ame e faça a diferença. Assim, sua morte não será despercebida, o mundo não seguirá da mesma forma após a sua morte. Nosso maior medo não é a forma que iremos morrer ou para onde iremos, nosso maior medo é que a nossa morte não seja lembrada por ninguém. Se nossa morte não for lembrada por ninguém, significara que nossa vida foi em vão, tudo aquilo que conquistamos e passamos, se resumiu a nada.