Poemas de Morrer
DIZERES ÍNTIMOS
É tão triste morrer na minha idade!
E vou ver os meus olhos, penitentes
Vestidinhos de roxo, como crentes
Do soturno convento da Saudade!
E logo vou olhar (com que ansiedade! ... )
As minhas mãos esguias, languescentes,
De brancos dedos, uns bebés doentes
Que hão-de morrer em plena mocidade!
E ser-se novo é ter-se o Paraíso,
É ter-se a estrada larga, ao sol, florida,
Aonde tudo é luz e graça e riso!
E os meus vinte e três anos... (Sou tão nova! )
Dizem baixinho a rir: “Que linda a vida! ... ”
Responde a minha Dor: “Que linda a cova! ... ”
Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão. Poderá morrer de saudades, mas não estará só.
O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.
Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã.
Nota: A autoria do pensamento é muitas vezes atribuída a Mahatma Gandhi. No livro "The good boatman: a portrait of Gandhi" (1995), Rajmohan Gandhi define a visão do seu avô como "a man should live thinking he might die tomorrow but learn as if he would live forever" (trad. um homem deve viver pensando que vai morrer amanhã, mas aprender como se fosse viver para sempre), no entanto a frase nunca foi dita por Gandhi.
...MaisAs pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã.
Combater e morrer é pela morte derrotar a morte, mas temer e morrer é fazer-lhe homenagem com um sopro servil.
Nunca se é homem enquanto se não encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer.
Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses.
Há uns que morrem antes; outros depois. O que há de mais raro, em tal assunto, é o defunto certo na hora exata.
A maior parte das pessoas prefere morrer a pensar; na verdade, é isso que fazem.
Nota: A noção de que as pessoas preferem morrer a pensar já estava em circulação desde os anos 1850. A adaptação na citação acima foi feita por um homem chamado Sheldon, em 1913, porém, não se sabe muito sobre a identidade do homem. O pensamento costuma ser atribuído a Bertrand Russell, mas ele apenas ajudou a popularizar a citação.
...MaisÓ doçura da vida: Agonizar a toda a hora sob a pena da morte, em vez de morrer de um só golpe.
Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros.
Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz.